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sábado, 19 de novembro de 2011

O Fim da Inocência


Nome: "O Fim da Inocência - Diário secreto de uma adolescente portuguesa"

Autor: Francisco Salgueiro

Nº de Páginas: 224

Editora: Oficina do Livro


Sinopse: "Aos olhos do mundo, Inês é a menina perfeita. Frequenta um dos melhores colégios nos arredores de Lisboa e relaciona-se com filhos de embaixadores e presidentes de grandes empresas. Por detrás das aparências, a realidade é outra, e bem distinta. Inês e os seus amigos são consumidores regulares de drogas, participam em arriscados jogos sexuais e utilizam desregradamente a internet, transformando as suas vidas numa espiral marcada pelo descontrolo físico e emocional. 
Francisco Salgueiro dá voz à história real e chocante de uma adolescente portuguesa, contada na primeira pessoa. Um aviso para os pais estarem mais atentos ao que se passa nas suas casas."

Opinião: Inês, a nossa personagem principal e narradora, é uma adolescente oriunda da classe média alta, filha de pais divorciados, estudante num dos melhores colégios de Lisboa, sendo considerada perfeita, tal como os colegas que a rodeiam.
“O fim da inocência” é a história verídica de Inês (nome fictício) e dos seus dois melhores amigos, onde conhecemos as suas vidas e todos os problemas em que se meteram, desde começar a vida sexual precocemente, iniciarem-se nas drogas, utilizarem as redes sociais e a internet com o pior dos propósitos, entre tantos outros exemplos.

Este livro nunca me havia chamado à atenção, nem me recordo de o ter visto à venda ou de se ter falado dele, mas segundo o que pesquisei foi muito divulgado, tendo sido dos livros mais vendidos durante algum tempo. Tive oportunidade de o ler numa troca de livros com uma amiga, mas infelizmente fiquei desiludida com o mesmo, possivelmente por me terem colocado com grandes expectativas ou por ser supostamente representativo da minha geração.

Afirmo ter ficado desiludida por várias razões. A primeira e para mim a mais importante é por o autor e mesmo a Inês darem a entender que tudo o que lhe sucede é uma realidade intrínseca à geração nascida depois de 90, coisa que não posso concordar de forma alguma. Claro que coisas destas acontecem, não sou ingénua para pensar que não, mas são uma excepção e não uma regra. Poderia considerar este livro como somente um relato de uma rapariga rica, a quem os pais não deram a atenção que precisava e não a informaram convenientemente, se o autor não tivesse generalizado e mesmo assim penso que somos uma geração bastante informada, que sabe os efeitos nocivos das redes sociais, das drogas e tudo mais, pois repetidamente se fala nestas realidades.

Por outro lado, o livro é portador de um cariz sexual exagerado, que me fez alguma confusão, não tanto pelas cenas em si, mas mais pela linguagem e vulgaridade existentes nesses momentos. Constantemente somos assaltados por cenas ou pensamentos deste cariz, o que subentende que a vida da nossa narradora se gere em volta desta realidade, mas mais importante que isso pela linguagem utilizada, pois por muito que a Inês considera-se sexo um tema banal, penso que nunca falaria daquela forma e não encararia o acto de forma tão fria.

Não consegui gostar muito da nossa narradora. Senti que era uma pessoa sofrida, que se viu enganada por diversas vezes, mas a forma como ela vê a vida, a forma como gere os desgostos e como tenta ser feliz, deixaram-me sempre de pé a atrás. Já para não falar que quando conhece a Rita (novamente nome fictício), uma rapariga tímida, educada, com quem os pais foram rigorosos e tentaram ao máximo protegê-la, transforma-a numa réplica dela e mesmo depois de tudo o que passou, consegue sentir-se feliz com o que fez à melhor amiga.

Os aspectos positivos são o fim, que achei adequado e a promessa que iria haver uma mudança nas vidas destas pessoas. Também gostei da mensagem  que as redes sociais são perigosas, quando não utilizadas da melhor forma, e que a liberdade dada aos nossos filhos deve ser gerida da melhor forma, que devemos sempre informá-los ao máximo e dar-lhes a atenção que eles precisam, mas que fundamentalmente merecem.

“O fim da inocência” foi, assim, um livro que não me preencheu as medidas e que não posso dizer que aconselho. Sei que a minha opinião é somente uma entre muitas, li bastantes opiniões positivas sobre ele, contudo não consigo abstrair-me de todos os aspectos negativos que lhe encontrei.

Avaliação: 1.5/5 (Não Gostei!)