Nome: A Rapariga Que Roubava Livros
Autor: Markus Zusak
Colecção: Grandes Narrativas
Páginas: 236
Editora: Editorial Presença
Sinopse: "Quando a morte nos conta uma história temos todo o interesse em escutá-la. Assumindo o papel de narrador em A Rapariga Que Roubava Livros, vamos ao seu encontro na Alemanha, por ocasião da segunda guerra mundial, onde ela tem uma função muito activa na recolha de almas vítimas do conflito. E é por esta altura que se cruza pela segunda vez com Liesel, uma menina de nove anos de idade, entregue para adopção, que já tinha passado pelos olhos da morte no funeral do seu pequeno irmão. Foi aí que Liesel roubou o seu primeiro livro, o primeiro de muitos pelos quais se apaixonará e que a ajudarão a superar as dificuldades da vida, dando um sentido à sua existência. Quando o roubou, ainda não sabia ler, será com a ajuda do seu pai, um perfeito intérprete de acordeão que passará a saber percorrer o caminho das letras, exorcizando fantasmas do passado. Ao longo dos anos, Liesel continuará a dedicar-se à prática de roubar livros e a encontrar-se com a morte, que irá sempre utilizar um registo pouco sentimental embora humano e poético, atraindo a atenção de quem a lê para cada frase, cada sentido, cada palavra. Um livro soberbo que prima pela originalidade e que nos devolve um outro olhar sobre os dias da guerra no coração da Alemanha e acima de tudo pelo amor à literatura."
Opinião: Markus Zusak tinha o objectivo de escrever sobre uma menina que roubava livros, contudo a sua primeira perspectiva era tendo em conta o presente, em Sidney. Ao ouvir as histórias contadas pelos seus pais, da época Nazista e do que os mesmos haviam passado nesta época tão conturbada, nasce este inesquecível livro, inicialmente considerado para um público mais juvenil.
“A rapariga que roubava livros” é narrada pela Morte, que se mostra uma personagem bastante observadora e curiosa relativamente à espécie humana. Preocupando-se com os seus hábitos, o seu quotidiano, enquanto desempenha as suas funções, isto é, o transporte das almas.
É enquanto trabalha que conhece Liesel, vendo-a por três vezes, entre 1939 e 1943, início da Segunda Guerra Mundial.
A Morte é das personagens que mais gostei de ler ao longo da obra, tendo passagens absolutamente fantásticas. Este foi um livro que me cativou desde o início e este facto, muito é devido, a este narrador incrível.
Confesso que a Morte é algo que me suscita algum interesse, por ser algo que pode ter enumeras formas, conforme a imaginação de cada um, e por tudo aquilo que ela pode ou não significar. Neste caso específico, a morte não nos é dada como boa ou má, simplesmente como alguém que desempenha as suas funções. Até porque como ela afirma, no início do livro: “Posso ser amável. Agradável. Afável. E isso só nos A’s”. Havendo enumeras passagens que comprovam este mesmo facto. Onde nos é mostrada a sua ternura, quando transporta almas destroçadas e exaustas, devido a todas as provações que se viram confrontadas no decorrer desta guerra. Mostrando até o seu descontentamento perante a desumanidade dos nazistas.
Liesel é outra das personagens que mais me cativou. Foi enviada pela sua mãe, que era comunista, juntamente com o irmão, para uma família adoptiva, perdendo o irmão nessa mesma viagem. É durante o enterro do irmão, que ela rouba o primeiro livro “O Manual do Coveiro” e é, neste momento, que a Morte se interessa por ela.
Liesel é uma menina pobre, que vive numa cidade intitula de Himmel, cidade essa que vive entre o medo e a pobreza trazida pela guerra. Através da sua vida e das pessoas que com ela se cruzam, presenciamos um regime discriminatório e um povo que se deixa levar pelo medo ou que se deixa cegar pelo líder forte e carismático, que é Hitler.
Esta menina passa por várias provações ao longo da narrativa, algumas perdas e ao ler as suas peripécias são várias as mensagens que conseguimos captar. Desde a relação que ela tem com o seu melhor amigo Rudy, que nos mostra que a amizade é tudo e que os amigos são o alicerce na nossa vida. Mostrando-nos ainda que nunca devemos deixar nada por fazer ou dizer, pois não sabemos o dia de amanhã. Esta menina transparece-nos que podemos sempre ser melhores e darmos sempre uma mão amiga a quem precisa, pois nunca é de mais ajudar. Mostrando-nos, também, uma força incrível, pois passa por muitos problemas, sendo uma autêntica sobrevivente.
Rudy Steiner, o melhor amigo de Liesel, que é com quem esta menina vive as suas peripécias. Com 6 irmãos Rudy vive entre a fome e a vontade de conquistar algo. É, sem dúvida, uma das personagens que mais gostei de conhecer, pois, como todas as crianças é portador de um carisma, de uma ternura e inocência que só eles conseguem possuir.
Outra personagem que merece ser notada é Hans Hubermann, o pai adoptivo de Liesel. Sendo uma das personagens mais sensíveis e humanas da trama. Portador de um coração do tamanho do mundo e sempre disposto a ajudar os que mais precisam.
Rosa Hubermann, a mãe adoptiva de Liesel, que é a típica pessoa que se esconde dentro da sua carapaça de “durona”, mas que no fundo é um coração de ouro. É uma mulher que se preocupa sempre com os outros e que por detrás do escudo que cria, é uma pessoa incrível e que é impossível não sentir apresso por ela.
Max Vanderburg, que foi um judeu acolhido pela família Hubermann. Max é a personificação de todos os judeus descriminados, que vêem os seus direitos serem violados e que vive entre o medo, o desespero e até o ódio perante Hitler e por tudo o que o mesmo o obriga a passar e a sofrer, pelas ideias racistas e anti-semitas deste senhor. Max partilha uma grande amizade com a pequena Liesel, amizade essa que toma contornos tão sinceros e mágicos, que é impossível não nos sensibilizar.
“A rapariga que roubava livros” é, assim, um livro que nos mostra a inocência da infância e a realidade de uma guerra, onde muito foi perdido. Transmitindo-nos sempre a ideia que a felicidade se encontra patente nas mais pequenas coisas e que poderá estar mesmo ao nosso lado, sem darmos por ela, até ser tarde de mais.
Por fim, Markus Zusak nesta obra destaca a importância das palavras. As palavras são quase como personagens desta obra, tal a importância das mesmas, ao longo da narrativa, pois a leitura e mais tarde a escrita, acabam por ser uma forma de refúgio.
Em relação à escrita de Zusak, penso que é sublime. Desde a escolha do narrador, que para mim, não poderia ter sido melhor escolhido; às descrições incríveis; aos detalhes absolutamente fantásticos; às reflexões da Morte; aos livros que o Max escreve para a Liesel; às expressões em alemão e a sua tradução. Enfim, uma escrita que nos marca!
Sinto que muito mais poderia ser dito, relativamente a este fantástico livro, portanto para finalizar, aconselho vivamente a leitura do mesmo, pois passou a ser um dos meus livros preferidos. Livro esse que sinto que leia as vezes que ler, sentirei sempre a dor da narrativa e que soltarei sempre aquela gargalhada borbulhante, devido às peripécias destas personagens incríveis. Penso que é um livro que não deixa ninguém indiferente e que merece ser lido, pois é um romance poético e arrebatador, que nos transparece bonitas mensagens, desde a importância da amizade, à força de viver.
“A rapariga que roubava livros” é narrada pela Morte, que se mostra uma personagem bastante observadora e curiosa relativamente à espécie humana. Preocupando-se com os seus hábitos, o seu quotidiano, enquanto desempenha as suas funções, isto é, o transporte das almas.
É enquanto trabalha que conhece Liesel, vendo-a por três vezes, entre 1939 e 1943, início da Segunda Guerra Mundial.
A Morte é das personagens que mais gostei de ler ao longo da obra, tendo passagens absolutamente fantásticas. Este foi um livro que me cativou desde o início e este facto, muito é devido, a este narrador incrível.
Confesso que a Morte é algo que me suscita algum interesse, por ser algo que pode ter enumeras formas, conforme a imaginação de cada um, e por tudo aquilo que ela pode ou não significar. Neste caso específico, a morte não nos é dada como boa ou má, simplesmente como alguém que desempenha as suas funções. Até porque como ela afirma, no início do livro: “Posso ser amável. Agradável. Afável. E isso só nos A’s”. Havendo enumeras passagens que comprovam este mesmo facto. Onde nos é mostrada a sua ternura, quando transporta almas destroçadas e exaustas, devido a todas as provações que se viram confrontadas no decorrer desta guerra. Mostrando até o seu descontentamento perante a desumanidade dos nazistas.
Liesel é outra das personagens que mais me cativou. Foi enviada pela sua mãe, que era comunista, juntamente com o irmão, para uma família adoptiva, perdendo o irmão nessa mesma viagem. É durante o enterro do irmão, que ela rouba o primeiro livro “O Manual do Coveiro” e é, neste momento, que a Morte se interessa por ela.
Liesel é uma menina pobre, que vive numa cidade intitula de Himmel, cidade essa que vive entre o medo e a pobreza trazida pela guerra. Através da sua vida e das pessoas que com ela se cruzam, presenciamos um regime discriminatório e um povo que se deixa levar pelo medo ou que se deixa cegar pelo líder forte e carismático, que é Hitler.
Esta menina passa por várias provações ao longo da narrativa, algumas perdas e ao ler as suas peripécias são várias as mensagens que conseguimos captar. Desde a relação que ela tem com o seu melhor amigo Rudy, que nos mostra que a amizade é tudo e que os amigos são o alicerce na nossa vida. Mostrando-nos ainda que nunca devemos deixar nada por fazer ou dizer, pois não sabemos o dia de amanhã. Esta menina transparece-nos que podemos sempre ser melhores e darmos sempre uma mão amiga a quem precisa, pois nunca é de mais ajudar. Mostrando-nos, também, uma força incrível, pois passa por muitos problemas, sendo uma autêntica sobrevivente.
Rudy Steiner, o melhor amigo de Liesel, que é com quem esta menina vive as suas peripécias. Com 6 irmãos Rudy vive entre a fome e a vontade de conquistar algo. É, sem dúvida, uma das personagens que mais gostei de conhecer, pois, como todas as crianças é portador de um carisma, de uma ternura e inocência que só eles conseguem possuir.
Outra personagem que merece ser notada é Hans Hubermann, o pai adoptivo de Liesel. Sendo uma das personagens mais sensíveis e humanas da trama. Portador de um coração do tamanho do mundo e sempre disposto a ajudar os que mais precisam.
Rosa Hubermann, a mãe adoptiva de Liesel, que é a típica pessoa que se esconde dentro da sua carapaça de “durona”, mas que no fundo é um coração de ouro. É uma mulher que se preocupa sempre com os outros e que por detrás do escudo que cria, é uma pessoa incrível e que é impossível não sentir apresso por ela.
Max Vanderburg, que foi um judeu acolhido pela família Hubermann. Max é a personificação de todos os judeus descriminados, que vêem os seus direitos serem violados e que vive entre o medo, o desespero e até o ódio perante Hitler e por tudo o que o mesmo o obriga a passar e a sofrer, pelas ideias racistas e anti-semitas deste senhor. Max partilha uma grande amizade com a pequena Liesel, amizade essa que toma contornos tão sinceros e mágicos, que é impossível não nos sensibilizar.
“A rapariga que roubava livros” é, assim, um livro que nos mostra a inocência da infância e a realidade de uma guerra, onde muito foi perdido. Transmitindo-nos sempre a ideia que a felicidade se encontra patente nas mais pequenas coisas e que poderá estar mesmo ao nosso lado, sem darmos por ela, até ser tarde de mais.
Por fim, Markus Zusak nesta obra destaca a importância das palavras. As palavras são quase como personagens desta obra, tal a importância das mesmas, ao longo da narrativa, pois a leitura e mais tarde a escrita, acabam por ser uma forma de refúgio.
Em relação à escrita de Zusak, penso que é sublime. Desde a escolha do narrador, que para mim, não poderia ter sido melhor escolhido; às descrições incríveis; aos detalhes absolutamente fantásticos; às reflexões da Morte; aos livros que o Max escreve para a Liesel; às expressões em alemão e a sua tradução. Enfim, uma escrita que nos marca!
Sinto que muito mais poderia ser dito, relativamente a este fantástico livro, portanto para finalizar, aconselho vivamente a leitura do mesmo, pois passou a ser um dos meus livros preferidos. Livro esse que sinto que leia as vezes que ler, sentirei sempre a dor da narrativa e que soltarei sempre aquela gargalhada borbulhante, devido às peripécias destas personagens incríveis. Penso que é um livro que não deixa ninguém indiferente e que merece ser lido, pois é um romance poético e arrebatador, que nos transparece bonitas mensagens, desde a importância da amizade, à força de viver.
Avaliação: 5/5 (Adorei!)
Olá Rita
ResponderEliminarJá faz muito tempo que quero ler este livro, tenho lido muitas opniões favoráveis ao livro. Quando vou comprar está sempre esgotado;(
Beijinhos e boas leituras;)
Olá Carlinha!
ResponderEliminarPenso que fazes muito bem em ler. É um livro fantástico, que nos marca! Espero que o encontres o mais tardar e que gostes tanto dele como eu. :)
Beijinhos e boas leituras também para ti. :)
Olá Rita...
ResponderEliminarEste livro é mesmo muito bom, em 2010 foi uma das minhas leituras favoritas... Não me canso de o aconselhar :)
Beijinhos*
Olá Elphaba!
ResponderEliminarConcordo contigo, até agora é o melhor livro que li este ano e um dos melhores livros que tive o prazer de ler até hoje. Tal como tu, aconselho-o vivamente. :)
Beijinhos.
Dos melhores, se não mesmo o melhor, livro que já li... Fantástico :)
ResponderEliminarOlá Miguel!
ResponderEliminarÉ realmente um livro que não deixa ninguém indiferente. :)
Ainda bem que gostaste deste livro. Fico muito contente.
ResponderEliminarGostei também de ler a tua opinião.
É até agora o melhor livro que já li em 2011.
Espero, mais tarde, que possas experimentar o autor que te sugeri. :)
Filipa M.
Olá Filipa!
ResponderEliminarFico contente por tê-lo feito subir na minha pilha de livros por ler e a ti o devo em certa medida. :)
Já está na minha wishlist, mal possa fá-lo-ei. Mas acredito piamente que irei gostar.
Beijinhos.
Com estes comentários todos só posso dizer que desejava muito ler este livro, algum mo pode emprestar *rolar olhos*
ResponderEliminarFiacha
Olá Paulo!
ResponderEliminarAcredito que não te arrependerás de o ler. A próxima vez que nos virmos já to levo. xD
Beijinhos.
Muito obrigado Rita, fico-te agradecido, já sabes que pelo menos café tens pago LOL.
ResponderEliminarFica então para essa altura
Não tens de quê, não custa nada... Em relação ao café, sei que sim. :P Obrigada.
ResponderEliminarOlá Rita! *-*
ResponderEliminarGostei muito de ler a tua opinião e da tua participação lá no blog! :D Muito Obrigada! :)
Já a podes ver em http://sigularidadesdeumaraparigaloira.blogspot.pt/2013/10/as-escolhas-dos-leitores-3.html
Espero que gostes!
Beijinhos! :D
Olá Carolina. :)
EliminarObrigada. Fico contente que tenhas gostado da sugestão e espero que gostes muito quando tiveres oportunidade de o ler. :D
Beijinhos