segunda-feira, 8 de julho de 2013

Infecção


Nome: “Infecção”

Autor: Scott Sigler

Nº de Páginas: 456

Editora: Edições Gailivro

Sinopse: “Por toda a América, uma misteriosa doença está a transformar pessoas normais em assassinos delirantes e paranóicos, que cometem atrocidades brutais em estranhos, em si próprios e até mesmo nos seus familiares.
A trabalhar sob sigilo governamental, o operacional da CIA, Dew Phillips, cruza o país de lés a lés, numa tentativa vã de apanhar uma vítima viva. Dispondo apenas de corpos em decomposição como pistas, a epidemiologista do CDC, Margaret Montoya, corre contra o tempo para analisar as evidências científicas, descobrindo que os assassinos têm algo em comum: foram contaminados por um parasita criado por bioengenharia, cuja complexidade vai muito além dos limites da Ciência.
Perry Dawsey - um corpulento e antigo ás de futebol americano - confinado a um cubículo e resignado à vida de assistente de informática, acorda uma manhã e descobre que tem várias tumefacções a crescerem-lhe no corpo. Em breve, ele dará consigo a agir e a pensar de forma estranha, a ouvir vozes… está infectado.”

Opinião: Scott Sigler nasceu e cresceu no Michigan, tendo herdado do pai a paixão por filmes clássicos de terror e da mãe o fascínio pela leitura. Formado em Jornalismo e Publicidade, escreveu a sua primeira obra aos oito anos. Teve inúmeras profissões, como repórter desportivo, Gerente de Marketing de uma empresa de Software, vendedor de guitarras, até decidir criar o seu próprio site e auto - publicar os seus livros em formato áudio.

“Infecção”, primeiro volume da trilogia “Infected”, lançado inicialmente em 2008 e um ano mais tarde em Portugal, apresenta-nos uma misteriosa doença, que transforma os seus hospedeiros em assassinos e paranóicos capazes de cometer brutalidades tanto a si mesmos, como aos que os rodeiam.

Neste clima de insegurança e terror conhecemos Dew Phillips, operacional da CIA, e Margaret Montoya, epidemiologista, que se encontram a investigar, juntamente com as suas equipas, este estranho fenómeno, tentando descobrir uma forma de contornar esta doença. Contudo, aquilo que parecia ser somente uma misteriosa doença, acaba por conter contornos muito mais elaborados, podendo ter inclusive origem alienígena.

Noutra vertente, é-nos apresentado, Perry Dawsey, antigo jogador de futebol americano, que é uma das pessoas infectadas por esta particular doença. Quando um dia acorda repleto de prurido por todo o corpo, o que mais tarde resulta em tumefacções triangulares em várias partes do seu corpo, percebe que terá de tentar solucionar aquele problema, nem que para esse efeito tenha de ser ele próprio a tirar aquelas estranhas formas do seu corpo. Perry, que luta por ser a melhor pessoa possível, vê-se numa encruzilhada quando constata que aquelas estranhas formas o levam a pensar, agir e mesmo a ouvir vozes que o querem levar a cometer acções que sempre tentou evitar. Será Perry suficientemente forte para conseguir vencer esta estranha doença?

Após ter acompanhado diversas opiniões favoráveis desta obra e pela originalidade prometida pela sinopse foi com alguma curiosidade e expectativa que iniciei esta leitura. Numa narrativa alternada entre Dew Phillips e Margaret Montoya e noutra vertente Perry Dawsey, somos apresentados a uma obra bastante original e tremendamente descritiva, com momentos bastante sangrentos, especialmente nas cenas personificadas por Dawsey. Estas descrições, algo cinematográficas, encontram-se bastante bem conseguidas, de tal modo que nos transportam para o apartamento do ex-jogador, na sua tentativa por sobreviver e fazer frente a esta realidade, tal como nos leva aos laboratórios e cenas de crime. Confesso que embora seja evidente que eram descrições bem conseguidas e necessárias nesta narrativa, algumas das cenas eram de tal modo sangrentas e vívidas, que me fizeram suspender a leitura, o que acaba por demonstrar a qualidade das descrições do autor, mas que ao mesmo tempo me fizeram alguma confusão.

No que se refere às personagens, confesso que gostei bastante do Dawsey, por ser um personagem bastante humano, com um passado que o definiu enquanto pessoa, com receios e desejos característicos. Gostei da sua luta por ser melhor pessoa, de tentar contornar o seu passado e da sua luta por contornar a doença que o assola. Aspecto que nos levam a sentir-nos ligados a ele. Comparativamente com esta personagem, as suas vivências e experiências, as outras personagens acabam, na minha opinião, por ser colocadas em segundo plano e por não nos marcarem tanto como Dawsey.

Numa escrita bastante fluida, com capítulos curtos, Sigler apresenta-nos uma história original e cativante, polvilhada de suspense, adrenalina e mistério.

Em suma, “Infecção” foi uma obra que me agradou, pela sua originalidade, pelas personagens humanas e cativantes e aguardo com alguma expectativa a continuação desta trilogia.

Avaliação: 3.5/5 (Gostei!)

Sem comentários:

Enviar um comentário