segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Ligeiramente Casados [Opinião]


Nome: “Ligeiramente Casados”

Autora: Mary Balogh

Nº de Páginas: 336

Editora: Edições ASA

Sinopse: “Como todos os Bedwyn, Aidan tem a reputação de ser arrogante. Mas este nobre orgulhoso tem também um coração leal e apaixonado - e é a sua lealdade que o leva a Ringwood Manor, onde pretende honrar o último pedido de um colega de armas. Aidan prometeu confortar e proteger a irmã do soldado falecido, mas nunca pensou deparar com uma mulher como Eve Morris. Ela é teimosa e ferozmente independente e não quer a sua proteção. O que, inesperadamente, desperta nele sentimentos há muito reprimidos. A sua oportunidade de os pôr em prática surge quando um parente cruel ameaça expulsar Eve de sua própria casa. Aidan faz-lhe então uma proposta irrecusável: o casamento, que é a única hipótese de salvar o lar da família. A jovem concorda com o plano. E agora, enquanto toda a alta sociedade londrina observa a nova Lady Aidan Bedwyn, o inesperado acontece: com um toque mais ousado, um abraço mais escaldante, uma troca de olhares mais intensa, o "casamento de conveniência" de Aidan e Eve está prestes a transformar-se em algo ligeiramente diferente...”

Opinião: Mary Balogh cresceu em Gales, local que estimulou a sua imaginação graças às suas paisagens, música e lendas. Quando se mudou para o Canadá começou a escrever os seus romances, que já venderam mais de 4 milhões de exemplares em todo o mundo.

Em “Ligeiramente Casados”, primeiro volume da saga Bedwyn Saga, encontramo-nos em 1814 e conhecemos Aidan Bedwyn que, após fazer uma promessa a um soldado no seu leito de morto, se dirige Ringwood Manor para proteger a irmã do mesmo, Eve Morris. Contudo, a missão de Aidan mostra ser mais difícil do que pensou inicialmente, uma vez que esta é deveras independente e teimosa, o que a leva a rejeitar qualquer ajuda e protecção que Aidan possa querer oferecer. Até que uma reviravolta na vida de Eve a leva a perceber que poderá perder tudo o que dá importância, todas as pessoas que vivem consigo, os empregados, que considera amigos, e dois órfãos que são como filhos para ela, o que levará a aceitar a única forma de salvar a casa, casar-se com Aidan Bedwyn.

Desta autora já havia lido um livro “Uma noite de amor”, prequela da saga Bedwyn, que me havia agradado, pelo que foi com curiosidade que comecei este volume. Confesso que tal como aconteceu no anterior volume que li da escritora, continuo a considerar que a obra peca um pouco pela forma repentina como o amor surge entre o casal da trama, pois não sentimos verdadeiramente o amor florescer, o que pessoalmente é dos aspectos que menos aprecio neste género de obras. Todavia, tirando este aspecto, penso que a autora nos presenteia com uma fluidez narrativa excelente, que nos prende do princípio ao fim à história, em que ficamos desejosos por saber se Aidan e Eve vão realmente ficar juntos, se Eve conseguirá ou não manter a sua casa e todos aqueles que considera como sua família.

Outro aspecto que me cativou na obra foi a importância dada às pessoas, às relações humanas e o facto de a autora não criar pessoas perfeitas tanto psicológica como fisicamente, mas reais. Eve cativou-me pela sua personalidade forte, pela forma como defendia afincadamente os seus ideais e opções, mas essencialmente pela forma pura como encarava as pessoas, não de forma ingénua, mas vendo, por outro lado, para além das aparências, observando a verdadeira essência das mesmas. Relativamente ao Aidan mostrou ser um homem integro, com um sentido de justiça e lealdade bastante vincado, o que torna simples para o leitor sentir-se apegado ao mesmo.

Numa escrita fluída e cativante, Mary Balogh presenteia-nos, deste modo, com um romance de época repleto de lealdade e amor, polvilhado com alguma traição e intriga, que certamente agradará aos amantes deste género de obras.

Frases a reter: “Nem sempre podemos esconder-nos da vida. (…) É melhor nem sequer tentar e encarar simplesmente o que precisa de ser encarado.” (P.304)

Avaliação: 3/5 (Gostei!)


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