Nome: “A Estirpe”
Autores: Chuck Hogan e Guilhermo del Toro
Nº de Páginas: 560
Editora: Objectiva
Sinopse: "Um Boeing 777 proveniente de Berlim aterra no aeroporto JFK e, de repente, pára na pista. As janelas estão fechadas. As luzes estão apagadas. Ninguém responde às chamadas da torre de controlo. Nenhum passageiro atende o telemóvel. Parece que o avião deixou de existir… O que os investigadores encontram lá dentro gela-lhes o sangue.
O que ao princípio parece apenas um vírus altamente contagioso revela-se uma ameaça aterradora. Os vampiros estão de volta e estão sedentos de sangue. A epidemia vampírica propaga-se a uma velocidade vertiginosa e, ao cabo de poucos dias, invade toda a ilha de Manhattan. Mas isto é apenas o começo. Porque existe um plano sinistro para conquistar rapidamente todo o planeta.
Guillermo del Toro, visionário realizador, e Chuck Hogan, escritor premiado, conjugam imaginações neste romance arrojado e épico sobre uma assustadora batalha entre homens e vampiros que ameaça toda a Humanidade. É o primeiro volume de uma empolgante trilogia e um extraordinário acontecimento literário internacional."
Opinião: “A Estirpe”, obra do autor galardoado Chuck Hogan e do
realizador Guilhermo del Toro, é o primeiro volume de uma trilogia denominada
Trilogia da Escuridão, tendo sido editada a continuação “O Ocaso” em 2010 pela
Editora Objectiva.
Um Boeing 777 aterra normalmente,
vindo de Berlim, contudo as luzes do avião apagam-se, o motor desliga-se e
surpreendentemente não é dado qualquer sinal de vida por parte do avião. Receando
um ataque biológico o aeroporto JFK contacta o Centro de Controle de Doenças e
é nesse momento que o Dr. Ephraim Goodweather, um dos protagonistas da obra,
entra em cena com a sua companheira, Nora Martinez. O que descobrem dentro do
avião gela-lhes o sangue, contudo o que parecia um vírus mortal, poderá ser na
realidade a sentença de morte do mundo inteiro. Seguidamente, Eph e a sua
companheira conhecerão Abraham Setrakian, um homem com um passado conturbado, e
juntos tentarão remediar o problema que arrisca a vida humana.
Embora tivesse acompanhado
algumas opiniões favoráveis desta obra, que a descreviam como contendo ”vampiros
maus”, na verdadeira acepção da palavra, não ia com expectativas demasiado
elevadas, um pouco à descoberta, pois não sabia muito bem o que esperar desta
leitura.
Tenho de confessar que me
surpreendeu bastante pela positiva. Neste livro o mundo vampírico é descrito de
um modo original, possuindo uma explicação científica e biológica, com o
intuito de reforçar e contextualizar a existência destes seres. O facto de um
dos nossos personagens principais ser um médico, leva-nos a conhecer as
mudanças físicas e biológicas que ocorrem nas pessoas até se transformarem em
vampiros e achei deveras interessante as mudanças anatómicas que os vampiros
possuem.
Ao longo desta obra temos uma transposição
do passado para o presente, entre os acontecimentos presentes do Boeing 777 e
os momentos vivenciados por Eph, e o passado vivido por Abraham. Estas
transições poderiam parecer confusas, contudo tal não sucede porque antes de
cada capítulo iniciado por Abraham o cabeçalho é distinto dos restantes e estes
momentos tornaram a obra ainda mais interessante. Setrakian teve um passado
triste, mas muito interessante, que o moldaram como pessoa e que
consequentemente o ensinaram a gerir os imprevistos, especialmente no que ao
mundo vampírico diz respeito.
Numa escrita algo descritiva,
porém sem nunca se tornar maçuda ou densa, pois havia necessidade de haver
alguma descrição na obra, para podermos compreender termos técnicos, científicos
e biológicos destes seres, estes escritores apresenta-nos uma história
empolgante, cheia de acção e de descobertas de cortar a respiração. Foi uma
obra que li numa assentada, sempre desejosa de saber um pouco mais, porque é
mesmo muito interessante e tem momentos arrepiantes, que me deram um prazer
enorme de ler.
Relativamente às personagens,
gostei muito do Doutor Eph, pela sua personalidade impulsiva, desafiadora, um
espírito vivo, que não se conforma facilmente com o que a vida lhe coloca à
frente, lutando sempre por mudar aquilo com que não concorda. É uma personagem
com uma personalidade forte, que nos prende e com tudo o que vivencia nesta
obra, penso ser impossível não nos sentirmos ligados a ele, torcendo para que
as coisas corram bem tanto para ele como para os que partilham os seus dias.
Também gostei muito do Abraham,
em parte porque acompanhamos a sua vida desde um menino que só comia ouvindo as
histórias da sua avó, até quando é recluso num campo de concentração e depois
quando idoso, ao ajudar os jovens médicos a enfrentar este mal, com o qual já
conviveu e aprendeu a domar.
Em suma, “A Estirpe” foi um livro
de que gostei muito, pela sua originalidade, pela sua escrita envolvente e por
toda a acção, suspense e adrenalina, que nos prendem neste primeiro volume de
uma trilogia que se poderá tornar numa das minhas preferidas.
Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)