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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

"Ligeiramente Perverso" de Mary Balogh [Opinião]



Nome: “Ligeiramente Perverso” (Bedwyn Saga #2)

Autora: Mary Balogh

Nº de Páginas: 368

Editora: Edições ASA

Sinopse: “A família Bedwyn está de volta. Estes seis irmãos e irmãs são capazes de tudo para concretizarem os seus sonhos… até de mandar às urtigas as normas rígidas da alta sociedade britânica, na qual continuam a fazer os possíveis por não ferir demasiado os sentimentos alheios.

É difícil resistir a Lord Rannulf Bedwyn. Para Judith Law, ele é um sonho tornado realidade. É com este belo desconhecido que a jovem decide passar a única noite de paixão da sua vida. Na manhã seguinte, ela submete-se resignadamente ao deprimente papel de dama de companhia de uma tia rica. Judith nunca pensou voltar a ver o homem a quem se entregou de forma tão arrebatada... e imprópria, muito menos encontrá-lo sob o mesmo teto e a cortejar a sua prima. Só que as aparências iludem. Rannulf não esqueceu a noite que passaram juntos. E Judith luta consigo mesma e com essa memória, à qual não pode ceder sob pena de perder a proteção da tia, o seu único sustento após a ruína da família. Quando um escândalo ameaça destruir a sua já frágil existência, Rannulf não hesita em recorrer ao poder e influência dos Bedwyn para a salvar. Os sentimentos de ambos estão ao rubro. Mas qual o futuro de uma relação que começou com uma paixão despudorada e culminou em humilde gratidão? Poderá o verdadeiro amor nascer de algo ligeiramente perverso?”

Opinião: Mary Balogh nasceu no Reino Unido, em 1944 e após se formar na universidade tornou-se professora de Inglês. A sua primeira obra foi publicada em 1985 e desde esse momento nunca mais parou de escrever, sendo actualmente autora de mais de 70 livros e 30 novelas. Em 1988, a autora decidiu deixar a carreira do ensino depois de 20 anos a exercer, para se dedicar exclusivamente ao seu sonho de ser escritora. Além da escrita, Mary é também apaixonada pela leitura, música e tricô.

“Ligeiramente Perverso”, segundo volume da saga Bedwyn, apresenta-nos Judith Law que se encontra numa viagem para casa de uma tia rica, onde será dama de companhia, quando a carruagem onde viaja é derrubada. Ao observar a situação aparatosa, Lord Rannulf Bedwyn, promete-lhes ir à procura ajuda e encanta-se por Judith, a quem propõe que o acompanhe até à próxima estalagem, onde pedirá ajuda para os restantes passageiros. Judith sabendo que lhe espera um futuro sem grandes desenvolvimentos na casa da tia decide aceitar a proposta do estranho, acabando inclusive por decidir ter a sua primeira e única noite de amor com ele, pois acredita que nunca mais o verá. Contudo, o destino tem outros planos para ambos e acabarão por se reencontrar, num ambiente onde nem tudo o que parece é.

Da escritora já tive a oportunidade ler “Uma Noite de Amor”, prequela desta saga, e o primeiro volume da mesma “Ligeiramente Casados”, e em ambos os livros a autora prendeu-me com a sua escrita e personagens, todavia existia sempre um ponto que degustava, a forma abrupta como a relação amorosa entre as personagens se desenrolava. Neste volume, por outro lado, embora se envolvam carnalmente muito cedo, é possível observar a forma como se conhecem e criam laços entre si de forma gradual, o que foi, sem dúvida, uma melhoria e aspecto positivo a referenciar.

Relativamente às personagens, foi muito fácil sentir apresso por Judith, por ser uma rapariga que vê reprimidos os seus sonhos e de certa forma a possibilidade de ter uma vida própria. Judith é também uma jovem que sempre se considerou feia, devido aos comentários alheios, mas que com o desenrolar da trama acaba por observar a sua verdadeira beleza. Portadora de uma personalidade forte, destemida, sem receio de defender o que acredita e tentando sempre querer solucionar os seus próprios problemas, não deixando que ninguém o faça por ela, Judith é igualmente detentora de um dom para a representação admirável. 

No que se refere a Rannulf tem as características que identifico como sendo características dos Bedwyn, um enorme sentido de lealdade, de necessidade de fazer o que considera ser o mais acertado e de força, mas também de alguma arrogância, que esconde os seus reais sentimentos. Por todos estes aspectos foi igualmente uma personagem carismática, com defeitos e qualidades, que invariavelmente nos toca.

Relativamente aos restantes personagens, poderia mencionar Wulf, duque de Bewcastle, irmão de Rannulf, por conter uma fachada fria e arrogante, mas por na verdade se preocupar bastante com a família e tentar ao máximo ajudar a mesma, tanto a resolver problemas, como a alcançar a felicidade. Devido a esta sua forma de ser, estou deveras curiosa com o livro referente ao mesmo. 

No que concerne aos restantes irmãos, apreciei especialmente Freyja e Alleyne. A primeira por ser maria-rapaz, perspicaz, respondona e dona do seu nariz e a segunda pela sua personalidade engraçada, que me fez lembrar, confesso, um pouco o Collin da Saga Bridgertons da Julia Quinn.

Numa escrita fluída, cativante e detentora de descrições deliciosas, Mary Balogh apresenta-nos novamente duas personagens de mundos muito diferentes, Lord Rannulf, irmão de um duque, e Judith vinda de uma família na miséria, numa trama que mistura amor, acção, suspense, conseguindo no processo arrancar-nos alguns sorrisos ora de deleite pelas cenas apresentadas ou pela vivacidade e humor de algumas das personagens.

Em suma, “Ligeiramente Perverso” mostrou ser uma obra bastante agradável e carismática, pelo que aguardo com alguma curiosidade o seguinte volume, “Ligeiramente Escandalosa”, que foi lançado em Novembro do ano passado em Portugal pela Edições ASA.


Avaliação: 3.5/5 (Gostei!)

Outras obras da escritora, com opinião no blogue:

     

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Ligeiramente Casados [Opinião]


Nome: “Ligeiramente Casados”

Autora: Mary Balogh

Nº de Páginas: 336

Editora: Edições ASA

Sinopse: “Como todos os Bedwyn, Aidan tem a reputação de ser arrogante. Mas este nobre orgulhoso tem também um coração leal e apaixonado - e é a sua lealdade que o leva a Ringwood Manor, onde pretende honrar o último pedido de um colega de armas. Aidan prometeu confortar e proteger a irmã do soldado falecido, mas nunca pensou deparar com uma mulher como Eve Morris. Ela é teimosa e ferozmente independente e não quer a sua proteção. O que, inesperadamente, desperta nele sentimentos há muito reprimidos. A sua oportunidade de os pôr em prática surge quando um parente cruel ameaça expulsar Eve de sua própria casa. Aidan faz-lhe então uma proposta irrecusável: o casamento, que é a única hipótese de salvar o lar da família. A jovem concorda com o plano. E agora, enquanto toda a alta sociedade londrina observa a nova Lady Aidan Bedwyn, o inesperado acontece: com um toque mais ousado, um abraço mais escaldante, uma troca de olhares mais intensa, o "casamento de conveniência" de Aidan e Eve está prestes a transformar-se em algo ligeiramente diferente...”

Opinião: Mary Balogh cresceu em Gales, local que estimulou a sua imaginação graças às suas paisagens, música e lendas. Quando se mudou para o Canadá começou a escrever os seus romances, que já venderam mais de 4 milhões de exemplares em todo o mundo.

Em “Ligeiramente Casados”, primeiro volume da saga Bedwyn Saga, encontramo-nos em 1814 e conhecemos Aidan Bedwyn que, após fazer uma promessa a um soldado no seu leito de morto, se dirige Ringwood Manor para proteger a irmã do mesmo, Eve Morris. Contudo, a missão de Aidan mostra ser mais difícil do que pensou inicialmente, uma vez que esta é deveras independente e teimosa, o que a leva a rejeitar qualquer ajuda e protecção que Aidan possa querer oferecer. Até que uma reviravolta na vida de Eve a leva a perceber que poderá perder tudo o que dá importância, todas as pessoas que vivem consigo, os empregados, que considera amigos, e dois órfãos que são como filhos para ela, o que levará a aceitar a única forma de salvar a casa, casar-se com Aidan Bedwyn.

Desta autora já havia lido um livro “Uma noite de amor”, prequela da saga Bedwyn, que me havia agradado, pelo que foi com curiosidade que comecei este volume. Confesso que tal como aconteceu no anterior volume que li da escritora, continuo a considerar que a obra peca um pouco pela forma repentina como o amor surge entre o casal da trama, pois não sentimos verdadeiramente o amor florescer, o que pessoalmente é dos aspectos que menos aprecio neste género de obras. Todavia, tirando este aspecto, penso que a autora nos presenteia com uma fluidez narrativa excelente, que nos prende do princípio ao fim à história, em que ficamos desejosos por saber se Aidan e Eve vão realmente ficar juntos, se Eve conseguirá ou não manter a sua casa e todos aqueles que considera como sua família.

Outro aspecto que me cativou na obra foi a importância dada às pessoas, às relações humanas e o facto de a autora não criar pessoas perfeitas tanto psicológica como fisicamente, mas reais. Eve cativou-me pela sua personalidade forte, pela forma como defendia afincadamente os seus ideais e opções, mas essencialmente pela forma pura como encarava as pessoas, não de forma ingénua, mas vendo, por outro lado, para além das aparências, observando a verdadeira essência das mesmas. Relativamente ao Aidan mostrou ser um homem integro, com um sentido de justiça e lealdade bastante vincado, o que torna simples para o leitor sentir-se apegado ao mesmo.

Numa escrita fluída e cativante, Mary Balogh presenteia-nos, deste modo, com um romance de época repleto de lealdade e amor, polvilhado com alguma traição e intriga, que certamente agradará aos amantes deste género de obras.

Frases a reter: “Nem sempre podemos esconder-nos da vida. (…) É melhor nem sequer tentar e encarar simplesmente o que precisa de ser encarado.” (P.304)

Avaliação: 3/5 (Gostei!)


Outras obras da escritora, com opinião no blogue:

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Uma Noite de Amor


Nome: “Uma Noite de Amor”

Autora: Mary Balogh

Nº de Páginas: 368

Editora: Edições ASA

Sinopse: Numa manhã perfeita de Maio...
Neville Wyatt, conde de Kilbourne, aguarda a sua noiva no altar. Mas, para espanto geral, em vez da bela jovem que todos conhecem aparece uma mendiga andrajosa. Perante a nata da aristocracia, o perplexo conde olha para ela e declara que é Lily, a sua mulher! Ao olhar para aquela que em tempos desposou, que amou e perdeu nos campos de batalha de Portugal, ele compromete-se a honrar o seu compromisso...apesar do abismo que agora os separa.

Até que Lily fala com franqueza...
E afirma querer começar de novo… e que Neville a ame verdadeiramente. Para isso, sabe que terá de estar à altura das expectativas dele, o que a leva a aceitar ser dama de companhia da sua tia e aprender as boas maneiras. A determinada Lily rapidamente conquista a admiração da alta sociedade, demonstrando ser uma condessa à altura do seu conde. Por seu lado, Neville está disposto a tudo para provar à sua formidável mulher que o que sentiu por ela no campo de batalha foi muito mais que desejo, muito mais do que o arrebatamento de… Uma noite de amor.”

Opinião: Mary Balogh cresceu em Gales, que se define pelo seu mar, montanhas, músicas e lendas. Quando se mudou para o Canadá levou na bagagem a música e a imaginação que a sua terra natal lhe despertou, sendo neste local que se torna escritora de histórias de amor com finais felizes. Tornou-se uma premiada autora, que constou por diversas vezes nas listas de bestsellers do New York Times, tendo vendido mais de 4 milhões de exemplares em todo o mundo.

Em “Uma Noite de Amor”, Neville Wyatt, conde de Kilbourne, aguarda a sua noiva no altar, quando uma jovem, aparentemente mendiga, entra na igreja e admite que é mulher de Neville. Inicialmente este pensa estar a sofrer alucinações, pois viu Lily ser morta nos campos de batalha em Portugal, contudo quando percebe que afinal a mulher por quem se apaixonou se encontra realmente viva, apresenta-a como sendo efectivamente a sua mulher, com quem se havia casada 24 horas antes de um incidente que o levou a ficar terrivelmente ferido e a ela aparentemente morta. Apesar de Lily ter voltado para si, existe um grande fosso social entre ambos. Será o amor mais importante do que tudo o resto ou o fosso existente entre ambos irá levar a que a relação entre ambos se resuma simplesmente à noite de amor, que tiveram nos campos de batalha, em Portugal?

Já há algum tempo que estava interessada em experimentar as obras desta escritora, devido à minha mais recente paixão pelo género Romance de Época, mas essencialmente devido às suas cativantes sinopses e às entusiásticas opiniões tecidas às suas obras. Esta obra em específico cativou-me inicialmente por ser passada, em certo momento, em Portugal e pela premissa que me pareceu intrigante e interessante. Finda a obra, posso afirmar que se mostrou uma história romântica, que me proporcionou alguns bons momentos enquanto a desfolhava, sem, infelizmente, convencer inteiramente.

Pessoalmente penso que a obra carece de um maior aprofundamento e consolidação da personagem principal masculina, da sua personalidade, pois nem sempre é simples compreendermos o que o motiva. A escritora confere bastante notoriedade aos debates internos de Lily, em que a mesma sente que não foi talhada para o mundo de Neville, em que receia que o mesmo não seja compatível com a sua forma de ser e que moldar-se ao mesmo poderá levar a que tenha de abdicar da sua verdadeira essência. Lily é um espírito livre, com ideais bastante bem definidos sobre o mundo que a rodeia e uma maneira muito particular de superar os problemas e as contrariedades da vida. Lily é, sem dúvida, a personagem mais forte da obra, de quem é fácil gostar e compreender, criando uma forte ligação com o leitor. Contudo, existia necessidade que a personagem masculina fosse igualmente forte, que nos fosse dado a conhecer de modo mais aprofundado, com o intuito de compreendermos os seus pensamentos, desejos, ambições e receios. Na minha opinião, penso que Neville perde notoriedade quando comparado com Lily, não me tendo marcado sobremaneira.

Relativamente à relação entre as personagens principais, tenho de confessar que não convenceu completamente a forma como a mesma floresceu entre ambos. Em certa medida, este aspecto deve-se a ter sido uma relação muito curta, em que o casamento teve duração de 24 horas e por os momentos passados no campo de batalha, em que o casal se conheceu e apaixonou, nos serem dados de forma bastante fugaz. O facto de a obra começar com o reencontro de ambos, quando Neville se preparava para casar com outra pessoa, associada a grande parte do livro girar em volta de quão inapta é Lily para aquela classe social e aos seus debates internos e não tanto em momentos vividos entre ambos os personagens, reforçou o sentimento de que a relação entre ambos precisava de ter sido abordada de forma mais convincente. Todavia, os momentos passados entre ambos, apesar de terem sido em diminuto número, foram efectivamente ternurentos e românticos, sendo capazes de nos arrancar alguns suspiros de deleite.

Apesar dos aspectos negativos que apontei, não posso negar que foi uma obra que conteve momentos românticos, sensuais e agradáveis, que me prenderam à narrativa. Contendo várias reviravoltas que nos prendem à narrativa e que nos deixam desejosos por futuros desenvolvimentos.

Numa escrita fluída, cativante, contendo várias pérolas ao longo da narrativa, frases que nos deixam a pensar após o término da mesma, Mary Balogh defende que nunca é tarde para mudarmos, aprendermos e lutarmos pelos nossos sonhos e desejos.

Em suma, “Uma Noite de Amor” mostrou ser efectivamente uma história romântica, ternurenta e sensual, embora necessitasse de um maior aprofundamento e consolidação da personagem masculina, tal como da relação entre ambos os personagens principais. Aguardo com alguma curiosidade a leitura do seguinte volume desta saga, “Um Verão Inesquecível”.

Frases a Reter: “Aprendi a ficar quieta e a parar de fazer coisas, de ouvir e até de pensar. Aprendi a ser. Aprendi que quase qualquer lugar pode ser um desses lugares especiais, caso eu o permita. Talvez tenha aprendido a encontrar esse lugar dentro de mim.” 

“Sou todas as pessoas que já fui - esclareceu - e todas as experiências que vivi. Não tenho de fazer opções. Não tenho de renegar uma identidade para poder reclamar outra. Sou quem sou."


Avaliação: 3/5 (Gostei!)