quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Calafrio



Nome: “Calafrio”

Autora: Sandra Brown

Nº de Páginas: 397

Editora: Quinta Essência

Sinopse: “Cleary, uma pacata cidade da Carolina do Norte, foi abalada pelo desaparecimento de cinco mulheres em dois anos e meio. Não há corpos, pistas ou suspeitos, apenas uma misteriosa fita azul abandonada no local onde cada mulher foi vista pela última vez…
Lilly Martin regressa a Cleary para concluir a venda da sua cabana de montanha e pôr um ponto final ao casamento com Dutch Burton, o chefe da polícia local. Depois de fechar as portas ao seu passado, não imaginava voltar atrás tão cedo. Mas, ao deixar a casa, sob um temporal, Lilly perde o controlo do carro e atropela um homem que emergia inesperadamente do bosque. Trata-se de Ben Tierney, que ela conhecera no Verão passado. Os dois são então forçados a regressar à cabana para esperarem pelo fim da terrível tempestade de neve.
Incontactáveis, com poucos víveres e quase sem aquecimento, Lilly e Ben vão aproximar-se um do outro, ao mesmo tempo que cresce a atracção e o desejo entre ambos. Mas, à medida que o isolamento se prolonga e os dois se envolvem, Lilly receia que a maior ameaça não seja o temporal, mas sim o homem ao seu lado...
Quem será o misterioso Ben Tierney: o raptor ou o homem capaz de salvar Lilly da tragédia que a assombra?
Calafrio é um romance intenso, no qual confiar na pessoa errada pode marcar a diferença entre a vida e a morte.”

Opinião: Sandra Brown, nascida no Texas, trabalhou como modelo e em programas de televisão, antes de se dedicar à escrita. Autora de mais de 70 romances, sendo na sua maioria bestsellers do The New York Times, escreveu a sua primeira obra em 1981. Considerada uma das mais importantes escritoras de romances policiais dos EUA, foi inclusive distinguida com os prémios Texas Medal of Arts Award for Literature, o Thriller Master de 2008 e a distinção máxima atribuída pela International Thriller Writer’s Association.

“Calafrio” apresenta-nos Cleary, uma cidade da Carolina do Norte, onde foram dadas como desaparecidas 5 mulheres, que aparentemente nada têm em comum entre si. Não existem quaisquer pistas, suspeitos ou corpos que possam ajudar a solucionar este problema, somente uma fita azul no local de onde cada mulher foi raptada.

Lilly Martin encontra-se na cidade para vender a cabana que tem com o seu futuro ex-marido, Dutch Burton, que se tornou polícia local depois de se terem separado. Ao abandonar a cabana, sobre um temporal, acaba por atropelar um homem, que saí inesperadamente do bosque. Qual não é o seu espanto quando percebe que o homem que atropelou é afinal Ben Tierney, que tinha conhecido no Verão passado e por quem se tinha sentido imediatamente atraída. Sem outra possibilidade, devido à tempestade que assola a região, acabam por se alojar na cabana. Contudo, à medida que as horas passam, Lilly percebe que o homem que se encontra consigo além de misterioso, poderá ser perigoso.

Confesso que tinha bastante curiosidade nas obras desta escritora. Há vários meses que acompanho opiniões bastante positivas sobre as suas obras, de pessoas de quem valorizo as opiniões e que sei que apreciam os mesmos géneros que eu, pelo que comecei esta obra com algumas expectativas.

Quando comecei esta obra, fiquei um pouco desiludida porque aparentemente a autora nos dá a entender desde o princípio quem é o raptor das mulheres desta pequena cidade. Aspecto que não me costuma agradar porque gosto de tentar adivinhar por mim mesma os acontecimentos futuros e tentar desvendar o mistério. Contudo, rapidamente a autora me surpreendeu e agarrou, com a sua escrita fluída e esta história repleta de acção, mistério e personagens fortes.

Agradou-me bastante o suspense e mistério da história, em que nos colocamos a pensar constantemente na ligação que as vítimas têm entre si. É uma obra em que todos os pormenores são pensados e que fazem com que no fim tudo faça sentido.

É incrível como a autora consegue conjugar de modo perfeito duas vertentes tão distintas, o amor e o aspecto mais negro, do suspense e mistério do rapto destas mulheres. Foi a segunda vez que li um romance policial e, sem dúvida, que me tornei fã deste género. São obras que conseguem conter vários sentimentos, que tanto nos deixam estarrecidos com cenas mais românticas, como nos demonstram cenas repletas de acção e suspense, que nos prendem à narrativa.

Quanto às personagens, gostei muito do casal da trama, pois mostraram-se personagens bastante fortes. Tanto Lilly como Ben são personagens bastante bem estruturadas e desenvolvidas. Ao longo da narrativa vamos conhecendo o passado de ambos e é interessante constatar que depois de conhecermos aquilo porque passaram, se torna compreensível muitos dos seus actos. O que demonstra que a autora idealizou as suas personagens ao pormenor. Quanto às restantes personagens, penso que todas conferiram uma maior dinâmica à trama e tornaram a história ainda mais interessante, pois trouxeram vários temas cativantes, como o consumo de drogas e o amor entre pessoas de idades diferentes.

No que se refere ao raptor, confesso que a autora me apanhou desprevenida, como o velho ditado diz “nem tudo o que parece, é”. Tanto me fazia querer que era determinada personagem, como passado um pouco me fazia vacilar nas minhas certezas. Embora não gostasse muito do personagem que se vem a mostrar ser o vilão, nunca pensei que fosse ele. Não sei se foi somente distracção minha, por nunca o ter pensado, mas, sem dúvida, que a autora construiu a obra de modo bastante sólido, de modo a que nos leva a questionar constantemente, à medida que também as personagens o fazem.

Numa escrita bastante fluída e cativante, Sandra Brown apresenta-nos uma história repleta de suspense, acção, mistério e uma pitada de romance. Contendo temas como o amor, que não tem idades e que pode ser a cura para os nossos males, a perda de alguém que amamos e a forma como, cada um, lida com a dor.

Em suma, “Calafrio” foi uma obra que me agradou bastante e que me fará ler outras obras da escritora.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

domingo, 20 de janeiro de 2013

As Ruínas


Nome: “As Ruínas”

Autor: Scott Smith

Nº de Páginas: 336

Editora: Editorial Presença

Sinopse: “O que acontece quando um grupo de pessoas vulgares se vê isolado numa situação extrema? Eram apenas umas férias descontraídas para Jeff, Amy, Eric, Stacy, Mathias e Pablo nas praias do México. Mas quando Mathias lhes confessa que está a pensar ir à procura do irmão, que desapareceu numas escavações arqueológicas na selva mexicana, em breve todos estarão a atravessar o ponto a partir do qual não poderão mais regressar, começando uma desesperada e inimaginável luta pela sobrevivência. Scott Smith explora com uma precisão impiedosa as tensões psicológicas e os medos insondáveis da natureza e das relações humanas à medida que o suspense ascende a um nível quase claustrofóbico. Um livro perturbador que conquistou os lugares cimeiros de diversas tabelas de vendas, foi traduzido em cerca de 30 línguas e vê a sua adaptação cinematográfica concretizada em 2009.”

Opinião: Scott Smith estudou na Dartmouth College e formou-se na Columbia University. Publicou o seu primeiro livro, “A Simple Plan”, em 1993, tornando-se bestseller internacional. Em 1998 é adaptado para o cinema, o que valeu ao autor uma indicação a um Óscar para melhor roteiro adaptado.

A sua segunda obra, “As ruínas”, lançada em 2006 e com uma adaptação cinematográfica passado dois anos, retracta um grupo de quatro amigos, Jeff, Amy, Stacy e Eric, que se encontram a passar férias no México.

Após a sua chegada acabam por conhecer Mathias, um alemão, e três gregos, que embora não falem inglês, nem o grupo grego, se tornam desde logo inseparáveis  A certa altura o misterioso Mathias confessa ao grupo que gostaria de procurar o seu irmão, que foi para uma escavação arqueológica à procura de uma rapariga que havia conhecido durante as férias.

Contendo somente um mapa que o irmão de Mathias deixou com a sua localização, os quatro amigos rumam juntamente com Mathias e um dos gregos, Pablo, para a aventura. Ao chegarem ao local compreendem que dificilmente conseguirão sair daquela colina, pois um grupo de Maias, que vive numa povoação vizinha, não os deixam sair da mesma. Inicialmente a sua maior angústia reside na falta de alimentação, água e como conseguirão sobreviver naquele local, contudo à medida que as horas passam, percebem que a colina contém mais perigos do que inicialmente pensavam.

Como já referi algumas vezes, o género Terror é dos que pior conheço e que possivelmente menos me atrai. Por vezes, gosto de ler uma obra ou outra do género, devido às emoções que nos transmite, contudo não é um género literário que acompanhe muito. Devido a uma campanha da Editorial Presença, a decorrer no Facebook, no verão passado, consegui ganhar esta obra, que me chamava à atenção há algum tempo.

Tenho de confessar que me custou um pouco entrar na história e a habituar-me ao estilo de Scott Smith, o que me levou a demorar bastante tempo a ler a primeiras 60 páginas. Esta obra é bastante descritiva, o que inicialmente se mostrou um pouco fastidioso, contudo à medida que fui avançando na narrativa, a obra tornou-se cada vez mais interessante e compulsiva.

Nesta obra somos confrontados com um grupo de seis pessoas, que são colocadas numa situação limite, em que ficar na colina poderá significar a sua morte, mas tentar sair da mesma resultará no mesmo final. O que nos permite compreender, ao longo desta narrativa, como uma situação deste género é capaz de moldar o indivíduo e levá-lo a tomar decisões atrozes.

Tal como os personagens têm receio dos desenvolvimentos e se questionavam se tomaram ou não as melhores decisões, o mesmo acontece connosco. É, sem dúvida, uma obra com uma grande carga psicológica, que nos leva a querer saber sempre um pouco mais sobre os desenvolvimentos, a recear pelas personagens e a ficar estupefactos com alguns dos seus actos e desenvolvimentos na colina.

Numa escrita bastante descritiva, algo cinematográfica, Scott Smith apresenta-nos uma história em que o medo, a loucura, a fragilidade humana e uma réstia de esperança de sobreviver se encontram patentes. Tal como o tema interessante que é a adaptabilidade das espécies, o modo como alguns seres vivos são obrigados a adaptarem-se ao meio em que se encontram inseridos, de modo a ser possível a sua sobrevivência.

“As Ruínas” é, deste modo, uma obra que me agradou, por todos os sentimentos que me transmitiu e pela necessidade de saber como iria este grupo de forasteiros conseguir sobreviver e lidar com os perigos inacreditáveis presentes naquela colina.

Avaliação: 3/5 (Gostei!)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Rosa Selvagem


Nome: “Rosa Selvagem”

Autora: Patricia Cabot

Nº de Páginas: 368

Editora: Livros d’Hoje

Sinopse: “Como nunca houvera uma mulher que não conseguisse encantar, Edward tinha a certeza de que iria conquistá-la. Mas Pegeen MacDougal não era nem velha, nem criança - era muito mulher, com uma língua aguçada, uns olhos verdes de levar ao inferno e uma sensualidade que o deixava doente. Infelizmente, ela desprezava-o, assim como à ostentação da sua classe social e à falta de consideração que mostravam pelos menos afortunados. Mas, pelo bem do seu sobrinho Jeremy, Pegeen concordou que ambos se mudariam para a propriedade de Edward. O risco tornou-se rapidamente aparente. Pois ela sabia que podia resistir ao dinheiro de Edward, ao seu poder, à sua posição... a todo o seu mundo. No entanto, era o seu beijo que prometia ser a sua destruição.”

Opinião: Meggin Patricia Cabot trabalhou como gestora numa residência universitária, foi ilustradora freelance e escreveu mais de cinquenta obras. Os seus livros mais conhecidos pertencem ao “Diário da Princesa”, através do pseudónimo Meg Cabot. Com o pseudónimo Patricia Cabot, tornou-se numa autora bestseller de romances históricos. Tendo inclusive ganho inúmeros prémios, o New York Public Library Books for Teen Age, o Booksense Pick, o IRA/CBC Young Adult Choise, entre tantos outros.

“Rosa Selvagem”, que dá início à série “The Rawlings”, retracta a história de Pegeen MacDougal e de Edward Rawling. Edward que sempre conseguiu conquistar todas as mulheres que desejou, sente-se automaticamente atraído pela jovem Pegeen, que além de bastante bonita, se mostra diferente de todas as mulheres que já conheceu. Após a conseguir convencer a mudar-se para sua casa, juntamente com o seu sobrinho, descobre que a sua atracção poderá conter contornos diferentes do que esperava inicialmente, sucedendo o mesmo com Pegeen.

Os livros da “Diário da Princesa” foram dos primeiros livros que li por prazer e dos quais gostei bastante na altura, pelo que inicio sempre as suas obras com alguma expectativa. Desde que esta obra foi lançada em Portugal, que me suscitou curiosidade, por ser uma escritora que aprecio e por me permitir ler algo da mesma, num registo diferente ao que me habituou.

Tenho de confessar que esta história me surpreendeu pela positiva, pois embora não seja deveras original, contém personagens carismáticas, fortes e uma narrativa que junta dois ingredientes que tão bem definem a autora, o humor e um casal romântico que nos faz suspirar.

No que se refere às personagens, gostei bastante do casal da trama. Pegeen é uma rapariga perspicaz, lutadora, com ideias bastante vincadas sobre o mundo que a rodeia. Obrigada a crescer depressa, devido à morte precoce do seu pai e com uma criança pequena a seu cargo, filho da sua irmã mais velha, Pegeen aprenderá que a vida nem sempre é simples e que não precisa de homem algum para poder sustentar-se, não acreditando no matrimónio. Edward é igualmente cativante, não teve uma infância simples, devido à sua figura parental, o que o levou em adulto a fazer algumas más escolhas no que se refere às companhias e a ter algum receio de se entregar a alguém.

Quanto às restantes personagens, poderia mencionar o pequeno Jeremy, sobrinho de Pegeen e Edward, que se mostrou um reguila, sempre a fazer disparates, o que conferiu mais vida à narrativa.

A história de amor entre ambos foi enternecedora, tal como os momentos de confidências. As cenas entre este casal foram bastante intensas, onde Edward tentava a todo o custo seduzir Pegeen, que embora simulasse não se importar com as investidas deste, acaba por não conseguir resistir durante muito tempo ao seu charme.

Numa escrita envolvente, fluída e apaixonada, Patricia Cabot apresenta-nos uma história de amor possível entre duas pessoas de mundos diferentes, mas com uma atracção inegável entre si. Uma leitura compulsiva, com uma pitada de humor e sensualidade, que certamente agradará aos mais românticos.

Avaliação: 3.5/5 (Gostei!)