quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

2º Aniversário

É incrível como o tempo passa depressa e nem damos por isso. Há dois anos, neste dia, publicava a minha primeira opinião, cheia de receio do que iria encontrar no mundo da blogosfera e como seria recebida neste mundo desconhecido.

O ano passado mencionava que tinha sido uma grande experiência e o sentimento mantém-se, sem dúvida nenhuma. Não só porque o blogue me faz ter hábitos de leitura, em que leio com mais regularidade e atenção, mas também por tudo o que me tem dado ao longo destes dois anos. É fantástica a troca de ideias com os leitores deste pequeno espaço, em que tenho a possibilidade de saber as opiniões dos mesmos sobre os livros que vou lendo, tanto quando são semelhantes à minha, mas também quando não o são, o que me permite compreender as obras de outro prisma que não o meu.

Quanto ao balanço do blogue, é bastante positivo. Contamos com 58282 visualizações, com mais 100 seguidores no blogue do que o ano passado, 262 mais precisamente e com 281 seguidores no Facebook. Se me dissessem há uns anos que por esta altura seriam estes os números do blogue, sinceramente não acreditaria. 

Este espaço permitiu-me também conhecer pessoas novas, que me receberam de braços abertos e de quem guardarei sempre um carinho especial. Este espaço não seria a mesma coisa sem a presença de todos vós, visitantes, leitores e comentadores, que me fazem continuar com este projecto. Este comentário serve também para vos agradecer a todos por continuarem a visitar este pequeno blogue, embora nem sempre seja muito activo, devido à falta de tempo para dedicar a esta paixão.

Também como aspecto positivo guardo o contacto com outros bloggers, a troca de ideias, de opiniões das mais diferentes obras. A verdade é que hoje em dia não adquiro obra alguma, sem antes ter acompanhado opiniões dos meus companheiros literários :P e graças a estas trocas de sugestões tenho conhecido obras e autores fantásticos.

Mais uma vez um grande obrigada a todos os que seguem o Magia. Este espaço não seria, de modo algum, a mesma coisa se não fossem todos vocês, que me acompanham ao longo destes anos e que ajudam este espaço a ser mais dinâmico. 

Para o ano espero cá estar novamente, sempre a partilhar esta nossa grande paixão que é a Literatura!

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Pedaços de Ternura



Nome: “Pedaços de Ternura”

Autora: Dorothy Koomson

Nº de Páginas: 448

Editora: Porto Editora

Sinopse: Poderá um estranho curar o seu coração?
Kendra Tamale regressa a Inglaterra, fugindo de velhas mágoas e em busca de um novo começo. Conhece Kyle, pai de duas crianças e separado, de quem se aproxima, contra todas as suas expectativas.
Então, um terrível encontro com o passado obriga-a a enfrentar os seus fantasmas. Não consegue dormir, é despedida e a sua relação com Kyle e as crianças fica debilitada. A única forma de remediar a situação é confessar o erro terrível que cometeu há muitos anos atrás - algo que prometeu nunca fazer...”

Opinião: Dorothy Koomson desde muito cedo se mostrou uma apaixonada pelas letras, tendo escrito o seu primeiro romance com 13 anos, “There’s a thin line between love and hate”. Contendo uma licenciatura em Psicologia e Jornalismo, pela Universidade de Leeds, a escritora inglesa lança a sua primeira obra em 2003, “O Amor está no Ar”.

“Pedaços de Ternura” é a quarta obra desta escritora, que se tornou uma das mais adoradas das leitoras portuguesas, tendo sido lançada inicialmente em 2007. Kendra Tamale regressa a Inglaterra, depois de ter estado uns anos na Austrália a trabalhar e onde conheceu Will, um homem que a ensinou o verdadeiro significado da palavra amor. Kendra que nunca acreditou em amor à primeira vista, vê-se enredada nesta relação complicada. Ao regressar à sua terra natal, aluga o anexo de Kyle, que tem dois filhos gémeos, Summer e Jaxon.

Kendra que nunca quis envolver-se na vida desta família e especialmente criar qualquer ligação com as crianças, vê-se obrigada a criar uma relação com estes, de modo a auxiliá-la a superar a dissolução da família. Aos poucos Kendra torna-se parte integrante desta família e com uma ligação tão forte com as crianças, quase como se as mesmas fossem suas, contudo um terrível segredo do passado poderá condicionar a felicidade criada.

Esta é a terceira obra que tenho o prazer de ler da escritora, que se tem vindo a tornar numa das minhas preferidas. Aprecio bastante a escrita fluída e apaixonada da escritora, as suas personagens humanas e cheias de garra, tal como as suas histórias emotivas.

Através desta leitura somos confrontados com diversos temas sensíveis, sendo um deles o alcoolismo. Apresentando-nos o modo como debilita não só a pessoa que é dependente, mas também as pessoas que a rodeiam. Tal facto sucede com a mulher de Kyle, que desde pequena aprendeu a refugiar-se na bebida, com o intuito de enfrentar os seus problemas. Depois de formar uma família com Kyle, permanece por diversas vezes de tal modo alcoolizada, que coloca em perigo não só a sua vida, como também a dos seus filhos. Depois de vários momentos de tensão, Kyle acaba por compreender que embora ame muito a mulher, não consegue mais suportar uma vida contendo estes moldes, confrontando-a com esta realidade, o que culmina no divórcio de ambos. Além deste tema somos também apresentados a temas mais ligeiros, como o amor e a paixão, mostrando-nos que, por vezes, marcas do passado podem condicionar a nossa felicidade e que para que uma relação perdure, o amor não é o único ingrediente importante.

No que se refere às personagens, voltei a sentir-me bastante ligada à personagem principal. Penso que a autora tem essa particularidade, de conseguir criar uma ligação entre a narradora e o leitor, de tal modo que quase vivenciamos os acontecimentos como se fossem nossos ou de alguém que conhecemos. Kendra é uma mulher reservada, com algum receio de se entregar a alguém, devido ao seu passado, sendo uma mulher tremendamente dedicada, atenciosa e bastante astuta. Foi, sem dúvida, a personagem que mais me disse ao longo desta narrativa e que me tocou bastante. Kyle é-nos apresentado inicialmente como um homem sofrido, que aparentemente está de tal modo siderado com o divórcio que está a atravessar, que acaba por colocar os filhos em segundo plano. Contudo, rapidamente percebemos que é um homem bom, íntegro, que passou bastante devido ao alcoolismo da mulher. Quanto aos gémeos Summer e Jaxon, achei-os uma completa ternura e adorei os momentos vivenciados com estes meninos, que embora tão pequenos, já tinham passado por bastante.

Numa escrita fluída, apaixonada e emotiva, Dorothy Koomson apresenta-nos uma história emotiva com alguns temas sensíveis, abordados na perfeição, e várias histórias de amor, não só o amor entre um homem e uma mulher, mas também o amor parental.

“Pedaços de Ternura” foi, desta feita, uma obra que me agradou e que veio reforçar o quanto aprecio a escritora. Aguardo com alguma expectativa as seguintes obras da escritora.

Avaliação: 3.5/5 (Gostei!)


Outras obras da escritora, com opinião no blogue:
   

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Até que ele nos separe



Nome: “Até que ele nos Separe”

Autora: Emily Giffin

Nº de Páginas: 344

Editora: Editorial Presença

Sinopse: “Rachel White sempre foi o protótipo da «menina certinha», que fazia o que se esperava dela e se sacrificava em prol dos outros. Só que, na manhã após a festa do seu aniversário, Rachel acorda ao lado do noivo da sua melhor amiga. O mais correcto seria esquecer o que aconteceu e seguir em frente, mas, à medida que a data do casamento se aproxima, Rachel descobre que as coisas não são assim tão simples, e em breve terá de escolher entre abrir mão da felicidade ou da sua amizade mais antiga. Um romance que lança um olhar pleno de lucidez e de sensibilidade sobre as nuances que existem no amor, na amizade e na traição. Onde começa o amor e acaba a amizade?”

Opinião: Emily Giffin é licenciada pela Wake Forest University e pela University of Virginia School of Law. Desde muito cedo que foi uma apaixonada pelas letras, tendo sido membro de um clube de escrita criativa e editora-chefe do jornal da sua escola. Depois de exercer advocacia durante vários anos numa empresa de Manhattan, mudou-se para Londres de modo a dedicar-se a tempo inteiro à escrita. Autora de seis bestsellers do The New York Times, lança a sua primeira obra “Até que ele nos separe” em 2004, que foi adaptada para o cinema em Maio de 2011.

Rachel White e Darcy Rhone são desde pequenas melhores amigas. Rachel sempre valorizou bastante esta amizade, mesmo com todos os defeitos da amiga, que por vezes lhe passavam despercebidos. Quando após a festa de aniversário dos seus 30 anos, dorme com Dex, o noivo de Darcy, Rachel fica sem saber o que fazer. A verdade é que após a noite que passaram juntos, percebe que gosta de Dex, com quem estudou Direito e que apresentou a Darcy, contudo nunca teve coragem para admitir os seus sentimentos e nunca pensou que um homem, que considera como perfeito, pudesse sentir algo mais por si do que amizade. Ao perceber que também Dex se sente atraído por ela, não consegue resistir a envolver-se com ela, contudo existe Darcy que é a sua melhor e mais velha amiga. Como irá Rachel gerir este conflito interno, entre o homem que poderá muito bem ser o homem da sua vida e a amizade da sua melhor amiga, é o que a autora nos presenteia com esta obra.

Tinha bastante curiosidade de embrenhar nesta obra, devido a todas as opiniões que acompanhei sobre a mesma, que a definiam como romântica e leve, óptima para descontrair e passar alguns bons momentos na sua companhia. A junção destes ingredientes levou-me a iniciá-la pouco depois de a ter adquirido e posso afirmar, sem reserva, que me agradou e que me proporcionou algumas horas de descontração.

Gostei da história de amor entre Dex e Rachel. Foi uma história de amor que devido a enganos e desenganos se viu adiada durante algum tempo, mas que tomou contornos bastante sinceros e ternurentos, que me tocaram e que me levaram a torcer para que ambos pudessem ficar juntos no final da obra.

A história centra-se bastante na traição de Rachel a Darcy, mas por muito má que seja uma traição, tal como Dex e Rachel não conseguem achar errado estar um com o outro, tal também acontece connosco leitores. Por um lado, porque Darcy é uma pessoa difícil, que está habituada a ter tudo o que quer, a ter as pessoas que deseja, sendo alguém que não vê a meios para atingir fins. É uma personagem bastante fútil e egocêntrica, algo que Rachel antes de perceber que ama Dex, nunca tinha percebido. Por outro lado, é visível que Dex e Rachel se amam bastante e os momentos que passam um com o outro tocam-nos de tal forma, que não conseguimos pensar nesta relação como sendo errada.

No que se refere às personagens, gostei da personagem Rachel, pois achei-a bastante humana. Foi alguém que teve de batalhar bastante para ter a sua profissão, que teve de fazer bastantes sacrifícios. É uma boa amiga e até ingenua  pois apesar de tudo o que Darcy lhe faz e o modo como a trata, acaba por lhe passar despercebido. Só depois de se envolver com Dex é que percebe muitas das coisas que Darcy lhe fez e muitas das mentiras que lhe contou. Dex, por sua vez, é um advogado de sucesso, retratado de modo igualmente humano. É-nos apresentado como um homem bonito, romântico e bastante atencioso. Confesso, que em certos momentos fiquei algo reticente com ele, pois receei que ele usasse a Rachel, contudo esses momentos demonstram o seu lado humano, a sua integridade, o seu dilema entre o coração e o dever.

Numa escrita envolvente, romântica e com uma pitada de humor, Emily Giffin apresenta-nos uma história de amizade, amor e traição. Na qual defende que não devemos ter medo de dar a conhecer os nossos sentimentos, que devemos sempre lutar pelo que acreditamos e, que por vezes, quando gostamos das pessoas, não conseguimos ser objectivos.

“Até que ele nos Separe” é, desta feita, uma obra com uma história de amor bonita, óptima para passar uma tarde descontraída na sua companhia.

Avaliação: 3/5 (Gostei!)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Paixão Bordeaux


Nome: “Paixão Bordeaux

Autora: Rosie Thomas

Nº de Páginas: 287

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “Para Bell Farrer, uma jornalista de vinhos em ascensão, esta é a grande oportunidade da carreira: entrevistar o eremita Barão Charles de Gillesmont, do Château Reynard em Bordéus, e o génio dos negócios Valentine Gordon, da Adega Pedra Seca na Califórnia. Comparar o Velho Mundo e o Novo, a paixão e o lucro, séculos de tradição e a mais recente tecnologia. Mas, subitamente, a carreira é a última coisa na cabeça de Bell. Ao investigar a vida de ambos, descobre que a rivalidade dos dois ultrapassa o mundo dos negócios. Em tempos, eles disputaram o amor da mesma mulher. Mais do que adversários, tornaram-se inimigos. E tudo se agrava quando a história parece repetir-se, e Bell desperta em ambos o mesmo sentimento. Como pode ela, amar um, e sentir-se atraída pelo outro? Só aventurando-se à vez, em ambos os mundos, poderá finalmente reconhecer o seu lugar…”

Opinião: Janey King, nascida no Reino Unido, trabalhou como jornalista e editora, antes de se tornar escritora a tempo interno. Autora de romances sob o pseudónimo de Rosie Thomas, publicou a sua primeira obra em 1982, “Paixão Bordeaux”. Vencedora por duas vezes do Romantic Novel of the Year Award, com a obra “Sunrise” em 1985 e em 2007 com o romance “Iris and Ruby”. Amante de viagens e montanhismo, a autora escalou os Alpes e os Himalaias, participou no rally Pequim-Paris e, durante algum tempo, viveu numa pequena estação Búlgara, na Antárctida. Experiências que transportou para algumas das suas obras.

“Paixão Bordeaux” apresenta-nos Bell Farrer, uma jornalista de vinhos, que se prepara para entrevistar o Barão Charles Gillesmont, um dos mais importantes produtores de vinho e Valentine Gordon, um vinicultor em ascensão. Contendo ambos ideais bastante distintos, Charles acredita que a fabricação do vinho deverá ser feita, tendo em conta os hábitos que passaram de geração em geração na sua família. Valentine, por sua vez, defende que as novas tecnologias que utiliza são uma mais-valia e um mais rápido e eficaz de vindima. Quando Bell conhece ambos, compreende que além de serem rivais no que à vinicultura diz respeito, também têm um passado em comum e que em tempos disputaram por uma mesma mulher. Ao ser colocada na mesma situação, em que pensa amar Charles, mas sente-se atraída por Valentine, tudo se torna mais confuso. Encontrará Bell o amor junto do aparentemente perfeito mas gélido Charles ou no desinibido e mulherengo Valentine?

O facto de não haver quase opiniões sobre esta obra, levou-me a iniciá-la sem grandes expectativas e até com algum receio de não vir a gostar, confesso e a verdade é que foi uma obra que não me agradou sobremaneira. Considerei interessante a particularidade do romance conter esta vertente diferente, que é a confecção do vinho e a degustação. Contudo, no que se refere à história de amor, houve momentos que me agradaram, mas outros que não consegui apreciar.

Ao chegar à mansão do Barão Charles, Bell depara-se com uma família antiquada, austera, sendo o seu anfitrião um homem frio, que não se abre com ninguém, para além da sua irmã mais nova. O facto de logo no primeiro dia o Barão, que nos é apresentado como frio e rígido, ter longas conversas com Bell e, no dia do seguinte, ambos se considerarem perdidamente apaixonados um pelo outro, não ajudou a que gostasse mais da obra. Acredito que para se gostar de alguém tem de se conhecer essa pessoa, ter, em certa medida, um passado com a mesma. Não acredito em amor à primeira vista, pelo que o facto de a obra começar assim, me fez ficar desde logo reticente.

Quando Bell parte para entrevistar Valentine, promete que esperará pelo Barão e que não se envolverá de forma alguma com Valentine, que se envolveu com a mulher de Charles. Inicialmente tenta ao máximo mostrar-se evasiva e fria para com o seu anfitrião, mas rapidamente percebe que é impossível não gostar deste produtor, tornando-se amigos. Quando a atracção que sentem um pelo outro toma contornos impossíveis de disfarçar, envolvem-se, contudo Bell continua a achar que o seu futuro é ao lado de Charles.

Este terá sido possivelmente o ponto que mais confusão me fez na obra e na personagem Bell. Charles não acredita no divórcio, pois é Católico e defende que mesmo tendo havido uma traição por parte da mulher, o casamento é para toda a vida. Bell sabe que são estes os ideais em que Charles acredita e que muito possivelmente o único papel que poderá ter na sua vida, será como amante, mas ainda assim considera que é o homem perfeito, mesmo só tendo passado dois dias com ele e sentindo-se atraída por Valentine.

Além do ponto mencionado em cima, o Barão e a mulher perderam o único filho, devido a uma doença e o mesmo encarou a mulher como fraca, olhando-a com desdém sempre que a mesma chorava, não a auxiliando a superar a dor da perda. Este facto leva a que a mulher do Barão se refugie junto de Valentine, que a ouve, compreende e a deixa chorar, ao contrário do seu marido, o que os leva a ter um caso juntos. Embora seja óbvio que Valentine é um mulherengo, também nos é visível que é uma pessoa íntegra, trabalhadora, que teve de lutar muito para ser o vinicultor de sucesso em que se tornou. O que me causou alguma irritação, que Bell tivesse sempre o ideal que Charles era o homem perfeito, pois com tudo o que conhecemos do personagem, não consigo encontrar qualidades suficientes no mesmo para justificar este fascínio.

No que se refere à relação entre Valentine e Bell, foi a parte que mais gostei da obra, pois tiveram alguns momentos ternurentos e foi uma relação que pudemos ver florescer e amadurecer ao longo das semanas que passaram juntos.

Numa escrita simples e fluída, Rosie Thomas transporta-nos para as vinhas de Bordéus e da Califórnia, mostrando-nos que, por vezes, aquilo que pensamos ser o melhor para nós mesmos, não o é efectivamente e que o amor se encontra nas pessoas mais improváveis.

Em suma, “Paixão Bordeaux” não foi uma obra que me agradou sobremaneira, embora tivesse um ou outro momento ternurento.

Avaliação: 2/5 (Está Ok!)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Ilusão Perfeita



Nome: “Ilusão Perfeita”

Autora: Jodi Picoult

Nº de Páginas: 448

Editora: Livraria Civilização Editora

Sinopse: “Uma mulher acorda num cemitério ferida e a sangrar, completamente amnésica. Não sabe quem é nem o que faz ali. É socorrida por um polícia que acabara de chegar a Los Angeles. Alguns dias mais tarde, é apanhada de surpresa ao ser finalmente identificada pelo marido, nada mais, nada menos do que Alex Rivers, o famoso actor de Hollywood. Cassie fica deslumbrada pelo conto de fadas que está a viver. Mas nem tudo parece correcto e algo obscuro e perturbador se esconde por detrás daquela fachada de glamour. E é só quando a sua memória começa gradualmente a regressar que a sua vida de cenário perfeito se desmorona e Cassie enfrenta a necessidade de fazer escolhas que nunca sonhou ter de fazer.”

Opinião: Jodi Picoult, nascida em Long Island, estudou Inglês e Escrita Criativa na Universidade de Princeton, tendo tirado o seu mestrado em Educação na Universidade de Harvard. Enquanto ainda era estudante publicou dois contos na revista Seventeen e em 1992 lançou a sua primeira obra “À Procura do Amor”. Possuiu inúmeros empregos, como correctora, copywriter numa agência de publicação, numa editora e como professora, sendo autora de inúmeros bestsellers. Em 2003, foi galardoada com o New England Bookseller Award for Fiction.

“Ilusão perfeita” foi a terceira obra lançada pela escritora, em 1995, e apresenta-nos Cassandra Barrett, que se encontra num cemitério, ferida e sem qualquer memória de quem é ou do que fará naquele local. Após ser socorrida por um polícia, que acaba de chegar a Los Angels, descobre que é uma importante antropóloga e que se encontra casada com um dos mais conhecidos actores dos Estados Unidos, Alex Rivers. Quando retoma a casa tudo parece perfeito, proprietária de várias casas, portadora de um marido misterioso, mas aparentemente atencioso, lindo, o ideal da maioria das mulheres e com um trabalho de sonho. Contudo, quando as memórias começam a voltar, percebe que afinal a sua vida não é perfeita como idealizara e que no dia em que havia sido encontrada no cemitério, tinha sido uma vez mais agredida pelo marido. Depois de ter descoberto que se encontrava grávida, decide depois da agressão fugir, contudo antes de conseguir concretizar o seu objectivo, desmaia e perde a memória. Ao recorda-se de tudo isto, decide novamente abandonar o marido, até que o filho nasça e depois do seu nascimento, decide que voltará para junto dele, se o mesmo prometer mudar.

Jodi Picoult é uma das minhas escritoras preferidas, devido às suas histórias emotivas, reais, à capacidade que tem de me fazer pensar sobre os mais variados temas e de me questionar sobre como agiria no papel das personagens. Esta obra não foi de forma alguma excepção, abordando o tema da violência doméstica de forma bastante real e evidenciando que a violência doméstica não é uma realidade das classes menos instruídas, sendo uma realidade em qualquer classe social.

A autora mostra-nos o papel do agressor, o modo como são controladores; como tentam afastar todas as pessoas que circundam a vítima, de modo a que a mesma não tenha, além dos agressores, com quem possa contar. O modo como depois da agressão, se mostram arrependidos e tentam remediar a situação. Mas também aborda bastante bem o papel da vítima, o modo como as mesmas perdoam sempre porque ou consideram que a culpa é delas, por terem dado azos a discussões e consequentes agressões ou, como no caso de Alex, que tiveram infâncias problemáticas, onde a violência era uma realidade, e que em adultos se tornaram igualmente agressores, o que para as vítimas desculpa, em certa medida, as suas acções.

Confesso que este é daqueles temas que me são sensíveis. Considero que nenhum homem ou mulher tem direito de subjugar outra pessoa e a fazê-la passar por este género de provações. Alguém que utiliza o uso da força para se sentir superior sobre o seu companheiro ou por ter tido um dia mau, não pode, a meu ver, amar realmente essa pessoa. Quanto à vítima, tenho de admitir que sempre me questionei o que as levaria a perdoar sempre e a arranjar desculpas para as agressões. Tenho ideias bastante bem definidas sobre este tema, sempre defendi que se fosse comigo nunca toleraria algo deste género, que a partir do momento em que me fizessem algo semelhante  nunca perdoaria, contudo a autora faz-nos perceber as razões da vítima e os seus questionamentos constantes. Não posso afirmar que concorde, mas percebi o que motivou a Cassie sempre a lutar por aquele homem e a perdoar as inúmeras agressões. Sendo este facto que tanto me fascina na autora, pois consegue colocar-me quase no papel da personagem e leva-me, em certa medida, a questionar sobre os meus ideais, que até então considerava tão enraizados.

Além deste tema sensível, que tantos sentimentos nos transmite, também somos confrontados com uma comunidade de índios Sioux, onde compreendemos as condições em que vivem e o modo como se centram nas relações, nas poucas coisas que têm, dando valor a estas pequenas coisas. Foi nesta comunidade que Cassie se refugiou para fugir ao marido, com a ajuda do polícia que a encontrou no cemitério, e tornou a obra ainda mais interessante, até porque mostra que para sermos felizes, não são necessárias grandes coisas. Demonstrando também o que afirmei anteriormente, que as agressões não têm a ver com classes sociais, pois Cassie vai viver com os avós do polícia, que depois de tantos anos ainda se amam e respeitam como no primeiro dia.

Numa escrita fluída, emotiva e verdadeira, Jodi Picoult apresenta-nos, desta forma, o tema sensível que é a violência doméstica, o papel da vítima e do agressor. Salientando que as amizades são o nosso alicerce, quando tudo parece desmoronar-se e que nunca nos devemos acomodar, nem pensar que merecemos menos do que a felicidade plena.

Em suma, "Ilusão Perfeita", embora não seja das minhas obras preferidas da autora, deu-me bastante prazer de desfolhar e voltou a trazer-me os vários ingredientes que tanto me fascinam nas suas obras.

Avaliação: 3.5/5 (Gostei!)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Selo Liebster Award (3)

Obrigada à Carolina do blogue Era uma vez... e à Ghost Reader por me terem atribuído este selo. :)

O Liebster Award é um selo criado com o intuito de promover e divulgar blogs com menos de 200 seguidores. As regras são as seguintes:
- Lista com 11 factos sobre nós;
- Responder às 11 perguntas que nos atribuíram;
- Nomear 11 bloggers com 200 ou menos seguidores, colocar o link dos blogs e avisá-los;
- Fazer 11 novas perguntas para esses mesmos bloggers.



11 Factos sobre mim:
1 - Ler e correr são o meu refúgio.
2 - Os meus géneros literários preferidos são a Fantasia e o Drama.
3 - Os meus escritores preferidos são Jodi Picoult, George R. R. Martin, Robin Hobb, Carlos Ruiz Zafón, entre outros.
4 - Sou tímida e reservada.
5 - Sou paciente e amiga.
6- Adoro conduzir e a liberdade que me fornece.
7 - Não seria capaz de viver sem música, sendo o Rock o meu género musical preferido.
8 - Sou bastante céptica.
9 - Adorava saber tocar piano, violino e guitarra.
10 - A minha viagem de sonho seria a Itália.
11 - O meu animal preferido é o golfinho.

Quanto às perguntas, como tinham algumas semelhantes, decidi juntá-las. :)

1 - O que te levou a criar o blog?
Foi por sugestão de um amigo, o Fiacha do blogue Leituras do Corvo Fiacha. Na altura escrevia algumas opiniões no fórum onde nos conhecemos e ele sugeriu-me que criasse um blogue, pois achava que tinha capacidade para criar um espaço literário. Na altura fiquei um pouca receosa, muito porque tinha receio do desconhecido, achava que não escrevia bem o suficiente para poder ter um blogue com opiniões literárias, porém rapidamente compreendi que tinha sido uma boa escolha. Tem sido bastante agradável esta experiência. :)

2 - Lembras-te do primeiro livro que leste? Qual foi?
Não tenho bem a certeza de qual foi, porque só há cerca de três anos é que leio a "sério", mas penso que terá sido "A Branca de Neve e os Sete Anões" ou "João pé de Feijão".

3 - Qual é o livro da tua vida?
Tenho vários livros que me marcaram e que guardo com um carinho especial. "Nunca me esqueças" de Lesley Pearse, "Para a minha irmã" de Jodi Picoult, "A Sombra do Vento" de Carlos Zafón, "A Rapariga que Roubava Livros" de Markus Zusak, entre tantos outros.

4 - Se pudesses transformar-te numa personagem, qual seria? Porquê?
Como tenho propensão para me sentir apegada a personagens mais sofridas, esta escolha foi algo difícil. Depois de pensar muito, penso que escolheria a Mercy da saga Mercy Thompson de Patricia Briggs porque além de ter uma personalidade forte, é independente, perseverante, sempre pronta a ajudar o próximo, tem também a particularidade de se transformar num coiote, o que a coloca num mundo interessantíssimo.

5 - Qual o teu mundo mágico/tempo histórico preferido? Porquê?
Assim de repente, acho que escolheria o mundo da Robin Hobb. Confesso que já estou com saudades de embrenhar no seu mundo, contém duas das minhas personagens preferidas e é um mundo fantástico, que sempre que visito fico fascinada.

6 - Se tivesses de escolher um super-poder qual seria?
Boa pergunta, se calhar ler mentes. :P

7 - Escolhe uma frase de um livro...

“Na solidão da noite, quase conseguia sentir a finitude da vida e como ela era preciosa. Nós damo-la como garantida, mas ela é frágil, precária, incerta, susceptível de acabar a qualquer momento sem aviso. Lembrei-me daquilo que devia ser evidência mas nem sempre é: que vale a pena saborear cada dia, cada hora e cada minuto das nossas vidas.” - "Marley & Eu" de John Grogan


8 - Se escrevesses um livro qual seria o tema?
Gosto de escrever sobre emoções e temas sensíveis, portanto seria algo desse género.

9 - Acreditas em...
Sonhos e na força de vontade para os tornar realidade.

10 - Qual a música que mais te caracteriza?
"I Was Here" da Beyoncé. A música descreve muito bem aquilo que sinto e a marca que gostava de deixar nos que me rodeiam. Sei que é algo lamechas, mas é sentido.

11 - Qual a tua profissão de sonho?
Quando me candidatei à faculdade, tinha como objectivo ir para Psicologia, contudo as coisas não correram como ambicionava. Ainda assim continua a ser a minha profissão de sonho.

12 - Qual o teu sítio preferido para ler?
No quarto essencialmente porque é um sítio sossegado, que me permite ler sem grandes interrupções.

13 - O que gostas de fazer nos teus tempos livres?
Ler, passear, ver filmes e séries.

14 - Se tivesses que descrever a tua vida em três palavras, quais seriam?
Amizade, esperança, felicidade.

15 - Se pudesses ir a qualquer lado sem te preocupares com nada, onde irias?
Itália, sem dúvida. É a minha viagem de sonho.

16 - O que mais gostas em ti? E o que menos gostas?
Gosto da minha perseverança. Quanto ao que menos gosto, se calhar o facto de ser reservada e tímida, o que, por vezes, transparece às pessoas que não me conhecem uma imagem errada de mim.


Como o ano passado me atribuíram este selo e na altura o atribuí a alguns blogues, vou fazer batota e não vou mencionar os 11 blogues, mas quem quiser levá-lo e/ou responder às questões aqui colocadas pela Ghost Reader e pela Carolina, sinta-se à vontade. :)

Obrigada mais uma vez às meninas por se terem lembrado de mim. :) 

Selo 2013 Literário


O meu obrigada à Carolina do blogue Era uma vez..., ao Viajar pelos Livros, à Ghost Reader, à Maria d' O Imaginário dos Livros, ao Fiacha do Leituras do Corvo Fiacha e à Patrícia do Chaise Longue por me terem atribuído este selo. Muito obrigada por se terem lembrado de mim, retribuo o carinho. :)

Regras: 
1 - Indicar um mínimo de dois livros que gostei de ler em 2012 (sem limite máximo);
2 - Indicar pelo menos três livros que desejo ler em 2013 (sem limite máximo);
3 - Indicar o nome e o link de quem ofereceu o selo;
4 - Oferecer o selo a mais 10 pessoas para dar sequência a este projecto de incentivo à leitura.

Quanto aos melhores Livros de 2012 poderia mencionar:

Pequena Abelha” de Chris Cleave;
A Doçura da Chuva” de Deborah Smith;
O Segredo da Casa de Riverton” de Kate Morton;
A Culpa é das Estrelas” de John Green;
Milagre” de R. J. Palacio;
Entrevista com o Vampiro” de Anne Rice

Quanto a obras que desejo ler em 2013 é um pouco mais difícil de mencionar, pois não costumo fazer planos, mas certamente que constarão da lista de leituras, "Asteca" de Gary Jennings, "Alex 9" de Bruno Martins Soares, "Pedaços de Ternura" de Dorothy Koomson, pois foram-me emprestados recentemente. De resto, não faço planos literários, pois na maioria das vezes não consigo cumprir. :P

Os 10 blogues a que passo este selo são:


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Aquisição de Janeiro


No passado mês de Janeiro, a Editorial Presença teve uma campanha com algumas obras a 4.99 euros. Aproveitei para adquirir "Até que ele nos separe" de Emily Giffin, uma obra da qual tenho acompanhado opiniões positivas e que me suscitava interesse há algum tempo. Encontro-me de momento a lê-la e tem sido uma experiência agradável, pois encontramo-nos perante uma obra perfeita para descontrair e passar alguns bons momentos na sua companhia. Óptima para a época de exames que me encontro a atravessar de momento. :)