sexta-feira, 10 de maio de 2013

Cidades de Papel



Nome: “Cidades de Papel”

Autor: John Green

Nº de Páginas: 344

Editora: Editorial Presença

Sinopse: “Quentin Jacobsen e Margo Roth Spiegelman são vizinhos e amigos de infância, mas há vários anos que não convivem de perto. Agora que se reencontraram, as velhas cumplicidades são reavivadas, e Margo consegue convencer Quentin a segui-la num engenhoso esquema de vingança. Mas Margo, sempre misteriosa, desaparece inesperadamente, deixando a Quentin uma série de elaboradas pistas que ele terá de descodificar se quiser alguma vez voltar a vê-la. Mas quanto mais perto Quentin está de a encontrar, mais se apercebe de que desconhece quem é verdadeiramente a enigmática Margo.”

Opinião: John Michael Green nasceu em Orlando, na Flórida, tendo-se licenciado na Kenyon College, em 2000, em Estudos Religiosos e Inglês. Após sair da faculdade, o escritor trabalhou num hospital infantil durante cinco meses como capelão e esta experiência com crianças doentes inspirou-o mais tarde a escrever a obra “A Culpa é das Estrelas”. Viveu durante vários anos em Chicago, onde trabalhou como crítico, assistente de edição e editor de produção, enquanto escrevia a sua primeira obra “À Procura de Alaska”.

O seu terceiro romance, “Cidades de Papel”, foi lançado inicialmente em 2008 e no presente ano em Portugal, tendo sido premiado em 2009 com o Edgar Award para melhor romance jovem-adulto e no ano seguinte o Corine Literature Prize.

Quentin e Margo tornaram-se amigos desde muito pequenos, por serem vizinhos e por os seus pais serem amigos. Embora tenham convivido durante muitos anos e de terem partilhado muitas coisas, de um momento para o outro deixaram de se relacionar. Anos mais tarde tal facto muda quando Margo desafia Quentin para um plano de vingança. Após passarem uma noite juntos a cumprir o plano, Quentin acredita que irão novamente voltar a dar-se um com o outro e quem sabe se não poderão um dia ser namorados, pois sempre se sentiu atraído por ela, contudo Margo desaparece na manhã seguinte. Como Margo tem a particularidade de por vezes desaparecer e por ter dezoito anos acaba por não ser dada muita notoriedade ao desaparecimento, todavia Quentin decide averiguar e começa a encontrar pistas que a mesma lhe deixou com o seu destino. À medida que vai descobrindo e analisando as pistas, começa a perceber que afinal a Margo que pensou conhecer, não existe e que, por detrás da fachada que criou, vive uma pessoa completamente diferente, que nem os seus amigos parecem conhecer.

Após ter adorado a anterior obra que li do escritor, “A Culpa é das Estrelas”, foi com alguma expectativa e curiosidade que comecei a ler esta obra. Confesso que embora tenha gostado mais da obra anteriormente referida, esta foi também uma obra que apreciei bastante.

O primeiro ponto que se destaca nas obras deste escritor centra-se na forma sublime como escreve de e para jovens. É fantástica a forma como aborda a adolescência, os receios, os amores que se pensa serem para sempre, os questionamentos, fazendo-o de uma forma tão real, que torna os personagens bastante humanos, autênticos e cativantes.

Outro factor que tão bem define o escritor centra-se nas mensagens que as suas obras possuem, que não nos deixam de forma alguma indiferentes e que nos colocam a pensar, mesmo após a viragem da última página. Adorei a forma especial como o autor abordou a amizade e como destacou que não devemos tentar mudar os nossos amigos em prol da nossa imagem, isto é, que não devemos desejar torná-los semelhantes a nós mesmos, nem mudar certos aspectos que porventura possamos não gostar assim tanto, pois são essas características que os tornam especiais e que nos cativam na sua personalidade. Outro aspecto defendido na obra é que por vezes aquilo que uma pessoa transparece ser, não é efectivamente o que ela é de verdade e que uma pessoa pode ser encarada de diferentes formas por diferentes pessoas.

No que se refere às personagens, Quentin é um rapaz astuto, inteligente e amigo, que tem ideias bastante definidas sobre o mundo que o rodeia e que deseja amar e ser amado. Foi agradável poder acompanhar a sua demanda por Margo, a forma perspicaz como tentou ao longo da obra descortinar todas as pontas soltas que a sua amiga de infância deixou e a forma como esteve disposto a abdicar de tudo por ela e por a encontrar. Confesso que durante a sua jornada houve alguns momentos que não me cativaram tanto, mas não deixou de ser um prazer acompanhar a sua luta pela amizade, amor do próximo e a forma como decidiu lutar pelo que acreditava e por quem achava que merecia essa dedicação. Quanto a Margo era aparentemente uma rapariga alegre, popular, com amigos e um namorado de sonho, mas na verdade isso era somente uma fachada, que escondia uma rapariga que sentia que não tinha um lugar definido no mundo e pessoas que a amassem pelo que ela era verdadeiramente. Uma jovem que necessitava acima de tudo que lhe mostrassem como a vida é fantástica, quando compartilhada com as pessoas certas e que nunca se deve desistir da felicidade, de acreditarmos em nós mesmos e nas nossas potencialidades.

Numa escrita acessível e bastante fluída, John Green presenteia-nos, deste modo, com uma história repleta de suspense e mistério, com personagens tremendamente humanas e cativantes, que nos transmitem várias mensagens. Abordando o tema das cidades de papel, que se mostrou bastante interessante e enriquecedor.

Em suma, “Cidades de Papel” embora não seja, na minha opinião, tão cativante e emocionante como a anterior obra que li do escritor, veio, ainda assim, reforçar que nos encontrarmos perante um autor de destaque neste género de obras destinadas a um público jovem-adulto.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

Outras obras do escritor, com opinião no blogue:


6 comentários:

  1. Olá,

    Bem vejo que este escritor tem muita qualidade, não tivesse eu tanto para ler e até já tinha lido A Culpa é das Estrelas, mas quem saiba um dia ainda venha a ler, parece que ando a perder realmente algo muito bom :)

    Bjs e boas leituras ;)

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    1. Olá Paulo. :)

      Pessoalmente gosto muito do escritor, mas apreciei especialmente o anterior livro. São livros dirigidos para um público mais jovem, mas penso que poderias gostar. :)

      Beijinhos e boas leituras*

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  2. Ainda não li este… mas li "Will Grayson, Will Grayson" e adorei :)

    http://alerdesde1500.blogspot.ch/2013/05/will-grayson-will-grayson-john-green.html

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    1. Olá Liliana. :)

      Obrigada, irei ler a tua opinião sobre o livro.

      Beijinhos e boas leituras*

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  3. Olá,
    eu li esse livro e gostei, mas esperava mais. Mas sempre falo a mesma coisa do livro em questão, a maneira como os adolescentes encaram a doença é no mínimo interessante, pois ninguém ali se faz de vítima, ecaram a doença, com muito bom humor, isso ao meu ver, é fantástico!

    http://amandatrindadepalavrasaovento.blogspot.com/

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    1. Olá Amanda, obrigada pela visita. :)

      Confesso que gostei muito do "A Culpa é das Estrelas", achei fantástica a forma como foram retratados os adolescentes e a forma soberba como os mesmos encaravam a doença. Eles mostram que a doença não define uma pessoa e que com força e perseverança conseguimos vencer qualquer barreira. :)

      Beijinhos e boas leituras*

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