quinta-feira, 25 de abril de 2013

Guia para um Final Feliz



Nome: “Guia para um Final Feliz”

Autor: Mathew Quick

Nº de Páginas: 288

Editora: Editorial Presença

Sinopse: “Pat Peoples está de regresso ao mundo da normalidade da vida familiar em casa de seus pais após ter permanecido numa instituição psiquiátrica devido a um traumatismo grave. Da memória deste fervoroso adepto dos Eagles de Philadelphia desapareceu uma participação do clube no Super Bowl e a demolição do antigo estádio. Ninguém, lá em casa, lhe fala de Nikki, a sua mulher, e até o seu novo terapeuta parece incitá-lo ao adultério. Tudo assume um aspeto cada vez mais estranho. Como a pouco e pouco se vai revelando, anos da sua vida tinham-se pura e simplesmente apagado. Apesar disso, Pat não se deixa desviar daquela que acredita ser a missão de autoaperfeiçoamento. Guia para Um Final Feliz é uma narrativa vibrante e intensa que nos oferece uma visão refrescante sobre sentimentos de perda, depressão e amor. É também um magnífico romance de estreia que foi adaptado ao cinema e que chega a Portugal a 10 de Janeiro 2013, na mesma data em que estreia o filme.”

Opinião: Mathew Quick formou-se em Escrita Criativa na Goddard College e foi até aos 30 anos professor de Inglês em South Jersey. Enquanto exercia a sua profissão, tentava mostrar aos seus alunos o potencial que os mesmos tinham e os aspectos positivos da literatura, contudo neste ano decide largar o emprego, vender a casa e dedicar-se ao sonho de escrever. Após três anos a enfrentar uma depressão, Quick cria a obra “Um Guia para um Final Feliz”, em 2008, que lhe valeu diversos louvores e prémios, inclusive uma menção honrosa do prémio PEN/Heningway. Além desta obra, que foi adaptada para o cinema em 2012 com argumento e realização de David O. Russell, o escritor possui também três romances juvenis da sua autoria.

A narrativa inicia-se quando Pat Peoples se encontra a sair de uma instituição psiquiátrica onde teve hospitalizado, devido a um traumatismo grave. Sobre o traumatismo Pat nada se lembra, somente se recorda que Nikki, a sua mulher, lhe pediu para se afastarem durante algum tempo, e que ele considera que a separação tem de terminar num futuro próximo. Em casa dos pais, para onde vai viver, ninguém menciona a sua mulher, as fotografias do seu casamento desapareceram e quando começa a perceber que muita coisa mudou desde a sua ausência, compreende que esteve hospitalizado mais tempo do que inicialmente pensara. Tendo como objectivo reconquistar a sua mulher, com quem sabe que errou diversas vezes, tenta ao máximo tornar-se a melhor pessoa que consegue, começa a ler diversas obras, das quais a sua mulher sempre lhe falou, mas que ele sempre considerou uma perda de tempo, e começa igualmente a praticar exercício, sempre com o intuito de agradar a mulher. Para Pat todas as mudanças que está disposto a fazer na sua vida, são parte integrante do seu guião para um final feliz junto da sua mulher.

Pat apresenta-nos a sua história através de um diário, que escreve para mostrar à sua mulher o que tem atravessado nos últimos tempos, e é nesta narrativa algo juvenil, que Pat nos apresenta a sua reabilitação com o seu novo psiquiatra e as pessoas com quem convive, a mãe carinhosa e protectora, o pai que parece gerir os seus estados de espírito consoante as vitórias ou derrotas dos Eagles, a sua equipa de futebol americano, o seu irmão mais novo, o seu amigo Ronnie, a mulher do mesmo Veronica e a irmã desta Tiffany. É com Tiffany, que atravessou igualmente momentos traumáticos, que enceta uma relação estranha, em que todos os dias vão correr em conjunto, quase nunca proferindo qualquer palavra e com quem começa a sair para jantar em certos momentos. Juntos irão tentar, de um modo muito particular, reconstruir as suas vidas.

Nesta obra somos apresentados às mazelas que determinados traumas podem deixar nos indivíduos e a tentativa de reconstruir as suas vidas apesar das perdas sofridas. Observamos a luta de Pat para se tornar uma melhor pessoa, de tentar confrontar os fantasmas do passado e, desse modo, seguir com a sua vida junto de quem ama e a história da Tiffany, que perdeu o seu marido e que o choque foi de tal modo grande, que sente imensa dificuldade de se exprimir perante outras pessoas. Sendo igualmente defendido, neste volume, que devemos ser optimistas, encarar cada novo dia com um sorriso e que nunca devemos desistir de lutar pelo que acreditamos e pelos nossos sonhos. No que se refere a finais felizes, só depende de cada um torná-los realidade e, por vezes, embora as coisas não corram como idealizamos, existe sempre uma alternativa que nos poderá fazer felizes.

No que se refere às personagens, Pat foi uma personagem que gostei de conhecer. Embora tendo 34 anos quando sai do hospital, tem uma visão do mundo algo juvenil e ingénua, tendo uma personalidade enternecedora. Gostei bastante que estivesse disposto a mudar por quem amava, por tentar ser melhor e deixar de ser agressivo e foi um prazer poder saber mais sobre o que se passou realmente com ele, o que o levou verdadeiramente a ser internado. Tiffany foi igualmente uma personagem interessante, embora no início o leitor não a perceba muito bem, devido a não comunicar muito com Pat, mas que irá ser essencial para a recuperação de Pat e vice-versa. Existem certas atitudes desta personagem que deixam o nosso personagem principal reticente e consequentemente a nós leitores, mas no fim acabam por nos parecer as mais acertadas. No que se refere às restantes personagens, todos tiveram uma importância significativa na reabilitação de Pat e tornaram a obra mais dinâmica.

Numa narrativa algo ingénua e infantil, Mathew Quick apresenta-nos uma história contendo alternadamente momentos mais emocionais e engraçados, que nos mostra que nunca é tarde para mudar, para lutarmos pelos nossos sonhos e por quem amamos. Defendendo que uma doença não define o indivíduo e que só depende do mesmo melhorar.

Em suma, “Um Guia para um Final Feliz” foi uma obra que me agradou e que me proporcionou alguns bons momentos na sua companhia, sendo capaz de me arrancar algumas gargalhadas e de me colocar a pensar durante algum tempo. Fico curiosa com a adaptação cinematográfica.

Avaliação: 3.5/5 (Gostei!)

2 comentários:

  1. Olá Rita
    pelo que dizes deve ser um livro bem interessante. :)
    Beijinhos e boas leituras**

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    1. Olá Carolina. :)

      É um livro engraçado, que tem importantes mensagens e que nos faz rir algumas vezes. Penso que poderias gostar. :)

      Beijinhos e óptimas leituras*

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