segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Filha do Sangue


Nome: “Filha do Sangue”

Autora: Anne Bishop

Nº de Páginas: 384

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “Há setecentos anos atrás, num mundo governado por mulheres e onde os homens são meros súbditos, uma Viúva Negra profetizou a chegada de uma Rainha na sua teia de sonhos e visões. Agora o Reino das Sombras prepara-se para a chegada dessa mulher, dessa Feiticeira que terá mais poder do que o próprio Senhor do Inferno. Mas a Rainha ainda é nova, passível de ser influenciada e corrompida.E quem controlar a Rainha controlará o mundo...”

Opinião: Desde pequena que Anne Bishop foi escrevendo pequenas histórias, contudo compreendeu que não eram narrativas de qualidade e deixou de o fazer durante algum tempo. Anos mais tarde, com maior experiência profissional e de vida, voltou a escrever e a ler livros e revistas sobre escrita, tal como sobre organização e gestão do tempo. À medida que trabalhava e lia, tornou-se mais habilidosa e a conseguir criar histórias maiores, o que levou ao surgimento do seu primeiro romance. Bishop vive actualmente em Nova Iorque e é uma apreciadora de jardinagem, música e escrita, sendo autora de 16 romances, incluindo a premiada Trilogia das Jóias Negras, que foi vencedora do Crawford Fantasy Award, em 2000.

“A Filha do Sangue”, primeiro volume da Trilogia das Jóias Negras”, editado inicialmente em 1998 e traduzido em 2006 pela Saída de Emergência, retrocede 600 anos e apresenta-nos um mundo governado por mulheres, onde uma Viúva Negra profetizou que iria chegar uma poderosa feiticeira. Ao tomarem conhecimento da existência desta mulher e de perceberem que ainda é uma criança, que necessita de ser protegida, Saetan, Senhor do Inferno, Lucivar, um jovem eyrieno, e Daemon, um escarvo, irão fazer de tudo para a proteger das forças malignas. Deste modo somos apresentados a um mundo de magia, repleto de intriga e originalidade.

Tenho de confessar que me custou imenso ler este livro no início. Demorei vários meses a ler as primeiras 150 páginas, devido à complexidade do mundo, da hierarquia das jóias, o que condicionou a minha leitura e me levou por diversas vezes a adiar a mesma. Após a estranheza inicial, comecei a compreender melhor o mundo e a verdade é que após estes momentos li em poucos dias as restantes páginas.

A escritora presenteia-nos com uma história bastante original e diferente de tudo o que já li até ao momento dentro da fantasia, um mundo onde as mulheres são detentoras do poder, onde são abordados temas como as jóias, teias de sonhos, trevas, contudo não existe qualquer introdução do mundo, somos nós enquanto leitor que temos de ir descobrindo, à medida que a narrativa evolui, como se processam as hierarquias, como são realmente os poderes dos diferentes personagens e das suas jóias. Este elemento pode ser interessante para alguns leitores, porque vamos descobrindo aos poucos os meandros deste mundo e da imaginação de Bishop, mas para outros, como sucedeu comigo, foi difícil habituar-me ao mundo e sinceramente preferia que houvesse anexos com uma explicação mais aprofundada ou que o mundo nos fosse dado a conhecer logo desde o início, pois certamente que teria apreciado a obra de outra forma.

Relativamente às personagens, confesso que o facto de algumas personagens terem diferentes denominações também não me facilitou a leitura porque demorei algum tempo a habituar-me a esse aspecto. Gostei do Daemon, Lucivar e Saetan, pela história que têm em comum, pelas suas histórias de vida, poderes e pela forma como tentam proteger a jovem feiticeira. Quanto a Jaenelle gostei bastante da mesma, pela sua força, pelos seus poderes, por ser mais adulta do que a sua idade parece prever, pelas suas provações e pela forma como tenta ultrapassar as barreiras. Efectivamente ser tão jovem e detentora de um poder capaz de condicionar a existência do mundo é um fardo muito pesado para uma pessoa tão jovem e esta menina por passa tantas provações ao longo da narrativa, que é impossível não nos sentirmos ligados à mesma e torcermos para que tudo lhe corra de feição.

Numa escrita bastante descritiva, Anne Bishop apresenta-nos uma história que aprendemos a gostar a cada virar de página, apresentando-nos uma obra original, com um mundo interessante, mas que tem de ser lida com muita atenção. Tenho de confessar que não fiquei maravilhada, nem completamente convencida, mas irei certamente ler o seguinte volume da trilogia.


Avaliação: 3/5 (Gostei!)

2 comentários:

  1. Olá amiga Rita.

    Compreendo perfeitamente que seja um universo de entrar logo com facilidade, mas à medida que fores avançando no livro começas a perceber melhor as coisas e digo-te se fores paciente serás recompensada, continua a ler os dois livros seguintes da trilogia e quando terminares vais querer ler os outros, tenho a certeza :)

    Bom comentário como de costume :)

    Bjs e boas leituras

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    1. Olá amigo corvo. :)

      É um universo bastante complexo, mas acredito na tua opinião e irei ler os restantes volumes. Encarei este livro como uma introdução a algo maior e embora não tenha ficado completamente convencida, tenho esperança de vir a gostar mais dos restantes volumes,

      Obrigada pela simpatia. :) Beijinhos

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