sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A Demanda do Visionário



Nome: "A Demanda do Visionário"

Autora: Robin Hobb

Nº de Páginas: 480

Editora: Saída de Emergência


Sinopse: "O verdadeiro rei dos Seis Ducados desapareceu numa missão misteriosa em busca dos Antigos para salvar o reino da ameaça dos Navios Vermelhos. O seu irmão usurpador está determinado a impor uma tirania cruel e não abrirá mão do poder, a não ser com a própria morte. 
Fitz sabe que a única forma de por fim ao reinado do príncipe usurpador é iniciar uma demanda em direção ao reino das Montanhas onde irá descobrir a verdade sobre as profecias do Bobo. Mas a sua missão enfrenta um novo perigo com a magia do Talento a precipitar a sua alma para a beira do abismo. Conseguirá resistir à magia e ainda enfrentar os obstáculos que surgem à sua demanda?"


Opinião: “A Demanda do Visionário” é o volume que finaliza esta incrível saga, que tanto prazer me deu acompanhar ao longo do último ano. Ler este último volume proporcionou-me uma certa melancolia, pois com o mesmo termina um ciclo, na próxima vez que se ler algo mais de Fitz muita coisa haverá mudado e também muita expectativa de modo a saber muitas das respostas às perguntas que nos havíamos feito ao longo dos volumes e descobrir se as nossas teorias se encontravam correctas ou não.


Nesta obra presenciamos o tão aguardado reencontro entre Fitz e o Bobo, uma das personagens mais interessantes e misteriosas da trama, de Kettricken, que se encontra tão diferente, quase irreconhecível e de Breu. É juntamente com Bobo, Kettricken, Esporana e Panela que Fitz continuará a sua demanda por Veracidade, onde várias serão as provações e as descobertas, que tentará encontrar os Antigos, com o objectivo de salvar os Seis Ducados dos Navios Vermelhos.

Foram várias as opiniões que acompanhei sobre este volume e dividiam-se bastante. Alguns consideravam que era o final perfeito para Fitz e os Seis Ducados e outros consideravam que era um final em aberto, demasiado lento, insatisfatório para muitos. Quando parti para esta leitura idealizei que, sendo uma saga mais introspectiva e pessoal, seria expectável que fosse lenta, pois foi sempre assim que a autora nos presenteou com as suas obras, aspecto que para mim sempre me agradou, pois é diferente de tudo o que já li até agora e porque a escrita e o mistério subjacente na obra nos envolvem do princípio ao fim. Relativamente ao final em aberto pensei sempre que teria de ser assim porque existe outra saga seguidamente este, mas que o ciclo desta teria de ser encerrado. Assim, foi com alguma expectativa e até apreensão que mergulhei neste volume.

Logo nos primeiros capítulos temos o prazer de rever Bobo, que tanto falta me havia feito no anterior volume “A Vingança do Assassino” e que se nos mostrou algo diferente, mas continuando tão interessantíssimo como no primeiro volume. Confesso que quando ele nos é apresentado inicialmente, senti que não o reconhecia, pois estava habituada às suas piadas e saídas evasivas, contudo à medida que a narrativa foi avançando só consegui gostar ainda mais dele. Gostei muito de o conhecer melhor, aspecto conseguido com esta pequena mudança da sua personalidade, condicionada por tudo o que atravessou até às Montanhas, de saber realmente o papel que ele tinha e a ligação com o Fitz, que considerei deveras interessante, tendo também gostado do papel que teve para a finalização deste ciclo, embora me tivesse deixado vontade de saber mais sobre ele. Tenho esperança de o voltar a rever na próxima saga.

Revemos também Ketrricken, que se encontra deveras diferente. Tudo o que perdeu desde o momento em que saiu de Torre de Cervo, modificou-a bastante, aspecto que compreendo, pois foi obrigada a crescer depressa, devido a grandes provações. Com ela conhecemos o verdadeiro significado do que é ser “Sacrifício”.

Relativamente ao desenrolar dos dois temas mais debatidos ao longo das obras, dos Antigos e dos Navios Vermelhos, gostei muito dos momentos em que descobrimos quem eram os Antigos realmente e o que era necessário para os despertar, parte das minhas suspeitas estavam certas relativamente aos mesmos, contudo nunca pensei que tomassem a forma que a autora elegeu. A importância e o que Veracidade necessitou de fazer para conseguir encontrar o primeiro antigo, digamos assim, foi das coisas que mais gostei de ler. Completamente incrível! Quanto aos Navios Vermelhos, considerei que essa parte da trama nos foi dada a conhecer de modo algo rápido e que não convenceu inteiramente, gostaria que a autora tivesse abordado um pouco mais esse aspecto e nos tivesse explicado melhor o mesmo.

Quanto às restantes personagens, Fitz continua a fascinar-me bastante e embora houvesse certos momentos em que considerei que tinha tudo para perceber o que se passava e que mesmo assim não chegava ao cerne da questão, continuou a agradar-me como no primeiro momento. Tornou-se numa das minhas personagens preferidas e neste volume não desiludiu, ainda para mais depois de tudo o que fez para que a paz fosse restaurada nos Seis Ducados. Adorei o papel de Panela, havia percebido que a senhora era muito mais do que aquilo que admitia, nunca me pareceu uma idosa comum, até pela sua eloquência, tendo-me deixado surpresa o seu papel na trama. Esporana era uma personagem que não me conseguia convencer plenamente, mas que neste volume me agradou, pela sua história, que desconhecia e pela forma como acabou por ser importante para Fitz. Relativamente à Moli e ao Castro não posso dizer que tivesse ficado desiludida com o final de ambos, depois de tudo o que passaram juntos, se calhar era o final perfeito para ambos. Majestoso esperava um final diferente para ele, esperava algo mais grandioso, digamos assim, mas ao mesmo tempo terminou como gostaria.

Hobb continua a fascinar-nos com a sua escrita sublime nesta obra, diálogos fascinantes e com uma imaginação que nos envolve do princípio ao fim. Considero que o final dado a esta saga impressionante foi bem conseguido, mesmo o final fornecido para Fitz, que é um pouco triste, mas que é estranhamente perfeito no meu ver.

Desta feita, considero um final adequado para esta saga, contudo houveram certos aspectos que gostaria de ter visto melhor explicados e mais abordados, necessários para que pudesse fornecer a quinta estrela.

Uma saga que gostei muito, que guardarei com um carinho especial e que deixaria certamente saudades, se não houvesse outra saga passado alguns anos, onde poderemos rever o nosso amigo Fitz e as pessoas que o rodeiam.

Avaliação: 4.5/5 (Gostei Bastante!)

7 comentários:

  1. Um dos melhores livros que li até hoje!

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  2. Olá Ana, sê bem-vinda. :)

    A saga foi uma grande surpresa. :) Cada vez que me lembro que da primeira vez que peguei no "Aprendiz de assassino" o deixei de lado, só posso pensar que foi um desperdício e que realmente não sabia o que estava a perder. Este volume está realmente muito bom. Se a autora tivesse desenvolvido mais a questão dos forjados havia sido perfeito, para mim... :)

    Beijinhos e boas leituras.

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  3. Também senti uma certa melancolia em ler este último da saga, sabia que não ia acabar bem e passei o livro todo a temer pelo Fitz. Mas adorei rever certos personagens e conhecer outros, e adorei toda o enredo em torno da pedreira e dos Antigos. :)

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  4. Olá,

    Não te podes queixar que não te tenha recomendado sistematicamente a leitura desta saga :P

    Fico muito contente que tenhas gostado, posso-te garantir que ainda vais gostar MAIS da próxima saga, pois inicialmente explicar muitos dos acontecimentos que aqui foram pouco explicados e claro o enredo também está muito interessante ;)

    Gostaste de rever o Bobo e de o conhecer melhor ? LOL como estás longe de pensar que o conheces bem, vais conhecer na próxima saga Dom Dourado, um personagem magistralmente desempenhado pelo nosso Bobo ;)

    Para mim e sem a menor duvida a melhor personagem da saga :)

    BJ

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  5. Olá. :)

    p7, enquanto lia era mesmo esse sentimento alternado, entre melancolia e receio pelo que aí vinha, que me assolava diversas vezes... Também gostei muito de rever as personagens, quando elas apareceram só consiga pensar "finalmente". :P Foi bom ver que eles estavam bem dentro do possível e saber o que se tinha passado com eles. :) Os acontecimentos da pedreira e dos Antigos também os achei fantásticos. :)

    Paulo, tens razão. Tu e o Miguel haviam-me dito que deveria investir na mesma que não ia ficar desiludida, mas como me custou entrar na história da primeira vez fiquei receosa...

    Tenho bastante expectativas de ler essa saga, não só por curiosidade de visitar o mundo e presenciar as mudanças ocorridas, mas também devido às vossas opiniões. :D

    Tenho noção que ainda não o conheço muito, é alguém demasiado evasivo e misterioso para nos serem dadas respostas assim tão depressa, mas sei um pouco mais. :P Ainda bem que sim. Enquanto lia este livro, depois de ter sentido tanta falta dele no anterior, percebi que gostava tanto ou mais dele do que do Fitz. :)

    Beijinhos e boas leituras. :)

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  6. Olha, embora considere que os próximos livros são dignos de os termos na nossa estante, já sabes que se quiseres é só dizer que te empresto, sabes que estás a vontade nisso.

    Tenho a certeza que ainda vais gostar mais que os da primeira saga ;)

    BJ

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  7. Já tenho os dois primeiros volumes, portanto não irá ser preciso, mas obrigada pela oferta. :)

    Acredito que possa acontecer, pelo menos curiosidade e vontade de voltar ao mundo tenho muita.

    Beijinhos.

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