terça-feira, 30 de abril de 2013

Aquisições de Abril

Andei a portar-me bastante bem nos últimos quatro, cinco meses, cumprindo a promessa de comprar menos livros, de modo a ler as obras que ainda tinha na estante, contudo neste mês da Abril comprei muito mais obras do que tinha idealizado. Metade das obras foram ofertas e já li boa parte, mas mesmo assim tenho de tentar conter-me futuramente.


Através da campanha da Editorial Presença que, devido ao quarto aniversário do site, ofereciam a totalidade do valor da encomenda realizada, adquiri "Guia para um Final Feliz" de Mathew Quick, "A Teia do Mundo - Os Tecedores de Saramyr" de Chris Wooding, do qual já possuía o segundo volume, mas não este, que é o início da trilogia, e "Se Eu Ficar" de Gayle Forman, o qual também já li e que gostei bastante.

  

Como oferta desta campanha recebi "Um Refúgio para a Vida" de Nicholas Sparks, "Cidades de Papel" de John Green e "A Estranha Vida de Nobody Owens". Já tive a oportunidade de ler as três obras e foram, sem dúvida, agradáveis surpresas. 


Por último, aproveitei a campanha da Fnac em que na compra do terceiro volume da Saga Bridgertons de Julia Quinn, "Amor e Enganos", ofereciam o primeiro volume, "Crónica de Paixões e Caprichos". Já tinha lido os dois primeiros volumes emprestados, contudo através desta campanha acabei por aproveitar para fazer também a série. 

sábado, 27 de abril de 2013

Um Refúgio para a Vida



Nome: “Um Refúgio para a Vida”

Autor: Nicholas Sparks

Nº de Páginas: 356

Editora: Editorial Presença

Sinopse: “Katie, uma jovem reservada e bonita, vai viver para a cidade de Southport, na Carolina do Norte, onde todos se interrogam sobre o seu passado. Que mistérios esconderá aquela mulher que parece determinada a encobrir os seus encantos e evitar novos laços afetivos? No entanto, apesar de todas as suas reservas, Katie começa a criar raízes naquela pequena comunidade, à medida que uma nova amizade e um novo amor lhe vão fazendo baixar as defesas. Nicholas Sparks traz-nos uma protagonista fragilizada e que tem de aprender a lidar com os seus mais fundos receios se quiser voltar a amar.”

Opinião: Nicholas Sparks, nascido em Omaha, Nebraska, trabalhou durante algum tempo como delegado de informação médica, até ao momento em que Theresa Park, agente literária, decidiu representá-lo, vendendo os direitos do seu primeiro romance, “O Diário da Nossa Paixão”, à Warner Books. A obra foi desde o início um sucesso assombroso, tendo permanecido durante 56 semanas consecutivas nos tops americanos. Considerado como o golden boy da ficção, o autor é adorado internacionalmente.

“Um Refúgio para a Vida” editado inicialmente em 2010, foi adaptado para o cinema no presente ano. Neste volume somos apresentados a Katie que se mudou para a pacata cidade de Southport, na Carolina do Norte. Embora seja bastante bonita, mostra-se bastante reservada, tentando ao máximo não se dar a conhecer aos que a rodeiam. Numa pequena cidade como Southport todos se conhecem e trocam informações entre si e Katie com todo o mistério que engloba os seus actos e passado só se torna para os habitantes locais ainda mais interessante. Quando conhece o viúvo Alex mostra-se relutante em criar laços com o mesmo, contudo à medida que cria amizade com ambos os seus filhos, especialmente com a sua filha mais nova, o amor começa a florescer entre ambos. Contudo, Katie tem um segredo que a persegue e que poderá colocar em causa a sua felicidade junto destas pessoas que aprendeu a amar.

Ainda só tive o prazer de ler duas obras do escritor, “Um Momento Inesquecível” e “As Palavras que Nunca te Direi”, e embora tenha gostado muito de ambas, confesso que começo as suas obras sempre com algum receio de poder não gostar, possivelmente por as opiniões sobre o autor serem bastante dispares. Contudo, neste volume em específico as minhas reticências mostraram-se completamente desnecessárias. O autor tem uma escrita tremendamente cativante, possui personagens que nos tocam tanto pela sua história de vida, como com a sua personalidade forte e a história mostrou-se bastante cativante.

Nestas páginas é abordado o tema da violência doméstica de uma forma que invariavelmente nos toca e revolta. Katie sofreu às mãos do marido, Kevin, diversos abusos físicos, o que a levou a fugir dele e a tentar reconstruir a sua vida naquela pacata cidade. Após ter escapado ao marido, Katie continua a sentir uma enorme impotência e a recear ser descoberta pelo mesmo. Algo que é inerente a qualquer vítima de abuso físico, pois mesmo conseguindo fugir, enquanto souberem que a pessoa continua viva, terão sempre o receio que o agressor as presiga e que as volte a maltratar. É também abordado neste volume o modo como a vítima se sente ferida e como lhe custa voltar a entregar-se a alguém e a confiar, no caso da Katie, no sexo oposto.

Além do tema da violência doméstica, somos também confrontados com o amor paternal, a perda de alguém que amamos e a tentativa de reconstruir as nossas vidas após essa perda. Penso que os momentos passados entre Alex e os seus filhos foram bastante ternurentos, sendo bastante explícito o amor que este pai sentia pelos seus meninos e mais tarde também o amor que Katie passa a sentir por ambos. Alex perdeu a sua mulher e também esse ponto é abordado bastante bem, pois demonstra que parte de nós será sempre de determinada pessoa, mesmo que a mesma faleça, e que nunca é fácil ultrapassar a dor que essa perda nos causa.

No que se refere às personagens, gostei muito de Katie, pela sua perseverança, força e por nunca ter baixado os braços. É preciso muita coragem para fazer frente a alguém que nos agride, de tentar fugir a essa pessoa e conseguir viver noutro local, ainda que sempre com receio do que se poderá passar de seguida. Quanto a Alex mostrou ser um homem bom, sofrido, mas com um sentido de honra e justiça muito vincado. Apesar de ter perdido a sua mulher e de ter tido de criar dois filhos pequenos, tornou-se um óptimo pai e um homem fantástico. Os momentos vivenciados entre ele, os seus meninos e Katie foram dos mais ternurentos da obra. No que se refere à personagem Kevin, é-me difícil descrever o que senti por este personagem. Sparks concebe este personagem de tal forma, que conseguimos sentir inúmeros sentimentos por ele. No final da obra só conseguia pensar que era completamente louco e não conseguia deixar de sentir raiva e tristeza por tudo o que fez a Katie passar. Penso que a concepção das personagens é um dos pontos mais fortes do escritor, conseguindo cada uma tocar-nos de certa forma, deixando-nos, mesmo após o livro terminado, uma recordação sua na nossa memória.

Numa escrita muito fluída, cativante e repleta de suspense, Nicholas Sparks presenteia-nos nesta história com uma temática revoltante como é a violência doméstica, mas também com uma bonita história de amor, que temos a possibilidade de ver florescer. Adicionando a estes ingredientes, somos também presenteados com personagens tremendamente bem estruturadas e um enredo cativante. 

Aguardo com alguma expectativa a possibilidade de ver a adaptação cinematográfica e, sem dúvida, que terei de ler mais obras deste escritor.

Frases a reter: "É o que tem a vida: raramente é fácil. A nós cabe-nos apenas tirar o melhor proveito dela."

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

Outras obras do escritor, com opinião no blogue:


Frases Mágicas (12)


quinta-feira, 25 de abril de 2013

Guia para um Final Feliz



Nome: “Guia para um Final Feliz”

Autor: Mathew Quick

Nº de Páginas: 288

Editora: Editorial Presença

Sinopse: “Pat Peoples está de regresso ao mundo da normalidade da vida familiar em casa de seus pais após ter permanecido numa instituição psiquiátrica devido a um traumatismo grave. Da memória deste fervoroso adepto dos Eagles de Philadelphia desapareceu uma participação do clube no Super Bowl e a demolição do antigo estádio. Ninguém, lá em casa, lhe fala de Nikki, a sua mulher, e até o seu novo terapeuta parece incitá-lo ao adultério. Tudo assume um aspeto cada vez mais estranho. Como a pouco e pouco se vai revelando, anos da sua vida tinham-se pura e simplesmente apagado. Apesar disso, Pat não se deixa desviar daquela que acredita ser a missão de autoaperfeiçoamento. Guia para Um Final Feliz é uma narrativa vibrante e intensa que nos oferece uma visão refrescante sobre sentimentos de perda, depressão e amor. É também um magnífico romance de estreia que foi adaptado ao cinema e que chega a Portugal a 10 de Janeiro 2013, na mesma data em que estreia o filme.”

Opinião: Mathew Quick formou-se em Escrita Criativa na Goddard College e foi até aos 30 anos professor de Inglês em South Jersey. Enquanto exercia a sua profissão, tentava mostrar aos seus alunos o potencial que os mesmos tinham e os aspectos positivos da literatura, contudo neste ano decide largar o emprego, vender a casa e dedicar-se ao sonho de escrever. Após três anos a enfrentar uma depressão, Quick cria a obra “Um Guia para um Final Feliz”, em 2008, que lhe valeu diversos louvores e prémios, inclusive uma menção honrosa do prémio PEN/Heningway. Além desta obra, que foi adaptada para o cinema em 2012 com argumento e realização de David O. Russell, o escritor possui também três romances juvenis da sua autoria.

A narrativa inicia-se quando Pat Peoples se encontra a sair de uma instituição psiquiátrica onde teve hospitalizado, devido a um traumatismo grave. Sobre o traumatismo Pat nada se lembra, somente se recorda que Nikki, a sua mulher, lhe pediu para se afastarem durante algum tempo, e que ele considera que a separação tem de terminar num futuro próximo. Em casa dos pais, para onde vai viver, ninguém menciona a sua mulher, as fotografias do seu casamento desapareceram e quando começa a perceber que muita coisa mudou desde a sua ausência, compreende que esteve hospitalizado mais tempo do que inicialmente pensara. Tendo como objectivo reconquistar a sua mulher, com quem sabe que errou diversas vezes, tenta ao máximo tornar-se a melhor pessoa que consegue, começa a ler diversas obras, das quais a sua mulher sempre lhe falou, mas que ele sempre considerou uma perda de tempo, e começa igualmente a praticar exercício, sempre com o intuito de agradar a mulher. Para Pat todas as mudanças que está disposto a fazer na sua vida, são parte integrante do seu guião para um final feliz junto da sua mulher.

Pat apresenta-nos a sua história através de um diário, que escreve para mostrar à sua mulher o que tem atravessado nos últimos tempos, e é nesta narrativa algo juvenil, que Pat nos apresenta a sua reabilitação com o seu novo psiquiatra e as pessoas com quem convive, a mãe carinhosa e protectora, o pai que parece gerir os seus estados de espírito consoante as vitórias ou derrotas dos Eagles, a sua equipa de futebol americano, o seu irmão mais novo, o seu amigo Ronnie, a mulher do mesmo Veronica e a irmã desta Tiffany. É com Tiffany, que atravessou igualmente momentos traumáticos, que enceta uma relação estranha, em que todos os dias vão correr em conjunto, quase nunca proferindo qualquer palavra e com quem começa a sair para jantar em certos momentos. Juntos irão tentar, de um modo muito particular, reconstruir as suas vidas.

Nesta obra somos apresentados às mazelas que determinados traumas podem deixar nos indivíduos e a tentativa de reconstruir as suas vidas apesar das perdas sofridas. Observamos a luta de Pat para se tornar uma melhor pessoa, de tentar confrontar os fantasmas do passado e, desse modo, seguir com a sua vida junto de quem ama e a história da Tiffany, que perdeu o seu marido e que o choque foi de tal modo grande, que sente imensa dificuldade de se exprimir perante outras pessoas. Sendo igualmente defendido, neste volume, que devemos ser optimistas, encarar cada novo dia com um sorriso e que nunca devemos desistir de lutar pelo que acreditamos e pelos nossos sonhos. No que se refere a finais felizes, só depende de cada um torná-los realidade e, por vezes, embora as coisas não corram como idealizamos, existe sempre uma alternativa que nos poderá fazer felizes.

No que se refere às personagens, Pat foi uma personagem que gostei de conhecer. Embora tendo 34 anos quando sai do hospital, tem uma visão do mundo algo juvenil e ingénua, tendo uma personalidade enternecedora. Gostei bastante que estivesse disposto a mudar por quem amava, por tentar ser melhor e deixar de ser agressivo e foi um prazer poder saber mais sobre o que se passou realmente com ele, o que o levou verdadeiramente a ser internado. Tiffany foi igualmente uma personagem interessante, embora no início o leitor não a perceba muito bem, devido a não comunicar muito com Pat, mas que irá ser essencial para a recuperação de Pat e vice-versa. Existem certas atitudes desta personagem que deixam o nosso personagem principal reticente e consequentemente a nós leitores, mas no fim acabam por nos parecer as mais acertadas. No que se refere às restantes personagens, todos tiveram uma importância significativa na reabilitação de Pat e tornaram a obra mais dinâmica.

Numa narrativa algo ingénua e infantil, Mathew Quick apresenta-nos uma história contendo alternadamente momentos mais emocionais e engraçados, que nos mostra que nunca é tarde para mudar, para lutarmos pelos nossos sonhos e por quem amamos. Defendendo que uma doença não define o indivíduo e que só depende do mesmo melhorar.

Em suma, “Um Guia para um Final Feliz” foi uma obra que me agradou e que me proporcionou alguns bons momentos na sua companhia, sendo capaz de me arrancar algumas gargalhadas e de me colocar a pensar durante algum tempo. Fico curiosa com a adaptação cinematográfica.

Avaliação: 3.5/5 (Gostei!)

terça-feira, 23 de abril de 2013

Selos Liebster Award e The Versatile Blogger Award

A fantástica Jojo do blogue Os Devaneios da Jojo ofereceu-me há algum tempo estes selinhos. Obrigada por te teres lembrado de mim e desculpa a demora a postar... :)

Regras:
- Dizer 11 coisas sobre mim
- Responder a 11 perguntas
- 7 Coisas que eu gosto
- Indicar 10 blogues

11 Coisas sobre mim:
1 - Estou a terminar a minha licenciatura em Sociologia
2 - Irei posteriormente tirar um mestrado em Gestão de Recursos Humanos
3 - Sou bastante gulosa
4 - O meu fruto preferido é a manga
5 - Quando estou nervosa, por vezes, gaguejo *vergonha*
6 - Por vezes sou demasiado impulsiva
7 - Adoro dormir
8 - A minha cor preferida é o azul
9 - A minha estação preferida é a Primavera
10 - Adora sentir os chuviscos a bater na cara
11 - Adoro o som do mar

11 Perguntas:
1 - Um sonho?
Ser feliz.

2 - Uma coisa que não gostas?
Confesso que não gosto muito de me levantar cedo...

3 - Uma música?
Pode ser a que estou a ouvir agora, de uma das minhas bandas preferidas, "Home" dos Daughtry.

4 - Um filme?
Nunca sei o que responder a esta pergunta, mas se calhar "O Fantasma da Opera". É um dos meus filmes preferidos.

5 - Um livro?
"A Sombra do Vento" de Carlos Ruiz Zafón.

6 - Um Desafio?
Deixar de comer chocolate. :P

7 - Um Desejo?
Ir a Roma.

8 - Uma tortura?
Não ter tempo para ler.

9 - Alguém que admires?
A minha avó e a minha mãe.

10 - O que te irrita?
Que não acreditem na minha palavra...

11 - Tipo de pessoas que não gostas?
Pessoas falsas e interesseiras.


7 Coisas que gosto:
Ler
Dormir
Passear
Chocolate
Cães
Música
Morangos

Quanto aos 10 blogues vou fazer batota e incitar todos os bloggers, que ainda não o tenham recebido, a levá-lo e a responder às questões. :)

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Peripécias do Coração


Nome: “Peripécias do Coração”

Autora: Julia Quinn

Nº de Páginas: 384

Editora: Edições ASA

Sinopse: “A sensata Kate Sheffield está decidida a encontrar para a sua meia-irmã Edwina um marido de reputação impecável. Mal ela sabe que o visconde Anthony Bridgerton já traçou um plano... que inclui a belíssima jovem! E ele não está habituado a ser contrariado... Embora Anthony seja o solteirão mais cobiçado da temporada, a sua reputação de mulherengo perturba Kate. Ela terá de agir rapidamente, pois Edwina vê com muito bons olhos os avanços do visconde. Mas Edwina fez uma promessa que não está disposta a quebrar: nunca casará sem a bênção de Kate. Cabe, pois, a Anthony convencer aquela que (espera) será a sua futura cunhada. Ele é um homem determinado e seguro de si... e não contava encontrar uma adversária à sua altura. Frente a frente, Kate e Anthony apercebem-se de que têm mais em comum do que imaginaram. Mas o que os une ameaça separá-los para sempre.”

Opinião: Julia Quinn começou a escrever após terminar o seu curso universitário e, para deleite dos seus leitores, nunca mais parou. As suas obras encontram-se traduzidas para vinte cinco línguas e todos se tornaram imediatamente parte integrante da lista de bestsellers do New York Times. A escritora venceu dois prémios Romantic Times e três prémios RITA da Romance Writers of America, tendo sido a mais jovem autora a fazer parte do Hall of Fame dessa associação.

Em “Peripécias do Coração”, segundo volume da Saga Bridgertons, Anthony Bridgerton encontra-se preparado para se casar e construir família. Sendo um dos homens mais cobiçados da temporada são várias as mães interessadas em apresentar-lhe as suas filhas, contudo a sua reputação de mulherengo acaba por colocar reticentes algumas pessoas. Kate Sheffield está disposta a encontrar para a sua meia-irmã Edwina um pretendente respeitável, que a possa fazer feliz. Quando percebe que Anthony poderá estar interessado na sua irmã mais nova, que disse certa vez que nunca casaria sem o consentimento da irmã mais velha, decide afastá-lo.

Anthony é um homem determinado e seguro de si mesmo e não se encontrava preparado para encontrar tal resistência por parte de Kate e à medida que se vão conhecendo a atracção começa a ser uma realidade. Contendo personalidades em muito semelhantes tinham tudo para ser felizes juntos, porém algo atormenta Anthony e isso poderá separá-los para sempre.

Comecei a ler este volume pouco tempo depois de ter terminado o primeiro, repleta de curiosidade por descobrir mais sobre o irmão Anthony, que se havia mostrado bastante leal e com uma enorme devoção à família no anterior volume. Se havia ficado rendida na anterior obra, “Peripécias do Coração” não foi de todo excepção. Novamente a autora utiliza uma fórmula de sucesso, personagens tremendamente humanas e bem construídas, uma história de amor capaz de nos prender à trama e de nos arrancar suspiros pelos seus momentos mais ternurentos ou emocionantes.

No que diz respeito ao casal da trama, Kate é portadora de uma personalidade forte, sendo sensata, sem receio de defender afincadamente a sua irmã e aquilo em que acredita. É uma rapariga com uma auto-estima um pouco baixa, pois sabe que sempre viveu um pouco à margem da irmã, que sempre foi considerada a mais bonita, mas não se deixando abater por isso, sendo bastante perseverante, destemida e forte. Anthony havia-me cativado no anterior volume e neste veio reforçar que tinha razões para o considerar uma boa pessoa. Tem uma lealdade e um amor pela família realmente notáveis, é um homem que não está habituado a ser contrariado e que lhe façam frente, mas que muitas das vezes o seu ar imperturbável e fanfarrão é somente uma fachada, pois lá no fundo ele tem receios que o impossibilitam de se entregar verdadeiramente a alguém. Adorei conhecer o passado de ambos os personagens e da forma como as suas vivências os moldaram e os definiram enquanto pessoas. Este é dos aspectos que mais aprecio na escritora, o facto de conferir realmente profundidade às suas personagens, criando-as de um modo tão real, que é como se as pudéssemos conhecer e o desejássemos realmente fazer.

Gostei bastante de voltar a visitar a restante família Bridgerton, cada vez simpatizo mais com esta família incrível, especialmente com o irmão Colin, que me suscita bastante curiosidade e que nos cativa com a sua maneira de ser. Tendo sido igualmente um prazer poder saber como se encontrava o casal que conhecemos na anterior obra, Daphne e Simon.

Adoro sinceramente a escrita da autora, que me consegue arrancar gargalhadas constantemente e suspiros de deleite por alguns dos momentos vivenciados pelas personagens. Com uma escrita muito fluída e cativante, Julia Quinn apresenta-nos uma bonita história de amor, que temos a possibilidade de ver florescer, contendo novamente mais elementos para além da história de amor, com alguma profundidade, mostrando os receios mais profundos dos nossos personagens principais. Defendendo que por vezes somos de tal modo depreciativos connosco mesmos que não conseguimos ver os nossos aspectos positivos, que nunca devemos deixar de investir no amor e de sermos felizes porque independentemente de tudo, merecemos ter essa componente na nossa vida.

Em suma, “Peripécias do Coração” foi uma óptima continuação da saga, que tem tudo para se tornar numa das minhas preferidas. A continuação, “Amor e Enganos”, foi lançada este mês pela Edições ASA e será das minhas próximas leituras.

Frases a Reter: “Não preciso de ser mesmo boa. Só preciso de retirar prazer do que faço. E de saber que tentei.”

“Significa que amor não é temer que tudo nos seja arrebatado. Amor é encontrar a pessoa que nos faz melhores pessoas do que alguma vez sonhámos ser. É olhar nos olhos da nossa mulher e saber, no mais fundo de nós, que ela é simplesmente a melhor pessoa que já conhecemos.”

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

Outras obras da escritora, com opinião no blogue:

Selo "Words & Letters"


Este selo foi-me oferecido pela Mira d' A Corte dos Livros. Devido a falta de tempo desta blogger vem um pouco atrasado, mas aqui está o meu enorme obrigada à Mira por se ter lembrado de mim. :)

Regras:
1 - Responder às perguntas propostas pelo autor do selo
2 - Visitar o site onde o selo foi criado: Words & Letters
3 - Passar o selo, a pelo menos, dois blogues e avisar os donos

Perguntas:
1 - Gostas de ler?
Adoro. Há quatro anos não lia por prazer, mas hoje em dia não imaginava os meus dias sem ter como companhia um bom livro.

2 - Qual o teu livro preferido?
Esta pergunta é sempre muito difícil, mas vou mencionar "Para a minha irmã" de Jodi Picoult, por ter sido o primeiro livro que li da escritora, que me tornou tanto fã da mesma como do género literário. Foi das primeiras obras que li por prazer e que me cativou inteiramente.

3 - Tens algum autor preferido?
Tenho vários que aprecio bastante, mas, se só pudesse mencionar um, seria a Jodi Picoult.

4 - Qual o género literário que preferes?
Os meus géneros preferidos são a Fantasia, o Drama e muito recentemente tornei-me fã do Romance Histórico.

5 - Gostas de escrever?
Gosto muito, é das coisas que mais prazer me dá.

6 - Como descreves a leitura?
A leitura é a possibilidade de viajar por outros mundos sem sair do lugar. É uma das formas que tenho de me abstrair, de me esquecer do mundo durante algumas horas.

7 - Qual o teu sonho?
Ser feliz.

8 - Se fosses para uma ilha deserta, levarias contigo um livro ou um caderno?
Um caderno. Se levasse um livro chegaria a uma altura que me cansaria de ler sempre as mesmas páginas e com o caderno sempre poderia ir escrevendo as minhas memórias e o que passaria na ilha.

9 - Porque decidiste ser blogger?
Explico neste selinho.

10 - O que te fascina mais: o poder das palavras ou a arte de escrever?
Como a Mira defendeu nesta resposta, são duas formas de expressão indissociáveis, uma não poderia existir sem a outra, portanto não consigo escolher.

Quanto a repassar o selo, incito todos os bloggers, que quiserem, a sentirem-se à vontade para levar o mesmo. :)

domingo, 14 de abril de 2013

Selo BLOGuivismo


O Selo BLOGuivismo é uma iniciativa do blogue Desejos de Alma da Ivonne Zuzarte e foi-me concedido pela Liliana Lavado do blogue A Ler desde 1500 e pela Ghost Reader. Muito obrigada a ambas por se terem lembrado de mim na hora de atribuir este selo. :)

Regras do Selo: 
1. Referir o blog que tomou a iniciativa e aquele que o passou.
2.  Dizer se o aceitam ou não.
3. Caso não aceitem, podem parar por aqui. Caso aceitem, continuem a ler o ponto 4.
4. Referir 5 qualidades de um blog e blogger bloguivista. Qualidades que já sigam ou ou pretendam seguir daqui para a frente!
5. Referir até 10 blogs e passar o selo (o mínimo são 2). Podem ser literários, não literários, de autores, de moda, de anedotas, do que vocês quiserem! Afinal a blogosfera é variadíssima!
6. Colocar o Selo na barra lateral do blog para promover a iniciativa.

5 Qualidades:
Simpatia
Respeito
Humildade
Integridade
Partilha


10 Blogues:

Frases Mágicas (10)


sexta-feira, 12 de abril de 2013

A Herança


Nome: “A Herança”

Autora: Katherine Webb

Nº de Páginas: 456

Editora: Edições ASA


Sinopse: “Após a morte da avó, as irmãs Erica e Beth Calcott regressam a Storton Manor, a imponente mansão da família. Rodeada pela atmosfera mágica das férias de Verão da sua infância, Erica relembra o passado, particularmente o primo Henry, cujo desaparecimento daquela mesma casa dilacerou a família e marcou Beth terrivelmente. A jovem decide agora descobrir o que aconteceu a Henry, para que o passado possa ser enterrado e a irmã consiga finalmente encontrar alguma paz. Mas, quando começa a investigar, um segredo familiar ameaça sair da sombra: uma história que remonta à América na viragem do século XIX, protagonizada por uma bela herdeira das classes altas e uma terra selvagem e assombrosa. À medida que o passado e o presente convergem, Erica e Beth têm de enfrentar duas terríveis traições e uma dolorosa herança.”

Opinião: Katherine Webb nasceu e cresceu em Inglaterra numa zona repleta de mansões em muito semelhantes às que descreve nas suas obras. Após estudar História na Universidade de Durham, realizou diversos trabalhos, antes de se dedicar à escrita, como bibliotecária e como vendedora de disfarces. A sua obra de estreia “A Herança” venceu o YouWriteOn Book of the Year Award 2009, tendo sido inclusive finalista do National Book Tokens New Writer of the Year 2010.

“A Herança” tem início quando a avó de Erica e Beth Calcoot falece e lhes deixa em testamento a sua mansão da família, com uma única nuance, que se mudem permanente para Storton Manor. Beth e Erica passaram vários verões na casa da avó quando eram pequenas, juntamente com o primo Henry, contudo uma tragédia assombra as suas infâncias, o desaparecimento de Henry naquele local. Erica ao voltar aquela casa decide que está na hora de descobrir o que se passou realmente naquele dia junto ao lago, onde Henry desapareceu, e que tal revelação irá trazer paz à sua irmã, que se encontra a atravessar uma depressão. Enquanto investiga este desaparecimento, acaba por também se deparar com várias revelações da sua bisavó, Katherine, mais concretamente na altura em que viveu na América, no século XIX.

Embora possua gostos bastante diversificados, no que há literatura diz respeito, o romance histórico/época era, até há pouco tempo, um género do qual conhecia muito pouco. Nos últimos meses aprendi a gostar bastante de género, tendo-se tornado efectivamente num dos meus preferidos, pelas obras fantásticas que tenho conhecido dentro deste género literário. Ao saber que neste volume eramos apresentados a uma história vivenciada em dois tempos distintos, com uma raiz familiar extensa, repleta de segredos e amores impossíveis, não resisti a experimentar este volume, que me foi aconselhado por uma amiga.

Esta obra contém vários ingredientes capazes de nos prender, uma história com saltos temporais, em que num capítulo nos encontramos na actualidade e que no seguinte somos lançados para o século XIX. Na qual temos a possibilidade de conhecer duas gerações completamente distintas, mas contendo vários aspectos em comum, histórias de amor, de culpa, repletas de segredos, que nos levam a ansiar por futuros desenvolvimentos e por vermos desvendados os mistérios existentes na trama.

No que se refere às personagens, confesso que a única que me tocou realmente foi a Katherine. Desde o início que se mostrou ser uma pessoa demasiado ligada aos aspectos materiais da vida, não dando valor ao que o marido tinha para lhe dar, embora fosse visível que o amava realmente. Tal facto levou a que instantaneamente não simpatizasse muito com ela. É realmente uma personagem muito bem caracterizada, capaz de nos deixar tristes e zangados com muitas das suas atitudes e mais tarde com raiva, pelo que ela é capaz de fazer, por só pensar em si própria e nos seus desejos.

Quanto às restantes personagens principais, tenho de confessar que não me prenderam tanto quanto gostaria. Realmente foi interessante poder saber mais sobre o segredo que assolava as suas vidas, mas não consegui criar uma ligação com elas. Não consegui sentir a sua dor, alegria e nesse aspecto penso que a escritora falha, porque por um lado criou uma personagem tão forte e marcante, ao passo que estas duas se tornam apagadas pelo magnetismo que a personagem Katherine possui.

Numa escrita bastante descritiva, que por vezes me levou a parar a leitura, por tornar a obra algo densa, Katherine Webb prende-nos essencialmente pelo mistério subjacente na obra, em que nos consegue surpreender e cativar. Defendendo que nunca devemos desistir de lutar por quem gostamos e que a culpa pode corromper de tal modo uma pessoa, que deixa de ter amor tanto por si como pelas pessoas que a rodeiam.

Em suma, penso que para os amantes de romances que contenham famílias com grandes árvores genológicas, repletas de segredos, culpa e amor, esta poderá ser uma obra que agradará.

Avaliação: 3/5 (Gostei!)

domingo, 7 de abril de 2013

Inverno de Sombras [Divulgação]

A simpática escritora Liliana Lavado viu este mês, no passado dia 2, a sua obra "Inverno de Sombras" ser lançada pela editora Marcador.

Sendo o género Fantástico um dos meus géneros preferidos tendo acompanhado bastantes opiniões favoráveis quanto a esta obra é com prazer que ajudo a divulgar esta obra da Liliana, que espero que seja a primeira de muitas.

Tendo em conta a sinopse, que se encontra posteriormente, parece ser uma obra recheada de acção, mistério e uma pitada de amor, que acredito que cativará os amantes deste género. 


Nome: "Inverno de Sombras"

Autora: L. C. Lavado

Nº de Páginas: 592

Editora: Marcador

Sinopse: "Em 1833, em Lisboa, cinco monges reúnem-se para decidir o destino a dar a uma caixa secreta e à sua chave. Muitos anos depois, uma família ainda as guarda, escondidas do mundo através das gerações. Mas há alguém que entende que é a chegada a hora desse poder lhe pertencer e está decidido a encontra-las e a fazê-las mudar de mãos.
Os protagonistas desta história são seres mágicos, feiticeiros poderosos sedentos de sangue. Feitiçaria, magia, segredos e uma história de amor inesquecível percorrem alguns dos lugares mais conhecidos de Lisboa e a zona mais sinistra de Paris, numa guerra colossal de feiticeiros dominados por uma obsessão que culmina numa das maiores batalhas que jamais vista.
Numa autêntica caça ao tesouro, as peças vão-se movendo como num jogo de xadrez, com momentos em que o tempo fica parado e é preciso suster a respiração até que possamos perceber o que escondem as motivações de Danton, o protagonista desta história, filho de dois poderosos feiticeiros, e dos estranhos seres mágicos que o acompanham.
O passado colide com o presente e tudo acontece…mas não como todos esperam.

Uma história que vai cativar e vai fazer as delícias dos leitores mais exigentes de fantasia urbana. Escolha dos Leitores no site Goodreads."


Sobre a autora: "Liliana Lavado é natural de Estarreja, licenciada em Gestão de Marketing pelo IPAM, com uma especialização em Strategic Marketing in Action pelo IMD na Suíça. Viveu em Lisboa durante 7 anos e vive atualmente na Suíça. A sua carreira profissional tem passado pelas áreas de logística e de marketing operacional em diferentes multinacionais, como a Nespresso. 

Começou a escrever quando estava na faculdade e, depois de repetidas visitas a livrarias sem encontrar nenhum livro que lhe apetecesse ler, resolveu que o melhor a fazer era pôr mãos à obra e escrevê-lo ela mesma.

Podem acompanhá-la na sua aventura de jovem escritora através do seu Blog "Neuroses da Escrita 2.0" em www.lc-lavado.com."

Frases Mágicas (9)


in George R. R. Martin, "A Game of Thrones"

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Crónica de Paixões e Caprichos



Nome: “Crónica de Paixões e Caprichos”

Autora: Julia Quinn

Nº de Páginas: 368

Editora: Edições ASA


Sinopse: “As mães casamenteiras da alta sociedade londrina, estão ao rubro. Simon Bassett, o atraente (e solteiro!) Duque de Hastings, está de volta Inglaterra. O jovem aristocrata mal sabe o que o espera pois a perseguição das enérgicas senhoras é implacável. Mas Simon não pretende abdicar da sua liberdade tão cedo…
Igualmente atormentada pela pressão social, a adorável Daphne Bridgerton sonha ainda com um casamento de amor, embora a sua espera por um príncipe encantado comece já a ser alvo de mexericos.
Juntos, os jovens decidem fugir de um noivado, o que garantirá paz e sossego a Simon e fará de Daphne a mais cobiçada jovem da temporada. Mas, entre salões de baile e passeios ao luar, a paixão entre ambos rapidamente deixa de ser ficção para se tornar bem real. E embora Daphne comece a pensar em alterar ligeiramente os seus planos inicais, Simon debate-se com um segredo que pode ser fatal”

Opinião: Julia Quinn, pseudónimo utilizado pela escritora Julie Pottinger, nasceu em Nova Inglaterra e licenciou-se em História da Arte em Harvard. Quando após terminar o curso percebeu que não sabia que profissão poderia seguir com o diploma, decidiu tirar o curso de medicina, que era realmente o seu sonho. Contudo, para o poder cumprir, precisava mais dois anos de faculdade, de modo a alcançar os pré-requisitos necessários para entrar na faculdade. Assim, enquanto não conseguia entrar na faculdade de medicina dedicou-se à escrita. Os dois romances que terminou, acabaram por ser vendidos em leilão, algo incomum para um escritor de estreia. Quando finalmente entra em Medicina na Yale School, compreende, passado alguns meses, que o que quer realmente fazer da sua vida é dedicar-se a tempo inteiro à escrita.

 “Crónica de Paixões e Caprichos” é o primeiro volume da Série Bridgertons, composta por oito volumes, lançado inicialmente em 2000 e doze anos mais tarde em Portugal.
Encontramo-nos em 1813 e Simon, Duque de Hastings, retorna a Inglaterra para receber o seu título, após se ter ausentado durante seis anos para estudar e viajar pelo mundo. Simon não deseja casar, nem tão pouco ter descendência, contudo o seu estatuto aliado à sua beleza, leva as mães casamenteiras a perseguirem-no para que conheça e corteje as suas filhas. Quando num baile conhece Daphe Bridgerton e a salva de um pretendente entusiástico, decidem encetar um plano e fingirem um noivado, que será claramente benéfico para ambos. Daphne, que acredita que os homens somente a vêem como amiga, terá certamente mais pretendentes, por estes constatarem que o Duque mais cobiçado da temporada mostrou interesse por si e Simon com o objectivo de afastar as mães com filhas com idade para casar. Contudo, a atracção que sentem um pelo outro é instantânea e os momentos que passam em conjunto levam a que o amor floresça. Simon tem um segredo que o afasta da adorável jovem que tenta a todo o custo mostrar-lhe que podem ser felizes juntos. Será o amor mais forte do que este segredo?

Após ter acompanhado opiniões deveras entusiásticas desta escritora, muito tempo antes da mesma ser editada em Portugal, levou-me a ansiar com alguma expectativa por esta obra. Quando uma amiga se ofereceu para me emprestar esta obra, não hesitei e foi com imensa curiosidade que iniciei esta leitura. Posso afirmar desde já que foi uma surpresa bastante agradável, de tal modo que conto adquirir esta saga tão especial.

Nesta obra somos apresentados a um conjunto de componentes capazes de deliciar e prender o leitor a esta história, que nos leva a ansiar pelos desenvolvimentos futuros. Nesta história somos confrontados com personagens tremendamente humanas, o que é sem dúvida uma mais-valia, pois em alguns livros deste género somos apresentados a personagens perfeitas ora fisicamente ora psicologicamente e isso não sucede neste livro, contêm falhas que os definem enquanto pessoas e que os tornam ainda mais especiais. Aliado a este facto, estamos também perante uma história recheada de amor e humor, capaz de nos arrancar sorrisos ora pelos momentos mais ternurentos, ora pelos momentos recheados de humor que nos são apresentados.

Gostei bastante de toda a família Bridgerton, desde a mãe Violet que é uma senhora que realmente adora os filhos e que está disposta a tudo para os ver felizes. Encantou-me com a sua ternura, pela vivacidade com que tratava os seus filhos, com um misto de autoridade e amor e pelos inúmeros sorrisos que me foi capaz de arrancar. Sem dúvida, uma senhora bastante especial, que perdeu o amor da sua vida, Edmund Bridgerton, ferida da qual nunca se recompôs totalmente, mas que ama os seus filhos de uma forma indescritível. Os restantes irmãos de Daphne agradaram-me igualmente, por serem uma família tão unida e amiga, especialmente Anthony e Colin. Anthony por ser algo mandão, pelo seu sentido de lealdade tão vincado e pelo seu amor incondicional à família. Colin por ser o irmão mais sensato no que se refere ao romance da irmã com o Duque de Hastings, pelo seu sorriso e ar encantador, sempre pronto a arrancar-nos uma gargalhada.

No que se refere ao casal da trama, Daphne cativou-me desde o início pela sua personalidade forte, por ser sensata, sempre com um sorriso contagiante, com uma mente aberta e algo avançada para a altura descrita. Esta é uma das personagens principais femininas que mais me disse e que mais força me transmitiu. Adorei que ela nunca tivesse receio de dizer o que sentia, de defender aquilo em que acreditava e de tentar sempre ter a última palavra. Simon é igualmente cativante, com uma infância algo triste, por ter sido rejeitado pelo pai quando ainda era criança, devido à sua gaguez, mas que aprendeu a dar a voltar a por cima, dentro do possível, e que mostrou a todos que não há impossíveis, que com força de vontade e perseverança qualquer um consegue contornar os obstáculos. Penso que é um personagem bastante interessante porque é mais de um homem bonito, é uma personagem com bastante profundidade, com um passado capaz de nos emocionar, com uma força, perseverança e inteligência que nos tocam.

No que diz respeito à misteriosa Lady Whistledown, em que no início de cada capítulo somos apresentados a citações das suas "Crónicas da Sociedade", fiquei bastante curiosa por saber mais a seu respeito e a sua identidade. Fiquei bastante agradada com a inclusão deste mistério na obra, que ainda a tornou mais inesquecível e fico curiosa com as seguintes obras de modo a desvendar este mistério.

Numa escrita muito fluída, entusiasmante e algo pessoal porque faz com que criemos uma ligação de tal modo forte com as personagens, que quase desejamos poder conhecê-las, Julia Quinn apresenta-nos um romance de época que nos delicia pela sua linda história de amor, pela profundidade da história que se propõe a contar, que é mais do que uma história de amor, mas também abordando a perda de alguém que amamos, o amor familiar, a luta por sermos melhores e por contornarmos os obstáculos, tal como a luta por sermos felizes.

Em suma, “Crónica de Paixões e Caprichos” é uma história romântica, sem ser cliché, que me entusiasmou, que me tornou fã da escritora e uma coisa é certa, o Romance de Época nunca mais será o mesmo depois de Julia Quinn.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)