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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A Estirpe




Nome: “A Estirpe”

Autores: Chuck Hogan e Guilhermo del Toro

Nº de Páginas: 560

Editora: Objectiva

Sinopse: "Um Boeing 777 proveniente de Berlim aterra no aeroporto JFK e, de repente, pára na pista. As janelas estão fechadas. As luzes estão apagadas. Ninguém responde às chamadas da torre de controlo. Nenhum passageiro atende o telemóvel. Parece que o avião deixou de existir… O que os investigadores encontram lá dentro gela-lhes o sangue.

O que ao princípio parece apenas um vírus altamente contagioso revela-se uma ameaça aterradora. Os vampiros estão de volta e estão sedentos de sangue. A epidemia vampírica propaga-se a uma velocidade vertiginosa e, ao cabo de poucos dias, invade toda a ilha de Manhattan. Mas isto é apenas o começo. Porque existe um plano sinistro para conquistar rapidamente todo o planeta. 

Guillermo del Toro, visionário realizador, e Chuck Hogan, escritor premiado, conjugam imaginações neste romance arrojado e épico sobre uma assustadora batalha entre homens e vampiros que ameaça toda a Humanidade. É o primeiro volume de uma empolgante trilogia e um extraordinário acontecimento literário internacional."


Opinião: “A Estirpe”, obra do autor galardoado Chuck Hogan e do realizador Guilhermo del Toro, é o primeiro volume de uma trilogia denominada Trilogia da Escuridão, tendo sido editada a continuação “O Ocaso” em 2010 pela Editora Objectiva.

Um Boeing 777 aterra normalmente, vindo de Berlim, contudo as luzes do avião apagam-se, o motor desliga-se e surpreendentemente não é dado qualquer sinal de vida por parte do avião. Receando um ataque biológico o aeroporto JFK contacta o Centro de Controle de Doenças e é nesse momento que o Dr. Ephraim Goodweather, um dos protagonistas da obra, entra em cena com a sua companheira, Nora Martinez. O que descobrem dentro do avião gela-lhes o sangue, contudo o que parecia um vírus mortal, poderá ser na realidade a sentença de morte do mundo inteiro. Seguidamente, Eph e a sua companheira conhecerão Abraham Setrakian, um homem com um passado conturbado, e juntos tentarão remediar o problema que arrisca a vida humana.

Embora tivesse acompanhado algumas opiniões favoráveis desta obra, que a descreviam como contendo ”vampiros maus”, na verdadeira acepção da palavra, não ia com expectativas demasiado elevadas, um pouco à descoberta, pois não sabia muito bem o que esperar desta leitura.

Tenho de confessar que me surpreendeu bastante pela positiva. Neste livro o mundo vampírico é descrito de um modo original, possuindo uma explicação científica e biológica, com o intuito de reforçar e contextualizar a existência destes seres. O facto de um dos nossos personagens principais ser um médico, leva-nos a conhecer as mudanças físicas e biológicas que ocorrem nas pessoas até se transformarem em vampiros e achei deveras interessante as mudanças anatómicas que os vampiros possuem.

Ao longo desta obra temos uma transposição do passado para o presente, entre os acontecimentos presentes do Boeing 777 e os momentos vivenciados por Eph, e o passado vivido por Abraham. Estas transições poderiam parecer confusas, contudo tal não sucede porque antes de cada capítulo iniciado por Abraham o cabeçalho é distinto dos restantes e estes momentos tornaram a obra ainda mais interessante. Setrakian teve um passado triste, mas muito interessante, que o moldaram como pessoa e que consequentemente o ensinaram a gerir os imprevistos, especialmente no que ao mundo vampírico diz respeito.

Numa escrita algo descritiva, porém sem nunca se tornar maçuda ou densa, pois havia necessidade de haver alguma descrição na obra, para podermos compreender termos técnicos, científicos e biológicos destes seres, estes escritores apresenta-nos uma história empolgante, cheia de acção e de descobertas de cortar a respiração. Foi uma obra que li numa assentada, sempre desejosa de saber um pouco mais, porque é mesmo muito interessante e tem momentos arrepiantes, que me deram um prazer enorme de ler.

Relativamente às personagens, gostei muito do Doutor Eph, pela sua personalidade impulsiva, desafiadora, um espírito vivo, que não se conforma facilmente com o que a vida lhe coloca à frente, lutando sempre por mudar aquilo com que não concorda. É uma personagem com uma personalidade forte, que nos prende e com tudo o que vivencia nesta obra, penso ser impossível não nos sentirmos ligados a ele, torcendo para que as coisas corram bem tanto para ele como para os que partilham os seus dias.

Também gostei muito do Abraham, em parte porque acompanhamos a sua vida desde um menino que só comia ouvindo as histórias da sua avó, até quando é recluso num campo de concentração e depois quando idoso, ao ajudar os jovens médicos a enfrentar este mal, com o qual já conviveu e aprendeu a domar.

Em suma, “A Estirpe” foi um livro de que gostei muito, pela sua originalidade, pela sua escrita envolvente e por toda a acção, suspense e adrenalina, que nos prendem neste primeiro volume de uma trilogia que se poderá tornar numa das minhas preferidas.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)