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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Entrevista com o Vampiro



Nome: "Entrevista com o Vampiro"

Autora: Anne Rice

Nº de Páginas: 276

Editora: Europa - América


Sinopse: "Obra já clássica no seu género, Entrevista com o Vampiro é o primeiro volume da saga «Crónicas dos Vampiros» e granjeou o estatuto de livro de culto, comparável a Drácula de Bram Stoker.
Das plantações oitocentistas do Luisiana aos becos sombrios e cenários sumptuosos de Paris, do Novo Mundo à Velha Europa, Claudia e Louis fogem de Lestat, o seu criador e companheiro imortal. E o cruel vampiro que tirara partido do desespero de Louis e da fragilidade da órfã Claudia, no bairro francês da Nova Orleães assolada pela peste, move-lhes uma perseguição sem tréguas no submundo parisiense, entre a trupe Théâtre des Vampires do misterioso Armand e criaturas das trevas.
É com esta mescla de sangue, violência e erotismo ímpares, no pano de fundo da reflexão sobre a condição trágica que é a do vampiro condenado à imortalidade, que Anne Rice narra uma extraordinária história em que a crueldade e os sentimentos tenebrosos que percorrem as páginas resultam numa maravilhosa sinfonia poética que viria a inspirar muitos escritores, como Stephenie Meyer."



Opinião: Anne Rice é eleita como a mãe dos vampiros, tendo já várias das suas obras transpostas para o grande ecrã. “Entrevista com o vampiro” é o primeiro volume das Crónicas Vampíricas, sendo uma das obras mais importantes no mundo vampírico, tendo destacado a autora como a maior escritora do sobrenatural do século XX.


Iniciei esta obra com grande expectativa pelas opiniões fantásticas que tenho acompanhado ao longo dos tempos e pelo atributo a Rice destinado, contudo não sabia bem o que esperar, pois nunca vi o filme na íntegra, nem me recordo bem do que vi.

Gostei bastante desta entrevista levada a cabo por um jovem jornalista a Louis e da transposição que este incrível narrador nos faz pelos diferentes locais por onde passa com os seus companheiros, quase nos fazendo sentir que nos encontramos com ele ao longo de tal jornada.

Quem possa esperar pelo típico romance que tem sido característica dos volumes editados nos últimos tempos desta temática engane-se, pois esta é uma estória de terror, maldade, ambição, onde nos são descritos os verdadeiros vampiros, maus na verdadeira acepção da palavra, podendo conter amor, mas em moldes distintos do que seria de se esperar à primeira vista.

O que mais gostei na obra foi a evolução psicológica de Louis, a sua censura e culpa antes de se tornar vampiro e depois todo o seu fascínio de se ter tornado imortal, passando a observar o mundo que o rodeia de uma forma completamente distinta do que havia acontecido até então. Adorei ver e sentir quase como se fosse real a sua luta interna pelo facto de ter de matar humanos como objectivo de subsistir, mas considerar que para tal existe um preço demasiado elevado. Acompanhamos também ao longo das obras o seu desânimo, a sua questão sobre o seu verdadeiro objectivo no mundo e do pensamento de morrer. Quando compreende que é algo intrínseco à sua espécie, sentimos uma certa perda da sua humanidade, uma passagem do ser humano que era e as suas condições éticas e morais, para alguém que tem se alimentar de humanos e mesmo isso não lhe trazendo felicidade, é algo que tem de fazer para poder existir.

Lestat, o criador de Louis, embora sendo um vampiro recente quando conhece Louis, conseguimos compreendê-lo pelo facto de ainda ter o seu pai vivo, tornou-se em alguém frio, que mata quase como passatempo. Várias das descrições feitas por Louis ao modo como ele matava as suas vítimas e as tratava arrepiaram-me, confesso. É a personificação de tudo o que receamos em alguém, o mal, a desumanidade, contudo causa-nos também um grande fascínio e até desconforto. Nunca esclarece as dúvidas de Louis, tornando-se tremendamente dependente deste último, o que nos leva a descobrir a verdade do mundo vampírico à medida que Louis as vai descobrindo sozinho, conforme lhe são colocados contratempos na sua vida.

Adorei ver a distinção realizada entre os diferentes vampiros existentes na terra e em como a socialização é essencial para que um vampiro se torne minimamente humano e não um animal, aspecto que é tão realidade para eles, como para nós. Tendo-me dado também um grande prazer acompanhar as viagens feitas por Louis e as suas descobertas do mundo vampírico conseguidas através destas jornadas.

A escrita de Anne Rice mostra-se tremendamente envolvente, fluída, algo mórbida e brutal, mas também introspectiva, onde são colocadas em causa alguns dos nossos valores éticos e morais, pela relação que Louis mantém com Armand, um vampiro misterioso, que mostra possuir um certo fascínio pela nossa personagem principal, sendo algo mútuo, e a relação que mantém com a pequena Claudia, que é transformada quando menina, mas que cresce, psicologicamente falando, e como qualquer adulto tem desejos, que colocam em causa muitos aspectos.

Em suma, “Entrevista com o Vampiro” foi uma agradável surpresa, um livro mórbido e ao mesmo tempo introspectivo, com uma escrita fantástica, que não deixará, seguramente, ninguém indiferente. Deixando muita curiosidade relativamente à continuação, sendo que os seguintes dois volumes editados pela Europa – América são relativos a Lestat.

Avaliação: 4.5/5 (Gostei Bastante!)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O escaravelho da morte


Nome: "O escaravelho da morte"

Autor: Richard Lewis

Nº de páginas: 152

Editora: Europa - América

 
Sinopse: "Um pequeno avião, ao despenhar-se nos Alpes, provoca a morte de todos os passageiros - um grupo de cientistas que começavam uma viagem de trabalho. Mas o fatidico aparelho transportava também espécimes vivos. À medida que os insectos fogem das gaiolas, procuram o refugio mais quente que podem encontrar - os cadáveres dos passageiros.

Quando sao recurparados para o enterro, os cadáveres contêm a semente da mais horrível praga natural que alguma vez ameaçou a Inglaterra. Uma maré sedente de sangue assola o país e todos os seres humanos são confrontados com uma morte hedionda."

 
Opinião: “O escaravelho da morte” foi editado pela primeira vez em 1979, tendo sido editado pela Europa - América a primeira vez em 1984.

O avião que levava um grupo de cientistas para uma conferência despenha-se nas montanhas em pleno Inverno. Neste avião além dos cientistas viajavam também um conjunto de espécies de invertebrados, como Besouros Colorado, Escaravelhos, Besouros Hércules e Cabras - Louras, juntamente com alguns coelhos e pássaros.
Quando o avião se despenha, o instinto de sobrevivência destes invertebrados leva-os a fazerem algo que ninguém se encontrava à espera. Procuram os últimos focos de calor, neste caso os corpos dos cientistas e dos animais, alimentando-se deles e depositando os seus ovos no seu interior.
Desta forma começa a mais mortífera praga alguma vez vista. Escaravelhos assassinos! Assassinando não só animais, como mais tarde também pessoas.
O livro de Richard Lewis é um livro que se lê extremamente bem porque embora seja um pouco “repugnante”, e uso esta expressão porque o autor nos descreve vários ataques destes insectos a pessoas, sendo que os ataques feitos a crianças me fizeram alguma confusão, é também um livro que custa largar, pois queremos saber sempre mais. Além disto é um livro pequeno, o que em certas partes deu-me a ideia de a narrativa se desenrolar de forma demasiado rápida, em especial no inicio.
Gosto da temática abordada por este autor porque é algo que ainda nos dias que correm acontece.
Neste livro é defendido que o Homem usa a Natureza a seu belo prazer sem ter em mente as consequências. Neste caso especifico, o uso contínuo de insecticidas, fez com que as espécies de invertebrados se tornassem imunes a estes. Sendo um caso claro de adaptação a situações adversas, que os fez mais fortes e consequentemente com maiores aptidões para transmitir essa informação à sua descendência.
O livro defende também que o Homem preocupa-se demasiado com a prosperação, com o desenvolvimento das tecnologias, colocando de parte a Natureza que é a sustentabilidade da sua espécie.
Se tivesse de mencionar aspectos negativos teria de falar na revisão, pois o livro tem alguns erros mas sendo um livro tão antigo é compreensível. O facto de a narrativa se desenrolar de uma forma apressada fez-me alguma confusão mas por outro lado, não sentimos que houvesse o chamado “enchimento de chouriços”. Por fim, outra coisa que não gostei muito foi o final dado à personagem principal.
Numa generalidade gostei bastante do livro, pois possui óptimas descrições, que tal como mencionei anteriormente, se encontram de tal forma bem-feitas que em certas circunstâncias me arrepiavam e noutras me faziam realizar caretas. (Quem me visse a ler o livro nos transportes, não sei o que pensaria. :P).
A estória em si é interessante, ainda mais se tivermos em conta que é um livro com 32 anos, actual e com personagens cativantes.
Avaliação: 4/5 (Gostei bastante!)