quinta-feira, 14 de junho de 2012

Invasão de Privacidade



Nome: "Invasão de Privacidade"

Autor: Harlan Coben

Nº de Páginas: 315

Editora: Editorial Presença


Sinopse: "Desde o suicídio do seu melhor amigo, Adam adoptou um comportamento distante e praticamente irreconhecível. Por isso os pais deste adolescente concordam em instalar um programa no computador dele que vigia todos os seus passos. Simultaneamente, a mãe do jovem que se suicidou descobre algo acerca da noite da morte do filho que mudará tudo, mas então a única pessoa que a pode ajudar - Adam - desaparece misteriosamente. Um thriller tenso, repleto de ligações inesperadas e que nos faz questionar até onde iríamos para proteger aqueles que amamos."


Opinião:  A adolescência é marcada pela fase em que os jovens se tornam mais reservados relativamente ao que sentem e no que acreditam. A idade em que os pais não conseguem aproximar-se dos filhos e saber tanto quanto gostariam sobre o que se passa com eles e o que os atormenta. O que desponta na figura paternal além de receio, também algum sentimento de impotência.

Quando Adam, um jovem de 16 anos, se torna reservado e distante, após o seu melhor amigo, Spencer Hill, se suicidar, os pais Tia e Mike Baye, que nunca haviam pensado em espiar ou controlar os filhos, colocam tal possibilidade, pois parece ser, à primeira vista, a única solução de saber o que se passa com o filho mais velho e consequentemente poder ajudá-lo.

É deste modo que tomam a decisão de espiar o computador de Adam, observando todas as páginas que visita e conversas que tem. Num dos relatórios que recebem deparam-se com uma mensagem estranha. Mensagem essa que mudará para sempre as suas vidas e não só.

Foi a minha estreia ao ler livros que abordassem o tema do controlo parental relativamente ao computador, pois embora seja um tema actual e presente na nossa sociedade, não costuma ser muito abordado. Penso que todos os pais já se questionaram, em algum momento, o que o filho faz tantas horas em frente ao computador, o que pesquisa, com quem fala e se é realmente seguro deixá-lo visitar o computador sem ter algumas limitações e acaba por ser esse o tema central do livro. Onde se coloca a questão, de quando é que a liberdade deve ser refreada para dar lugar à segurança. Quando se deve controlar os filhos e se vigiar um filho é amor ou simplesmente invasão de privacidade.

“Invasão de Privacidade” é mais do que um simples policial, tendo também uma componente social e psicológica. Social devido à questão de até que ponto a liberdade é positiva e até que ponto é que pode ou deve ser condicionada. O facto de o acesso à Internet ter aspectos positivos e negativos, que falar com estranhos pode levar a um aumento dos laços sociais da pessoa, mas que ao mesmo tempo pode colocar em perigo a sua segurança. Que nos dias que correm existe muita informação disponível na Internet, tanto com aspectos positivos, como negativos, algo que cada um tem de aprender a gerir. Psicológica, por demonstrar os dissabores da adolescência, a chamada “idade do armário”, em que os jovens ora sentem que ninguém os compreende, ora têm receio de falar com outras pessoas sobre o que os atormenta, receios ou dúvidas. Também por abordar a traição e até que ponto é que tal acto poderá condicionar a vida de uma pessoa; até mesmo ao suicídio e à perda da pessoa amada, o modo como a mesma poderá condicionar a vida de alguém e alterar o seu modo de encarar a vida, o certo e o errado.

Das personagens do livro, penso que a que se destacou mais, pelo seu papel na trama e caracterização, foi o assassino da obra. Pois, a forma como a sua personagem foi idealizada, o seu passado e o seu modo de agir, transmitiram-nos que aquela pessoa poderia realmente ter existido e que a vida, a sociedade poderiam ter condicionado a forma como se veio a alterar. Praticamente todas as cenas protagonizadas por esta personagem eram marcantes, desde os seus flashbacks, ao modo como assassinava as suas vítimas, com frieza e destreza, tornaram-na na personagem mais real e marcante da obra.

Tirando a personagem anteriormente mencionada, daria destaque ao pai de Adam, Mike Baye, pelo amor condicional, por demonstrar que pelo filho seria capaz de tudo, mesmo que isso significasse perder a sua vida ou alguns anos da mesma.

A escrita é bastante singela, como o autor já nos habitou, porém cheia de emoção e adrenalina. Foi um livro que li numa assentada, sempre desejosa por saber mais e poder descobrir como as coisas se iriam resolver e qual a ligação entre todas as personagens, que vamos acompanhando ao longo das páginas desta contagiante história.

O aspecto negativo que tenho a apontar é relativo à ligação entre algumas das personagens, mais concretamente no final da obra, que me pareceu um pouco forçado. Compreendo o intuito da ligação e considero uma ideia inteligente, contudo a sensação que existe algum exagero perdura.

“Invasão de Privacidade” foi, deste modo, uma obra cheia de adrenalina e suspense, muito ao género das obras que Harlan Coben já nos proporcionou. Óptima para passar uma boa tarde, à descoberta de um assassino.

Avaliação:3.5/5 (Gostei!)

2 comentários:

  1. OLá Rita!

    Parece-me ser um livro interessante, talvez ainda te o peça emprestado. :P

    Beijinhos
    Lit@

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    Respostas
    1. Olá Leila. :)

      É muito interessante o livro, por falar do controlo parental relativamente ao computador. De resto é como estamos habituadas aos livros do escritor, muita adrenalina, muita acção e muita curiosidade de saber como se ligam todos os bocadinhos de história.

      Gostei mais deste do que daquele que te emprestei dele, portanto acho que também irás gostar deste. :) Quando quiseres, empresto. ;)

      Beijinhos*

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