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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O Despertar das Trevas


Nome: “O Despertar das Trevas”

Autora: Karen Chance

Nº de Páginas: 304

Editora: Edições Gailivro

Sinopse: “Cas­san­dra Pal­mer con­se­gue ver o futuro e comu­ni­car com espí­ri­tos, dons que a tor­nam atra­ente para os mor­tos e mortos-​vivos. Os fan­tas­mas dos mor­tos não cos­tu­mam ser peri­go­sos, ape­nas gos­tam de con­ver­sar… e muito. O mortos-​vivos já são outra con­versa. Como qual­quer rapa­riga sen­sata, Cas­sie tenta evi­tar os vam­pi­ros. Mas, quando o mafi­oso suga­dor de san­gue a quem fugira há três anos a reen­con­tra com intui­tos de vin­gança, Cas­sie é obri­gada a recor­rer ao Senado dos vam­pi­ros em busca de pro­tec­ção. Os sena­do­res dos mortos-​vivos não irão ajudá-​la sem con­tra­par­ti­das. Cas­sie terá de cola­bo­rar com um dos seus mem­bros mais pode­ro­sos, um vam­piro mes­tre peri­go­sa­mente sedu­tor. E o preço que ele exige poderá ser supe­rior ao que Cas­sie está dis­posta a pagar…”

Opinião: Karen Chance é uma escritora de fantasia urbana, nascida em Orlando, na Flórida. A escritora, que já viveu em inúmeros locais como França, Grã-Bretanha, Hong Kong e New Orleans, lançou o seu primeiro livro em 2006, que dá inicio à série Cassandra Palmer, “O Despertar das Trevas”.

Cassandra Palmer tem o dom de conseguir prever o futuro e de comunicar com fantasmas, o que a torna apetecível para os vampiros. Quando Tony, de quem havia fugido há três anos, a reencontra, Cassie vê-se obrigada a aceitar a ajuda ao Senado dos Vampiros de modo a conseguir sobreviver, contudo terá de dar algo em troca.

Confesso que inicialmente me custou um pouco habituar à escrita patente neste volume, pela utilização excessiva de gíria, contudo esse aspecto rapidamente se dissipou e a história conseguiu cativar-me. Apreciei as criaturas sobrenaturais da obra, desde vampiros, metamorfos e fantasmas, conjugadas de uma forma que nos consegue cativar e deixar desejosos de descobrir os futuros desenvolvimentos da trama. Outro aspecto que me agradou na obra, centrou-se na forma como a escritora reescreveu a história de algumas personalidades do conhecimento comum, como Jack – O Estripador e Rasputin, que conferiram um toque especial à trama.

No que se refere às personagens Cassandra mostrou ser uma rapariga forte, destemida, mas sem deixar de ser também um pouco frágil, necessitando da ajuda de outras pessoas. Detentora de alguns poderes sobrenaturais, acaba por ser desejada por certos vampiros, que tentam de tudo para se apoderar dela, o que a leva a ter de fugir e de aprender a defender-se. Relativamente aos vampiros, gostei de todos de igual modo, devido à caracterização misteriosa, perigosa e algo sensual que tinham associada.

Relativamente a aspectos negativos poderia apontar certos momentos que não são tão fluídos quanto seria desejado. Existem ao longo do livro momentos muito lentos, em que o leitor deseja saber mais e sentir-se mais cativado com a trama, por não existir cenas onde aconteça algo realmente importante, ao passo que pouco depois nos encontramos perante cenas repletas de acção. Penso sinceramente que a autora necessita de contrabalançar estas duas realidades, pois, por vezes, a leitura torna-se um pouco exasperante.

Numa escrita fluída, que recorre inicialmente, na minha opinião, excessivamente à gíria, a autora apresenta-nos uma história repleta de acção, adrenalina e cenas mais ousadas, que nos prendem e nos incitam a querer descobrir mais.

Em suma, apesar de todas as opiniões negativas que acompanhei da obra e que me deixaram à espera do pior, a verdade é que a obra me agradou, apresentando-nos inúmeras criaturas sobrenaturais, numa história onde a luta pela sobrevivência e pelo controle da própria vida são uma realidade. Aguardo com alguma curiosidade o seguinte volume da saga, “O Apelo das Sombras”.


Avaliação: 3/5 (Gostei!)

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Nómada


Nome: “Nómada”

Autora: Stephenie Meyer

Nº de Páginas: 826

Editora: Edições Gailivro

Sinopse: “Melanie Stryder recusa-se a desaparecer.
O nosso Mundo foi invadido por um inimigo invisível. Os Humanos estão a ser transformados em hospedeiros destes invasores, com as suas mentes expurgadas, enquanto o corpo permanece igual.
Quando Melanie, um dos poucos Humanos "indomáveis", é capturada, ela tem a certeza de que chegou o fim. Nómada, a Alma invasora a quem o corpo de Melanie é entregue, foi avisada sobre o desafio de viver no interior de um humano: emoções avassaladoras, recordações demasiado presentes. Mas existe uma dificuldade com que Nómada não conta: o anterior dono do corpo combate a posse da sua mente.
Nómada esquadrinha os pensamentos de Melanie, na esperança de descobrir o paradeiro da resistência humana. Melanie inunda-lhe a mente com visões do homem por quem está apaixonada – Jared, um sobrevivente humano que vive na clandestinidade. Incapaz de se libertar dos desejos do seu corpo, Nómada começa a sentir-se atraída pelo homem que tem por missão delatar. No momento em que um inimigo comum transforma Nómada e Melanie em aliadas involuntárias, as duas lançam-se numa busca perigosa e desconhecida do homem que amam.”

***Pode conter Spoilers***

Opinião: Stephenie Meyer, natural de Connecticut, vive desde os quatro anos em Phoenix. Licenciada em Literatura Inglesa pela Brigham Young University, Meyer tornou-se famosa após a publicação da sua primeira obra “Crepúsculo”, sendo considerada pela Publishers Weekly como uma das mais promissoras novas escritoras de 2005. Esta obra foi um enorme sucesso, tendo conseguido várias distinções como A New York Times Editor’s Choice; A Publishers Weekly Best Book of the Year, Amazon “Best Book of the Decade… So Far”; tendo sido Stephenie classificada como a 49ª pessoa mais influente de 2008. A série Luz e Escuridão vendeu cerca de 120 milhões de cópias por todo o mundo, tendo sido traduzida em 37 línguas, para 50 países.

“Nómada” foi lançado inicialmente em 2008, constou 36 semanas consecutivas na lista de bestsellers do Los Angeles Times e contou com adaptação cinematográfica em Março do presente ano, que foi encarada negativamente pelos críticos do cinema. Neste volume, o mundo foi invadido por estranhas criaturas, denominadas de Almas, que se apoderaram do corpo dos humanos, permanecendo no lugar dos mesmos. Quando Melanie Stryder é capturada e é colocada uma Alma invasora no seu corpo, Melanie resiste em partir, o que levará a que Nómada, a Alma invasora, além de ter de aprender a gerir as emoções, os actos humanos, ainda terá de aprender a gerir aquela pessoa que lhe dificulta o pensamento e a acção. Inicialmente Nómada tem como objectivo descobrir o paradeiro de mais humanos resistentes, contudo à medida que Melanie a assalta com imagens de Jared, o homem que ama, e do seu irmão, também Nómada se apaixona por ambos, acabando por partir à sua descoberta. Serão elas capazes de descobri-los? E em caso afirmativo, será que serão bem recebidas, tendo em conta que Melanie agora é simplesmente, pensarão os sobreviventes, a hospedeira de um invasor sem escrúpulos e não a rapariga que amavam?

Foi graças ao sucesso da saga Luz e Escuridão que comecei a ler por prazer. Quando vi o primeiro filme e descobri que se tratava de uma adaptação cinematográfica decidi experimentar o primeiro volume, que li numa assentada e rapidamente os restantes volumes também foram lidos. Na altura lembro-me que gostei muito da saga ou não tivesse sido a impulsionadora de um dos meus actuais passatempos preferidos, contudo quando, após ter lido várias obras, tentei reler a saga, não fui capaz de passar do segundo volume. Com este pensamento em mente, foi com um misto de receio e expectativa que iniciei este volume, que me parecia original, cativante e tinha alguma curiosidade de ler algo da escritora num registo diferente.

Considerei o tema muito interessante e cativante, onde foi um prazer poder descobrir mais sobre o mundo alienígena idealizado pela escritora. Gostei muito das particularidades deste mundo, a forma como se apoderavam dos humanos; a forma como interagiam entre si; o seu modo de gerir as suas necessidades, em que nada era comprado ou vendido, onde todos trabalhavam para o bem-estar do colectivo. Apreciei igualmente os mundos idealizados, existindo diversos planetas por onde estas almas já passaram, encontrando animais deveras diversificados, que nos apresentam fantásticas aventuras.

Contudo, continua a ser visível, neste volume, alguns aspectos que não apreciei muito na saga anteriormente mencionada. Penso que a autora desenvolve algumas cenas excessivamente, que se arrastam por um grande número de páginas, enquanto outras acções parecem ser tomadas demasiado repentinamente, o que torna a leitura, por vezes, um pouco frustrante.

Outro aspecto que não apreciei na obra foi o facto de praticamente não existirem grandes momentos de acção e suspense. Tendo em conta o tema, seria de se esperar que houvesse um maior perigo, que os acontecimentos fossem mais atribulados e não tão simples, quanto sucedeu. Penso que um dos pontos mais negativos da escritora, se centra mesmo neste aspecto, em que quando parece que irá acontecer algo que nos prenderá à narrativa, que nos fará suster a respiração e ansiar para que tudo corra pelo melhor, a autora acaba por terminar abruptamente a acção, ficando o leitor com a sensação que o perigo nunca foi real. Nesta obra em específico, tendo em conta que os alienígenas são uma espécie tão receada, que colocaram em causa gravemente a sustentabilidade da raça humana, parece-nos estranho que não hajam grandes momentos de tensão e adrenalina. É compreensível que quando a Nómada entra na vida dos sobreviventes da invasão que tudo se torne mais simples, pois sendo ela uma das almas invasoras tem acesso garantido a tudo, mais ainda assim fiquei desapontada por não haver realmente momentos de acção e suspense.

Relativamente às personagens, Nómada é uma personagem de quem facilmente se gosta, devido aos conhecimentos que possui e que nos maravilham; pela sua forma de ser, pelo seu altruísmo, dedicação e força, contudo também é um pouco inconstante quanto aquilo que pensa e sente. Inicialmente compreendia que ela se sentisse dividida, pois não saberia bem que sentimentos eram realmente seus e que sentimentos seriam da Melanie. Todavia, à medida que a narrativa evolui deixa de se compreender tanta indecisão, pois num momento não sabe bem o que quer, para passado duas ou três páginas já saber bem aquilo que deseja, o que se tornou um pouco exasperante. Tal aspecto, leva-nos a outra falha na obra, o modo como certos aspectos, comportamentos e decisões parecem ser tomados, pela nossa personagem principal, de modo impulsivo. Sendo a obra narrada na primeira pessoa e havendo tantos debates internos, esperava-se que não parecessem decisões tão abruptas.

Quanto às restantes personagens, considerei-as interessantes e cativantes, especialmente o tio de Melanie e o seu irmão. O tio de Melanie parecia inicialmente uma pessoa muito estranha, ausente e com atitudes que, por vezes, não se compreendiam plenamente, contudo mostrou ser um homem muito inteligente, perseverante, com uma força e dedicação aos que o rodeavam enorme. Apreciei-o especialmente porque olhava para o que o rodeava com um olho crítico, observando realmente o que tinha à sua frente, e não o que parecia aparentemente existir, se é que me faço entender. No que se refere ao irmão de Melanie gostei muito dele porque era uma autêntica ternura, daqueles rapazes que tentam mostrar quão crescidos e responsáveis são, mas que ainda desejam ao máximo a protecção, o consolo e a palavra amiga de quem mais gostam. Quanto ao Jared, confesso que no princípio não gostei muito dele devido a algumas atitudes que teve, embora parte de mim compreenda a reacção dele, enervou-me um pouco a forma como tratou Nómada no início e como de um momento para o outro pareceu aceitá-la, mas ao mesmo tempo rejeitando-a de certa forma.

Numa escrita fluída e cativante, Stephenie Meyer apresenta-nos um mundo original e cativante, contendo personagens interessantes, numa narrativa onde o amor, a amizade e a luta pela sobrevivência são uma realidade. Embora tivessem existido vários aspectos que não me prenderam à narrativa, apreciei a obra e li-a numa assentada, em dois ou três dias, pois encontrava-me cativada e com imensa curiosidade de saber mais sobre este mundo. Fico curiosa com a adaptação cinematográfica, apesar das críticas negativas, e com a possibilidade de futuros volumes, que caso venham realmente a existir espero que evoluam nos aspectos que mencionei anteriormente.


Avaliação: 3/5 (Gostei!)

quinta-feira, 11 de julho de 2013

A Iniciação


Nome: “A Iniciação”

Autora: Jennifer Armintrout

Nº de Páginas: 336

Editora: Edições Gailivro

Sinopse: “Eu não sou cobarde. Quero deixar isso bem claro. Mas, depois de a minha vida se trans­formar num filme de terror, passei a levar o medo muito mais a sério. Tinha-​me tor­nado na Dra. Carrie Ames apenas há oito meses, quando fui atacada na morgue do hospital por um vampiro.
Haja sorte. Por isso agora sou uma vampira e descobri que tenho um laço de sangue com o monstro que me criou. Este funciona como uma trela invisível, pelo que estou ligada a ele, inde­pendentemente daquilo que faça. E, claro, ele tinha de ser um dos vampiros mais malévolos à face da Terra. Com o meu Amo decidido a transformar-​me numa assassina sem escrúpulos e o seu maior inimigo empenhado em exterminar-​me, as coisas não podiam ser piores – só que me sinto atraída pelos dois. Beber sangue, viver como um demónio imor­tal e ser um peão entre duas facções de vampiros não é exactamente o que tinha imaginado para o meu futuro. Mas, como o meu pai costu­mava dizer, a única forma de ven cer o medo é enfrentá-​lo. E é isso que irei fazer. Com as garras de fora.”

Opinião: Jennifer Armintrout nasceu em 1980 e desde os quatro anos que é uma apaixonada pelo mundo vampírico. O primeiro volume da saga “Laços de Sangue”, “A Iniciação”, foi editado inicialmente em 2006 e quatro anos mais tarde em Portugal.

Carrie Ames tornara-se recentemente médica no Serviço de Urgência de um Hospital em Michigan quando é atacada na morgue por um vampiro. A sua vida muda completamente quando percebe que os vampiros existem efectivamente, que terá de se alimentar de humanos, mas pior que isso que se encontra ligada ao seu criador, que é um vampiro sem escrúpulos e doentio. Para melhorar a situação em que se encontra inserida, existe também uma organização que tem como objectivo exterminar os vampiros. Existindo um elo forte entre ela e o seu progenitor e uma promessa, Carrie vê-se nas garras do seu malévolo Amo. Será ela capaz de sobreviver entre estes dois mundos?

Comecei a minha demanda pela literatura em geral e pelo Fantástico através do mundo vampírico, pelo que inicio sempre obras deste género com alguma curiosidade, expectativa, mas também algum receio. Desde o surgimento da Saga Luz e Escuridão que o mercado se tornou mais receptivo a obras deste género e não sendo uma particular fã desta saga, tenho sempre algum receio do que irei encontrar e da possibilidade de poder não apreciar muito as obras em questão. No caso do início desta saga, tenho de admitir que o receio se mostrou completamente infundado, pois apreciei realmente a obra.

Considerei o mundo vampírico criado pela autora bastante original, contendo vampiros com particularidades anatómicas interessantes e singulares, sendo que nunca tinha lido nenhum livro que abordasse a sua anatomia desta forma. Achei igualmente interessante as ligações que estes vampiros mantinham entre si, em que existe uma organização vampírica realizada para exterminar vampiros, especialmente aqueles que cometam infracções, como assassinar humanos ou alimentarem-se dos mesmos sem o seu consentimento; tal como gostei da forma como foi descrita a ligação entre os Vampiros Progenitores e a sua “prole”, que mantêm entre si sempre uma conexão, que conseguem ter flashbacks e captar as emoções uns dos outros.

No que se refere às personagens gostei bastante da caracterização de todas, pois mostraram ser bastante cativantes e humanas, com um passado que as definiu e as moldou enquanto pessoas, com mazelas, receios e sonhos característicos. Apreciei a personagem Carrie, por um lado por ser a nossa narradora, que nos mostra a sua história numa narrativa na primeira pessoa, e por outro lado por ser bastante palpável o seu debate interno inicial, quando tem receio daquilo em que se está a transformar e da sua aversão de pensar que terá de se alimentar de humanos; a forma como foi capaz de se colocar em segundo plano por alguém que pouco conhecia, por saber que devia bastante a essa pessoa e por sentir um carinho especial por ela; tal como pela sua personalidade, pela sua força, perseverança e paixão.

Quanto às restantes personagens, Nathan é um dos membros da organização vampírica e será essencial para Carrie nos seus primeiros momentos enquanto vampira. Ao longo da narrativa, compreendemos tratar-se de uma pessoa sofrida, por ter perdido alguém que amava, mas contendo uma lealdade, força e companheirismo incríveis. Confesso que apreciei bastante as cenas entre Nathan e Carrie, pelas suas picardias, pelo seu humor e mesmo momentos mais ternurentos. Quanto a Cyrus, criador de Carrie, é um vampiro malévolo, bastante forte, que perdeu a sua humanidade ao longo dos seus anos de vida, sendo capaz de praticar atrocidades para com os humanos. Ao longo da história percebemos que estes comportamentos e formas de encarar a vida acontecem devido ao seu passado e a mazelas sofridas, contudo não conseguimos deixar de sentir uma certa aversão pela personagem. No que diz respeito às restantes personagens secundárias todas tiveram uma importância significativa na obra, ora a Bruxa Dhalia ou o protegido de Nathan, que conferiram mais vida à trama, polvilhando-a com mais acção, humor, adrenalina e permitindo-nos conhecer melhor as personagens principais da trama.

Numa escrita fluída, estimulante e cativante, Jennifer Armintrout apresenta-nos um mundo vampírico interessante e, em certa medida, original, com personagens fortes e bem caracterizadas, com uma história polvilhada de adrenalina, suspense, acção e uma pitada de amor, que agradará certamente os amantes deste género de livros.


Frases a Reter: “Há um momento na vida de toda a gente em que é necessário pensar cuidadosamente nas metas que cada um se propôs a atingir, admitir as nossas limitações e encarar as aptidões de forma mais realista.”


Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Infecção


Nome: “Infecção”

Autor: Scott Sigler

Nº de Páginas: 456

Editora: Edições Gailivro

Sinopse: “Por toda a América, uma misteriosa doença está a transformar pessoas normais em assassinos delirantes e paranóicos, que cometem atrocidades brutais em estranhos, em si próprios e até mesmo nos seus familiares.
A trabalhar sob sigilo governamental, o operacional da CIA, Dew Phillips, cruza o país de lés a lés, numa tentativa vã de apanhar uma vítima viva. Dispondo apenas de corpos em decomposição como pistas, a epidemiologista do CDC, Margaret Montoya, corre contra o tempo para analisar as evidências científicas, descobrindo que os assassinos têm algo em comum: foram contaminados por um parasita criado por bioengenharia, cuja complexidade vai muito além dos limites da Ciência.
Perry Dawsey - um corpulento e antigo ás de futebol americano - confinado a um cubículo e resignado à vida de assistente de informática, acorda uma manhã e descobre que tem várias tumefacções a crescerem-lhe no corpo. Em breve, ele dará consigo a agir e a pensar de forma estranha, a ouvir vozes… está infectado.”

Opinião: Scott Sigler nasceu e cresceu no Michigan, tendo herdado do pai a paixão por filmes clássicos de terror e da mãe o fascínio pela leitura. Formado em Jornalismo e Publicidade, escreveu a sua primeira obra aos oito anos. Teve inúmeras profissões, como repórter desportivo, Gerente de Marketing de uma empresa de Software, vendedor de guitarras, até decidir criar o seu próprio site e auto - publicar os seus livros em formato áudio.

“Infecção”, primeiro volume da trilogia “Infected”, lançado inicialmente em 2008 e um ano mais tarde em Portugal, apresenta-nos uma misteriosa doença, que transforma os seus hospedeiros em assassinos e paranóicos capazes de cometer brutalidades tanto a si mesmos, como aos que os rodeiam.

Neste clima de insegurança e terror conhecemos Dew Phillips, operacional da CIA, e Margaret Montoya, epidemiologista, que se encontram a investigar, juntamente com as suas equipas, este estranho fenómeno, tentando descobrir uma forma de contornar esta doença. Contudo, aquilo que parecia ser somente uma misteriosa doença, acaba por conter contornos muito mais elaborados, podendo ter inclusive origem alienígena.

Noutra vertente, é-nos apresentado, Perry Dawsey, antigo jogador de futebol americano, que é uma das pessoas infectadas por esta particular doença. Quando um dia acorda repleto de prurido por todo o corpo, o que mais tarde resulta em tumefacções triangulares em várias partes do seu corpo, percebe que terá de tentar solucionar aquele problema, nem que para esse efeito tenha de ser ele próprio a tirar aquelas estranhas formas do seu corpo. Perry, que luta por ser a melhor pessoa possível, vê-se numa encruzilhada quando constata que aquelas estranhas formas o levam a pensar, agir e mesmo a ouvir vozes que o querem levar a cometer acções que sempre tentou evitar. Será Perry suficientemente forte para conseguir vencer esta estranha doença?

Após ter acompanhado diversas opiniões favoráveis desta obra e pela originalidade prometida pela sinopse foi com alguma curiosidade e expectativa que iniciei esta leitura. Numa narrativa alternada entre Dew Phillips e Margaret Montoya e noutra vertente Perry Dawsey, somos apresentados a uma obra bastante original e tremendamente descritiva, com momentos bastante sangrentos, especialmente nas cenas personificadas por Dawsey. Estas descrições, algo cinematográficas, encontram-se bastante bem conseguidas, de tal modo que nos transportam para o apartamento do ex-jogador, na sua tentativa por sobreviver e fazer frente a esta realidade, tal como nos leva aos laboratórios e cenas de crime. Confesso que embora seja evidente que eram descrições bem conseguidas e necessárias nesta narrativa, algumas das cenas eram de tal modo sangrentas e vívidas, que me fizeram suspender a leitura, o que acaba por demonstrar a qualidade das descrições do autor, mas que ao mesmo tempo me fizeram alguma confusão.

No que se refere às personagens, confesso que gostei bastante do Dawsey, por ser um personagem bastante humano, com um passado que o definiu enquanto pessoa, com receios e desejos característicos. Gostei da sua luta por ser melhor pessoa, de tentar contornar o seu passado e da sua luta por contornar a doença que o assola. Aspecto que nos levam a sentir-nos ligados a ele. Comparativamente com esta personagem, as suas vivências e experiências, as outras personagens acabam, na minha opinião, por ser colocadas em segundo plano e por não nos marcarem tanto como Dawsey.

Numa escrita bastante fluida, com capítulos curtos, Sigler apresenta-nos uma história original e cativante, polvilhada de suspense, adrenalina e mistério.

Em suma, “Infecção” foi uma obra que me agradou, pela sua originalidade, pelas personagens humanas e cativantes e aguardo com alguma expectativa a continuação desta trilogia.

Avaliação: 3.5/5 (Gostei!)

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O Exorcista



Nome: “O Exorcista”

Autor: William Peter Blatty

Nº de Páginas: 344

Editora: Edições Gailivro

Sinopse: “Publicado pela primeira vez em 1971, O Exorcista tornou-se não só um fenómeno literário como um dos livros mais assustadores e controversos alguma vez escritos. A história centra-se em Regan, a filha de doze anos de Chris MacNeil, uma ocupada actriz que reside em Washington D.C. A criança aparenta estar possuída por um demónio ancestral e cabe a dois padres a dura tarefa de o exorcizar, arriscando a sanidade e a própria vida. O Exorcista transcendeu as páginas escritas e saltou para o grande ecrã, onde se tornou uma referência incontornável do cinema. Mas se pensa que o filme é assustador, leia o livro. Até porque o filme nem chega a aflorar a ponta do iceberg! Propositadamente crua e profana, O Exorcista é uma obra com a capacidade de nos chocar, levando-nos a esquecer que "é apenas uma história".”

Opinião: William Peter Blatty escritor e roteirista, nascido em Nova Iorque e formado na Universidade de Georgetown, possuiu inúmeras profissões até em 1960 publicar a sua primeira obra “Wich Way to Mecca, Jack?”, um relato humorístico do tempo que passou no Líbano, como elemento da US Information Agency. Em 1971 é lançada, pela primeira vez, a obra que marcou a sua carreira como escritor, “O Exorcista”, que segundo alguns boatos terá sido baseado num exorcismo real, com o qual o escritor teve contacto. Este livro permaneceu 57 semanas no top de vendas do New York Times, 17 delas no número 1. Em 1973 transforma este volume num guião, que se tornou num dos mais famosos filmes de terror de sempre.

Regan McNeil é uma menina de 11 anos, normal, cheia de alegria e vitalidade, até ao dia em que começam a ocorrer estranhos acontecimentos com ela. O que inicialmente parecia ser somente uma tentativa de chamar à atenção e mais tarde todo o género de patologias físicas e psíquicas, demonstra ser afinal uma possessão demoníaca. A mãe desta menina, Chris uma famosa actriz, depois de todos os exames se mostrarem inconclusivos recorre à ajuda de um jesuíta local, o padre Damien Karrasm, que é também psiquiatra. Inicialmente analisa a menina sobre o ponto de vista da ciência, embora Chris lhe destaque que tudo foi analisado e tentado, chegando à mesma conclusão, que só poderá ser algo para além da ciência e da racionalidade. Juntamente com um importante padre, Merrin, Damien irá tentar expulsar este estranho ser de Regan, o que poderá colocar em causa as suas próprias vidas e sanidade mental.

As opiniões que acompanhei sobre esta obra eram todas bastante positivas, o que me levou a lê-la pouco depois de a ter adquirido e com alguma expectativa. Confesso que este género literário é dos que conheço pior, até porque, mesmo no que aos filmes diz respeito, não é o meu género de eleição, embora goste de ver ou ler, por vezes, algo deste género.

“O Exorcista” é, como a premissa subentende, um livro arrepiante, que nos deixa a pensar onde termina a imaginação e começa a realidade. O facto de ser encabeçado por uma menina torna o livro ainda mais angustiante e assustador porque a única coisa que desejamos a crianças desta idade é segurança, alegria e que a sua vida seja o mais saudável possível.

Quando temos um filho e ele adoece, sentimo-nos impotentes e desgastados por não podermos fazer nada para o remediar, mas e quando é algo que nem médicos e terapeutas podem solucionar? William descreve muito bem esta impotência e desgaste de Chris, que tenta ao máximo ajudar a sua filha, através de todos os médicos possíveis, em todas as áreas imagináveis, sem conseguir encontrar uma solução. Ela, que nunca acreditou em Deus, vê-se obrigada a recorrer à sua última oportunidade, um jesuíta, de modo a que o mesmo tente a única solução que ela não experimentou, um exorcismo. Quase no final da obra somos apresentados a uma mãe, que perdeu toda a sua vitalidade e força de viver, porque nada pode fazer para ajudar a sua menina e porque não sabe quem se apoderou do corpinho da sua Regan.

As descrições deste livro são soberbas, especialmente nos momentos de possessão, que tornam o livro arrepiante e bastante real. Quando admito que à medida que o lemos não sabemos onde começa a termina a imaginação e a realidade, centra-se neste facto. Embora eu goste de pensar que não acredito neste género de coisas, a verdade é que me arrepiou ler esta obra e as vivências destas pessoas.

Relativamente às personagens, penso que se encontram bastante reais, embora sejam um pouco apagadas pelo ser que se encontra dentro de Regan, como se pode prever. Chris, como salientei anteriormente, transmite deveras bem a dor e impotência de uma mãe, que infelizmente, nada pode fazer para ajudar a sua menina. Damien demonstra o questionamento que muitos de nós sentimos ao longo da vida sobre a religião, Deus e o Demónio. Como Agnóstica que sou, vivo um pouco nesse limiar, onde não creio nem descreio em Deus e nesse aspecto revi-me um pouco nesta personagem. Este estranho ser que vive em Regan encontra-se muito bem retratado. Os seus objectivos, o seu passado e os seus actos encontram-se de tal modo bem descritos que nos levam a crer que estes acontecimentos poderiam realmente ter acontecido.

Numa escrita soberba, com descrições fantásticas e personagens reais, William Petter Blatty apresenta-nos uma obra de terror inesquecível, que irá agradar certamente aos amantes deste género.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Hex Hall



Nome: “Hex Hall”

Autor: Rachel Hawkins

Nº de Páginas: 240

Editora: Edições Gailivro

Sinopse: “Virei-me para sair, mas a porta fechou-se a poucos centímetros da minha cara. De repente, um vento pareceu soprar através da sala e as fotografias nas paredes chocalharam. Quando me virei de novo para as raparigas, estavam as três a sorrir, os cabelos a ondularem-lhes a volta dos rostos como se estivessem debaixo de água. O único candeeiro da sala tremeluziu, e apagou-se. Eu apenas conseguia distinguir faixas prateadas de luz que passavam sob a pele das raparigas, como mercúrio. Até os seus olhos brilhavam.Começaram a levitar, as pontas dos sapatos regulamentares de Hecate mal tocando a carpete musgosa. Agora, já não eram rainhas do baile de finalistas, nem supermodelos – eram bruxas, e até pareciam perigosas. Apesar de me debater contra a vontade de cair de joelhos e colocar as mãos acima da cabeça, pensei, “Eu também seria capaz de fazer aquilo?”

Opinião: Sophie Mercer é uma jovem a quem os poderes de bruxa despertaram quando se tornou adolescente. Desde esse momento que passou a ter grandes dificuldades em controlar os mesmos, em parte porque a sua mãe não possui quaisquer poderes e nunca contactou com o seu pai, de quem os herdou. Ao realizar feitiços, que acabam invariavelmente de modo desastroso, começa a chamar atenções sobre si mesma e a colocar em risco os restantes seres sobrenaturais, Prodigium como são denominados nesta obra. Como sanção por estes feitiços que chamam atenções indesejadas e como modo de ensiná-la a lidar com os seus poderes, é enviada para uma escola correctiva destes seres sobrenaturais, Hecate Hall, Hex Hall como os alunos a designam.

Nesta escola além do sistema rigoroso, tem também a particularidade de possuir inúmeros seres que Sophie pensou que somente existissem na literatura, desde fadas, imutáveis, lobisomens, fantasmas e até vampiros, os quais foram admitidos há pouco tempo na escola. A companheira de Sophie é, nada mais, nada menos, que uma vampira, que por sinal perdeu a sua anterior companheira por causas estranhas, falando-se abertamente na escola que terá sido Jenna a assassiná-la. Quando outras mortes começam a ocorrer, as culpas recaem sobre Jenna, mas Sophie que aprendeu a gostar da sua companheira de quarto, que é efectivamente a sua única amiga na escola, tentará ao máximo ajudá-la.

As opiniões que acompanhei sobre esta obra não eram unânimes, o que me levou a considerar e a desconsiderar lê-la por diversas vezes. Com a recente campanha da Fnac, com diversas obras da 1001 Mundos a 3.50 euros decidi arriscar, não indo com qualquer expectativa.

“Hex Hall” é uma obra bastante leve, que não exige muito do leitor, muito pelo contrário, boa para passar algumas horas na sua companhia. O tema não é original, por diversos momentos apanhei-me a pensar em “Harry Potter”, por exemplo, contudo penso que contém uma personagem principal cativante e uma escrita compulsiva.

Sophie é uma adolescente muito sincera, tanto para consigo, como para com os que a rodeiam, não tendo qualquer receio de represálias. É uma rapariga muito sarcástica e divertida, que tem alguma dificuldade em fazer amigos, contudo tem a capacidade de compreender que mais vale ter poucos, mas sinceros e pelas melhores razões, do que vários, que nada de bom nos trazem. Penso que é uma personagem bastante forte e carismática, que numa história mais original, tinha tudo para vingar.

Das restantes personagens, a única que me chamou mais à atenção foi o par romântico da nossa personagem principal, que parecia ser um rapaz interessante, com muito para conferir à história. Porém, merecia e precisava de ser melhor desenvolvido, para que nos cativasse realmente. De resto todas as personagens são um eterno cliché, que não deixam qualquer marca.

A componente mágica da obra deixa muito a desejar, pois não é aprofundada devidamente. Quando Sophie descobre através de um ancestral quem é realmente, embora tenha sido interessante, esta descoberta, e quem lha transmitiu, novamente não foi desenvolvida da melhor forma.

A escrita é compulsiva, por ser um livro muito leve, o que nos leva a ler a obra de uma assentada. O humor embora esteja patente, a mim não me arrancou qualquer sorriso, mas penso que o poderá fazer na faixa etária a que se destina. É, sem dúvida, uma obra para jovens, quiçá para alguém que ainda está a aprender quão bom é ler por prazer e o mundo do fantástico, mas que não traz nada de novo para um leitor mais experiente.

Avaliação: 2.5/5 (Está Ok!)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O nome do vento


 
Título: “O nome do vento”
Autor: Patrick Rothfuss
Nº de Páginas: 966
Editora: Edições Gailivro


Sinopse: "Da infância como membro de uma família unida de nómadas Edema Ruh até à provação dos primeiros dias como aluno de magia numa universidade prestigiada, o humilde estalajadeiro Kvothe relata a história de como um rapaz desfavorecido pelo destino se torna um herói, um bardo, um mago e uma lenda. O primeiro romance de Rothfuss lança uma trilogia relatando não apenas a história da Humanidade, mas também a história de um mundo ameaçado por um mal cuja existência nega de forma desesperada. O autor explora o desenvolvimento de uma personalidade enquanto examina a relação entre a lenda e a sua verdade, a verdade que reside no coração das histórias. Contada de forma elegante e enriquecida com vislumbres de histórias futuras, esta "autobiografia" de um herói rica em detalhes é altamente recomendada para bibliotecas de qualquer tamanho."


Opinião: Comecei a ler este livro com enormes expectativas, pois tinha-me sido apresentado como sendo um livro impar, portador de uma força sem precedentes. Se as expectativas eram elevadas, a opinião final também o é. Foi um livro capaz de me fazer reflectir, de me fazer rir e até emocionar.

“Nome do vento” é um livro que relata parte da vida de Kvothe até à sua idade adulta e ao longo do qual ficamos a conhecer como se transformou numa lenda mas essencialmente quais foram as experiências de vida e as missivas que o transformaram naquilo que ele é.

Kvothe teve uma infância tremendamente complicada. Teve de crescer sozinho, sem qualquer sustentabilidade de uma figura paternal e foi obrigado a aprender a defender-se e a tomar conta dele mesmo, numa idade em que seria de esperar que desfrutasse da sua infância. Penso que Kvothe é uma pessoa capaz de marcar qualquer um, não só pela sua história de vida, que é triste, sendo recheada de perdas, de luta, algumas vitórias mas essencialmente de luta pela sobrevivência mas também pelo estado em que o encontramos no fim da obra, apagado e sem vontade de viver.

Este livro fez-me reflectir sobre inúmeros pontos: sobre a perda daqueles que amamos, fez-me colocar em causa a capacidade do ser humano contornar algo tão avassalador como a perda de alguém que nos é próximo e que é quase como que um alicerce na nossa vida mas também sobre a pobreza, especialmente a infantil, e na indiferença, ainda hoje muito comum, para com pessoas portadoras de deficiência.

Sem dúvida que adorei este livro. Patrick Rothfuss é um autor com um grande potencial e uma escrita capaz de nos prender do princípio ao fim, o que me leva a aguardar ansiosamente o segundo volume desta trilogia, que será editado ainda este ano.

Avaliação: 4.5/5 (Adorei!)