terça-feira, 31 de julho de 2012

Aquisições de Julho

 

Neste mês de Julho comprei a uma amiga três livros em segunda mão, "À Boleia pela Galáxia" e "O Restaurante no Fim do Universo" de Douglas Adams e "O Senhor dos Anéis - A Irmandade do Anel" de J. R. R. Tolkien.



Por fim, adquiri "A Escolha do Coração" de Amanda Brooke, o qual já li e que tenho de confessar não superou as expectativas que a editora nos incute, ao comparar a autora com Jodi Picoult e outras grandes escritoras deste género literário.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar




Nome: “História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar”

Autor: Luis Sepúlveda

Nº de Páginas: 128

Editora: Edições ASA

Sinopse: Esta é a história do gato Zorbas. Um dia, uma formosa gaivota apanhada por uma maré negra de petróleo deixa ao cuidado dele, momentos antes de morrer, o ovo que acabara de pôr. Zorbas, que é um gato de palavra, cumprirá as duas promessas que faz nesse momento dramático: não só criará a pequena gaivota, como também a ensinará a voar. Tudo isto com a ajuda dos seus amigos Secretário, Sabetudo, Barlavento e Colonello, dado que, como se verá, a tarefa não é fácil, sobretudo para um bando de gatos mais habituados a fazer frente à vida dura de um porto como o de Hamburgo do que a fazer de pais de uma cria de gaivota...
O grande escritor chileno oferece-nos neste seu novo livro uma mensagem de esperança de altíssimo valor literário e poético.”

Opinião: “História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar” é uma obra destinada a um público mais juvenil, sendo parte integrante do Plano Nacional de Leitura. Tive a oportunidade de a ler devido a uma amiga, que numa das nossas conversas literárias, me explicou que era uma obra que merecia ser lida e relida, acabando por ma emprestar.

Nesta obra somos confrontados com a realidade de uma gaivota, que na sua viagem, tem a infelicidade de ficar presa num derrame de petróleo, sendo a custo que se dirige para o solo. Em terra encontra Zorbas, um gato preto e gordo, a quem faz prometer que irá tomar conta do seu ovo, assegurar o seu crescimento e ensinar a sua gaivotinha a voar. Zorbas juntamente com os seus amigos, bastante especiais, com características que os definem, irá enfrentar diferentes contratempos e algumas lições à medida que tenta cumprir o que prometeu.

Numa narrativa repleta de ternura, Luis Sepúlveda demonstra-nos as obrigações que uma promessa realizada pode acarretar, para quem se incute a realizá-la e a recompensa que a mesma possui quando a vemos concretizada. Mencionando ainda que, por vezes, para obtermos o que ambicionamos é necessário dar algo mais do que gostaríamos, que temos de ceder para podermos ir mais além. Nesta obra podemos constatar também uma mensagem sobre a aceitação da diferença, onde é ressalvado que ser diferente não é necessariamente mau, tornando os alvos da diferença, especiais. No caso desta gaivota, sentia-se que a mesma não gostava de ser diferente e que tentava ao máximo assemelhar-se aos gatos com quem cresceu, mas como Zorbas a faz compreender, ser diferente só a torna especial e com um lugar ainda maior no seu coração, pela sua singularidade. Outro dos pontos centrais da obra centra-se na degradação do meio ambiente por parte do homem, no que o mesmo prejudica por ser egoísta e por viver no agora, esquecendo-se que os actos de hoje, têm reflexos no amanhã.

Esta é uma história intemporal, que pelas suas mensagens e magia enfeitiça miúdos e graúdos. Uma narrativa que aborda o poder de uma promessa, a lealdade, a aceitação da diferença e o papel do homem na degradação do mundo em que vivemos.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Cruz de Ossos




Nome: “Cruz de Ossos”

Autora: Patricia Briggs

Nº de Páginas: 288

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: Bem-vindo ao mundo de Patricia Briggs, um lugar onde bruxas, vampiros, lobisomens e seres feéricos vivem lado a lado com os humanos. Só uma mulher invulgar como Mercy Thompson poderia sentir-se em casa num lugar assim.
Ainda a curar-se, tanto no espírito como no corpo, dos brutais acontecimentos ocorridos recentemente na sua vida, Mercy Thompson está longe de poder baixar a guarda. Agora é a rainha dos vampiros, a temível Marsilia, que está furiosa por descobrir que Mercy não só matou um vampiro como também oculta uma identidade secreta ameaçadora para os da sua espécie… Mercy tem a proteção do bando local de lobisomens, e o seu interesse romântico pelo Alfa torna a ligação ainda mais intensa, mas é bom que a coiote em si esteja alerta, pois a rainha Marsilia não perdoa e irá atrás de Mercy de uma forma ou de outra…”

Opinião: Depois de tudo o que passou no anterior volume, Mercy encontra-se a recuperar e a tentar lidar com todos os momentos angustiantes que viveu, contudo não se mostra tarefa simples, pois os acontecimentos tendem a atormenta-la nos momentos mais inoportunos. É nesta altura de redescoberta da nossa personagem, de sarar feridas, que a sua vida é novamente colocada em perigo, desta vez devido à comunidade vampírica.

Stefan, o seu amigo vampiro, é teletransportado para sua casa gravemente ferido pela chefe dos vampiros, Marsilia, que não considera mais Mercy amiga e protegida da comunidade. Por esta mesma altura aparece uma velha colega sua, para lhe pedir ajuda com um fantasma que atormenta a sua casa, mais concretamente o seu filho.

Num volume repleto de acção e suspense, Patricia Briggs apresenta-nos através da sua escrita simples, mas tremendamente cativante um maior desenvolvimento da comunidade de lobisomens, vampiros e até fantasmas. 

Ao namorar com Adam, o Alfa do bando de lobisomens local, existe uma necessidade de integração de Mercy na mesma, contudo esta sente que os elementos do bando não a aceitam e que não a querem como parte integrante do bando. Mercy sempre foi algo céptica quanto ao que as rodeiam, com receio de se entregar, o que aliado a todos os acontecimentos pelos quais passou e alguma animosidade dentro do bando, levam a que este receio seja fundado. 

A comunidade vampírica é igualmente desenvolvida, só que contrariamente aos lobisomens, destituem Mercy de amiga e defendida da comunidade, o que lhe trará vários dissabores. O facto de serem mais desenvolvidos levou a que Stefan volta-se aparecer de modo mais pleno na trama, o que me agradou bastante. É um personagem especial, que nos fascina pelo seu carisma. 

Os fantasmas sofrem várias alterações no modo como Mercy os observava e consequentemente nós leitores, mostrando-se mais assustadores e perigosos do que pensávamos inicialmente. Compreendemos melhor o que são capazes de fazer, porque se mantém num determinado local e quais as rotinas que têm, mas também que podem ser bastante perigosos e até que ponto é que tal poderá ser contornado.

Também a nível afectivo e pessoal são constatadas alterações neste volume. Ficamos a saber mais sobre a família de Mercy, tendo a possibilidade de contactar com a sua mãe. A nível afectivo temos a possibilidade de constatar que a relação de Mercy e Adam torna-se mais concisa, onde ambos aprendem a dar e ceder, para a sustentabilidade da relação, onde Adam protege por inúmeras vezes Mercy, levando à integração desta no grupo de lobisomens.

Numa obra cheia de acção e adrenalina, a autora presenteia-nos, deste modo, com uma grande continuação para esta saga que se tornou uma das minhas preferidas, muito devido à personalidade de Mercy, uma mulher lutadora, cheia de garra e humor, que tem um receio enorme de se entregar e que a façam sofrer.


Frases a reter: "O medo é uma coisa boa. Ensina-te a não cometeres o mesmo erro duas vezes. É combatido através do conhecimento."

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A Mulher do Viajante no Tempo




Nome: “A Mulher do Viajante no Tempo”

Autora: Audrey Niffenegger

Nº de Páginas: 453

Editora: Editorial Presença

Sinopse: Audrey Niffenegger estreia-se na ficção com um primeiro romance absolutamente prodigioso. Revelando uma concepção inovadora do fenómeno da viagem temporal, cria um enredo intrigante e arrebatador, que alia com magistralidade a riqueza emocional a um apurado sentido do suspense. Este livro é, antes de mais, uma celebração do poder do amor sobre a tirania inflexível do tempo. Para Henry, essa inexorabilidade assume contornos estranhamente inusitados: ele é prisioneiro do tempo, mas não como o comum dos mortais. Cronos preparou-lhe uma armadilha caprichosa que o faz viajar a seu bel-prazer, para uma data e um local inesperados, onde aparece completamente desprovido de roupa ou de outros bens materiais. A Clare, sua mulher e seu grande amor, resta o papel de Penélope, de uma Penélope eternamente reiterada a cada nova partida de Henry para onde ela não pode segui-lo. Quando Clare e Henry se encontram pela primeira vez, ela é uma jovem estudante de artes plásticas de vinte anos e ele um intrépido bibliotecário de vinte e oito. Clare já o conhecia desde os seis anos… Henry acabava de a conhecer… Estranho?! Poderia parecer, não fosse a mestria de Audrey para tecer os fios do tempo com uma espantosa clareza. Intenso e fascinante, "A Mulher do Viajante no Tempo" é um livro inesquecível pela qualidade das reflexões que provoca, pela sensibilidade com que nos retrata a luta pela sobrevivência do amor no oceano alteroso do tempo. Na orla desse oceano, perscrutando o horizonte, ficará sempre Clare, à espera de um regresso anunciado…

Opinião: “A Mulher do Viajante no Tempo”, obra de estreia da escritora e artista plástica Audrey Niffenegger, apresenta-nos essencialmente uma história de amor intemporal, tendo como protagonistas um casal muito especial, com uma particularidade interessantíssima. Confesso que o livro já me tinha chamado à atenção pela capa e pela premissa, que se mostrava cativadora, contudo as opiniões diversas deixaram-me algo relutante.

Quando iniciei esta leitura, tenho de admitir que me fez alguma confusão as mudanças temporais e o conceito da obra. Henry é um homem de 28 anos quando conhece Clare de 20, contudo ela conhece-o desde criança e esperou durante 2 anos para poder voltar a estar com ele. Confuso? Poderia ser, contudo à medida que vamos avançando na história compreendemos o porquê de tal facto suceder. Como Henry viaja no tempo, somente quando tiver a idade em que visitava Clare é que se lembrará dos acontecimentos. 
Clare conhece Henry desde os seus 6 anos, quando este a visitou com 36 anos, no Prado perto de sua casa. A partir deste momento as visitas passam a ser frequentes, durante o resto da infância e adolescência de Clare, o que a leva a conhecer este homem, que se tornará o homem da sua vida.

Gostei bastante da ideia da obra, do facto de Henry poder viajar no tempo e de esta singularidade ser devida a uma doença, que embora o tenha auxiliado numa certa altura da sua vida, acaba por ser desconfortável e algo que Henry gostaria de deixar de parte, por suceder em ocasiões pouco propícias. 

Para a concretização desta obra, louvo o trabalho de pesquisa da autora, o modo como tentou explicar, de modo bastante bem conseguido, o porquê de Henry conseguir viajar no tempo. Achei bastante interessante e gratificante conseguir compreender a história através das duas vozes que dão corpo a esta narrativa, Clare e Henry, e tentar encaixar as peças do quebra-cabeças que se gera e que à medida que a narrativa avança, nos fazem sentir que no fim tudo fez sentido.

Numa obra descritiva, sem se tornar maçuda, Niffenegger apresenta-nos uma história de amor bastante bonita, que sentimos que poderia realmente existir. Foi um prazer poder acompanhar os nossos dois protagonistas ao longo da sua vida, conhecer os seus passados, presentes e futuros, os seus desentendimentos e momentos felizes.

Relativamente às personagens gostei de conhecer a história de vida de Henry, que teve de aprender a viver com a doença que possui, o que lhe deu e o que lhe tirou ao longo da sua existência. Contudo, o que me fez gostar dele, residiu no modo como se alterou ao longo do tempo. De um homem sem vontade de viver, que não tinha ninguém que pudesse partilhar os seus dias, até ao homem que conhece Clare e que se torna muito melhor com ela do seu lado. Clare que sempre amou Henry, desde adolescente, encontra-se igualmente bem retratada, de modo que sentimos toda a sua angústia quando Henry não se encontra presente e quando sofre algumas perdas ao longo da obra.

A escrita da autora é, sem dúvida, o ponto forte da obra. Com um tema destes e os saltos temporais constantes, só uma grande escritora conseguia engendrar esta história, de modo que nos parecesse exequível e que no fim sucedesse o que mencionei anteriormente, que todos os momentos que inicialmente nos faziam alguma confusão, tivessem a sua razão de ser e que fizessem sentido. O facto de em cada capítulo termos as idades das personagens auxiliou a que o leitor compreendesse, contudo o trabalho da escritora encontra-se louvável.

Esta obra foi realmente uma surpresa, pelo modo soberbo como a história foi contada, como a autora nos conseguiu prender à história e sentir que estas personagens poderiam realmente existir, até à bonita história de amor patente na mesma.

Avaliação: 4.5/5 (Gostei Bastante!)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A Fúria dos Reis



Nome: “A Fúria dos Reis”

Autor: George R. R. Martin

Nº de Páginas: 462

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “Quando um cometa vermelho surge nos céus de Westeros encontra os Sete Reinos em plena guerra civil. Os combates estendem-se pelas terras fluviais e os grandes exércitos dos Stark e dos Lannister preparam-se para o derradeiro embate.
No seu domínio insular, Stannis, irmão do falecido Rei Robert, luta por construir um exército que suporte a sua reivindicação ao trono e alia-se a uma misteriosa religião vinda do oriente. Mas não é o único, pois o seu irmão mais novo também se proclama rei, suportado por uma hoste que reúne quase todas as forças do sul. Para pior as coisas, nas Ilhas de Ferro, os Greyjoy planeiam a vingança contra aqueles que os humilharam dez anos atrás.
O Trono de Ferro é ocupado pelo caprichoso filho de Robert, Joffrey, mas quem de facto governa é a sua cruel e maquiavélica mãe. Com a afluência de refugiados e um fornecimento insuficiente de mantimentos, a cidade transformou-se num lugar perigoso, e a Corte aguarda com medo o momento em que os dois irmãos do falecido rei avancem contra ela. Mas quando finalmente o fazem, não é contra a cidade que investem...
O que os Sete Reinos não sabem é que nada disto se compara ao derradeiro perigo que se avizinha: no distante Leste, os dragões crescem em poder, e não faltará muito para que cheguem com fogo e morte!”

Opinião: “A Fúria dos Reis”, a primeira metade do segundo volume no original “A Clash of Kings “, é como o próprio nome indica a batalha entre diferentes casas. Renly, Stannis, Robb e Danny rumam até ao Trono de Ferro, todos revindicando o trono que acreditam ser deles por direito.

Como o autor nos habituou nas anteriores obras, os capítulos são-nos apresentados segundo diferentes narradores. Jon Snow continua a sua demanda na descoberta dos Outros, sendo confrontado, juntamente com os seus companheiros, com algumas descobertas surpreendentes. Arya Stark viaja juntamente com os seus novos camaradas, tentando ao máximo subsistir e não chamar a atenção sobre si mesma. Contudo, nem tudo corre como esperado e acaba confrontada com uma realidade que a mudará. Tyrion Lannister, enviado pelo pai, torna-se Mão do Rei e irá ser o mediador de Joffrey Lannister, que como bem sabemos não é um jovem fácil e a mãe, Cersei, não o refreia de modo a que possa mudar tal facto. Stannis e Renly Baratheon rumam ambos de encontro à coroa e irão confrontar-se durante essa demanda. Catelyn Stark tenta mediar esta situação, contudo sem muito sucesso. Danny após a perda do seu companheiro ruma ao desconhecido, tendo como objectivo ir ao encontro dos 7 reinos e revindicar o seu trono. Theon Greyjoy é enviado por Robb Stark para junto do pai, todavia não é recebido como esperaria e o que poderia ser uma aliança positiva para os Stark, acaba por se demonstrar numa enorme sede de vingança por parte dos Greyjoy.

Visitar o mundo criado por George Martin é sempre um prazer. Quem já teve a possibilidade de experimentar o seu mundo e a sua escrita fantástica, sabem certamente ao que me refiro. É um dos meus escritores preferidos, embora ainda só tenha lido três obras suas, Sonho Febril e os dois anteriores volumes das Crónicas do Gelo e do Fogo, e neste volume não decepcionou de forma alguma.

Nesta obra sente-se, em toda a sua extensão, que o autor nos prepara para algo maior. Que algo realmente importante, que poderá mudar para sempre o desenvolvimento da trama, se avizinha. A narrativa neste volume é mais lenta, não são muitas as revelações, tendo o pico no final deste volume, que nos leva a crer que o segundo irá ter algum momento decisivo ou que poderá ter alguma mudança significativa.

As personagens continuam deveras bem caracterizadas. Arya e Tyrion continuam a ser as personagens que mais me dizem. Arya é possivelmente das personagens que mais mudanças sofreu desde o início das Crónicas, de uma menina nascida numa casa abastada, até se tornar quase irreconhecível. Continua a fascinar-me que uma menina tenha uma força e perseverança tão grandes. É, sem dúvida, uma lutadora, com uma enorme garra, o que a auxilia no futuro. Tyrion neste volume foi, na minha opinião, o jogador mais inteligente. Todas as suas jogadas foram efectuadas depois de serem contrabalançados os seus efeitos. Adorei todo o seu percurso neste volume, desde o modo como lidou com Joffrey, ao refreá-lo e contê-lo nos seus actos e decisões, porque ele não passa de um menino mimado, que precisa realmente que tal seja feito, até ao modo inteligente e estratégico como gere o reino e as ligações com possíveis aliados.

Das restantes personagens todas tiveram um papel importante na trama e a sua relevância. Theon nunca foi uma personagem que gostasse muito, pela sua frieza e por ser mulherengo. Na sua ida para casa, a minha opinião a seu respeito não sofreu alterações, porque embora ele não tenha sido recebido muito bem, o que poderia ter causado alguma solidariedade da nossa parte, os seus comportamentos deixam-nos sempre reticentes. Catelyn mostra ser uma das pessoas mais importantes dos Stark, em parte porque é através dela que Robb tenta contactar os irmãos Baratheon, Renly e Stannis, com o intuito que se aliem aos Stark, para ser mais simples derrotar os Lannister. Stannis, que é o Rei por direito, tendo em conta todas as revelações que vamos acompanhando ao longo dos volumes, era uma personagem que tenho de confessar, que não me recordava, por ter lido os dois anteriores livros há bastante tempo atrás. Contudo, deixou-me algo estupefacta nesta obra porque não esperava que os acontecimentos entre ele e o seu irmão terminassem da forma que ocorreram.

A escrita do autor é algo de fantástico, desde as suas descrições soberbas, que nos apresentam o ambiente que envolve as personagens, como também na caracterização das mesmas. É um escritor que nos consegue surpreender constantemente, o que só por si o torna especial, mas aliado a este dom da palavra, o torna inesquecível.

Em suma, “A Fúria dos Reis” foi uma obra que me deu um prazer enorme ler e que nos prepara para algo de fantástico, algo que poderá mudar para sempre a nossa opinião sobre algumas personagens e o modo como vemos a trama.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O Deus das Moscas




Nome: “O Deus das Moscas”

Autor: William Golding

Nº de Páginas: 258

Editora: Dom Quixote

Sinopse: Publicado originalmente em 1954, O Deus das Moscas de William Golding é um dos mais perturbadores e aclamados romances da actualidade.
Um avião despenha-se numa ilha deserta, e os únicos sobreviventes são um grupo de rapazes. Inicialmente, desfrutando da liberdade total e festejando a ausência de adultos, unem forças, cooperando na procura de alimentos, na construção de abrigos e na manutenção de sinais de fogo. A supervisioná-los está Ralph, um jovem ponderado, e o seu amigo gorducho e esperto, Piggy. Apesar de Ralph tentar impor a ordem e delegar responsabilidades, muitos dos rapazes preferem celebrar a ausência de adultos nadando, brincando ou caçando a grande população de porcos selvagens que habita a ilha. O mais feroz adversário de Ralph é Jack, o líder dos caçadores, que consegue arrastar consigo a maioria dos rapazes. No entanto, à medida que o tempo passa, o frágil sentido de ordem desmorona-se. Os seus medos alcançam um significado sinistro e primitivo, até Ralph descobrir que ele e Piggy se tornaram nos alvos de caça dos restantes rapazes, embriagados pela sensação aparente de poder.”

Opinião: William Golding, Prémio Nobel da Literatura em 1983, escreveu a sua primeira obra em 1954, “O Deus das Moscas”, que se tornou desde o primeiro momento um sucesso e que ainda nos dias de correm é uma das suas obras mais aclamadas.

Tendo em consideração todas as opiniões que tinha acompanhado sobre esta obra, que inclusive me levaram a adquirir a mesma, foi com grande expectativa e curiosidade que iniciei esta leitura.

Com a Inglaterra a enfrentar uma guerra nuclear são enviadas várias pessoas de avião para outro local, de modo a conseguir escapar ao flagelo, contudo o pior acontece e o avião onde viajam despenha-se e os únicos sobreviventes são várias crianças, tendo as mais velhas 12 anos. Inicialmente tudo corre como esperado. Um grupo de crianças, sem a protecção parental, que usufruem da sua liberdade, elegendo um chefe que, com a ajuda de um rapaz diferente, mas muito inteligente, tenta chamar à razão o grupo e tomar decisões para a sustentabilidade do mesmo. Contudo um dos elementos do grupo deseja igualmente ter esse cargo de poder, o que leva a desentendimentos e mais tarde a que se formem dois grupos distintos.

Confesso que inicialmente me custou um pouco embrenhar na história, por ser retratada por pré-adolescentes e alguns mesmo crianças, que se expressavam e agiam como crianças que eram. Contudo, à medida que fui avançado na história fiquei rendida por todas as mensagens patentes na obra.

É uma obra em certa medida arrepiante e até assustadora, por utilizar como personagens crianças. A imagem que temos das crianças e aquilo que desejamos sempre que elas tenham é alegria, conforto e essencialmente segurança. Nesta ilha estes meninos vêem-se confrontados com uma realidade extrema, de medo e desespero, que os leva a tomarem decisões que poderão para sempre redefinir o que são e atormenta-los para sempre.

Demonstra essencialmente o que é viver em sociedade, o que se tem de dar e ceder para que a relação seja positiva e sustentável. É visível também que quando nos encontramos num ambiente diferente, a linha entre a inocência e as trevas é muito ténue. Neste caso específico, estas crianças, que ainda não tinham a sua personalidade definida, vêem-se num local desconhecido e hostil, que as atemoriza e sem terem uma figura parental que os guie, o que as leva a terem de sobreviver por si mesmas.

Esta obra fez-me reflectir até que ponto um acto por muito horrível que seja aos olhos da sociedade, não é justificável quando a pessoa que o comete se encontra inserida num ambiente desconhecido, onde o medo e o desespero são uma realidade.

Uma grande obra literária, que todos deveriam ler em alguma altura da sua vida. Fez-me reflectir bastante sobre os mais variados temas, misturando duas áreas que me são especiais, a psicologia e a sociologia. Sem dúvida, que aconselho e recomendo a sua leitura.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

terça-feira, 17 de julho de 2012

As Serviçais



Nome: “As Serviçais”

Autora: Kathryn Stockett

Nº de Páginas: 464

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: Skeeter tem vinte e dois anos e acabou de regressar da universidade a Jackson, Mississippi. Mas estamos em 1962, e a sua mãe só irá descansar quando a filha tiver uma aliança no dedo.
Aibileen é uma criada negra, uma mulher sábia que viu crescer dezassete crianças. Quando o seu próprio filho morre num acidente, algo se quebra dentro dela. Minny, a melhor amiga de Aibileen, é provavelmente a mulher com a língua mais afiada do Mississippi. Cozinha divinamente, mas tem sérias dificuldades em manter o emprego… até ao momento em que encontra uma senhora nova na cidade.
Estas três personagens extraordinárias irão cruzar-se e iniciar um projecto que mudará a sua cidade e as vidas de todas as mulheres, criadas e senhoras, que habitam Jackson. São as suas vozes que nos contam esta história inesquecível cheia de humor, esperança e tristeza.
Uma história que conquistou a América e está a conquistar o mundo.”

Opinião: “As Serviçais” é a obra de estreia da escritora Kathryn Stockett, que se desenrola em 1962, no Mississípi, no Sul dos EUA, tendo como temas centrais o racismo e a xenofobia que se faziam sentir naquela década. A autora elegeu esta altura e este tema em particular para a sua obra de estreia, devido a ter presenciado esta altura, quando ainda era criança, e por ter tido uma criada, que tomou conta dela e a quem se sentia deveras apegada.


As opiniões que tinha acompanhado desde que esta obra foi lançada em Portugal, através da editora Saída de Emergência, eram bastante positivas, portanto era grande a expectativa e a vontade de embrenhar nesta história.

Esta narrativa tem como personagens principais Minny, Skeeter e Aibileen. Aibileen é criada e ama da família Leefolt, sendo a senhora Leefolt amiga de Skeeter. Após a morte do seu único filho, Aibileen sente que a sua paciência se começa a esgotar e que terá de haver um ponto de viragem na sua vida, que precisa de lutar pelo que acredita e lutar contra os que os oprimem. É ama da pequena Mae Mobley, a quem tenta incutir os melhores valores possíveis, que não deve julgar ninguém pela sua cor de pele e que ela é boa menina, independentemente do que lhe digam ou de como a façam sentir. Sendo palpável o carinho que Aibileen sente por esta criança.

Minny é a melhor amiga de Aibileen e uma óptima cozinheira, a melhor da cidade de Jackson, contudo tem um grande defeito, desde pequenina, diz tudo o que lhe vem à cabeça, o que lhe faz perder inúmeros empregos. Quando se encontra desempregada é Aibileen que lhe arranja um emprego, na casa de uma senhora que é nova na cidade. Esta nova patroa parece esconder algum segredo e Minny considera-a bastante estranha, mas tenta ao máximo refrear-se e conter-se com receio de perder também este emprego.

Eugenia Phelan, Skeeter, como é conhecida por todos, devido ao seu aspecto invulgar, magra, alta, não sendo considerada muito bonita, é uma jovem que acaba de regressar a casa depois de ter terminado o seu curso. Uma jovem repleta de sonhos, que deseja a todo o custo marcar a diferença pela positiva e ter um papel realmente importante na sociedade. Skeeter foi criada por uma senhora negra que desapareceu misteriosamente. Com a dúvida do local para onde foi a sua ama e amiga, questiona a mãe sobre o seu paradeiro e mais tarde utilizando outras fontes, mas a verdade demora a ser descoberta.

Com esta necessidade de marcar pela diferença Skeeter decide fazer algo que poderá mudar as mentalidades da altura, mas que também poderá ser deveras perigoso. Esta contacta Aibileen que após alguma relutância acaba por concordar e convencer outras criadas a participar. Este conjunto de mulheres tem o objectivo de, ao juntar-se, fazer frente ao ideal que prevalecia na altura, que as pessoas de cor eram inferiores, que não podiam participar e fazer parte dos mesmos locais que eram frequentados por pessoas de tez branca, tendo as pessoas de cor empregos e condições precárias.

Nesta obra podemos encontrar uma vertente mais histórica, mencionando toda a descriminação prevalecente na altura, o racismo e xenofobia, mas também uma vertente mais humana, mais sensível. Esta obra é sobre pessoas, sobre as suas inseguranças, receios, ambições, sonhos, tristezas e alegrias. É uma história que nos consegue tocar por isto mesmo, porque não é só a transmissão histórica da altura, possuindo também toda uma vertente humana, onde a amizade, o amor acontecem independentemente da cor, da classe social.

Numa escrita emocionante, despojada de floreados, Kathryn apresenta-nos de uma modo bastante genuíno, uma história repleta de momentos ternurentos e capazes de nos fazer emocionar. Uma história que nos mostra que é possível mudar e que os mais pequenos gestos fazem a diferença. Demonstra-nos que por muita maldade que haja no mundo, podemos marcar e fazer a diferença, basta que sejamos fortes o suficiente para tomar tal passo. Mencionando ainda que não é a cor que define as pessoas, que todos somos diferentes, mas no fundo iguais.

Relativamente ao final da obra, gostaria de ter sabido como terminaria a história para as empregadas, quais as consequências que teve tudo o que fizeram. Um final em aberto não é necessariamente mau, pois permite-nos idealizar o final que mais nos aprouver, contudo fica a curiosidade de saber qual teria sido o futuro que a autora daria às suas personagens.

Em suma, “As serviçais” foi uma obra que me deu bastante prazer ler e que me deixa a curiosidade de um dia voltar a desfolhar algo escrito pelas mãos desta escritora.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Liebster Blog (2)


Regras do Selo:
*Quem o recebe deve postar 11 factos sobre si
*De seguida deve responder às 11 questões que quem deu o selo colocou e escrever 11 novas perguntas para as pessoas a quem oferecer o selo responderem
*Escolher 11 bloggers (com menos de 200 seguidores) e linká-los
*Não se pode taggar quem nos taggou


Embora já tivesse realizado um post sobre este selo foi-me atribuído recentemente, juntamente com algumas questões, portanto não poderia deixar de agradecer ao Leitura Não Ocupa Espaço por se ter lembrado de mim e dar resposta às suas questões. :)

11 Factos sobre mim:
1 - Ler e correr são o meu refúgio.
2 - Os meus géneros literários preferidos são a fantasia e o drama.
3 - Os meus escritores preferidos são Jodi Picoult, George R. R. Martin, Robin Hobb, Carlos Ruiz Zafón.
4 - Sou tímida e reservada.
5 - Sou paciente e amiga.
6- Adoro conduzir e a liberdade que me fornece.
7 - Não seria capaz de viver sem música, sendo o Rock o meu género musical preferido.
8 - Sou bastante céptica.
9 - Adorava saber tocar piano, violino e guitarra.
10 - A minha viagem de sonho seria a Itália.
11 - Um dos meus maiores receios é sofrer.

Perguntas:

1.Cão ou Gato?
Embora goste de gatos, adoro cães. :)

2.Dia ou Noite?
Noite, possivelmente. Adoro estrelas. :P

3.Ler na Praia ou nos Transportes Públicos?
Confesso que não gosto muito de ler na praia, por causa da areia e tudo mais, portanto transportes públicos.

4.Fantasia ou Romance?
Fantasia, sem dúvida. É um dos meus géneros preferidos. :)

5.Emily ou Charlotte Bronte?
Charlotte Brönte.

6.Cinema ou DVD?
Quando posso cinema, mas é mais comum ver os filmes já em DVD.

7.Livro ou E-Book?
Livro, sem dúvida. Não gosto muito de ler no PC porque me distraiu muito facilmente desse modo e por gostar de desfolhar a obra, do cheiro da mesma...

8.Alfarrabista ou Livrarias?
Os preços dos alfarrabistas são tentadores, mas é mais comum comprar em livrarias.

9.Empilhas os livros, ou coloca-los em estantes?
Nas estantes. Se bem que neste preciso momento estou urgentemente a precisar de uma estante, o que leva a que os livros estejam mais empilhados do que outra coisa. :P

10.Francesinha ou Pizza?
Acho que só comi Francesinha uma vez, portanto pizza.

11.Sumo Natural ou Gaseificado?
Sumo Natural.

Obrigada mais uma vez pelo selinho. :)

As Palavras que Nunca te Direi




Nome: “As Palavras que Nunca te Direi”

Autor: Nicholas Sparks

Nº de Páginas: 304

Editora: Editorial Presença

Sinopse: Poderá vê-lo também no cinema com as interpretações de Kevin Costner, Paul Newman e Robin Wright Penn. Do mesmo autor de O Diário da Nossa Paixão, um livro que é já um êxito comercial nos EUA e em muitos outros países. Uma poética mensagem de amor na origem de um encontro arrebatador entre um homem e uma mulher cujos afectos já há muito se encontravam adormecidos…

Opinião: “As Palavras que Nunca te Direi” é a segunda obra que leio do autor, depois de ter lido “Um Momento Inesquecível” há quase dois anos, e novamente gostei bastante da história e da escrita do autor.

A obra conta a história de Theresa, uma bonita mulher de 30 anos, que ao ter sido traída pelo marido se encontra reticente quanto a seguir a sua vida e entregar-se a alguém. Quando se encontra a passar férias descobre uma garrafa na praia, contendo no seu interior uma bonita carta de amor, que a sensibiliza profundamente e lhe incute curiosidade por saber mais sobre o seu autor e respectiva história. Ao mostrá-la à sua chefe e amiga, esta convence-a a publicá-la na sua crónica, de modo a sensibilizar outros leitores. Esta publicação torna-se um enorme sucesso, levando a que Theresa receba inúmeras cartas, contendo algumas pistas de outras cartas escritas por Garret Blake. Depois de ler todas as suas cartas decide procurá-lo e conhece-lo. O que inicialmente era somente uma visita a um homem sensível e interessante, acaba por se tornar numa paixão avassaladora, que mostrará a ambos que nunca é tarde para amar.

Gostei bastante da história de amor, da mensagem que mesmo perdendo alguém que amamos muito, podemos aprender a amar de novo e que nunca é tarde para tentar porque mesmo que nos façam sofrer uma vez, isso não significa necessariamente que todos o farão.

Achei ambas as personagens interessantes, sendo que a que mais me disse foi, sem dúvida, Garret, um homem trabalhador, com uma paixão enorme pelo mar, amável e sensivel. É impossível não ficarmos sensibilizados pela sua história de amor e pela sua dor ao perder a sua mulher, que conheceu toda a vida. Theresa teve um passado complicado, com um  marido que a traia, que não a fazia feliz e depois como mãe solteira, o que nos leva a torcer para que ambos se conheçam e amem, de modo a esquecerem o passado juntos e a aprenderem a amar de novo.

Numa escrita fluída, carregada de emoções, o autor apresenta-nos a dor de perder alguém que amamos, o amor, mas essencialmente a efermidade da vida e que nem sempre a vida é feita de finais felizes.

Frases a reter: “Nada que valha a pena é fácil”

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Beijo do Ferro


Nome: “Beijo Do Ferro”

Autora: Patrícia Briggs

Nº de Páginas: 261

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “Mercy Thompson é mecânica de automóveis e uma rapariga tão bela quanto independente. O seu segredo? Consegue mudar de forma. A sua perdição? Não consegue mudar de lealdade. Como tal, quando o seu antigo mentor é preso por assassínio e deixado a apodrecer atrás das grades pela sua própria espécie, Mercy está disposta a arriscar a vida numa missão solitária para limpar o nome dele. Mas a sua lealdade também vai ser testada de outros lados: os lobisomens não são conhecidos pela sua paciência e, se Mercy não se decide entre os dois de quem gosta, Sam e Adam podem fazer a escolha por ela... Com enredos tortuosos, personagens inesquecíveis e uma escrita dinâmica, Patricia Briggs eleva a fantasia urbana a novos patamares de qualidade.
Criada por lobisomens, Mercy Thompson prepara-se para a aventura da sua vida”

Opinião: “Beijo do Ferro” é o terceiro volume da saga Mercy Thompson, sendo o desenvolvimento mais pleno e deveras interessante dos seres feéricos.

Mercedes é uma mecânica de Tri-Cidades que tem a possibilidade de se transformar num coiote, o que lhe traz regalias, mas também bastantes sarilhos ou não fosse Mercy propensa a arranjá-los. Neste terceiro volume Mercedes é contactada pelos seres feéricos para auxiliar a resolver estranhos assassinatos que têm ocorrido dentro da comunidade, o que lhe trará alguns dissabores.

Esta saga desde o primeiro volume que me fascinou, com uma personagem principal interessante e muito forte, que aprendeu a viver por si mesma e que não deixa que ninguém lhe incuta regras ou imposições, sendo tremendamente fácil ficarmos rendidos à sua personalidade e de torcermos para que tudo lhe corra de feição. Este volume não foi excepção, temos a possibilidade de a conhecer melhor, tanto o seu lado mais forte, como o mais sentimental.

Numa obra repleta de acção, que nos faz viver cada momento intensamente, sempre desejosos de saber um pouco mais, Patrícia Briggs prepara-nos com este volume para um ponto de viragem na trama. Muitos foram os acontecimentos nesta obra, as decisões que foram tomadas e as consequências para actos mal engendrados, o que leva o leitor a crer que algo irá mudar na vida e na personalidade de Mercy, que poderá modificar toda a trama da saga.

Através de uma escrita fluída, a autora permite-nos, deste modo, conhecer de modo mais pleno a comunidade sobrenatural de Tri-Cidades, neste caso específico os seres feéricos, contendo a dose certa de suspense, acção, alguma carga psicológica e romance que nos prendem à trama.

O único aspecto negativo que tenho a apontar é referente à revisão da obra, pois eram diversas as gralhas ao longo da mesma, o que torna invariavelmente a leitura mais lenta.

Depois de terminada esta obra posso afirmar sem reservas que é a melhor saga que tenho tido o prazer de ler dentro da Fantasia Urbana. Espero ansiosamente por ler a continuação desta incrível saga, de uma das minhas personagens femininas preferidas.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

À Procura do Amor


Nome: “À Procura do Amor”

Autora: Jodi Picoult

Nº de Páginas: 376

Editora: Livraria Civilização Editora

Sinopse: "Durante anos, Jane Jones viveu na sombra do marido, Oliver Jones, um conhecido oceanógrafo de San Diego. Mas na sequência de uma acesa discussão, Jane parte com a filha adolescente, Rebecca, numa odisseia pelo país, orientada pelas cartas do irmão Joley, que as guia até ao seu pomar de macieiras em Massachusetts, onde a esperam algumas revelações surpreendentes sobre si própria. Oliver, especializado em seguir baleias-de-bossa pelos vastos oceanos, irá agora seguir a mulher através de um continente e descobrir uma nova forma de ver o mundo, a família e a si próprio: através dos olhos de Jane."

Opinião: “À Procura do Amor”, obra de estreia da autora Jodi Picoult, lançado inicialmente em 1992, retracta a cinco vozes os acontecimentos de pessoas muito diferentes entre si, contudo tendo em comum laços de amor, amizade e acontecimentos que os modificará para sempre.

A partida de Jane Jones e da sua filha Rebecca, depois de uma discussão acesa por parte da primeira com o seu marido, leva-as aos pomares de macieiras de Massachusetts, onde ambas irão descobrir o verdadeiro significado do amor, o que é necessário para o alcançar, o que pode dar e tirar.

Como grande fã que sou desta escritora, parto sempre as leituras das suas obras cheia de expectativa e de vontade de embrenhar nas suas narrativas. Adoro o aspecto de nos demonstrar as histórias com diversas perspectivas, o que além de enriquecer a história e a percepção que temos sobre determinados acontecimentos, permite-nos compreender o modo como cada uma das personagens dá importância ou percepciona determinado acontecimento, o que é bastante interessante.

Embora não acredite em almas gémeas, nem tão pouco em amor à primeira vista, pois acredito que para podermos amar alguém, é necessário que nos conheçamos atempadamente e que se partilhe uma história de vida, esta história não me deixou de forma alguma indiferente. Fez-me reflectir que quando amamos alguém verdadeiramente, de modo puro e genuíno, nos sentimos completos com essa pessoa, mas que nem sempre chegamos a encontrar a pessoa certa, se é que ela realmente existe. Com esta leitura compreendemos também que por vezes não chega amar alguém, pois a vida é uma colectânea de sentimentos e acontecimentos, que podem impedir uma paixão de vingar. Mostra-nos também que não nos devemos resignar e que devemos procurar sempre o amor, mesmo que nos faça sofrer, e fará certamente, pois o amor poderá estar nos lugares e nas pessoas mais improváveis.

As personagens encontram-se bastante bem retratadas, tal como é característico da autora. Jane Jones acabou por ser a personagem que mais me marcou, pela sua história de vida, por tudo o que atravessou na sua infância, pela sua força, perseverança e altruísmo. A sua filha, Rebecca, faz-nos recordar o que era ser adolescente, as paixões que tivemos e que jurámos ser para sempre, aos desgostos amorosos. Dos três personagens masculinos, Sam, Joley e Oliver, confesso que gostei mais do Sam. Embora tenha sido uma personagem que no início nos afasta um pouco porque tinha alguma animosidade com Jane, sentimos e sabemos que no fundo é uma pessoa fantástica, levando-nos a gostar dele por tudo o que faz por Jane. Joley, irmão de Jane, sempre foi o porto de abrigo de Jane, tal como ele sempre soube que poderia contar sempre com a irmã, mesmo que errasse ou não conseguisse alcançar o que se propunha a conquistar, ela estaria sempre lá. Oliver, confesso que não me foi simples gostar dele, por tudo o que se passou durante a discussão com Jane, por ser demasiado ligado ao trabalho e muito pouco à família, contudo à medida que a narrativa avançou, acabei por mudar um pouco de ideias e desejar que ele mudasse realmente.

A escrita emotiva que tão bem caracteriza a autora, recheada com a carga psicológica certa e de tal forma bem retratada, que à medida que as personagens se questionam de qual o caminho a seguir, também nos perguntamos qual será a melhor solução. Que nos faz pensar sobre os mais variados temas e que nos transmite toda a empatia e compreensão pelas personagens. Uma obra bastante agradável, contendo vários temas que nos fazem reflectir e que invariavelmente nos transmitem algumas lições.

Frases a reter: "Deixa-me dizer-te uma coisa sobre o amor. É sempre diferente.Não passa de uma reacção química, uma seta por cima de uma equação, mas os elementos mudam. O amor mais frágil é aquele entre um homem e uma mulher. Novamente a química: quando introduzimos um novo elemento, nunca sabemos qual será a força da ligação original. Pode acabar por se formar uma nova união, deixando algo para trás. Acredito que podemos apaixonar-nos muitas vezes por muitas pessoas diferentes. Mas não acho que seja possível apaixonarmo-nos duas vezes da mesma maneira. Uma relação pode ser estável. Outra pode ser um inferno. Quem poderá dizer que uma é melhor que a outra? O factor decisivo é a forma como tudo se encaixa. Isto é o amor e a vida."

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)