sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Um livro, uma adaptação - Game of Thrones (1ª Temporada)


Título original: "Game of Thrones"

País de origem: EUA / Reino Unido

Género: Fantasia, Drama

Ano de Lançamento: 2011

A saga A Song of Ice and Fire, série de livros de fantasia épica, foi idealizada pelo escritor americano George R. R. Martin, sendo das suas obras mais conhecidas.

George R. R. Martin, escritor e roteirista, nasceu em New Jersey a 20 de Setembro de 1948. Iniciou-se no mundo da escrita através de contos de Ficção Científica,  que começou a escrever em 1970. Um destes contos conferiu-lhe inclusive dois prémios o Hugo Award e o Nebula Award.

Começou a escrever As Crónicas do Gelo e do Fogo em 1991 e em 1996 é lançado o primeiro volume “Game of Thrones”, que em Portugal foi dividido em 2 volumes, “A Guerra dos Tronos” e “A Muralha do Gelo”. A HBO adquire em 2007 os direitos desta saga para uma adaptação televisiva, que estreou dia 17 de Abril de 2011, levada a cabo por David Benioff e D. B. Weiss.

A história passa-se em Westeros e na luta entre várias casas. Eddard Stark (Sean Bean) vive no Norte, mais concretamente em Winterfell, até ao momento em que é convidado por um amigo de longa data, Robert Baratheon (Mark Addy), que entretanto se tornou Rei dos Sete Reinos, para ser a Mão do Rei. Este posto acarreta diversos deveres, contudo tudo se complica quando descobre um segredo muito bem guardado pela esposa de Robert, Cersei Lannister (Lena Headey). Também nesta série somos apresentados à exilada Daenerys Targaryen (Emilia Clarke), pois Robert ambiciona a sua morte e o extermínio de todos os Targaryen, que ameaçam o seu posto.

Depois de ter acompanhado a adaptação levado a cabo pela HBO de True Blood, em que infelizmente as parecenças são muito poucas, não posso negar que ia com alguma desconfiança para esta série, embora as opiniões fossem muito boas. O facto de se tratar de uma saga fantástica, uma das minhas preferidas, também me levou a crer que se poderia perder parte da magia desta saga, até porque me pareciam poucos episódios para poder contar tudo e ainda conferir consistência às personagens. Porém, considero que foi das adaptações mais fidedignas que já tive o prazer de ver.


Tenho de admitir que no início algumas personagens me causaram estranheza. Primariamente as idades das personagens, por terem sido escolhidos actores mais velhos do que as personagens das obras, o que é completamente compreensível pelos acontecimentos da obra. Se tivessem sido escolhidos actores da idade dos personagens, não sei até que ponto a série não seria encarada de outro modo. Algumas das personagens também não se mostraram como tinha idealizado, mais concretamente Cersei Lannister, Jon Snow (Kit Harington), Robb Stark (Richard Madden) e Catelyn Stark (Michelle Fairley), contudo confesso que não tardou muito para ficar rendida. Na sua maioria os actores encarnaram deveras bem as personagens, transmitindo-nos todos os sentimentos inerentes às mesma, o que mostra um grande trabalho realizado, muita pesquisa sobre a personagem que iriam encarnar, e uma grande qualidade de representação.

Os personagens que mais me surpreenderam foram Tyrion Lannister. Peter Dinklage encarnou na perfeição o papel, o homem renegado pela família, tremendamente inteligente, que se refugia na sua língua afiada para transmitir o que sente. Joffrey Lannister, Jack Gkesson transmitiu de modo soberbo o rapaz mimado, irritante, mau na verdadeira acepção da palavra. Jon Snow também me surpreendeu bastante pela positiva, penso que encarou igualmente bem a sua personagem. Maisie Williams também representou bastante bem a menina Arya Stark, que é uma lutadora, repleta de força e perseverança. Transmitiu-me todos os sentimentos que a personagem, que tanto gosto, me fez sentir desde o primeiro momento.




Relativamente à produção, penso que no que se refere aos cenários estavam bem representados, indo de encontro ao que idealizara, tal como o guarda-roupa e armas. Quanto a lutas e grupos eram em pouco número comparativamente ao que imaginara, contudo é compreensível pelo montante que seria necessário para possuir mais figurantes.

O aspecto negativo que tenho a apontar seria se calhar o exagero das cenas de sexo. Não é que me causem grande transtorno, contudo torna-se demasiado haver em cada episódio uma cena, quando no livro tal não sucede.



Em suma, foi uma surpresa muito agradável esta adaptação, das melhores adaptações cinematográficas que já vi e a qual aconselho sem qualquer reserva. Já comecei a ver a segunda temporada, que espero que seja igualmente boa.


Aquisições de Agosto

Neste mês adquiri mais livros do que aqueles que tinha contado, o que prejudica um dos meus objectivos para este ano, comprar menos livros, de modo a diminuir a minha lista de livros por ler que ultrapassa os 100 livros. :s Contudo, em minha defesa, posso afirmar que as obras que adquiri, embora em grande número, foram de campanhas e cinco delas por uma "pechincha".



Neste mês a editora Saída de Emergência realizou uma campanha com as obras do escritor George R. R. Martin, em que na compra de dois tínhamos a possibilidade de eleger como oferta um dos da saga A Song of Ice and Fire

Adquiri assim, "Nunca te Perdi" de Linda Howard, que se encontrava com 40% de desconto, uma obra da qual gostei muito e que vale muito a pena desfolhar, juntamente com "Sangue Mortífero" de Charlaine Harris, um dos livros que mais gostei desta saga. Como oferta elegi "A Glória dos Traidores" de George R. R. Martin.



Outra campanha que adquiri foi da Fnac, que continha vários livros da editora 1001 Mundos por 3.50 euros. Aproveitei para adquirir "A Possessão" e "Cinzas" de Jennifer Armintrout, "Infecção" de Scott Sigler, "O Exorcista" de William Peter Blatty e "Hex Hall" de Rachel Hawkins. Este último foi o último livro que li e gostei do início da saga.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Harry Potter e a Pedra Filosofal




Nome: “Harry Potter e a Pedra Filosofal”

Autora: J. K. Rowling

Nº de Páginas: 255

Editora: Editorial Presença

Sinopse: “Harry Potter é antes de mais o fenómeno editorial de 1999. É-o porque demove crianças de jogos de computador e de infindáveis horas frente ao televisor. É-o porque está traduzido em cerca de 30 idiomas. É-o porque tem angariado os mais importantes prémios de literatura infanto-juvenil. É-o, por fim e entre outras inúmeras razões, porque ocupa há meses consecutivos os primeiros lugares das mais importantes listas de vendas mundiais. Mas Harry Potter, o personagem dos livros de J. K. Rowling, não é um herói habitual. É apenas um miúdo magricela, míope e desajeitado com uma estranha cicatriz na testa.
Estranha, de facto, porque afinal encerra misteriosos poderes que o distinguem do cinzento mundo dos muggles (os complicados humanos) e que irá fazer dele uma criança especialmente dotada para o universo da magia. Admitido na escola Howgarts onde se formam os mais famosos feiticeiros do mundo, Harry Potter irá viver todas as aventuras que a sua imaginação lhe irá propocionar. Um grande sucesso editorial que os mais jovens adoram e que apetece também aos adultos.”

Opinião: Saga Harry Potter, constituída por sete volumes, é uma das sagas mais populares de sempre. Foi enorme o impacto que teve mundialmente, tanto em termos de processos, as controvérsias que invariavelmente surgiram, mas também em termos culturais. Segundo uma pesquisa realizada aos jovens e respectiva família, em 2006, houve um grande crescimento de crianças e jovens leitores, que antes do surgimento desta saga não liam por prazer, e que graças a ela se iniciaram no mundo literário. Tendo sido também constatado que as crianças que acompanharam estas histórias, tiveram na sua maioria um maior sucesso académico. Coincidências ou não, todas estas curiosidades tornaram as obras ainda mais inesquecíveis.

J. K. Rowling lança, deste modo, em 1997 a primeira obra da saga Harry Potter, “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Cinco meses após o lançamento da obra, a mesma vence o prémio Nestlé Smarties Book Prize e no ano seguinte o prémio Bristish Book Award, na categoria de Livro Infantil do Ano, e o Children’s Book Award.

Todos conhecem o sucesso de vendas que é a história do menino Harry Potter. Uns porque cresceram a ler as obras desta incrível escritora, que acompanharam o crescimento deste jovem e se amadureceram como pessoas à medida que o mesmo sucedia com este. Outros, no grupo no qual me insiro, acompanharam as adaptações cinematográficas e de igual modo cresceram a conhecer a história do menino Harry, que é enviado para Hogwarts, a mais prestigiada escola de feitiçaria do mundo.

Harry é um menino de 11 anos órfão, que vive na casa dos tios, que não o tratam como se fizesse parte da família, muito pelo contrário. Quando está prestes a fazer 11 anos Harry começa a receber estranhas cartas, contudo os seus tios não deixam que as leia, até ao dia dos seus anos que recebe uma visita, que o levará a Hogwarts. Acompanhamos a sua ida às compras, do material necessário para esta escola e mais tarde o embrenhar neste mundo desconhecido, onde irá conhecer os dois amigos, Ron e Hermione, que o acompanharão ao longo da sua jornada. Também neste volume Harry é confrontado com inúmeros perigos, inclusive com o seu maior inimigo.

Esta obra é claramente destinada a um público mais juvenil, centrado na idade do pequeno Harry, o que é demonstrado na narrativa, por ser uma leitura ligeira, engraçada, sem dar azos a grandes descrições, mas que com a sua simplicidade e magia prende tanto miúdos, como graúdos.

Foi um prazer enorme poder mergulhar nesta história onde a magia é uma realidade e onde nos é apresentado um mundo imensamente rico e cativante. J. K. Rowling apresenta-nos esta obra de uma forma que sentimos os acontecimentos, quase como se os constatássemos por nós mesmos, fazendo-nos desejar embrenhar naquele mundo de magia e mistério.

Nesta escola mais do que aprender magia, Harry irá compreender o verdadeiro significado da palavra amizade, lealdade e confiança. Ser-lhe-á demonstrado que a família é constituída por aqueles que nos acompanham ao longo da nossa jornada e que os laços de sangue por vezes não têm grande valor, quando o amor e o respeito não são uma realidade. Também neste volume é-nos transmitido que o medo que temos de algo, faz com que esse objecto tenha poderes sobre nós e que se formos sinceros e encararmos esse problema de frente, se torna mais simples a sua solução.

Em suma, “Harry Potter e a Pedra Filosofal” foi uma obra que me agradou bastante, pela simplicidade da escrita; pela personagem cativante que é Harry, cheio de potencial, poderoso, inteligente, mas ainda assim cheio de inseguranças, devido à infância que teve; do mundo tremendamente rico e envolvente e da magia de toda a narrativa. Aguardo com expectativa o seguinte volume, “Harry Potter e a Câmara dos Segredos”.

Frases a reter: "É necessária muita fibra para enfrentar os nossos inimigos, mas não é preciso menos para fazermos frente aos nossos amigos."

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Três Metros Acima do Céu



Nome: “Três Metros Acima do Céu”

Autor: Frederico Moccia

Nº de Páginas: 352

Editora: Editorial Presença

Sinopse: Três Metros Acima do Céu é um romance apaixonante e retrata uma história de amor entre dois adolescentes oriundos de contextos sociais distintos, que se conhecem na esplendorosa cidade de Roma. A intensidade da relação manifesta-se logo no primeiro encontro quando Babi, uma atraente e simpática jovem de quinze anos, conhece Step, um rapaz um pouco mais velho, com um comportamento muitas vezes agressivo e reprovável, que exerce sobre ela um invulgar fascínio. Em breve estes dois mundos (aparentemente) incompatíveis tornam-se um só, e as juras de amor eterno passam a ser a grande força motriz. Porém, Babi nunca aceitou inteiramente as atitudes violentas do namorado, nem o mundo subversivo e decadente a que Step pertence, e a relação envereda por um caminho sinuoso e inesperado… “

Opinião: Frederico Moccia escritor, roteirista e realizador Italiano escreveu a sua primeira obra “Três Metros acima do Céu” em 1992, tendo-lhe sido atribuído o Prémio Torre di Castruccio, na categoria de Ficção em 2004 e o Prémio Letterario Nazionale Insula Romana, na categoria de Jovens Adultos.

Confesso que esta obra nunca me havia chamado à atenção, até uma amiga minha falar da adaptação espanhola e outra admitir que tinha a obra em sua posse. Foi, deste modo, graças ao seu empréstimo, que tive a possibilidade de embrenhar no mundo de Babi e Step.

Nesta obra são-nos dados a conhecer dois jovens, muito diferentes entre si, de mundos opostos. Stefano, Step como é conhecido por todos, é um jovem com alguns problemas familiares, que se torna violento à mínima provocação e Babi é uma jovem rica, com uma educação rigorosa e protegida, que anda numa escola privada. Aliado a estas diferenças, também os objectivos de vida são opostos, enquanto Step terminou a escola e não tem um objectivo futuro delineado, Babi, por seu turno, que se encontra no seu último ano, ambiciona ir para a faculdade.

Mesmo de mundos diferentes, estes jovens acabam por se conhecer e se apaixonar, numa história de amor repleta de ternura e alguns dissabores. Será o amor mais forte que as diferenças? Capaz de vencer qualquer barreira que se lhes apresente? São estas as perguntas que nos colocamos incessantemente ao longo desta obra, capaz de nos arrancar inúmeros sorrisos e de nos deixar tristes.

A caracterização das personagens é um dos pontos fortes do escritor, penso que retracta de modo bastante fidedigno o que é ser adolescente, os receios, as paixões avassaladoras, a própria linguagem e modo de agir.

Babi é uma jovem muito inteligente, forte, com ideias bastante delineadas, que sabe efectivamente o que quer e que luta por esse objectivo. Step transmitiu-me alguns sentimentos contraditórios, penso que há medida que a Babi se foi sentindo atraída por ele, também eu fui aprendendo a gostar deste jovem. Era um jovem bastante inteligente, que tinha todas as possibilidades de ter um futuro brilhante, contudo depois de um desgosto que sofre acaba por se tornar agressivo e por desistir de ter um futuro. Quanto aos amigos de ambos que encarnam outra história de amor nesta obra, Pollo e Pallina foram um casal que começou a sua relação de um modo completamente inesperado, mas que demonstraram que o amor vence qualquer barreira.

Esta obra é sobre diferenças, como duas pessoas podem ser tão diferentes entre si, mas ainda assim sentirem-se atraídas e viver uma história de amor terna. É também uma história sobre o primeiro amor, sobre o que o mesmo pode dar e tirar. O modo como sentimos que quando o amor é retribuído poderá ser para sempre e nos deitamos e levantamos a pensar na outra pessoa. No modo como quando amamos alguém, a vida tem outro sabor e outra cor, que nos impulsiona a enfrentar cada novo dia porque temos esse alicerce. Representando também a dor do primeiro amor que termina e a tentativa de reconstruirmos as nossas vidas.

Numa obra leve, repleta de ternura, amor e amizade, Frederico Moccia com uma escrita simples, representando de um modo deveras bem conseguido os jovens-adultos, consegue-nos arrancar inúmeros sorrisos, de nos deixar tristes e a pensar no futuro destes dois jovens.

Aguardo com alguma expectativa a continuação “Quero-te muito”, embora já tenha lido opiniões não muito favoráveis quanto a esta sequela.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Wicked Lovely - Tatuagem


Nome: “Wicked Lovely – Tatuagem”

Autora: Melissa Marr

Nº de Páginas: 272

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “Leslie, de dezassete anos, não sabe nada sobre fadas nem sobre as suas lutas obscuras pelo poder. Quando se sente atraída por uma tatuagem estranhamente bela, só sabe que tem de a ter, convencendo-se de ter encontrado um símbolo tangível das mudanças de que precisa desesperadamente na sua vida. A tatuagem traz mesmo mudanças - não do tipo que Leslie sonhou, mas mudanças sinistras e irresistíveis, que ligam Leslie a Irial, um rei das fadas tenebroso e temível que luta pela alma da sua corte. Aos poucos, Leslie é arrastada cada vez mais para dentro do mundo feérico, incapaz de resistir ao seu fascínio e de compreender os seus perigos... Melissa Marr dá seguimento aos seus contos de Fadas numa história sombria e arrebatadora de tentação e consequências, e de heroísmo quando menos se espera.”

Opinião: Depois de ter visitado a anterior obra de Melissa Marr, “Amores Rebeldes” iniciei este segundo volume da saga Wicked Lovely, com a mesma sensação com que tinha começado esta saga. Com um misto de apreensão porque o anterior volume não me havia prendido sobremaneira e com alguma expectativa por descobrir o que se passaria seguidamente.

Ao passo que em “Amores Rebeldes” o livro era caracterizado por uma atmosfera mais alegre, mais viva, como só a Corte do Verão consegue ser, neste volume é-nos apresentada a Corte das Trevas, um mundo mais negro, tenebroso, onde a maldade é uma realidade.

Leslie é uma jovem de 17 anos, amiga de Aisilinn, com uma vida conturbada desde que a sua mãe faleceu, o pai é alcoólico e o irmão traficante de droga. Como se não bastasse o facto de ter de gerir todos estes problemas, de ter de trabalhar para poder gerir a casa, carrega também consigo um segredo que a atormenta, por detrás do seu ar alegre e despreocupado com que presenteia os outros. Com o intuito de revindicar a única coisa que ainda é sua por direito, o seu corpo, decide fazer uma tatuagem, contudo a mesma traz consigo implicações que esta jovem desconhece, pois ao fazer a tatuagem ficará ligada a Irial, o Rei da Corte das Trevas.

Novamente achei interessante o mundo das fadas, a existência de diferentes cortes, de diversas fadas com deveres a elas agregados e o modo como a Corte das Trevas revindica um humano, para que este faça parte da mesma. Quanto ao triângulo amoroso, tenho de confessar que Irial não me convenceu plenamente, tal como Keenan não me havia fascinado muito no anterior volume, contudo gostei bastante de Niall, pelo seu passado e pela sua maneira de ser.

Relativamente às personagens, enquanto no anterior volume a autora pecava na caracterização da personagem principal, neste volume penso que foi melhor sucedida, por nos ser apresentada uma personagem com uma história de vida triste, porém com bastante garra, uma lutadora, que tenta ao máximo manter-se à tona apesar de tudo o que se passa na sua vida. Niall, conselheiro de Kennan, foi das minhas personagens preferidas, pois esteve inserido noutra Corte, antes de ser parte integrante da Corte do Verão, o que o marcou profundamente, tanto em termos físicos como psicológicos. Demonstrou ser um homem de honra, capaz de tudo por Leslie, mesmo que o mais acertado, somente o fizesse sofrer.

O aspecto negativo que encontro centra-se na caracterização do Rei das Trevas, pois era caracterizado inicialmente como sendo realmente mau, detestável, como a sua Corte o é efectivamente, contudo à medida que a trama avança, não provoca qualquer dano. Na anterior obra a autora também pecou neste sentido, portanto desejo que futuramente nos sejam apresentados vilões mais reais, que nos consigam transmitir todos os sentimentos inerentes à sua condição.

Com uma escrita acessível e compulsiva, Melissa Marr apresenta-nos em “Tatuagem” uma obra mais cruel, negra, que nos apresenta outro lado do mundo das fadas. Uma obra leve, que não requer muito do leitor, mas que poderá agradar aos amantes destas criaturas sobrenaturais.

Avaliação: 3/5 (Gostei!)

domingo, 26 de agosto de 2012

Voltei! :)

Voltei das minhas mini – férias e tinha de partilhar convosco o quanto gostei do sítio para onde fui. Passei os últimos dias na Herdade de Cadouços na aldeia da Bemposta em Abrantes, relativamente perto da minha área de residência.


O local é fantástico, como podem ver pelas imagens que tirei da herdade e que partilho convosco. Foram dias bastante bem passados, num local que felizmente ou infelizmente, dependendo do ponto de vista, é longe de tudo, mas com uma vista sobre o rio soberba, num contacto com natureza que nos faz bem ao corpo e à alma.


Embora tenham sido poucos dias, foram dias muito bem passados, com passeios junto ao rio, da piscina que a herdade possui e muitas conversas animadas em família.


Relativamente a leituras acabei por levar um livro a mais do que tinha mencionado, foi também na bagagem “A Rapariga dos Pés de Vidro” de Ali Shaw, e ainda bem porque acabei por sofrer de algumas insónias nestes dias, o que me levou a ler mais do que tinha previsto.

Nos próximos dias vou tentar actualizar as opiniões que tenho em atraso e que ainda são bastantes, “Wicked Lovely – Tatuagem” de Melissa Marr, “Três Metros acima do Céu” de Frederico Moccio, “Harry Potter e a Pedra Filosofal” de J. K. Rowling e “A Filha da minha melhor Amiga” de Dorothy Koomson. Também tenho em atraso as opiniões da série “Game of Thrones – 1ª Temporada” e do filme “A vida e a morte de Charlie St Cloud”.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Magia vai de Férias!



Amanhã iniciam-se as minhas férias e embora não seja durante muito tempo a minha ausência, Domingo já devo estar de volta, não terei acesso a um computador para ir podendo actualizar as opiniões que tenho em atraso.

Na bagagem levo somente o livro que estou a ler de momento “A Filha da Minha Melhor Amiga” de Dorothy Koomson, pois são poucos dias de férias e acredito que o tempo para ler não irá ser muito.

Bom resto de férias para aqueles que as estão a desfrutar e óptimas leituras. Até já! :)

Onde Estarás?




Nome: “Onde Estarás?”

Autora: Mary Higgins Clark

Nº de Páginas: 336

Editora: Bertrand Editora

Sinopse: “Decorreram dez anos desde que o jovem de vinte e um anos, Charles MacKenzie, júnior, "Mack", desapareceu sem deixar rasto. Saiu do seu apartamento, na Upper West Side, em Manhattan, sem ter dito uma única palavra aos colegas que partilhavam a casa consigo e desde então nunca mais foi visto. No entanto, obedece a um ritual todos os anos: telefona à mãe no Dia da Mãe. Sempre que lhe liga, assegura-a de que está bem, recusa-se a responder às perguntas frenéticas que ela lhe faz e desliga.
A irmã de Mack, Carolyn, actualmente com vinte e seis anos, formada em Direito, acabou o seu estágio, não obstante, sente que nunca será capaz de voltar a ter paz de espírito e dar continuidade à sua vida enquanto não encontrar o irmão.
A procura apaixonada de Carolyn, com vista à descoberta da verdade sobre o desaparecimento do irmão - além de tentar descobrir o paradeiro do próprio Mack - leva-a a um confronto mortal com alguém que lhe é chegado e que guarda um segredo que não pode permitir que ela revele.”

Opinião: “Onde estarás?” foi a minha estreia com a autora Mary Higgins Clark, que possui mais de 30 obras publicadas, tanto de autoria própria, como juntamente com a sua filha Carol Higgins Clark.

Charles MacKenzie Júnior, Mack como é conhecido por todos, é um jovem de 21 anos que desparece misteriosamente, contudo todos os anos no Dia da Mãe contacta a mãe salvaguardando que se encontra bem e que ninguém o deverá procurar. A sua irmã mais nova, Carolyn, passado dez anos do estranho desaparecimento do irmão decide procura-lo, porém o que poderia parecer um simples desaparecimento de um jovem, acaba por se mostrar algo muito mais perigoso.

A divisão realizada pela escritora, com capítulos nos quais ia alternando o narrador, foi algo que me agradou bastante, tendo sido interessante constatar que somente no caso de Carolyn, a nossa personagem principal, o relato era efectuado na primeira pessoa, sendo os restantes na terceira. Poderia parecer confuso existir inúmeros narradores, mas a verdade é que todas as personagens, mesmo aquelas que poderiam parecer não ter grande importância para o desenrolar da trama, são efectivamente essenciais, fornecendo uma maior dinâmica à trama.

Adorei a forma como a autora nos consegue ludibriar, levando-nos a pensar que eram determinadas personagens os causadores de todos os males que ocorrem e, no fim, todas as nossas conjunturas mostram-se erradas. Pessoalmente desde o início do livro que desconfiava de duas personagens e quando começava a pensar que me poderia ter enganado, a autora voltava a reforçar as minhas suspeitas, contudo no fim os culpados eram duas personagens que nem por uma vez suspeitei delas, embora não simpatizasse muito com uma delas.

Relativamente ao final da obra, embora tenha ficado um pouco triste, fiquei ao mesmo tempo maravilhada com a forma como a autora encaixou todas as peças do quebra-cabeças na perfeição. Foi um final de cortar a respiração, com inúmeras revelações que fizeram com que tudo tivesse a sua razão de ser.

Numa escrita fluída, tremendamente cativante, Mary Higgins Clark apresenta-nos um policial repleto de acção, mistério, portador de uma grande carga emocional, que certamente agradará aos fãs deste género literário.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Nunca te Perdi



Nome: “Nunca te Perdi”

Autora: Linda Howard

Nº de Páginas: 288

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “Milla Edge mudou-se recentemente para o México, onde o seu marido David, foi colocado como médico. A vida deles é um sonho. Acabaram de ter o primeiro filho, e estão tremendamente apaixonados. Ambos se deliciam com a nova vida, e Milla está no auge do seu brilho maternal quando lhe roubam o bebé Justin das suas próprias mãos.
Uma década mais tarde, Milla é uma mulher diferente. O casamento há muito que terminou e a sua vida é totalmente dedicada à Organização Não Governamental que lidera: Finders. À caça de criminosos, ela percorre os lugares mais desoladores do mundo à procura de crianças raptadas (incluíndo o seu filho que nunca aceitou perder). Dois homens cruzam o seu caminho: True Gallagher, um dos grandes mecenas da sua instituição, e Diaz um perigoso mercenário, tão interessante como misterioso.
Quanto mais Milla se aproxima das respostas, maiores são os perigos que enfrenta. E ninguém brinca com os cabecilhas das redes de tráfico infantil.”

***Pode conter Spoilers***

Opinião: Linda Howard, autora galardoada com inúmeros bestsellers do New York Times, apresenta-nos na obra “Nunca te Perdi” um tema sensível como o tráfico infantil.

Milla Edge muda para o México com o seu marido David, depois do mesmo ser colocado como médico num dos hospitais do país. Tudo parece correr às mil maravilhas, são um casal jovem e apaixonado, com uma criança fruto desse amor, porém esta felicidade sofre uma ruptura abrupta quando Justin é raptado.

Com o rapto, Milla torna-se numa mulher completamente distinta, pois juntando às mazelas físicas que recebe quando o seu filho lhe é arrancado, aglomeram-se as mazelas emocionais, que só um rapto de uma criança, que faz parte de uma mulher, pode provocar. Milla é uma lutadora e uma mulher persistente e, como tal, cria uma Organização Não Governamental, a Finders, que tem como finalidade encontrar pessoas desaparecidas.

Durante dez anos são poucas as pistas que tem sobre o filho e, embora seja muito boa naquilo que faz, a descobrir pessoas desaparecidas, acaba sempre por ir dar, no caso do filho, a becos sem saída. Contudo, tudo muda quando o seu caminho se cruza com um enigmático homem que a auxiliará no desvendar deste mistério e não só.

Esta obra foi uma surpresa bastante agradável, pois embora tenha acompanhado opiniões bastantes favoráveis, não esperava ficar tão arrebatada pela história como sucedeu. O tema do tráfico infantil é deveras sensível, mas a autora aborda-o de um modo soberbo, tal como na forma como descreve a insegurança, a impotência e o desgosto de Milla quando o seu menino lhe é retirado.

Quando iniciei esta leitura esperava encontrar um drama, mas acabei por ser confrontada com algo mais, com uma componente policial, romântica e também afectiva tremendamente bem escrita, de tal modo que é impossível não nos tocar.

Adorei o modo como a autora criou o enigma por detrás do tráfico infantil, tecendo toda a sua desenvoltura, o modo como era praticado, as pessoas que o tornavam possível e toda a carga emocional por detrás desta realidade. Esta componente da obra encontra-se de tal modo bem descrita e contextualizada que parece-nos que poderia realmente ter sucedido, o que aliado à carga emocional o torna deveras especial.

As personagens são outro ponto favorável da obra, Milla, a nossa personagem principal, é uma mulher cheia de garra, lutadora e persistente, que demonstra o amor incondicional que uma mãe sente pelo seu filho. Foi uma personagem que adorei conhecer e que me sensibilizou bastante, pelo modo como a autora nos descreve o desgosto, desespero, impotência e até o sentimento de culpa, que Milla invariavelmente sente, por lhe ter acontecido esta triste realidade. Penso ser impossível não ficarmos rendidos a esta incrível personagem, por nunca ter desistido de encontrar o seu menino, ao contrário do seu marido, de quem se divorciou pouco depois, pela sua coragem por ter criado uma organização para ajudar outras pessoas que, como ela, perderam alguém que amaram, até à sua força e perseverança para ir aos sítios mais improváveis e perigosos procurando a mais ínfima pista do seu pequeno Justin.

Outro personagem que me agradou muito foi Diaz, um perigoso mercenário, deveras misterioso, mas ao mesmo tempo arrebatador. Este personagem demonstra a forte influência que uma infância conturbada pode ter na concepção da personalidade de uma pessoa e na interacção interpessoal. Este é um personagem que transparece perigo, frieza, mas que à medida que o vamos conhecendo ficamos rendidos porque quando gosta realmente de alguém, faz tudo para que essa pessoa seja feliz, nem que para isso tenha de dar mais do que aquilo que irá receber.

Quanto aos culpados pelo tráfico infantil, que dez anos mais tarde se transforma em tráfico de órgãos, achei interessante a ligação que possuíam com Milla, mas considerei o seu desenrolar algo abrupto porque durante dez anos foi um completo mistério, onde polícia algum desconfiava sobre o que se passava e depois foram apanhados de um momento para o outro. Sei que as pessoas que tiveram por detrás da investigação eram muito boas naquilo que faziam e que tinha contactos para os prender, mas ainda assim pareceu-me uma prisão demasiado fácil depois de tanto mistério.

Relativamente ao final gostei mesmo muito. Demonstra-nos que por vezes amamos de tal modo alguém que temos de a deixar ir, por ser o mais acertado, ainda que seja muito doloroso. Ensina-nos que o amor poderá estar nas pessoas e locais mais improváveis e que nunca devemos desistir de ser felizes, de acreditar em nós mesmos e nos nossos ideais, pois não há impossíveis, simplesmente objectivos mais difíceis de alcançar do que outros.

Numa escrita compulsiva, com a dose certa de mistério, suspense, romance e emotividade, Linda Howard presenteia-nos com uma história repleta de emoções fortes, de amor incondicional, de luta e perseverança. Uma obra altamente recomendada!

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Sangue Mortífero




Nome: “Sangue Mortífero”

Autora: Charlaine Harris

Nº de Páginas: 231

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “Com a excepção de Sookie Stackhouse, os habitantes de Bon Temps, no Louisiana, pouco sabiam sobre vampiros e nada sobre lobisomens. Até agora. Lobisomens e metamorfos revelaram finalmente a sua existência ao mundo e isso poderá ter custado a vida a alguém que Sookie conhecia. Mas a sua determinação para descobrir o responsável pelo homicídio é posta de parte perante um perigo muito maior. Uma raça de seres sobrenaturais (mais velhos, poderosos e muito mais misteriosos do que os vampiros ou os lobisomens) prepara-se para a guerra. E Sookie, enredada ainda na teia de antigos amores, ver-se-á como peão demasiado humano nesta batalha…”

Opinião: “Sangue Mortífero”, nono livro da saga “Sangue Fresco”, é marcado pela revelação ao mundo que os lobisomens existem e que, contrariamente ao que sucedia com os vampiros, viviam enraizados na comunidade como pessoas comuns.

Por esta mesma altura ocorre um crime no bar onde Sookie trabalha, sendo a vítima pertencente à comunidade lobisomem e nossa conhecida. Este crime traz grandes implicações, pois claramente foi um crime de ódio, mas terá sido um ajuste de contas ou devido à revelação que os lobisomens existem? Também as fadas são parte integrante desta obra, sendo-nos permitido conhecer mais sobre estas e sobre as leis pelas quais se regem.

Depois de ter sentido alguma quebra na qualidade das obras, especialmente no quinto e sétimo volume, não posso negar que, embora tenha vontade de embrenhar no mundo de Charlaine Harris, vou igualmente com algum receio de que não supere expectativas. Contudo, este volume surpreendeu-me, tendo sido dos livros que mais gostei da saga.

Nesta obra aliando a todo o suspense e acção que são característicos da escritora, temos igualmente a possibilidade de conhecer mais sobre as fadas e sobre a descendência de Sookie. Gostei muito destes desenvolvimentos, por poder descobrir as leis porque se regem e o modo como se organizam. Foi um livro cheio de acção e revelações de cortar a respiração.

Também para o meu par de eleição existem desenvolvimentos que nos deixam expectantes de que os acontecimentos poderão correr como sempre desejei. Espero sinceramente que nos seguintes volumes Sookie organize a sua vida sentimental e escolha a pessoa com quem deseja ficar, embora este volume tenha terminado com alguma confusão na cabeça dela.

Com uma escrita simples e contagiante, Charlaine Harris apresenta-nos uma continuação de cortar a respiração, com grandes revelações. Espero que o seguinte volume seja tão bom quanto este.

Avaliação: 3.5/5 (Gostei Bastante!)

domingo, 12 de agosto de 2012

A Melodia do Amor




Nome: “A Melodia do Amor”

Autora: Lesley Pearse

Nº de Páginas: 520

Editora: Edições ASA


Sinopse: “Liverpool, 1893. Os sonhos de Beth são desfeitos quando ela, o irmão Sam e a irmã mais nova, Molly, ficam órfãos. As suas vidas, até então tranquilas e seguras, sofrem uma dramática reviravolta. Para escapar a um futuro de miséria e servidão, Sam e Beth decidem arriscar tudo, atravessar o Atlântico e partir à conquista do sonho americano. Mas Molly é demasiado pequena para os acompanhar e os irmãos vêem-se obrigados a tomar uma decisão que os marcará para sempre: deixá-la em Inglaterra, a cargo de uma família adoptiva.
A bordo do navio para Nova Iorque não faltam vigaristas e trapaceiros, mas o talento de Beth com o violino conquista-lhe a alcunha de Cigana, a amizade de Theo, um carismático jogador de cartas, e do perspicaz Jack. Juntos, os jovens vão começar de novo num país onde todos os sonhos são possíveis.
Para a romântica Beth, esta será a maior aventura da sua vida. Conseguirá a Cigana voltar a encontrar um verdadeiro lar?"

Opinião: Lesley Pearse é uma escritora de renome, que transmite para as suas obras muito daquilo que vivenciou ou não fosse ela uma lutadora. Em “A Melodia do Amor” apresenta-nos uma menina cheia de garra, que devido aos infortúnios que a vida lhe coloca, se vê obrigada a crescer bastante rápido e a ter de tomar decisões que nenhuma criança ou jovem deveria ter de tomar.

Quando o pai de Beth e Sam falece, a mãe de ambos entra em depressão, conferindo a ambos os jovens o papel de tratar e gerir da casa. Quando descobrem que a mãe se encontra grávida, os problemas económicos são uma realidade, contudo tentam ao máximo gerir tal facto. Ao dar a luz a pequena Molly, a mãe acaba por falecer, deixando-os a ambos órfãos. Com a realidade de uma criança, que Beth aprendeu a amar desde o primeiro momento, vê-se obrigada a permanecer em casa de modo a tomar conta dela. Porém, estes jovens ambicionam mais do que a miséria que Inglaterra lhes proporciona, vendo-se obrigados a tomar uma decisão que os moldará para sempre, especialmente a Beth, deixar Molly com uma família adoptiva e rumar para a América.

No navio que os leva rumo a Nova Iorque, conhecem Theo e Jack que farão, a partir desse momento, parte das suas vidas. É também a bordo deste navio que Beth, que sempre amou tocar violino, percebe que se encontra destinada a tocar em público e que poderá ser esse o modo de ganhar a vida.

Desta autora já tive o prazer de ler “Nunca me Esqueças” e “Procuro-te”, sendo o primeiro um dos meus livros preferidos. Nas suas obras é comum serem-nos apresentadas personagens principais fortes, carismáticas, com histórias de vida difíceis, infâncias trágicas ou com séries dificuldades e esta obra não é excepção. Gostaria de ressalvar as pessoas que me ofereceram esta obra, a quem agradeço novamente pelo miminho.

Tenho de confessar que me custou um pouco entrar na história, na habituação à escrita, todavia foi só uma questão de tempo para ficar agarrada à narrativa. Lesley com a sua escrita cativante e genuína, que tanto nos consegue arrancar sorrisos de ternura, como lágrimas pelas vivências das personagens, transporta-nos para uma era onde uma menina que tenta vingar através da música é vista com maus olhos. Esta obra retracta temas variadíssimos desde a luta por um sonho e o que o mesmo poderá acarretar, pois, por vezes, para alcançarmos o que desejamos temos de dar muito de nós e podemos nem sempre ser bem vistos pelas decisões que tomamos. Ao amor incondicional, tanto ao amor de uma mulher por um homem, como o amor familiar e paternal, sendo este um dos temas mais palpáveis na obra, pois Lesley Pearse transparece de modo muito genuíno e sentido estes sentimentos. À coragem e à força necessárias para ultrapassar as barreiras que a vida nos coloca no caminho.

Quanto às personagens, Beth é uma personagem carismática, forte, que sofreu muito, mas que ainda assim aprendeu a erguer-se e a fazer valer-se por si mesma. A vida infelizmente não é muito fácil para ela, mas, tal facto, fá-la mais forte e independente. Ao constarmos todas as missivas porque atravessou e o modo corajoso que se refez e lidou com todas elas, transmitem-nos uma grande lição de vida.

Das restantes personagens a que mais me disse foi Jack porque sempre foi atencioso, querido, um coração de ouro, capaz de tudo pelo próximo. Era tremendamente real e palpável a adoração que senti por Beth e desde o primeiro momento que o conheci que torci para que pudesse ser feliz com ela.

Sam e Theo encontravam-se muito bem caracterizados, de tal modo que não nos deixam indiferentes. Theo tenho que confessar que nunca gostei muito dele, pela sua personalidade e comportamentos para com Beth, demonstrando o seu amor de formas estranhas e, em certa medida, pouco sentidas. Sam, por sua vez, foi a personagem que mais se alterou aos meus olhos. Inicialmente, pensei que era um pouco altivo, não estando disposto a enveredar por qualquer emprego, embora soubesse que necessitava muito de trabalhar, porém foi-me conquistando aos poucos, mostrando-me que era realmente bom rapaz. Que por detrás da cara bonita e do sorriso encantador encontrava-se um homem que por tudo o que vivencia tem medo de se entregar, acabando por não se agarrar a ninguém com medo de sofrer.

“A Melodia do Amor” foi, desta feita, uma obra que me deu grande prazer de folhear, apresentando-nos uma personagem principal forte, que sentimos que poderia realmente existir. Demonstrando-nos que com força e perseverança poderá ser colocado em prática qualquer sonho e que não nos devemos resignar, se estiver ao nosso alcance algo melhor, que nos poderá fazer mais feliz, que devemos ao máximo lutar para que se concretize.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Shiver – Um Amor Impossível


Nome: “Shiver – Um Amor Impossível”

Autora: Maggie Stiefvater

Nº de Páginas: 440

Editora: Editorial Presença

Sinopse: “Sam e Grace são dois adolescentes que vivem um amor sublime e aparentemente impossível. Todos os anos, quando chega a Primavera, Sam, abandona a sua vida de lobisomem e recupera a forma humana, aproximando-se de Grace, mas sempre que regressa o Inverno, vê-se obrigado a voltar à floresta e a viver com a sua alcateia. Quando olha pela janela de sua casa, na orla da floresta, Grace repara sempre num lobo que a fita com os seus misteriosos olhos amarelos e sabe que é ele, Sam, o seu salvador. E Sam observa a sua amada de longe, ansiando pelo retorno da Primavera. Conseguirá o seu amor, cada vez mais intenso, vencer os muitos obstáculos que ameaçam separá-los para sempre? Uma história cheia de aventuras e descobertas, mágica, original, que desafia a mente e enternece o coração.”

Opinião: “Shiver – Um Amor Impossível” de Maggie Stiefvater, início da trilogia “Os Lobos de Mercy Falls”, considerado um dos melhores livros juvenis de 2009, é considerado um bestseller internacional, tendo inclusive ganho inúmeros prémios nos últimos anos.

Grace é uma jovem de 11 anos quando é atacada por uma alcateia de lobos, contudo um dos lobos não a ataca como os restantes e acaba por a ajudar. Nos anos seguintes esta jovem tenta ao máximo contactar com o seu lobo, vivendo sempre desejosa de o poder reencontrar e voltar a embrenhar nos seus expressivos olhos amarelos. Momentos mais tarde descobre que o seu lobo de olhos amarelos é na verdade Sam, que a ama de longe, tal como ela sempre o fez. Contudo, um amor que poderia ser para “sempre”, pode encontrar-se condenado a terminar mais cedo do que este casal poderia esperar.

Não é difícil compreender todo o sucesso que esta obra teve, pois fiquei bastante agarrada à história e às nossas personagens principais, já para não falar na originalidade e na escrita da autora.

Esta obra é-nos contada na primeira pessoa a duas vozes, Grace de 17 anos e Sam de 18 anos, onde nos são apresentados os momentos em que se contactam pela primeira vez desde o acidente e depois mais tarde quando Sam se transforma em humano e se relacionam. Foi um prazer enorme poder conhecer ambas as personagens e poder vivenciar o amor existente entre ambos, que, para mim, que não acredito em amor à primeira vista, fiquei sensibilizada com ambos e a torcer para que o amor fosse mais forte, que pudessem ser felizes, independentemente do que a vida lhes colocasse como entrave.

Ambas as personagens são bastante especiais, mas a que me agradou e cativou mais foi, sem dúvida, Sam. Grace é uma menina inteligente, que teve de crescer bastante rápido, pois os pais são eternos adolescentes, que não ligam muito à filha e que a deixam encarregue da maioria das obrigações de casa. Sam, por sua vez, teve um passado muito triste, que o levou até a comunidade de lobisomens da localidade, portador de uma personalidade algo frágil, por tudo o que viveu em menino, por possuir uma auto-estima baixa, contudo sendo um artista nato, deveras inteligente. O facto de ambos terem um passado algo triste, transmite-nos que ambos se transformam no porto de abrigo um do outro, auxiliando-se e moldando-se, quase como se tivessem sido feitos um para o outro.

Stiefvater apresenta-nos uma mitologia sobre os lobisomens interessantíssima e muito longe daquilo que já li sobre o tema. Quando se fala de lobisomens pensamos instantaneamente em monstros enormes, de dentes e garras desmedidas, contudo nesta obra são simplesmente lobos normais, que, para o comum dos observadores, não provocaria qualquer estranheza. Outro ponto interessante é que não se transformam por livre e espontânea vontade ou devido às fases da lua, mas sim, devido à temperatura. Quando as temperaturas baixam significativamente transformam-se em lobos, até ao verão seguinte. É esta a realidade durante alguns anos, até que passam a transformar-se cada vez mais tarde, no pico do verão ou devido a temperaturas muito elevadas, até que um dia não conseguem mais transformar-se, ficando para sempre na condição de lobo.

Numa escrita fluída, algo mágica, Maggie apresenta-nos o poder do amor, que quando é sincero e verdadeiro, vence qualquer barreira, e da amizade, que poderá sofrer alterações ao longo dos anos, mas que ainda assim sobrevive, se for sincera.

Uma obra muito bonita e especial, do início de uma trilogia que seguirei atentamente. A continuação, “Shiver – Um Amor Adiado”, já se encontra traduzido pela Editorial Presença.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A Estirpe




Nome: “A Estirpe”

Autores: Chuck Hogan e Guilhermo del Toro

Nº de Páginas: 560

Editora: Objectiva

Sinopse: "Um Boeing 777 proveniente de Berlim aterra no aeroporto JFK e, de repente, pára na pista. As janelas estão fechadas. As luzes estão apagadas. Ninguém responde às chamadas da torre de controlo. Nenhum passageiro atende o telemóvel. Parece que o avião deixou de existir… O que os investigadores encontram lá dentro gela-lhes o sangue.

O que ao princípio parece apenas um vírus altamente contagioso revela-se uma ameaça aterradora. Os vampiros estão de volta e estão sedentos de sangue. A epidemia vampírica propaga-se a uma velocidade vertiginosa e, ao cabo de poucos dias, invade toda a ilha de Manhattan. Mas isto é apenas o começo. Porque existe um plano sinistro para conquistar rapidamente todo o planeta. 

Guillermo del Toro, visionário realizador, e Chuck Hogan, escritor premiado, conjugam imaginações neste romance arrojado e épico sobre uma assustadora batalha entre homens e vampiros que ameaça toda a Humanidade. É o primeiro volume de uma empolgante trilogia e um extraordinário acontecimento literário internacional."


Opinião: “A Estirpe”, obra do autor galardoado Chuck Hogan e do realizador Guilhermo del Toro, é o primeiro volume de uma trilogia denominada Trilogia da Escuridão, tendo sido editada a continuação “O Ocaso” em 2010 pela Editora Objectiva.

Um Boeing 777 aterra normalmente, vindo de Berlim, contudo as luzes do avião apagam-se, o motor desliga-se e surpreendentemente não é dado qualquer sinal de vida por parte do avião. Receando um ataque biológico o aeroporto JFK contacta o Centro de Controle de Doenças e é nesse momento que o Dr. Ephraim Goodweather, um dos protagonistas da obra, entra em cena com a sua companheira, Nora Martinez. O que descobrem dentro do avião gela-lhes o sangue, contudo o que parecia um vírus mortal, poderá ser na realidade a sentença de morte do mundo inteiro. Seguidamente, Eph e a sua companheira conhecerão Abraham Setrakian, um homem com um passado conturbado, e juntos tentarão remediar o problema que arrisca a vida humana.

Embora tivesse acompanhado algumas opiniões favoráveis desta obra, que a descreviam como contendo ”vampiros maus”, na verdadeira acepção da palavra, não ia com expectativas demasiado elevadas, um pouco à descoberta, pois não sabia muito bem o que esperar desta leitura.

Tenho de confessar que me surpreendeu bastante pela positiva. Neste livro o mundo vampírico é descrito de um modo original, possuindo uma explicação científica e biológica, com o intuito de reforçar e contextualizar a existência destes seres. O facto de um dos nossos personagens principais ser um médico, leva-nos a conhecer as mudanças físicas e biológicas que ocorrem nas pessoas até se transformarem em vampiros e achei deveras interessante as mudanças anatómicas que os vampiros possuem.

Ao longo desta obra temos uma transposição do passado para o presente, entre os acontecimentos presentes do Boeing 777 e os momentos vivenciados por Eph, e o passado vivido por Abraham. Estas transições poderiam parecer confusas, contudo tal não sucede porque antes de cada capítulo iniciado por Abraham o cabeçalho é distinto dos restantes e estes momentos tornaram a obra ainda mais interessante. Setrakian teve um passado triste, mas muito interessante, que o moldaram como pessoa e que consequentemente o ensinaram a gerir os imprevistos, especialmente no que ao mundo vampírico diz respeito.

Numa escrita algo descritiva, porém sem nunca se tornar maçuda ou densa, pois havia necessidade de haver alguma descrição na obra, para podermos compreender termos técnicos, científicos e biológicos destes seres, estes escritores apresenta-nos uma história empolgante, cheia de acção e de descobertas de cortar a respiração. Foi uma obra que li numa assentada, sempre desejosa de saber um pouco mais, porque é mesmo muito interessante e tem momentos arrepiantes, que me deram um prazer enorme de ler.

Relativamente às personagens, gostei muito do Doutor Eph, pela sua personalidade impulsiva, desafiadora, um espírito vivo, que não se conforma facilmente com o que a vida lhe coloca à frente, lutando sempre por mudar aquilo com que não concorda. É uma personagem com uma personalidade forte, que nos prende e com tudo o que vivencia nesta obra, penso ser impossível não nos sentirmos ligados a ele, torcendo para que as coisas corram bem tanto para ele como para os que partilham os seus dias.

Também gostei muito do Abraham, em parte porque acompanhamos a sua vida desde um menino que só comia ouvindo as histórias da sua avó, até quando é recluso num campo de concentração e depois quando idoso, ao ajudar os jovens médicos a enfrentar este mal, com o qual já conviveu e aprendeu a domar.

Em suma, “A Estirpe” foi um livro de que gostei muito, pela sua originalidade, pela sua escrita envolvente e por toda a acção, suspense e adrenalina, que nos prendem neste primeiro volume de uma trilogia que se poderá tornar numa das minhas preferidas.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O Feiticeiro de Terramar




Nome: “O Feiticeiro de Terramar”

Autora: Ursula K. Le Guin

Nº de Páginas: 208

Editora: Livros do Brasil

Sinopse: Não possui nesta edição, contudo podem ler a disponível na Editorial Presença.

Opinião: Ursula Le Guin é a autora mais galardoada até aos dias de hoje, com cinco prémios Hugo, seis prémios Nebula e nove prémios Locus. O volume inicial da tetralogia Ciclo de Terramar,”O Feiticeiro de Terramar” recebeu inclusive em 1974 o “Boston Globe Horn Book Award” for Excellence.

Esta obra leva-nos a conhecer o jovem Ged, um rapaz com uma vontade enorme de aprender e de desenvolver ao máximo os seus poderes, desde a sua infância até se tornar um feiticeiro. Desde o princípio que Ged demonstra possuir capacidades superiores aos seus colegas que são, juntamente com ele, aprendizes de feiticeiro na ilha de Roke, o que o torna ousado e algo altivo, levando-o a ganhar alguns inimigos. Ao ser confrontado por um jovem da escola solta uma estranha sombra que lhe deixará marcas profundas e que o perseguirá até ao fim.

Tenho de confessar que nunca tinha ouvido falar sobre esta tetralogia, até um amigo me ter dito que comprou livros da autora na Feira do Livro, da Colecção Argonauta, por um preço tentador. Depois de todas as opiniões fantásticas que tenho acompanhado durante o ano que demorei a ler esta obra, a curiosidade e a expectativa de embrenhar no seu mundo eram enormes. Desta autora o único livro que tive o prazer de ler foi “A Mão Esquerda das Trevas”, num registo completamente diferente daquele que encontrei nesta obra, tanto em termos de linguagem, como de ambiente.

Este volume inicial é bastante interessante, até porque me fascina como em tão poucas páginas a autora nos consegue contar tanta coisa sobre a vida deste jovem feiticeiro, sem nos parecer apressado. É impossível não sentirmos apresso por Ged e torcermos para que tudo lhe corra bem, até porque acompanhamos a sua jornada desde criança, até ser um jovem de 19 anos, que por tudo o que vivencia parece muito mais velho. Foi um prazer enorme poder acompanhar as suas mudanças emocionais e poder fazer parte de todas as suas viagens, num mundo onde os dragões existem, a magia é uma realidade e o nome das coisas e das pessoas têm uma importância enorme.

Dos aspectos que mais me fascinaram na obra foi a sombra que persegue Ged, pois pareceu quase como uma punição por ter realizado magia sem consentimento e sem os poderes necessários para a refrear aquando a sua investida, mas também quase como se fosse uma parte negra de si mesmo. Além deste facto, foi graças a ela que Ged é obrigado a crescer e a compreender que existem certas coisas que vão para além da nossa possibilidade de solução, que por muito bons que sejamos não podemos mudá-las.

Numa escrita inebriante, onde tudo parece ter sido pensado ao mais ínfimo pormenor, Ursula Le Guin apresenta-nos, deste modo, esta personagem deveras interessante, que se encontra de tal modo bem construída que o seu desenvolvimento e as suas mudanças se tornam imensamente subtis. Quase como quando nós mesmos sofremos alterações e só quando elas estão bem enraizadas é que as constatamos.

O único aspecto negativo que tenho a apontar são as capas tanto da edição que possuo, como mesmo da Editorial Presença, que acabam por transparecer uma imagem completamente errada da história que se encontra no seu interior. No caso da capa da Editorial Presença poderia parecer que era um livro para uma classe mais juvenil, contudo a verdade é que a considero intemporal, possuindo algumas mensagens, que possivelmente só com alguma maturidade é que será possível compreendê-las.

Um clássico que, sem dúvida, deve ser lido por miúdos e graúdos, de uma saga que se avizinha tornar-se bastante especial.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)