segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Uma Noite de Amor


Nome: “Uma Noite de Amor”

Autora: Mary Balogh

Nº de Páginas: 368

Editora: Edições ASA

Sinopse: Numa manhã perfeita de Maio...
Neville Wyatt, conde de Kilbourne, aguarda a sua noiva no altar. Mas, para espanto geral, em vez da bela jovem que todos conhecem aparece uma mendiga andrajosa. Perante a nata da aristocracia, o perplexo conde olha para ela e declara que é Lily, a sua mulher! Ao olhar para aquela que em tempos desposou, que amou e perdeu nos campos de batalha de Portugal, ele compromete-se a honrar o seu compromisso...apesar do abismo que agora os separa.

Até que Lily fala com franqueza...
E afirma querer começar de novo… e que Neville a ame verdadeiramente. Para isso, sabe que terá de estar à altura das expectativas dele, o que a leva a aceitar ser dama de companhia da sua tia e aprender as boas maneiras. A determinada Lily rapidamente conquista a admiração da alta sociedade, demonstrando ser uma condessa à altura do seu conde. Por seu lado, Neville está disposto a tudo para provar à sua formidável mulher que o que sentiu por ela no campo de batalha foi muito mais que desejo, muito mais do que o arrebatamento de… Uma noite de amor.”

Opinião: Mary Balogh cresceu em Gales, que se define pelo seu mar, montanhas, músicas e lendas. Quando se mudou para o Canadá levou na bagagem a música e a imaginação que a sua terra natal lhe despertou, sendo neste local que se torna escritora de histórias de amor com finais felizes. Tornou-se uma premiada autora, que constou por diversas vezes nas listas de bestsellers do New York Times, tendo vendido mais de 4 milhões de exemplares em todo o mundo.

Em “Uma Noite de Amor”, Neville Wyatt, conde de Kilbourne, aguarda a sua noiva no altar, quando uma jovem, aparentemente mendiga, entra na igreja e admite que é mulher de Neville. Inicialmente este pensa estar a sofrer alucinações, pois viu Lily ser morta nos campos de batalha em Portugal, contudo quando percebe que afinal a mulher por quem se apaixonou se encontra realmente viva, apresenta-a como sendo efectivamente a sua mulher, com quem se havia casada 24 horas antes de um incidente que o levou a ficar terrivelmente ferido e a ela aparentemente morta. Apesar de Lily ter voltado para si, existe um grande fosso social entre ambos. Será o amor mais importante do que tudo o resto ou o fosso existente entre ambos irá levar a que a relação entre ambos se resuma simplesmente à noite de amor, que tiveram nos campos de batalha, em Portugal?

Já há algum tempo que estava interessada em experimentar as obras desta escritora, devido à minha mais recente paixão pelo género Romance de Época, mas essencialmente devido às suas cativantes sinopses e às entusiásticas opiniões tecidas às suas obras. Esta obra em específico cativou-me inicialmente por ser passada, em certo momento, em Portugal e pela premissa que me pareceu intrigante e interessante. Finda a obra, posso afirmar que se mostrou uma história romântica, que me proporcionou alguns bons momentos enquanto a desfolhava, sem, infelizmente, convencer inteiramente.

Pessoalmente penso que a obra carece de um maior aprofundamento e consolidação da personagem principal masculina, da sua personalidade, pois nem sempre é simples compreendermos o que o motiva. A escritora confere bastante notoriedade aos debates internos de Lily, em que a mesma sente que não foi talhada para o mundo de Neville, em que receia que o mesmo não seja compatível com a sua forma de ser e que moldar-se ao mesmo poderá levar a que tenha de abdicar da sua verdadeira essência. Lily é um espírito livre, com ideais bastante bem definidos sobre o mundo que a rodeia e uma maneira muito particular de superar os problemas e as contrariedades da vida. Lily é, sem dúvida, a personagem mais forte da obra, de quem é fácil gostar e compreender, criando uma forte ligação com o leitor. Contudo, existia necessidade que a personagem masculina fosse igualmente forte, que nos fosse dado a conhecer de modo mais aprofundado, com o intuito de compreendermos os seus pensamentos, desejos, ambições e receios. Na minha opinião, penso que Neville perde notoriedade quando comparado com Lily, não me tendo marcado sobremaneira.

Relativamente à relação entre as personagens principais, tenho de confessar que não convenceu completamente a forma como a mesma floresceu entre ambos. Em certa medida, este aspecto deve-se a ter sido uma relação muito curta, em que o casamento teve duração de 24 horas e por os momentos passados no campo de batalha, em que o casal se conheceu e apaixonou, nos serem dados de forma bastante fugaz. O facto de a obra começar com o reencontro de ambos, quando Neville se preparava para casar com outra pessoa, associada a grande parte do livro girar em volta de quão inapta é Lily para aquela classe social e aos seus debates internos e não tanto em momentos vividos entre ambos os personagens, reforçou o sentimento de que a relação entre ambos precisava de ter sido abordada de forma mais convincente. Todavia, os momentos passados entre ambos, apesar de terem sido em diminuto número, foram efectivamente ternurentos e românticos, sendo capazes de nos arrancar alguns suspiros de deleite.

Apesar dos aspectos negativos que apontei, não posso negar que foi uma obra que conteve momentos românticos, sensuais e agradáveis, que me prenderam à narrativa. Contendo várias reviravoltas que nos prendem à narrativa e que nos deixam desejosos por futuros desenvolvimentos.

Numa escrita fluída, cativante, contendo várias pérolas ao longo da narrativa, frases que nos deixam a pensar após o término da mesma, Mary Balogh defende que nunca é tarde para mudarmos, aprendermos e lutarmos pelos nossos sonhos e desejos.

Em suma, “Uma Noite de Amor” mostrou ser efectivamente uma história romântica, ternurenta e sensual, embora necessitasse de um maior aprofundamento e consolidação da personagem masculina, tal como da relação entre ambos os personagens principais. Aguardo com alguma curiosidade a leitura do seguinte volume desta saga, “Um Verão Inesquecível”.

Frases a Reter: “Aprendi a ficar quieta e a parar de fazer coisas, de ouvir e até de pensar. Aprendi a ser. Aprendi que quase qualquer lugar pode ser um desses lugares especiais, caso eu o permita. Talvez tenha aprendido a encontrar esse lugar dentro de mim.” 

“Sou todas as pessoas que já fui - esclareceu - e todas as experiências que vivi. Não tenho de fazer opções. Não tenho de renegar uma identidade para poder reclamar outra. Sou quem sou."


Avaliação: 3/5 (Gostei!)

2 comentários:

  1. Olá Rita!

    Mais um que estou em dúvida e depois de ler a tua opinião continuo na dúvida, porque tenho algum receio, devido aos aspetos negativos que referiste e que são fatores que me deixam sempre de pé atrás.

    Gostei muito da tua opinião!

    Beijinhos e boas leituras

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    1. Olá Maria. :)

      A obra tem realmente o aspecto negativo de parecer que a relação entre o casal aconteceu precocemente, mas isto acontece por a obra começar numa altura posterior aos mesmos se terem conhecido e de os flashbacks não serem tão intensos e desenvolvidos quanto seria desejado, mas se quiseres ler para saberes se gostas eu não me importo de te emprestar esta obra e caso aprecies continuas a saga, pois embora eu não tenha apreciado a forma como nos foi dado o desenvolvimento da relação entre o casal, pode ser que tu até fiques agradada. :)

      Beijinhos e boas leituras

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