sábado, 30 de março de 2013
sexta-feira, 29 de março de 2013
Em Troca de um Coração
Nome: “Em Troca de um Coração”
Autora: Jodi Picoult
Nº de Páginas: 436
Editora: Livraria Civilização Editora
Sinopse: “Aceitava realizar o último desejo de um condenado para
salvar a vida de um filho? Com uma sensibilidade literária invulgar, Jodi
Picoult conduz uma vez mais o leitor a uma encruzilhada moral. Como é que uma
mãe concilia a trágica perda de um filho com a oportunidade de salvar a alma de
um homem que odeia? Shay foi condenado à morte por matar a pequena Elizabeth
Nealon e o padrasto. Onze anos mais tarde, a irmã de Elizabeth, Claire, precisa
de um transplante de coração e Shay, que vai ser executado, oferece-se como
dador. Este último desejo do condenado complica o plano de execução, pois uma
injecção letal inutilizaria o órgão. Entretanto, a mãe da criança moribunda
debate-se com a questão de pôr de parte o ódio para aceitar o coração do homem
que matou a sua filha. Picoult hipnotiza o leitor com uma história de redenção,
justiça e amor.”
Opinião: Jodi Picoult é uma escritora americana com 21 bestsellers editados, tendo a obra “Em
Troca de Coração” sido lançada inicialmente em 2008. A 13 de Dezembro de 2011 a
Paramount Pictures anunciou o seu
interesse em realizar uma adaptação do romance, contudo embora alguns actores
tivessem sido convidados, o projecto acabou por não ganhar forma.
June encontrava-se grávida de oitos meses,
quando viu a sua vida ser ditada por um homem, que, de um dia para o outro, lhe
tirou as duas pessoas que mais amava, o seu marido e a sua filha Elizabeth.
Onze anos mais tarde a sua filha Claire necessita de um coração e Shay, o homem
que lhe levou a sua família, encontra-se disposto a doar o seu coração à pequena
Claire, depois de ser executado. Estará June disposta a abdicar da sua vingança
em prole do amor que sente pela sua filha? Terá Shay o seu último desejo
cumprido?
Após ter acompanhado várias opiniões que
mencionavam a componente religiosa patente na obra, confesso que iniciei esta
obra com algum receio do que iria encontrar. Sou uma pessoa bastante céptica,
que muitas das vezes precisa de ver para querer e como agnóstica que sou, não
creio nem descreio em Deus. Como a advogada de Shay menciona, numa das suas
passagens, penso que a religião aparece quando o Homem necessita dela em alguma
altura da sua vida, com o intuito de se sentir melhor e de encarar cada novo
dia e provação com um sorriso. Tendo isto em conta e sabendo que na obra era bastante
mencionada a crença em Deus e milagres, estava um pouco receosa, contudo acabei
por apreciar a obra, mesmo tendo em conta esta componente.
Nesta obra somos confrontados com diversos
temas, desde o assassinato de um homem e de uma menina, por um jovem adulto; a
crença em Deus e também algumas das inconsistências da Igreja Católica; o
arrependimento e a tentativa de redenção de um homem; a realidade da execução; o
amor, o perdão e a certeza de que nem tudo o que parece ser à primeira vista o
é verdadeiramente.
Através da perspectiva de June, do padre
Michael, Lucius e Maggie temos a possibilidade de conhecer e acompanhar a vida,
os ideais e percepções dos diferentes personagens. Um dos aspectos que mais me
marcam e que mais valorizo na escritora é a forma fantástica como cria as suas
personagens, de uma forma que invariavelmente nos toca e criam uma ligação connosco.
Todas as personagens da obra conseguiram tocar-me e ensinar-me um pouco, tornando
a obra ainda mais inesquecível. Esta sua forma de narrar a história a várias
vozes define, sem dúvida, o estilo da autora.
June perdeu o seu marido e filha às mãos de
Shay Bourne e somente o facto de se encontrar grávida, a impulsionou a sair da
letargia em que viveu durante os primeiros tempos. Quando confrontada com a
possibilidade de salvar a vida da sua filha mais nova, fica reticente se deverá
realmente fazê-lo, mesmo que isso signifique cumprir o último desejo da pessoa
que mais odeia e que mais lhe tirou. June demonstra a dor de uma mãe, a impotência
que se sente quando alguém que amamos se encontra a sofrer e as marcas deixadas pela morte de alguém que amamos.
Michael foi um dos jurados que levou à
execução de Shay e que alguns anos depois se tornou padre, por se sentir de
certa forma culpado por ter levado a que a execução fosse aprovada. Onze anos
depois torna-se o conselheiro espiritual de Shay e encara esta missão como uma
forma de salvar-se a si mesmo e Shay, tentando ao máximo que este encontre a
paz e que consiga lutar pelos seus ideais.
Lucius é um dos companheiros de cadeia de
Shay, que se encontra preso por ter morto o seu companheiro, que o havia traído.
Um artista nato, capaz de criar tintas através dos mais variados alimentos, é
também portador de Sida e irá ser uma das pessoas visadas com os supostos
milagres que Shay é capaz de realizar.
Maggie é uma advogada com uma baixa
auto-estima, que tem uma relação complicada com a sua mãe e que irá fazer de
tudo para ajudar Shay a conseguir aquilo que ambiciona. Graças a este caso,
Maggie irá ganhar mais do que um julgamento mediático, irá também ser capaz de
ver para lá dos seus próprios olhos, irá perceber que pode e merece ser amada e
que a justiça por vezes possui um sabor amargo.
No que se refere a Shay, embora seja um crime
hediondo, aquele porque estava a ser acusado, confesso que não consegui, nem mesmo
no início, odiá-lo. Viveu durante toda a sua infância e grande parte da sua
juventude em lares de acolhimento, sem amor, sofrendo por vezes diversos abusos,
o que acaba por se considerado como uma atenuante pelo seu crime. Tenho de
admitir que a menos de metade da obra comecei a desconfiar o que realmente
deveria ter sucedido no dia do assassinato, o que aliado aos supostos milagres
de Shay, me levou a sentir somente curiosidade por esta misteriosa personagem,
que se mostrou ser das mais ricas, interessantes e melhores personagens, já
criadas pela escritora.
No que se refere ao tema da execução, que é
um dos focos da obra, confesso que concordo muito com a ideia defendida pelo
director da prisão. Penso que ninguém tem direito de ditar quando alguém deve
viver ou morrer e que uma vida não pode substituir outra, pelo que executar um
criminoso, mesmo essa pessoa tendo morto alguém, não me parece de todo certo.
Numa escrita bastante emotiva, compulsiva e
fluída, Jodi Picoult apresenta-nos temas controversos como o assassinato, a
execução, a religião, defendendo que nunca é tarde para perdoar, nem para nos arrependermos
e que a vida não é “preto no branco”.
“Em Troca de um Coração” foi, desta feita,
uma obra que me deu um prazer enorme de desfolhar, que me emocionou
profundamente e que me fez pensar sobre os mais diversos temas. Jodi Picoult é,
sem dúvida, a Rainha do Drama e esta obra só veio reforçar essa ideia.
Frases
a Reter: “Quando somos diferentes, às vezes não vemos os milhões de pessoas que
nos aceitam como somos. Só reparamos na única pessoa que não nos aceita.”
“Eis a minha opinião: não me parece que as
religiões se baseiem em mentiras, mas também não me parece que se baseiem em
verdades. Acho que surgem devido ao que as pessoas precisam na altura.”
quarta-feira, 27 de março de 2013
Selo Desafio Arco-íris
Este selo "Desafio Arco-Íris" foi-me oferecido pela Mira do blogue A Corte dos Livros, pela Elsar do Efeito dos Livros, pela Nexita do Mil Folhas, pelo André do Saboreia os Livros e pelo Fiacha do Leituras do Fiacha. Obrigada aos três por se terem lembrado de mim. :D
Regras:
1 - Referir quem vos deu o selo
2 - Postar uma foto de uma pilha com as cores do arco-íris.
3 - Passar o selo a 10 blogs super-hiper-mega coloridos
Aqui estão alguns dos meus livros criando o arco-íris requerido.
"A Árvore dos Segredos" de Sarah Addison Allen *opinião*
"Nunca te Perdi" de Linda Howard *opinião*
"No Anexo" de Sharon Dogar *opinião*
"Duas Irmãs, um Rei" de Philippa Gregory
"A Melodia do Amor" de Lesley Pearse *opinião*
"Descobri que te amo" de Ann E. Cannon *opinião*
"O Rapaz da Porta ao Lado" de Meg Cabot *opinião*
"Rosa Selvagem" de Patricia Cabot *opinião*
Quanto ao terceiro ponto do selo, vou fazer batota e não vou mencionar 10 blogues, mas sim incitar todos os bloggers que quiserem participar a partilharem o seu arco-íris literário. :)
terça-feira, 26 de março de 2013
Amor Perfeito
Nome: “Amor Perfeito”
Autor: Nuno Nogueira Silva
Nº de Páginas: 148
Editora: Papiro Editora
Sinopse: “Os enfermeiros são como anjos que nos recebem doentes,
em estado de desespero, à espera de uma cura. Sem milagres, vão distribuindo
amor e esperança a quem chega já sem chão. Em Amor Perfeito, Nuno Nogueira
Silva conta‑nos uma história onde a esperança é uma constante. Sofia é uma
enfermeira de Lisboa que decide ir viver para o Porto. Nesta cidade conhece
Tomé, que acabará por salvar após um trágico acidente. Ambos irão viver um
romance inesquecível. *** «Tomé abraçava Sofia e beijava-a intensamente. Ela desapertou,
um a um, cada botão da camisa de Tomé e atirou-a para o chão da sala. Depois
despiu cada peça que ainda tinha no corpo até ficar completamente nua. Tomé,
atabalhoadamente, tirou as suas calças e lançou-as contra um canto da sala. E
ali, perto da lareira, os dois deitaram-se em cima do cobertor. – Sofia, és tão
linda. Isto é um sonho. – Não, Tomé, não é um sonho. Estou aqui de verdade. Os
seus corpos uniram-se nos prazeres do amor e enquanto se ouvia o crepitar da
madeira, eles soltavam gemidos de prazer. Lá fora a chuva abrandava e o sol
começava a espreitar por entre as nuvens.»”
Opinião: Nuno Nogueira Silva, nascido em 1976 no Norte de Portugal,
trabalha na área comercial, o que o levou a realizar diversas viagens tanto no
interior do país como no estrangeiro. Apaixonado pela escrita e por histórias
de amor, lança em 2011 o seu primeiro volume “Amor Perfeito”.
Nesta obra somos apresentados a
Sofia, enfermeira em Lisboa, que decide ir viver para o Porto e recomeçar do
zero com a sua filha. Nesta cidade conhece Tomé, quando se encontra à procura
de casa e rapidamente se cria uma empatia entre ambos. Juntos irão descobrir o
verdadeiro significado da palavra amor.
Confesso que nunca me tinha deparado com esta obra, pelo que a iniciei sem grandes expectativas, contudo tenho de admitir que não me preencheu as medidas. Demorei imenso tempo a ler a primeira metade
desta obra, pois geralmente procuro uma história com profundidade, com algo
mais do que a simples história de amor, com descrições bem conseguidas no que
se refere às personagens e ao mundo que as engloba e infelizmente, na minha
opinião, a obra não contém estes ingredientes.
Tenho em consideração que esta é
a primeira obra do escritor, contudo não consigo deixar de notar que a obra precisaria
de muito mais trabalho, de um maior aconselhamento, de modo a que se pudesse tornar melhor. Necessitava de uma
maior utilização de descrições, um maior envolvimento e profundidade nas
personagens, de modo a que os leitores conseguissem sentir-se ligados às mesmas
e que torcessem para que tudo lhes corresse de feição. O que sinceramente não
sucedeu com esta obra.
Havia igualmente necessidade de algumas cenas serem descritas de modo
mais aprofundado, especialmente quando Tomé e Sofia passam o fim-de-semana
juntos, em que o autor poderia ter pegado nesse acontecimento e tornado num dos
momentos mais ternurentos da obra, mas que acabou por parecer forçado e demasiado
rápido. Por outro lado existe um uso excessivo de diálogos, que para alguns leitores
poderá remeter quase para um teatro, mas que pessoalmente não estou habituada a
obras nestes moldes e sinceramente não consigo apreciar uma obra em que só
existem diálogos e nada mais. Ainda no que se refere aos diálogos, tenho de mencionar
que alguns me pareceram forçados e até demasiado lamechas.
Quando me deparei com a sinopse,
pensei que seria dado um grande destaque aos enfermeiros, à sua profissão e
missão, o que penso que poderia ter dado mais profundidade à obra, de modo a
que não se centrasse somente na história de amor, contudo acaba por não ser
dada grande notoriedade à profissão.
Numa escrita repleta de diálogos,
sem dar azos a grandes descrições, Nuno Nogueira da Silva apresenta-nos uma história
com alguns “clichés”, uma história que demonstra que nunca devemos desistir do
amor e de lutar pelo mesmo, mas que pessoalmente penso que poderia ser muito
melhor.
Em suma, “Amor Perfeito” foi uma
obra que não me agradou sobremaneira, nem preencheu as medidas. Acredito sinceramente que se
tivesse mais descrições, um maior aprofundamento das personagens, um maior foco
no que é ser enfermeiro e quiçá um maior aproveitamento da cidade do Porto,
teríamos uma obra aprazível.
Avaliação: 1/5 (Não Gostei!)
domingo, 24 de março de 2013
Selo "Blog de outro Mundo"
Este selo foi-me atribuído pelas simpáticas Ghost Reader, Carolina do blogue Era uma vez... , Maria d' O Imaginário dos Livros e Kel d' A Rapariga dos Livros. Obrigada por se terem lembrado de mim. :)
Regras:
1-Colocá-lo no teu blog;
2- Referir o link de quem te enviou;
3- Dizer quais são as três coisas que mais gostas num livro e as três que mais odeias;
4- Passar o selo a 5 (ou mais blogs) que consideres de outro mundo.
As 3 Coisas que mais Gosto num livro:
1 - Personagens bem construídas, que tenham qualidades, mas também defeitos, de modo a que o leitor consiga sentir-se ligado às mesmas;
2 - Uma narrativa envolvente contendo elementos que nos cativem, ora pela sua emoção ora pelo seu mundo rico;
3 - Descrições bem conseguidas.
As 3 Coisas que menos Gosto num livro:
1 - Um livro sem qualquer descrições, que nos contextualizem ou que nos descrevam as personagens;
2 - Uma narrativa enfadonha ou sem um "fio condutor";
3 - Personagens sem uma personalidade forte.
5 blogues:
Chaise Longue
Bookeater/Booklover
Ler y Criticar
Morrighan
Pensar nos Livros
Frases Mágicas (7)
“To acquire the habit of reading is to construct for yourself a refuge from almost all the miseries of life.” ― W. Somerset Maugham, Books and You
segunda-feira, 18 de março de 2013
Selo
A Ghost Reader ofereceu-me mais este selinho. Obrigada por te teres lembrado de mim. :)
Regras:
1 - Listar 12 coisas sobre o que gostas de fazer;
2 - Responder às 12 questões que lhe foram atribuídas;
3 - Nomear 12 bloggers com 200 ou menos seguidores, colocar o link dos respectivos blogs neste post e avisá-los sobre o prémio;
4 - Fazer 12 novas perguntas aos blogs nomeados.
12 Coisas que Gosto de Fazer:
1 - Ler antes de dormir;
2 - Ouvir música;
3 - Dormir;
4 - Ver séries;
5 - Tirar fotografias;
6 - Ir ao cinema;
7 - Conviver;
8 - Aprender coisas novas;
10 - Brincar com a minha cadela;
11 -Passear e conhecer novos locais;
12 - Cantar, embora tenha muito pouco jeito. :P
12 Perguntas:
1 - Qual consideras o teu livro favorito?
Só um?! Esta é uma escolha muito ingrata. :P Se só pudesse escolher um, se calhar "A Rapariga que Roubava Livros" de Markus Zusak.
2 - Se te pudesses tornar em alguma personagem, qual seria?
A Mercy da saga Mercy Thompson de Patricia Briggs.
3 - Qual o teu vilão favorito?
Melisande da Saga Kushiel de Jacqueline Carey e Majestoso da Saga Aprendiz de um Assassino.
4 - Onde tens os teus livros?
Tenho-os distribuídos entre a minha casa em Lisboa e a casa da minha mãe. Há medida que vou lendo os livros que tenho em Lisboa, geralmente levo-os para a minha estante, que está em casa da minha mãe.
5 - Como estão organizados os teus livros?
Eu sou um pouco esquisita a arrumar os livros. :P Tenho-os organizados por editadora. Dentro disso tenho-os por autor, em ordem alfabética. Se forem sagas, tenho-as conforme os volumes, senão tenho os livros dos mesmos escritores também por ordem alfabética.
6 - Gostas de ouvir música enquanto lês?
Gosto. Se tiver em casa e não houver barulho, geralmente não oiço, mas fora de casa só consigo ler com música, pois em caso contrário distraio-me.
7 - Se sim, que género?
Oiço de tudo um pouco e em consequência acabo por ouvir também todos os géneros enquanto leio. Evito enquanto leio é ouvir músicas de autores portugueses porque geralmente distrai-me.
8 - Se ficasses preso numa ilha deserta e só pudesses levar 5 coisas, o que seria?
Um livro; uma foto de todos os que gosto; comida; água e uma faca, pois daria certamente jeito. :P
9 - No mesmo cenário, mas se pudesses escolher com quem ficar, quem seria? E porquê?
A minha família e amigos mais chegados, tal como a minha cadela porque a minha vida não teria o mesmo sabor, se não fossem eles...
10 - Preferes o frio ou o calor?
Sinceramente gosto mais do meio termo, por isso é que a Primavera é a minha estação do ano preferida.
11 - Qual a tua cor favorita?
As cores que mais gosto são o azul, cinzento e preto. Se tivesse escolher só uma cor seria o azul.
12 - Tens animais de estimação? Quais? (Se não tens, gostarias de ter? Quais?)
Tenho uma caniche anã, que adoro. :)
12 blogues:
Quanto às questões, vou fazer batota e colocar as mesmas da Ghost. :)
2 - Se te pudesses tornar em alguma personagem, qual seria?
3 - Qual o teu vilão favorito?
4 - Onde tens os teus livros?
5 - Como estão organizados os teus livros?
6 - Gostas de ouvir música enquanto lês?
7 - Se sim, que género?
8 - Se ficasses preso numa ilha deserta e só pudesses levar 5 coisas, o que seria?
9 - No mesmo cenário, mas se pudesses escolher com quem ficar, quem seria? E porquê?
10 - Preferes o frio ou o calor?
11 - Qual a tua cor favorita?
12 - Tens animais de estimação? Quais? (Se não tens, gostarias de ter? Quais?)
sábado, 16 de março de 2013
Frases Mágicas (6)
“Books are the quietest and most constant of friends; they are the most accessible and wisest of counselors, and the most patient of teachers.” ― Charles William Eliot
quarta-feira, 13 de março de 2013
Mariana
Nome: “Mariana”
Autora: Susanna Kearsley
Nº de Páginas: 352
Editora: Edições ASA
Sinopse: “Julia Becket acredita no destino. Ela tinha apenas cinco
anos quando viu Greywethers pela primeira vez, mas soube de imediato que aquela
era a sua casa. Vinte e cinco anos depois, tornou-se finalmente sua
proprietária. Mas Julia depressa começa a suspeitar de que existe algo de
poderoso e inexplicável por detrás da sua decisão radical de abandonar Londres
e começar de novo numa pequena aldeia. Os novos vizinhos são calorosos e
acolhedores, muito particularmente Geoff, o aristocrático proprietário de Crofton
Hall, com quem sente uma ligação imediata. Mas a vida tal como ela a conhecia
acabou, e outra bem diferente está prestes a começar. Uma vida que inclui
Mariana, que habitou aquela mesma casa trezentos anos antes e cujo destino
ficou tragicamente por cumprir. A história de Mariana vai- se revelando a pouco
e pouco, apoderando-se da sua vida como um feitiço. Ao longo dos séculos que
separam as duas jovens, uma promessa de amor eterno aguarda o desfecho que o
destino lhe negou. Conseguirá Julia desvendar no presente os enigmas do
passado? Será que Mariana esteve sempre à sua espera?”
Opinião: Susanna Kearsley nasceu numa família de leitores, o que
lhe transmitiu o gosto pela leitura e mais tarde pela escrita. Nas suas obras é
comum encontrarmos temas como o passado e o efeito que o mesmo tem no presente,
tendo herdado do pai o gosto pela Genealogia. Desde muito cedo que começou a
escrever, inicialmente somente alguns capítulos, passando na adolescência a
escrever histórias mais completas. Quando a sua irmã a desafiou a deixar de
escrever somente capítulos e dedicar-se a escrever uma obra, Susanna embarcou
no desafio e no final daquele verão surgia o seu primeiro romance. Tornando-se
o seu “hobby” numa vocação.
Foi galardoada com o Catherine Cookson Award pelo seu romance
“Mariana” e com “O Segredo de Sophia” conquistou o prémio da Romantic Times para Melhor Romance
Histórico, tendo-se inclusive tornado num bestseller
mundial.
“Mariana”, livro que catapultou a
autora para a ribalta, apresenta-nos Júlia, que desde os cinco anos, quando
conheceu Greywethers, percebeu que aquela casa um dia teria de ser sua. Quando
um dia, ao perder-se naquela zona, encontra casa, que se encontra à venda,
percebe que finalmente encontrou a sua oportunidade para adquirir a casa com
que sempre sonhou. Assim, abandona o seu emprego em Londres, apartamento e
amigos e recomeça a sua vida naquela casa e aldeia desconhecidas.
Embora seja recebida de forma
entusiástica por todos os seus vizinhos, existe algo estranho na casa onde
habita, um passado que inclui Mariana. Quando Júlia começa a ter visões sobre
um passado desconhecido, inicialmente pensa que está a enlouquecer, mas como o
seu irmão mais velho lhe ressalva, não será antes Júlia a reencarnação de Mariana,
que habitou aquela casa e que terá certamente um propósito não cumprido? Presa
entre o seu presente e o passado de Mariana, Júlia tentará compreender a
história de Mariana.
Esta foi uma autora que me foi
altamente recomendada. Praticamente todas as opiniões que acompanhei sobre a
escritora, tanto no que se refere a esta obra, como à primeira que foi editada
em Portugal, “O Segredo de Sophia”, a consideravam como uma escritora
fantástica e sendo as suas histórias inesquecíveis. O que me levou a começar
esta obra pouco depois de a ter adquirido, com algumas expectativas.
Posso afirmar desde já que nos
encontramos perante uma obra bastante especial, devido à combinação de inúmeras
componentes que prendem o leitor e o deliciam com cada nova página e desenvolvimento.
Desde a sua componente histórica, ao modo como adiciona à trama componentes do
fantástico, como os fantasmas e a reencarnação, e até por todos os sentimentos
subjacentes na obra.
Confesso que fiquei desde as
primeiras páginas rendida ao livro, devido às descrições da autora, que
praticamente me transportaram para aquela casa e aldeia. É um livro bastante
gráfico visualmente, que nos apresenta mundos fantásticos, desde casas
tremendamente ricas do ponto de vista histórico, até ao modo como nos são
apresentados jardins, com inúmeras flores e plantas, que muitas, tenho de
admitir, desconhecia, que são uma delícia para os sentidos do leitor.
Quando Júlia tem pela primeira
vez uma visão do passado de Mariana, somos apanhados algo de surpresa porque a
mudança é algo brusca, contudo é uma questão de tempo até nos habituarmos a
estas visões e a ansiarmos para que se voltem a repetir, para que possamos
novamente visitar aquela terra, no século XVII e os seus habitantes.
Mariana e Júlia são duas pessoas
completamente diferentes. Viveram em épocas distintas, têm objectivos e ideais
completamente opostos, contudo têm algo de muito importante em comum, o amor. A junção
destes dois mundos tão diferentes foi uma viagem bastante gratificante e
interessante. Por um lado era muito bom conhecer Júlia, a sua família, os seus
vizinhos e amigos, que foi criando naquela aldeia e mais tarde a relação que
encetou com Geoff, um aristocrático proprietário da mansão Crofton Hall.
Contudo, sentíamos de igual modo uma necessidade enorme de conhecer mais a Dama
de Verde, que durante tantos anos atormentou a casa de Júlia, o seu passado e a
sua história de amor.
Apreciei realmente esta componente
na história, dos fantasmas e da reencarnação porque é um tema bastante interessante,
que todos nós já nos apanhámos a pensar em alguma altura da vida. Penso que a
autora utilizou este tema na perfeição, para fazer a ponte entre o século XVII
e a actualidade, que nos permitiu conhecer duas eras completamente distintas e
que nos levou a conhecer uma história de amor intemporal.
Adicionando a todos estes
factores, a delícia que são as descrições da autora, as componentes históricas
e fantásticas da obra que se encontram conjugadas, na minha opinião, na
perfeição, temos ainda uma linda história de amor, que não deixará certamente indiferente,
os mais românticos.
Esta é uma história repleta de
romantismo, de emoções, que nos apresenta uma história de amor intemporal. Que
defende que quando se ama realmente uma pessoa, esse amor é para sempre e vence
qualquer barreira, até a morte. É uma obra capaz de nos afagar o coração com
cenas mais enternecedoras entre as nossas personagens e capaz de nos apertar o
mesmo e levar-nos às lágrimas, quando os acontecimentos não correm de feição
para as nossas personagens.
Todas as personagens tiveram a
sua importância na trama e sinceramente não era capaz de destacar nenhuma em
especial porque todas conseguiram criar uma ligação especial comigo, levando-me
a torcer para que tudo corresse bem com as mesmas. As que nos tocam mais são
claramente Júlia e Mariana, por questões óbvias, contudo todas as personagens
são importantes e marcam-nos à sua maneira.
Numa escrita envolvente, repleta
de emoções e romantismo, Susanna Kearsley apresenta-nos uma história de amor
intemporal. A descoberta do primeiro amor, a dor de perder o mesmo e a luta
incessante pela felicidade junto daqueles que amamos, são os ingredientes desta
inesquecível obra.
“Mariana” é, em suma, uma
verdadeira pérola e Susanna Kearsley uma autora a seguir com muita atenção.
Sinto que muito mais poderia ser dito nesta opinião e que muito possivelmente não
consegui fazer jus a esta incrível obra, mas como nota final gostaria de frisar
que é uma obra realmente fantástica e que a recomendo sem qualquer reserva.
Frases a Reter: “O passado pode ensinar-nos, alimentar-nos, mas não
nos sustém. A essência da vida é a mudança e temos de continuar a avançar senão
a alma murcha e morre.”
Avaliação: 5/5 (Adorei!)
domingo, 10 de março de 2013
Silver Bay - A Baía do Desejo
Nome: “Silver Bay – A Baía do Desejo”
Autora: Jojo Moyes
Nº de Páginas: 416
Editora: Porto Editora
Sinopse: “Mike Dormer chega a Silver Bay, uma pacata vila costeira
da Austrália, com um único e secreto intuito que abalará por completo a vida
dos seus habitantes.
Mas Silver Bay reserva-lhe um destino diferente.
Liza McCullen e a sua filha Hannah, de dez anos, residem no familiar Hotel Silver Bay - tão excêntrico como a sua proprietária Kathleen - onde Mike se hospeda. As suas personalidades enigmáticas exercerão um fascínio inexplicável sobre o pragmático executivo londrino, que se deixará envolver irremediavelmente pelos membros da pequena comunidade de Silver Bay e pela magia que descobre no seu modo de vida. Em pouco tempo, Mike sentir-se-á dividido entre a culpa e o desejo, a responsabilidade... e a paixão inesperada. Paralelamente, a vida de Liza sofrerá uma reviravolta inevitável.
Prisioneiros de uma perigosa teia de segredos e mentiras, estarão eles preparados para enfrentar os acontecimentos que se avizinham?”
Mas Silver Bay reserva-lhe um destino diferente.
Liza McCullen e a sua filha Hannah, de dez anos, residem no familiar Hotel Silver Bay - tão excêntrico como a sua proprietária Kathleen - onde Mike se hospeda. As suas personalidades enigmáticas exercerão um fascínio inexplicável sobre o pragmático executivo londrino, que se deixará envolver irremediavelmente pelos membros da pequena comunidade de Silver Bay e pela magia que descobre no seu modo de vida. Em pouco tempo, Mike sentir-se-á dividido entre a culpa e o desejo, a responsabilidade... e a paixão inesperada. Paralelamente, a vida de Liza sofrerá uma reviravolta inevitável.
Prisioneiros de uma perigosa teia de segredos e mentiras, estarão eles preparados para enfrentar os acontecimentos que se avizinham?”
Opinião: Jojo Moyes, nascida e crescida em Londres, formou-se em
Jornalismo e foi correspondente do jornal The
Independent até 2002, ano em que publicou o seu primeiro romance “Retracto
de Família”. Após a publicação do mesmo, decide dedicar-se a tempo inteiro à
escrita. Conseguiu a proeza de vencer por duas vezes o prémio Romantic Novel of the Year, com a sua
segunda obra “Foreign Fruit”, lançada
em 2003, e com a sua oitava obra “A Última Carta de Amor”, lançada em 2010.
“Silver Bay – A Baía do Desejo”, lançada
inicialmente em 2007, apresenta-nos Silver Bay, uma pacata vila costeira da
Austrália. Mike Dormer parte para esta vila com o intuito de conseguir avançar
com um empreendimento para a sua empresa londrina. Ao chegar a esta pequena
vila, fica hospedado no hotel de Kathleen, que vive juntamente com a sua sobrinha
Liza McCullen e a filha desta Hannah. Mike tenta ao máximo arranjar formas de
levar o projecto para a frente, contudo quando finalmente consegue cumprir o
objectivo que o levou a Silver Bay, percebe que foi um enorme erro. As espécies
marítimas que habitam a zona costeira irão ser irremediavelmente afectadas com
este novo hotel, o comércio da vila será igualmente comprometido e a vida de
todos aqueles habitantes será afectada com este hotel de luxo com desportos
marítimos, especialmente a família de Kathleen.
Há algum tempo que esta autora me
suscitava interesse, por todas as opiniões positivas que acompanhei sobre a
mesma e devido às premissas interessantes das suas obras. Com a sua mais
recente obra editada em Portugal, “A Última Carta de Amor”, tive a
possibilidade de trazer como oferta este volume.
Confesso que me surpreendeu pela
positiva esta obra. A história é bastante envolvente e interessante,
levando-nos a conhecer esta população que subsiste devido a excursões de
observação a estes animais marítimos e devido ao comércio local. Aspecto que
nos permite constatar cenas absolutamente fantásticas de animais marítimos,
como as baleias e os golfinhos. Os momentos em que tínhamos prazer de ter
contacto com estes animais mostraram-nos a ternura que os diferentes
personagens tinham por estes animais, a inteligência e a singularidade destes
seres, mas também o modo como o Homem pode ser fatal para estes.
No que se refere às personagens,
temos a possibilidade de ter diferentes narradores, num relato na primeira
pessoa, o que nos permitiu conhecer melhor cada uma das personagens e
consequentemente sentirmo-nos mais ligados às mesmas.
Liza é uma mulher reservada,
podendo ser considerada por muitos como anti-social, por não se dar a conhecer
e por evitar muitas vezes qualquer contacto com outras pessoas. Com um passado
conturbado, Liza mostra-nos que o ambiente onde nos encontramos inseridos, nos
pode levar a tomar decisões que moldam para sempre o nosso futuro e daqueles
que nos rodeiam. Quanto a Mike, parte de Londres como um homem de negócios, ambicioso,
que quer prosseguir na carreira e mostrar que foi feito para ser um homem de
sucesso, mas que depois de Silver Bay percebe que existem coisas mais
importantes e que as pessoas daquela comunidade, os animais são mais relevantes
que todos esses aspectos supérfluos. Também nesta vila irá compreender o
verdadeiro significado da palavra amor e que nunca é tarde para admitir um erro e para o tentar solucionar.
No que se refere às restantes
personagens, Kathleen é uma senhora idosa, cheia de vivacidade, com mais
energia que muitas pessoas com metade da sua idade. Na década de 50 tornou-se
famosa por capturar um Tubarão, o que também catapultou o hotel do pai para a
ribalta durante alguns anos, safando-o da falência. Hannah é uma menina que é
mais madura do que seria de se esperar, com uma certa amargura e tristeza, que
só se costuma observar em pessoas mais velhas. É uma menina bastante querida, atenciosa,
que acaba por ser um pilar e de ter de guardar muitas vezes para si o que
sente. Também esta pequena menina terá um papel fundamental nos
desenvolvimentos deste futuro hotel.
Numa escrita bastante fluída,
ternurenta e apaixonada, Jojo Moyes apresenta-nos uma história de amor, perda, segredos, amizade, mas fundamentalmente de escolhas, que moldam quem somos e
todo o nosso percurso.
Em suma, “Silver Bay – A Baía do
Desejo” foi uma agradável surpresa, por todas as mensagens patentes na mesma, pelo modo como nos mostra como o Homem pode ser mau para a sua própria espécie,
mas também para com outros seres e como as nossas escolhas podem afectar a
nossa vida e a dos que nos rodeiam.
Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)
sábado, 9 de março de 2013
Frases Mágicas (5)
“Every book, every volume you see here, has a soul. The soul of the person who wrote it and of those who read it and lived and dreamed with it. Every time a book changes hands, every time someone runs his eyes down its pages, its spirit grows and strengthens.” ― Carlos Ruiz Zafón, "The Shadow of the Wind"
quinta-feira, 7 de março de 2013
Quando o Papá Voltar
Nome: “Quando o Papá Voltar”
Autora: Toni Maguire
Nº de Páginas: 256
Editora: Edições ASA
Sinopse: “A infância de Toni terminou quando ela tinha apenas seis
anos e o seu pai lhe roubou a inocência. Já adolescente e após anos de abusos
sexuais, ela encontrou por fim a coragem para o enfrentar, conseguindo que
fosse condenado à prisão. Toni acreditou então que podia ter uma vida normal. A
sua relação com a mãe floresceu, bloqueando por completo as más recordações.
Mas, dezoito meses mais tarde, Toni chega a casa e encontra o pai sentado na
sala de estar. Foi nesse momento que percebeu que o pesadelo não terminara e
que a mãe esperara ansiosamente pelo regresso do marido.
Sozinha e traumatizada, Toni saiu de casa e mergulhou numa profunda depressão, tendo acabado por ser internada num hospital psiquiátrico. E, quando já ninguém acreditava na sua recuperação, ela começou a melhorar. A sua enorme força de vontade permitiu-lhe começar de novo e, através do seu testemunho, alertar e ajudar todos os que, como ela, são vítimas inocentes das pessoas em quem mais confiam.”
Sozinha e traumatizada, Toni saiu de casa e mergulhou numa profunda depressão, tendo acabado por ser internada num hospital psiquiátrico. E, quando já ninguém acreditava na sua recuperação, ela começou a melhorar. A sua enorme força de vontade permitiu-lhe começar de novo e, através do seu testemunho, alertar e ajudar todos os que, como ela, são vítimas inocentes das pessoas em quem mais confiam.”
Opinião: “Quando o Papá Voltar”, lançado inicialmente em 2007,
apresenta-nos a continuação da história verídica de Toni Maguire, vítima de
violação por parte do pai desde os seus 6 anos de idade.
No final da anterior obra, “NãoDigas Nada à Mamã”, Toni havia acusado o pai de violação, o que tinha levado à
sua condenação. Com a prisão do pai, tudo muda na vida desta menina, que
finalmente consegue o que sempre ambicionou, uma vida aparentemente normal,
junto da mãe que sempre adorou. Para fugir do escândalo, compram ambas uma casa
e rapidamente Toni vê surgir a mãe que sempre quis ter, amiga e atenciosa, que
sorri e partilha os dias com a filha. Assim, inicia-se uma vida agradável para
esta jovem, que aos poucos vai conhecendo algumas pessoas da idade dela e
consegue inclusive conhecer um rapaz que a faz feliz. Contudo, o seu segredo
ainda a atormenta, primeiramente porque continua a refugiar-se no álcool, para
contornar os problemas, e porque a aparente estabilidade da sua vida irá ser
abalada pela volta do pai para casa.
Toni fica destroçada ao constatar
que a mãe está disposta a albergar de novo em casa de ambas, o homem que tanto
mal lhe fez. Após várias agressões e de perder o namorado, Toni é expulsa de
casa e obrigada a viver num quarto com vários outros inquilinos. A dor de todas
estas perdas e provações levará esta jovem a entrar numa depressão tão grande,
que só um acompanhamento psiquiátrico poderá auxiliar.
Na anterior obra senti que era
uma obra difícil de ler de seguida, devido a todos os momentos vivenciados e à
carga psicológica contida na obra. Embora este volume também seja bastante
triste, é uma obra que se lê de uma assentada, pois temos bastante curiosidade
por saber o que se passará de seguida na vida da nossa narradora.
É uma obra que nos transmite
vários sentimentos e que nos apresenta diferentes realidades. Sentimos raiva
por esta mãe, que apesar de tudo o que a filha passou às mãos do seu marido,
ainda o aceita de volta, preferindo abdicar da sua única filha, em prole deste
marido que não lhe traz felicidade nenhuma. Nos dois anos em que o marido está preso,
vemos surgir uma pessoa carinhosa, atenciosa, feliz, embora ainda seja muito
ligada às aparências, que a definem enquanto pessoa, contudo quando o marido é
solto, deixamos de ver essa felicidade, passando a ser novamente uma pessoa
carrancuda. Deixa-me triste que alguém esteja disposto a abdicar da felicidade,
devido às aparências. Penso sinceramente que esta mãe nunca amou realmente a
filha, pois em caso contrário não a faria passar por todas estas provações.
Ao longo desta narrativa sentimos
também tristeza por Toni, porque desde pequena nunca teve ninguém que a amasse
verdadeiramente e que lhe mostrasse como a vida pode ser fantástica. É
revoltante que esta menina tenha sofrido tanto, que tenha inclusive entrado
numa depressão tão grande, que a levou a ser hospitalizada num hospital
psiquiátrico, onde foi submetida a tratamentos atrozes e onde conheceu
realidades absolutamente angustiantes, devido a estes pais horríveis.
Gostaria também de salientar que
as cenas no hospital psiquiátrico me permitiram conhecer como eram na década de
60 estes hospitais, os tratamentos e como eram tratados os doentes. Foram dos
momentos mais fortes das obras, em que somos confrontados com cenas realmente
angustiantes, em que as pessoas são tratadas quase como objectos, que não têm
direitos, nem a atenção que qualquer pessoa merece.
Como único aspecto negativo a apontar na obra, seria o modo rápido como nos foi contada a vida de Toni depois de todas as provações. Fiquei curiosa por saber mais sobre a sua vida depois de tudo o que passou, mas infelizmente a autora não desenvolve muito essa parte. Sei que não é esse o objectivo do livro e que se calhar estou a querer ser intrometida, porém fica a vontade de saber mais sobre a vida desta lutadora.
Como único aspecto negativo a apontar na obra, seria o modo rápido como nos foi contada a vida de Toni depois de todas as provações. Fiquei curiosa por saber mais sobre a sua vida depois de tudo o que passou, mas infelizmente a autora não desenvolve muito essa parte. Sei que não é esse o objectivo do livro e que se calhar estou a querer ser intrometida, porém fica a vontade de saber mais sobre a vida desta lutadora.
Ao escrever estas obras Toni
conseguiu mais do que expor os seus fantasmas, mas também auxiliar inúmeras
pessoas. Estas obras são consideradas por muitos leitores, como obras de força
e perseverança e tal é incontestável. Toni é realmente uma mulher de garra, de
perseverança, que nos ensina que somos capazes de ultrapassar qualquer
barreira, desde que sejamos fortes e que não deixemos que outros definam a
nossa vida e quem somos.
Frases a Reter: “O ódio lesa a pessoa que o sente (...) o seu alvo nunca sente o seu efeito.”
Frases a Reter: “O ódio lesa a pessoa que o sente (...) o seu alvo nunca sente o seu efeito.”
domingo, 3 de março de 2013
A Saga de Alex 9
Nome: “A Saga de Alex 9”
Autor: Bruno Martins Soares
Nº de Páginas: 608
Editora: Saída de Emergência
Sinopse: “Dois planetas em diferentes etapas de desenvolvimento.
Duas guerras que podem levar ao extermínio. Uma profecia desconhecida. Qual
será o papel de Alex 9?
Estamos no século XXII. Alex 9 é uma órfã adotada por uma poderosa corporação e treinada para ser a mais temível arma de combate que já existiu. Envolvida numa missão da qual desconhece os contornos, é lançada para os confins do espaço e só acorda duzentos anos depois na Terra. Mas não é a nossa Terra. Este novo planeta em tudo semelhante ao nosso vive numa Idade Média onde impérios se enfrentam em sangrentas batalhas. E a chegada de Alex 9 veio baralhar tudo pois cumpre uma antiga profecia. Atacada por forças misteriosas que procuram destruí-la, a jovem também encontra aliados inesperados e, quem sabe, algo que sempre julgou não estar destinado a si. Numa saga repleta de perigos, para sobreviver Alex 9 terá de desvendar os mistérios que levaram dois mundos distantes no espaço e no tempo a embrenharem-se em guerras sangrentas. E com armas magnéticas, espadas japonesas, batalhas de naves e cargas de cavalaria a concorrerem entre si, só uma mulher como Alex 9 tem hipóteses de o fazer. Mas qual será o preço?"
Estamos no século XXII. Alex 9 é uma órfã adotada por uma poderosa corporação e treinada para ser a mais temível arma de combate que já existiu. Envolvida numa missão da qual desconhece os contornos, é lançada para os confins do espaço e só acorda duzentos anos depois na Terra. Mas não é a nossa Terra. Este novo planeta em tudo semelhante ao nosso vive numa Idade Média onde impérios se enfrentam em sangrentas batalhas. E a chegada de Alex 9 veio baralhar tudo pois cumpre uma antiga profecia. Atacada por forças misteriosas que procuram destruí-la, a jovem também encontra aliados inesperados e, quem sabe, algo que sempre julgou não estar destinado a si. Numa saga repleta de perigos, para sobreviver Alex 9 terá de desvendar os mistérios que levaram dois mundos distantes no espaço e no tempo a embrenharem-se em guerras sangrentas. E com armas magnéticas, espadas japonesas, batalhas de naves e cargas de cavalaria a concorrerem entre si, só uma mulher como Alex 9 tem hipóteses de o fazer. Mas qual será o preço?"
Opinião: Bruno Martins Soares, nascido em Lisboa, ganhou uma menção
honrosa no Concurso Nacional de Jovens Criadores, em 1994. Dois anos mais tarde
vence a edição do mesmo concurso, o que o levou a ser representante de
Portugal, em Turim, na Bienal de Jovens Criadores da Europa e do Mediterrâneo
de 1997. Em colaboração com a Associação GEIC, cria uma colecção de obras de
jovens escritores, denominada como “O Homem do Saco”, onde publicou a sua
primeira colectânea de contos, “O Massacre”, em 1996.
“A Saga de Alex 9”, editada em
2012, contém as duas primeiras obras escritas pelo autor pertencentes à
Colecção Teen e o final da trilogia, numa edição aumentada e revista pelo
escritor. Nesta obra encontramo-nos no século XXII e a nossa personagem principal,
Alex 9, que é uma órfã adoptada por uma cooperação, que a treina e a torna numa
das mais temidas e poderosas lutadoras. Portadora de uma missão, com contornos
que desconhece completamente, é enviada para uma Terra em tudo igual à sua,
contudo que se encontra ainda na Idade Média. Após a sua nave cair, é salva por
um grupo e nesse momento conhece Dael, Príncipe de Brodom. Neste local, Alex
irá ser uma importante chave na batalha que os assola, mas também será aqui que
descobrirá o seu passado e o verdadeiro significado da palavra família.
Como já referi algumas vezes
Ficção Científica é dos géneros que pior conheço e para os quais parto sempre
com um misto de curiosidade e receio do que irei encontrar. Nesta obra somos
apresentados a dois géneros conjugados na perfeição, a Fantasia Épica e a
Ficção Científica, contendo o melhor dos dois mundos. Agradou-me especialmente
o mundo futurista idealizado pelo escritor, deu-me bastante prazer ler os
momentos passados no século XXII, os meios de transporte, as armas utilizadas e
as relações existentes naquele mundo. No que se refere à Terra na Idade Média,
temos a possibilidade de presenciar as estratégias, os “jogos de bastidores”,
como se afirma coloquialmente, as batalhas e as traições existentes naquele mundo,
que nos prendem à narrativa.
Esta obra possui bastantes cenas
de acção, que para alguns poderá parecer excessivo, contudo confesso que as
mesmas fizeram-me ler a obra com mais entusiasmo e vontade de saber como iriam
acabar os acontecimentos. Como nos é dado a entender na sinopse da obra,
encontramo-nos perante uma guerra entre dois mundos, em diferentes graus de
desenvolvimento, o que nos leva a questionar como irá o autor conjugar esta
batalha entre dois mundos tão diferentes, porém o autor consegue fazê-lo de um
modo bastante bem conseguido.
No que se refere às personagens,
gostei bastante da Alex. Foi interessante constatar o modo como aprendeu a
fazer parte de uma Terra que ainda se encontrava na Idade Média e como permitiu
que os seus habitantes se tornassem melhores e mais avançados. Agradou-me
igualmente que a partida para esta Terra nos tenha facultado uma faceta da Alex
que desconhecíamos até então, o seu lado mais humano. É uma lutadora exímia,
das melhores alguma vez vistas, mas além desta sua faceta, é também alguém que deseja
amar e ser amada, ter uma família e um papel no mundo. Tenho de admitir que
inicialmente quando nos é mostrado este seu lado mais humano, me pareceu que
estávamos perante uma pessoa completamente diferente, daquela que nos tinha
sido apresentada inicialmente, contudo isso é justificável porque por vezes
somos obrigados a criar escudos à nossa volta de modo a não sofrermos, o que é
bastante evidente nesta personagem.
No que diz respeito às restantes
personagens, gostei muito de Dael e Jikard. O primeiro por ser um grande
estratega, lutador, que se mostrou um homem bom. Jikard por ser um jovem tão
perspicaz, inteligente e com um futuro bastante promissor. Os momentos vivenciados entre Alex, Dael e
Jikard foram dos que mais me agradaram e que, na minha opinião, trouxeram mais
vida à obra.
Kaoru e Pierre foram também das
personagens que mais me agradaram. Foram os mestres de Alex, os seus educadores
e praticamente as suas figuras paternais, que a tornaram na mulher de perseverança
e lutadora em que se tornou. Tendo um papel fundamental no desenrolar da
história e na concretização da missão de Alex.
Numa alternância entre o mundo
futurista e a Idade Média, Bruno Martins Soares apresenta-nos numa escrita
compulsiva, recheada de acção, mistério e uma pitada de amor, dois mundos
bastante diferentes, que se encontram a defrontar uma batalha que definirá o
futuro do mundo.
Em suma, “A Saga de Alex 9” foi
uma agradável surpresa, que me voltou a mostrar como pode ser fantástico o
mundo da Ficção Científica e que veio reforçar que também se faz óptima
literatura em Portugal. Os meus parabéns ao escritor e espero puder ter o
prazer de voltar a ler algo da sua autoria num futuro próximo.
Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)
sábado, 2 de março de 2013
Aquisições de Fevereiro
Na compra de "Mariana" ofereciam "O Segredo de Sophia" da autora Susanna Kearsley. Tenho acompanhado opiniões bastante positivas quanto a este último e o primeiro tem uma sinopse bastante cativante, pelo que não consegui resistir a aproveitar esta promoção.
Ao adquirir o terceiro volume da trilogia "Asas de Glória", "Nas Asas do Amanhã", ofereciam o primeiro volume, "Nas Asas do Amor", de Sarah Sundin, do qual tenho acompanhado opiniões bastante entusiásticas, pelo que espero ter a possibilidade de o ler num futuro próximo.
Já leram algum dos livros mencionados? Têm curiosidade por algum em especial? :)
Subscrever:
Mensagens (Atom)