quinta-feira, 30 de junho de 2011

Aquisição de Junho



Este mês adquiri somente "A morte chama-te" de Karen Rose, que me foi aconselhado por uma amiga. :)

domingo, 26 de junho de 2011

A Rapariga Que Roubava Livros


Nome: A Rapariga Que Roubava Livros

Autor: Markus Zusak

Colecção: Grandes Narrativas

Páginas: 236

Editora: Editorial Presença


Sinopse: "Quando a morte nos conta uma história temos todo o interesse em escutá-la. Assumindo o papel de narrador em A Rapariga Que Roubava Livros, vamos ao seu encontro na Alemanha, por ocasião da segunda guerra mundial, onde ela tem uma função muito activa na recolha de almas vítimas do conflito. E é por esta altura que se cruza pela segunda vez com Liesel, uma menina de nove anos de idade, entregue para adopção, que já tinha passado pelos olhos da morte no funeral do seu pequeno irmão. Foi aí que Liesel roubou o seu primeiro livro, o primeiro de muitos pelos quais se apaixonará e que a ajudarão a superar as dificuldades da vida, dando um sentido à sua existência. Quando o roubou, ainda não sabia ler, será com a ajuda do seu pai, um perfeito intérprete de acordeão que passará a saber percorrer o caminho das letras, exorcizando fantasmas do passado. Ao longo dos anos, Liesel continuará a dedicar-se à prática de roubar livros e a encontrar-se com a morte, que irá sempre utilizar um registo pouco sentimental embora humano e poético, atraindo a atenção de quem a lê para cada frase, cada sentido, cada palavra. Um livro soberbo que prima pela originalidade e que nos devolve um outro olhar sobre os dias da guerra no coração da Alemanha e acima de tudo pelo amor à literatura."


Opinião: Markus Zusak tinha o objectivo de escrever sobre uma menina que roubava livros, contudo a sua primeira perspectiva era tendo em conta o presente, em Sidney. Ao ouvir as histórias contadas pelos seus pais, da época Nazista e do que os mesmos haviam passado nesta época tão conturbada, nasce este inesquecível livro, inicialmente considerado para um público mais juvenil.

“A rapariga que roubava livros” é narrada pela Morte, que se mostra uma personagem bastante observadora e curiosa relativamente à espécie humana. Preocupando-se com os seus hábitos, o seu quotidiano, enquanto desempenha as suas funções, isto é, o transporte das almas. 

É enquanto trabalha que conhece Liesel, vendo-a por três vezes, entre 1939 e 1943, início da Segunda Guerra Mundial.

A Morte é das personagens que mais gostei de ler ao longo da obra, tendo passagens absolutamente fantásticas. Este foi um livro que me cativou desde o início e este facto, muito é devido, a este narrador incrível. 

Confesso que a Morte é algo que me suscita algum interesse, por ser algo que pode ter enumeras formas, conforme a imaginação de cada um, e por tudo aquilo que ela pode ou não significar. Neste caso específico, a morte não nos é dada como boa ou má, simplesmente como alguém que desempenha as suas funções. Até porque como ela afirma, no início do livro: “Posso ser amável. Agradável. Afável. E isso só nos A’s”. Havendo enumeras passagens que comprovam este mesmo facto. Onde nos é mostrada a sua ternura, quando transporta almas destroçadas e exaustas, devido a todas as provações que se viram confrontadas no decorrer desta guerra. Mostrando até o seu descontentamento perante a desumanidade dos nazistas. 

Liesel é outra das personagens que mais me cativou. Foi enviada pela sua mãe, que era comunista, juntamente com o irmão, para uma família adoptiva, perdendo o irmão nessa mesma viagem. É durante o enterro do irmão, que ela rouba o primeiro livro “O Manual do Coveiro” e é, neste momento, que a Morte se interessa por ela. 

Liesel é uma menina pobre, que vive numa cidade intitula de Himmel, cidade essa que vive entre o medo e a pobreza trazida pela guerra. Através da sua vida e das pessoas que com ela se cruzam, presenciamos um regime discriminatório e um povo que se deixa levar pelo medo ou que se deixa cegar pelo líder forte e carismático, que é Hitler.

Esta menina passa por várias provações ao longo da narrativa, algumas perdas e ao ler as suas peripécias são várias as mensagens que conseguimos captar. Desde a relação que ela tem com o seu melhor amigo Rudy, que nos mostra que a amizade é tudo e que os amigos são o alicerce na nossa vida. Mostrando-nos ainda que nunca devemos deixar nada por fazer ou dizer, pois não sabemos o dia de amanhã. Esta menina transparece-nos que podemos sempre ser melhores e darmos sempre uma mão amiga a quem precisa, pois nunca é de mais ajudar. Mostrando-nos, também, uma força incrível, pois passa por muitos problemas, sendo uma autêntica sobrevivente.

Rudy Steiner, o melhor amigo de Liesel, que é com quem esta menina vive as suas peripécias. Com 6 irmãos Rudy vive entre a fome e a vontade de conquistar algo. É, sem dúvida, uma das personagens que mais gostei de conhecer, pois, como todas as crianças é portador de um carisma, de uma ternura e inocência que só eles conseguem possuir.

Outra personagem que merece ser notada é Hans Hubermann, o pai adoptivo de Liesel. Sendo uma das personagens mais sensíveis e humanas da trama. Portador de um coração do tamanho do mundo e sempre disposto a ajudar os que mais precisam.

Rosa Hubermann, a mãe adoptiva de Liesel, que é a típica pessoa que se esconde dentro da sua carapaça de “durona”, mas que no fundo é um coração de ouro. É uma mulher que se preocupa sempre com os outros e que por detrás do escudo que cria, é uma pessoa incrível e que é impossível não sentir apresso por ela.

Max Vanderburg, que foi um judeu acolhido pela família Hubermann. Max é a personificação de todos os judeus descriminados, que vêem os seus direitos serem violados e que vive entre o medo, o desespero e até o ódio perante Hitler e por tudo o que o mesmo o obriga a passar e a sofrer, pelas ideias racistas e anti-semitas deste senhor. Max partilha uma grande amizade com a pequena Liesel, amizade essa que toma contornos tão sinceros e mágicos, que é impossível não nos sensibilizar.

“A rapariga que roubava livros” é, assim, um livro que nos mostra a inocência da infância e a realidade de uma guerra, onde muito foi perdido. Transmitindo-nos sempre a ideia que a felicidade se encontra patente nas mais pequenas coisas e que poderá estar mesmo ao nosso lado, sem darmos por ela, até ser tarde de mais.

Por fim, Markus Zusak nesta obra destaca a importância das palavras. As palavras são quase como personagens desta obra, tal a importância das mesmas, ao longo da narrativa, pois a leitura e mais tarde a escrita, acabam por ser uma forma de refúgio. 

Em relação à escrita de Zusak, penso que é sublime. Desde a escolha do narrador, que para mim, não poderia ter sido melhor escolhido; às descrições incríveis; aos detalhes absolutamente fantásticos; às reflexões da Morte; aos livros que o Max escreve para a Liesel; às expressões em alemão e a sua tradução. Enfim, uma escrita que nos marca!

Sinto que muito mais poderia ser dito, relativamente a este fantástico livro, portanto para finalizar, aconselho vivamente a leitura do mesmo, pois passou a ser um dos meus livros preferidos. Livro esse que sinto que leia as vezes que ler, sentirei sempre a dor da narrativa e que soltarei sempre aquela gargalhada borbulhante, devido às peripécias destas personagens incríveis. Penso que é um livro que não deixa ninguém indiferente e que merece ser lido, pois é um romance poético e arrebatador, que nos transparece bonitas mensagens, desde a importância da amizade, à força de viver.

Avaliação: 5/5 (Adorei!)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A Eleita de Kushiel


Nome: "A Eleita de Kushiel"

Autora: Jacqueline Carey

Colecção: Bang!

Nº de Páginas: 368

Editora: Saída de Emergência


Sinopse: "Terre d'Ange é um lugar de beleza sem igual. Diz-se que os anjos deram com a terra e a acharam boa... e que a raça resultante do amor entre anjos e humanos se rege por uma simples regra: ama à tua vontade. Phèdre nó Delaunay foi vendida para a servidão em criança. O seu contrato foi comprado por um fidalgo, o primeiro a reconhecê-la como alguém atingido pelo Dardo de Kushiel, eleita para toda a vida experimentar a dor e o prazer como uma coisa só. Ele adestrou Phèdre nas artes palacianas e nos talentos de alcova - e, acima de tudo, na habilidade de observar, recordar e analisar. Quando tropeçou numa trama que ameaçava os próprios alicerces da sua pátria, ela abriu mão de tudo o que lhe era mais querido para salvá-la. Sobreviveu, e viveu para que outros contassem a sua história, e se eles embelezaram o conto com tecido de mítico esplendor, não ficaram muito aquém da realidade. As mãos dos deuses pousam pesadamente sobre a fronte de Phèdre, e ainda não deram a sua missão por te rminada. Embora a jovem rainha que jaz sentada no trono seja bem amada pelo povo, há quem creia que outro deveria usar a coroa... e aqueles que escaparam à ira dos poderosos ainda não acabaram as suas tramas de poder e vingança."


Opinião: Se havia gostado do anterior volume, “A eleita de Kushiel” em nada fica atrás. Foi, sem margem para dúvidas, uma leitura bastante agradável e extremamente emocionante.

Neste volume vemo-nos novamente em Terra D’Ange, depois dos emocionantes acontecimentos desencadeados na anterior obra “A Marca de Kushiel”. Local, esse que nos permite visitar personagens queridas como, por exemplo, a Rainha Ysandre e seu marido; sendo-nos possível conhecer um pouco melhor as motivações e ambições das outras que fazem parte da Corte.
Phèdre tenta a todo o custo cumprir a promessa que fizera ao amigo Hyancinthe, estudando afincadamente, com esse intuito. Sendo a demanda por Melisande igualmente uma realidade, neste volume, procura essa que lhe trará alguns dissabores.
Na procura incessante por esta são vários os contratempos com os quais a anguissette se vê confrontada, mas, tal como já nos havia demonstrado anteriormente, Phèdre não é pessoa de desistir facilmente dos seus objectivos e com esse efeito, ruma a La Sereníssima, pois pensa ser o verdadeiro paradeiro de Melisande Shahrizai.
Temos o prazer de conhecer melhor os Rapazes de Phèdre, como eles se intitulavam, que foram, para mim, uma agradável surpresa, pois são tão distintos entre si, mas tão especiais, ao mesmo tempo. Fortun, o marinheiro mais perspicaz dos três, o que melhor adquiriu os ensinamentos da pupila de Delaunay, sendo o mais observador, ponderado e até inteligente. O Chevalier Ti-Phillipe, um pouco briguento, amante do jogo, mas sempre alegre e capaz de nos arrancar um sorriso, sendo completamente prestável, tal como acontece com Remy.
Phèdre e Josceline continuam sem se entender. É claro para todos os que os rodeiam, que se amam e que não conseguem viver um sem o outro, contudo parece haver sempre um abismo entre ambos, coisa que não foge muito da verdade, pois as circunstâncias da vida, não favorecem a relação entre estes dois. Confesso que em certos momentos da narrativa, Josceline me desiludiu um pouco, pois teve vários dilemas pessoais, que o fizeram deixar tudo para trás e acredito piamente que ele, na seguinte obra, vai perceber o que perdeu devido à sua ausência e muito provavelmente sentir remorsos pelas atitudes tomadas.
A forma como a narrativa termina foi o me impulsionou a cotar o livro com a cotação subjacente no fim desta opinião.
“A Eleita de Kushiel” termina de uma forma que nos deixa completamente em pulgas, pelo que se desenrolará de seguida. Foi um final com revelações interessantes, que embora em parte fossem de se prever, a forma como nos foram dadas surpreendeu-me. Além disto foi também um final triste, que por pouco não me arrancava uma lágrima, na medida em que não esperava o que aconteceu e que me custou presenciar esse mesmo facto. (Mais não digo ou ainda falo de mais :P)
Por fim, posso afirmar que esta autora passou a ser uma das minhas escritoras preferidas. Possuindo uma escrita que nos faz embrenhar na estória do princípio ao fim; possuindo uma beleza e criatividade cativantes, que nos fazem ansiar sempre por novas revelações; com personagens extremamente interessantes e bem construídas, que não nos deixam, de forma alguma, indiferentes.

Avaliação: 4.5/5 (Adorei!)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Estrela de Nariën - O coração do Mundo


Nome: "Estrela de Nariën - O coração do Mundo"

Autora: Susana Almeida

Colecção: TEEN

Nº de Páginas: 400

Editora: Saída de Emergência 


Sinopse: "Com a Estrela de Nariën na posse de uma guardiã sem rosto e aqueles que persegue em parte incerta, Étaín regressa à capital, onde é confrontada com notícias que podem arruinar os seus planos. A única forma de assegurar a permanência daquele que ela colocou no trono é apoderar-se da Estrela de Nariën. Étaín terá que recorrer à única pessoa capaz de identificar a guardiã. Ignorando as intenções de Étaín, Aheik viaja para Elfaryen, mantendo-se afastado do Império por sete longos meses. No seu regresso, vê-se confrontado com alguém que vai pôr à prova tudo aquilo em que sempre acreditou. Étaín consegue finalmente apoderar-se da Estrela de Nariën. Mas quando tudo parece inevitavelmente perdido, eis que o inesperado acontece e o maior de todos os segredos é revelado pela última pessoa que seria de esperar..."


Opinião: Dividirei esta minha opinião em duas partes, primeiramente o que achei do último livro desta trilogia e depois a minha opinião relativamente à trilogia na sua globalidade.

Este livro foi novamente uma leitura conjunta no fórum bang! e, por isso, não me vou estender muito na opinião referente ao mesmo, até porque tenho algum receio de colocar spoilers.

Nesta obra temos algumas mortes e várias revelações, sendo algumas delas bastante interessantes, que poderiam ou não ser expectáveis. Temos intrigas, romance e acção, que a autora já nos havia presenteado nas anteriores obras.

Ao longo deste volume são várias as mensagens transmitidas. Que a capacidade do Homem perdoar pode ser maior do que aquilo que possamos sequer idealizar e que existe uma grande capacidade de alguém mudar, se for esse o seu intuito. Relativamente a este ponto, acredito plenamente que isto é possível, que as pessoas se possam arrepender dos seus erros e que tentarem redimir-se, conheço quem o tenha feitio e que são pessoas incríveis, mas acredito que estas modificações são progressivas e não tão repentinas como nos é dado a entender na obra. De qualquer das formas, não é um aspecto grave, até porque é um livro para uma comunidade mais jovem e, como tal, é uma boa mensagem para eles, que deveremos sempre ter um coração aberto ao perdão e não guardar ressentimentos, pois existem poucas coisas com a capacidade de nos consumir.

Relativamente ao final da trilogia, pareceu-me apropriado para fechar (ou não) a trama, em especial o final dado ao casal principal da obra, que mostra, como já o havia feito anteriormente, que o amor consegue vencer qualquer barreira, até a própria morte. Este final deixa a possilidade de uma continuação, que poderá ser ou não aprofundada pela Susana Almeida.


Quanto à avaliação da trilogia em si, tal como vim a fazer notar ao longo da leitura da mesma, faz parte de uma colecção dirigida a um público mais juvenil, fazendo, efectivamente, parte da colecção TEEN, da Saída de Emergência. Este facto causou-me inicialmente uma certa confusão em termos de vocabulário utilizado, até um pouco na forma como a acção se desenrola, mas essencialmente no discurso utilizado.Todavia, tenho noção que não é um erro da autora, longe disso, até porque para alguém que ainda não tenha grande "background" literário ou que se esteja a iniciar na literatura, será certamente um livro que lhes preencherá as medidas e que lhes transmitirá alguns valores importantes a ter em conta.

Tenho noção que se tivesse lido esta trilogia há mais tempo, teria gostado mais do mesma, até porque acho a estória interessante, mas lá está, é impossível esquecer o que já li e o que vi. Não que eu tenha lido muito, até porque acontece precisamente o contrário...

Para finalizar, penso que a Susana Almeida tem bastante potencial e sendo das suas primeiras obras, dirigidas ao público que é, se encontra de parabéns.

Junto também a esta opinião, o meu desejo de um dia ler algo escrito por esta autora, dirigido a um público mais "adulto", pois volto a frisar que penso que ela tem uma enorme imaginação e potencial para dar esse "salto".


Avaliação: Em relação ao livro em si, dar-lhe-ia uma cotação de 3.5/5, quanto à trilogia 3/5.