Nome: “Cidades de Papel”
Autor: John Green
Nº de Páginas: 344
Editora: Editorial Presença
Sinopse: “Quentin Jacobsen e Margo Roth Spiegelman são vizinhos e
amigos de infância, mas há vários anos que não convivem de perto. Agora que se
reencontraram, as velhas cumplicidades são reavivadas, e Margo consegue
convencer Quentin a segui-la num engenhoso esquema de vingança. Mas Margo,
sempre misteriosa, desaparece inesperadamente, deixando a Quentin uma série de
elaboradas pistas que ele terá de descodificar se quiser alguma vez voltar a
vê-la. Mas quanto mais perto Quentin está de a encontrar, mais se apercebe de
que desconhece quem é verdadeiramente a enigmática Margo.”
Opinião: John Michael Green nasceu em Orlando, na Flórida, tendo-se
licenciado na Kenyon College, em
2000, em Estudos Religiosos e Inglês. Após sair da faculdade, o escritor
trabalhou num hospital infantil durante cinco meses como capelão e esta
experiência com crianças doentes inspirou-o mais tarde a escrever a obra “A
Culpa é das Estrelas”. Viveu durante vários anos em Chicago, onde trabalhou
como crítico, assistente de edição e editor de produção, enquanto escrevia a
sua primeira obra “À Procura de Alaska”.
O seu terceiro romance, “Cidades
de Papel”, foi lançado inicialmente em 2008 e no presente ano em Portugal,
tendo sido premiado em 2009 com o Edgar
Award para melhor romance jovem-adulto e no ano seguinte o Corine Literature
Prize.
Quentin e Margo tornaram-se
amigos desde muito pequenos, por serem vizinhos e por os seus pais serem
amigos. Embora tenham convivido durante muitos anos e de terem partilhado
muitas coisas, de um momento para o outro deixaram de se relacionar. Anos mais
tarde tal facto muda quando Margo desafia Quentin para um plano de vingança.
Após passarem uma noite juntos a cumprir o plano, Quentin acredita que irão
novamente voltar a dar-se um com o outro e quem sabe se não poderão um dia ser
namorados, pois sempre se sentiu atraído por ela, contudo Margo desaparece na manhã seguinte. Como Margo tem a particularidade de por vezes desaparecer e
por ter dezoito anos acaba por não ser dada muita notoriedade ao
desaparecimento, todavia Quentin decide averiguar e começa a encontrar pistas
que a mesma lhe deixou com o seu destino. À medida que vai descobrindo e
analisando as pistas, começa a perceber que afinal a Margo que pensou conhecer,
não existe e que, por detrás da fachada que criou, vive uma pessoa completamente
diferente, que nem os seus amigos parecem conhecer.
Após ter adorado a anterior obra
que li do escritor, “A Culpa é das Estrelas”, foi com alguma expectativa e
curiosidade que comecei a ler esta obra. Confesso que embora tenha gostado mais
da obra anteriormente referida, esta foi também uma obra que apreciei bastante.
O primeiro ponto que se destaca
nas obras deste escritor centra-se na forma sublime como escreve de e para
jovens. É fantástica a forma como aborda a adolescência, os receios, os amores
que se pensa serem para sempre, os questionamentos, fazendo-o de uma forma tão
real, que torna os personagens bastante humanos, autênticos e cativantes.
Outro factor que tão bem define o
escritor centra-se nas mensagens que as suas obras possuem, que não nos deixam
de forma alguma indiferentes e que nos colocam a pensar, mesmo após a viragem
da última página. Adorei a forma especial como o autor abordou a amizade e como
destacou que não devemos tentar mudar os nossos amigos em prol da nossa imagem,
isto é, que não devemos desejar torná-los semelhantes a nós mesmos, nem mudar
certos aspectos que porventura possamos não gostar assim tanto, pois são essas
características que os tornam especiais e que nos cativam na sua personalidade.
Outro aspecto defendido na obra é que por vezes aquilo que uma pessoa
transparece ser, não é efectivamente o que ela é de verdade e que uma pessoa
pode ser encarada de diferentes formas por diferentes pessoas.
No que se refere às personagens,
Quentin é um rapaz astuto, inteligente e amigo, que tem ideias bastante definidas
sobre o mundo que o rodeia e que deseja amar e ser amado. Foi agradável poder
acompanhar a sua demanda por Margo, a forma perspicaz como tentou ao longo da
obra descortinar todas as pontas soltas que a sua amiga de infância deixou e a
forma como esteve disposto a abdicar de tudo por ela e por a encontrar.
Confesso que durante a sua jornada houve alguns momentos que não me cativaram
tanto, mas não deixou de ser um prazer acompanhar a sua luta pela amizade, amor do próximo e a forma como decidiu lutar pelo que acreditava e por quem
achava que merecia essa dedicação. Quanto a Margo era aparentemente uma
rapariga alegre, popular, com amigos e um namorado de sonho, mas na verdade
isso era somente uma fachada, que escondia uma rapariga que sentia que não
tinha um lugar definido no mundo e pessoas que a amassem pelo que ela era
verdadeiramente. Uma jovem que necessitava acima de tudo que lhe mostrassem
como a vida é fantástica, quando compartilhada com as pessoas certas e que nunca
se deve desistir da felicidade, de acreditarmos em nós mesmos e nas nossas
potencialidades.
Numa escrita acessível e bastante
fluída, John Green presenteia-nos, deste modo, com uma história repleta de suspense
e mistério, com personagens tremendamente humanas e cativantes, que nos
transmitem várias mensagens. Abordando o tema das cidades de papel, que se
mostrou bastante interessante e enriquecedor.
Em suma, “Cidades de Papel”
embora não seja, na minha opinião, tão cativante e emocionante como a anterior
obra que li do escritor, veio, ainda assim, reforçar que nos encontrarmos
perante um autor de destaque neste género de obras destinadas a um público
jovem-adulto.
Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)
Outras obras do escritor, com opinião no blogue:
Olá,
ResponderEliminarBem vejo que este escritor tem muita qualidade, não tivesse eu tanto para ler e até já tinha lido A Culpa é das Estrelas, mas quem saiba um dia ainda venha a ler, parece que ando a perder realmente algo muito bom :)
Bjs e boas leituras ;)
Olá Paulo. :)
EliminarPessoalmente gosto muito do escritor, mas apreciei especialmente o anterior livro. São livros dirigidos para um público mais jovem, mas penso que poderias gostar. :)
Beijinhos e boas leituras*
Ainda não li este… mas li "Will Grayson, Will Grayson" e adorei :)
ResponderEliminarhttp://alerdesde1500.blogspot.ch/2013/05/will-grayson-will-grayson-john-green.html
Olá Liliana. :)
EliminarObrigada, irei ler a tua opinião sobre o livro.
Beijinhos e boas leituras*
Olá,
ResponderEliminareu li esse livro e gostei, mas esperava mais. Mas sempre falo a mesma coisa do livro em questão, a maneira como os adolescentes encaram a doença é no mínimo interessante, pois ninguém ali se faz de vítima, ecaram a doença, com muito bom humor, isso ao meu ver, é fantástico!
http://amandatrindadepalavrasaovento.blogspot.com/
Olá Amanda, obrigada pela visita. :)
EliminarConfesso que gostei muito do "A Culpa é das Estrelas", achei fantástica a forma como foram retratados os adolescentes e a forma soberba como os mesmos encaravam a doença. Eles mostram que a doença não define uma pessoa e que com força e perseverança conseguimos vencer qualquer barreira. :)
Beijinhos e boas leituras*