Nome: "Invasão de Privacidade"
Autor: Harlan Coben
Nº de Páginas: 315
Editora: Editorial Presença
Sinopse: "Desde o suicídio do seu
melhor amigo, Adam adoptou um comportamento distante e praticamente
irreconhecível. Por isso os pais deste adolescente concordam em instalar
um programa no computador dele que vigia todos os seus passos.
Simultaneamente, a mãe do jovem que se suicidou descobre algo acerca da
noite da morte do filho que mudará tudo, mas então a única pessoa que a
pode ajudar - Adam - desaparece misteriosamente. Um thriller tenso,
repleto de ligações inesperadas e que nos faz questionar até onde
iríamos para proteger aqueles que amamos."
Opinião: A adolescência é marcada pela
fase em que os jovens se tornam mais reservados relativamente ao que sentem e
no que acreditam. A idade em que os pais não conseguem aproximar-se dos filhos
e saber tanto quanto gostariam sobre o que se passa com eles e o que os
atormenta. O que desponta na figura paternal além de receio, também algum
sentimento de impotência.
Quando Adam, um jovem de 16
anos, se torna reservado e distante, após o seu melhor amigo, Spencer Hill, se
suicidar, os pais Tia e Mike Baye, que nunca haviam pensado em espiar ou
controlar os filhos, colocam tal possibilidade, pois parece ser, à primeira
vista, a única solução de saber o que se passa com o filho mais velho e
consequentemente poder ajudá-lo.
É deste modo que tomam a
decisão de espiar o computador de Adam, observando todas as páginas que visita
e conversas que tem. Num dos relatórios que recebem deparam-se com uma mensagem
estranha. Mensagem essa que mudará para sempre as suas vidas e não só.
Foi a minha estreia ao ler
livros que abordassem o tema do controlo parental relativamente ao
computador, pois embora seja um tema actual e presente na nossa sociedade, não
costuma ser muito abordado. Penso que todos os pais já se questionaram, em
algum momento, o que o filho faz tantas horas em frente ao computador, o que
pesquisa, com quem fala e se é realmente seguro deixá-lo visitar o computador
sem ter algumas limitações e acaba por ser esse o tema central do livro. Onde
se coloca a questão, de quando é que a liberdade deve ser refreada para dar
lugar à segurança. Quando se deve controlar os filhos e se vigiar um filho é
amor ou simplesmente invasão de privacidade.
“Invasão de Privacidade” é
mais do que um simples policial, tendo também uma componente social e
psicológica. Social devido à questão de até que ponto a liberdade é positiva e
até que ponto é que pode ou deve ser condicionada. O facto de o acesso à
Internet ter aspectos positivos e negativos, que falar com estranhos pode levar
a um aumento dos laços sociais da pessoa, mas que ao mesmo tempo pode colocar
em perigo a sua segurança. Que nos dias que correm existe muita informação
disponível na Internet, tanto com aspectos positivos, como negativos, algo que
cada um tem de aprender a gerir. Psicológica, por demonstrar os dissabores da
adolescência, a chamada “idade do armário”, em que os jovens ora sentem que
ninguém os compreende, ora têm receio de falar com outras pessoas sobre o que
os atormenta, receios ou dúvidas. Também por abordar a traição e até que ponto
é que tal acto poderá condicionar a vida de uma pessoa; até mesmo ao suicídio e
à perda da pessoa amada, o modo como a mesma poderá condicionar a vida de
alguém e alterar o seu modo de encarar a vida, o certo e o errado.
Das personagens do livro,
penso que a que se destacou mais, pelo seu papel na trama e caracterização, foi
o assassino da obra. Pois, a forma como a sua personagem foi idealizada, o seu
passado e o seu modo de agir, transmitiram-nos que aquela pessoa poderia
realmente ter existido e que a vida, a sociedade poderiam ter condicionado a
forma como se veio a alterar. Praticamente todas as cenas protagonizadas por
esta personagem eram marcantes, desde os seus flashbacks, ao modo como assassinava as suas vítimas, com frieza e
destreza, tornaram-na na personagem mais real e marcante da obra.
Tirando a personagem
anteriormente mencionada, daria destaque ao pai de Adam, Mike Baye, pelo amor
condicional, por demonstrar que pelo filho seria capaz de tudo, mesmo que isso
significasse perder a sua vida ou alguns anos da mesma.
A escrita é bastante singela,
como o autor já nos habitou, porém cheia de emoção e adrenalina. Foi um livro
que li numa assentada, sempre desejosa por saber mais e poder descobrir como as
coisas se iriam resolver e qual a ligação entre todas as personagens, que vamos
acompanhando ao longo das páginas desta contagiante história.
O aspecto negativo que tenho a
apontar é relativo à ligação entre algumas das personagens, mais concretamente
no final da obra, que me pareceu um pouco forçado. Compreendo o intuito da ligação
e considero uma ideia inteligente, contudo a sensação que existe algum exagero
perdura.
“Invasão de Privacidade” foi,
deste modo, uma obra cheia de adrenalina e suspense,
muito ao género das obras que Harlan Coben já nos proporcionou. Óptima para passar
uma boa tarde, à descoberta de um assassino.
OLá Rita!
ResponderEliminarParece-me ser um livro interessante, talvez ainda te o peça emprestado. :P
Beijinhos
Lit@
Olá Leila. :)
EliminarÉ muito interessante o livro, por falar do controlo parental relativamente ao computador. De resto é como estamos habituadas aos livros do escritor, muita adrenalina, muita acção e muita curiosidade de saber como se ligam todos os bocadinhos de história.
Gostei mais deste do que daquele que te emprestei dele, portanto acho que também irás gostar deste. :) Quando quiseres, empresto. ;)
Beijinhos*