Nome: “Nunca te Perdi”
Autora: Linda Howard
Nº de Páginas: 288
Editora: Saída de Emergência
Sinopse: “Milla Edge mudou-se recentemente para o México, onde o
seu marido David, foi colocado como médico. A vida deles é um sonho. Acabaram
de ter o primeiro filho, e estão tremendamente apaixonados. Ambos se deliciam
com a nova vida, e Milla está no auge do seu brilho maternal quando lhe roubam
o bebé Justin das suas próprias mãos.
Uma década mais tarde, Milla é uma mulher diferente. O casamento há muito que terminou e a sua vida é totalmente dedicada à Organização Não Governamental que lidera: Finders. À caça de criminosos, ela percorre os lugares mais desoladores do mundo à procura de crianças raptadas (incluíndo o seu filho que nunca aceitou perder). Dois homens cruzam o seu caminho: True Gallagher, um dos grandes mecenas da sua instituição, e Diaz um perigoso mercenário, tão interessante como misterioso.
Quanto mais Milla se aproxima das respostas, maiores são os perigos que enfrenta. E ninguém brinca com os cabecilhas das redes de tráfico infantil.”
Uma década mais tarde, Milla é uma mulher diferente. O casamento há muito que terminou e a sua vida é totalmente dedicada à Organização Não Governamental que lidera: Finders. À caça de criminosos, ela percorre os lugares mais desoladores do mundo à procura de crianças raptadas (incluíndo o seu filho que nunca aceitou perder). Dois homens cruzam o seu caminho: True Gallagher, um dos grandes mecenas da sua instituição, e Diaz um perigoso mercenário, tão interessante como misterioso.
Quanto mais Milla se aproxima das respostas, maiores são os perigos que enfrenta. E ninguém brinca com os cabecilhas das redes de tráfico infantil.”
***Pode conter Spoilers***
Opinião: Linda Howard, autora galardoada com inúmeros bestsellers do New York Times, apresenta-nos
na obra “Nunca te Perdi” um tema sensível como o tráfico infantil.
Milla Edge muda para o México com
o seu marido David, depois do mesmo ser colocado como médico num dos hospitais
do país. Tudo parece correr às mil maravilhas, são um casal jovem e apaixonado,
com uma criança fruto desse amor, porém esta felicidade sofre uma ruptura
abrupta quando Justin é raptado.
Com o rapto, Milla torna-se numa
mulher completamente distinta, pois juntando às mazelas físicas que recebe
quando o seu filho lhe é arrancado, aglomeram-se as mazelas emocionais, que só
um rapto de uma criança, que faz parte de uma mulher, pode provocar. Milla é
uma lutadora e uma mulher persistente e, como tal, cria uma Organização Não Governamental,
a Finders, que tem como finalidade
encontrar pessoas desaparecidas.
Durante dez anos são poucas as
pistas que tem sobre o filho e, embora seja muito boa naquilo que faz, a
descobrir pessoas desaparecidas, acaba sempre por ir dar, no caso do filho, a
becos sem saída. Contudo, tudo muda quando o seu caminho se cruza com um enigmático
homem que a auxiliará no desvendar deste mistério e não só.
Esta obra foi uma surpresa
bastante agradável, pois embora tenha acompanhado opiniões bastantes
favoráveis, não esperava ficar tão arrebatada pela história como sucedeu. O
tema do tráfico infantil é deveras sensível, mas a autora aborda-o de um modo
soberbo, tal como na forma como descreve a insegurança, a impotência e o
desgosto de Milla quando o seu menino lhe é retirado.
Quando iniciei esta leitura
esperava encontrar um drama, mas acabei por ser confrontada com algo mais, com
uma componente policial, romântica e também afectiva tremendamente bem escrita,
de tal modo que é impossível não nos tocar.
Adorei o modo como a autora criou
o enigma por detrás do tráfico infantil, tecendo toda a sua desenvoltura, o
modo como era praticado, as pessoas que o tornavam possível e toda a carga
emocional por detrás desta realidade. Esta componente da obra encontra-se de
tal modo bem descrita e contextualizada que parece-nos que poderia realmente
ter sucedido, o que aliado à carga emocional o torna deveras especial.
As personagens são outro ponto
favorável da obra, Milla, a nossa personagem principal, é uma mulher cheia de
garra, lutadora e persistente, que demonstra o amor incondicional que uma mãe
sente pelo seu filho. Foi uma personagem que adorei conhecer e que me
sensibilizou bastante, pelo modo como a autora nos descreve o desgosto,
desespero, impotência e até o sentimento de culpa, que Milla invariavelmente
sente, por lhe ter acontecido esta triste realidade. Penso ser impossível não ficarmos
rendidos a esta incrível personagem, por nunca ter desistido de encontrar o seu
menino, ao contrário do seu marido, de quem se divorciou pouco depois, pela sua
coragem por ter criado uma organização para ajudar outras pessoas que, como
ela, perderam alguém que amaram, até à sua força e perseverança para ir aos
sítios mais improváveis e perigosos procurando a mais ínfima pista do seu
pequeno Justin.
Outro personagem que me agradou
muito foi Diaz, um perigoso mercenário, deveras misterioso, mas ao mesmo tempo
arrebatador. Este personagem demonstra a forte influência que uma infância conturbada
pode ter na concepção da personalidade de uma pessoa e na interacção
interpessoal. Este é um personagem que transparece perigo, frieza, mas que à
medida que o vamos conhecendo ficamos rendidos porque quando gosta realmente de
alguém, faz tudo para que essa pessoa seja feliz, nem que para isso tenha de
dar mais do que aquilo que irá receber.
Quanto aos culpados pelo tráfico
infantil, que dez anos mais tarde se transforma em tráfico de órgãos, achei
interessante a ligação que possuíam com Milla, mas considerei o seu desenrolar
algo abrupto porque durante dez anos foi um completo mistério, onde polícia
algum desconfiava sobre o que se passava e depois foram apanhados de um momento
para o outro. Sei que as pessoas que tiveram por detrás da investigação eram
muito boas naquilo que faziam e que tinha contactos para os prender, mas ainda
assim pareceu-me uma prisão demasiado fácil depois de tanto mistério.
Relativamente ao final gostei
mesmo muito. Demonstra-nos que por vezes amamos de tal modo alguém que temos de
a deixar ir, por ser o mais acertado, ainda que seja muito doloroso. Ensina-nos
que o amor poderá estar nas pessoas e locais mais improváveis e que nunca devemos
desistir de ser felizes, de acreditar em nós mesmos e nos nossos ideais, pois
não há impossíveis, simplesmente objectivos mais difíceis de alcançar do que
outros.
Numa escrita compulsiva, com a
dose certa de mistério, suspense, romance e emotividade, Linda Howard
presenteia-nos com uma história repleta de emoções fortes, de amor
incondicional, de luta e perseverança. Uma obra altamente recomendada!
Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)
Olá,
ResponderEliminarBem já tinha ouvido falar bem deste livro e desta escritora, mas depois de ler este comentário fiquei decidido que tenho mesmo que o ler.
Já sabes, se poderes quando formos tomar café trás, nem que seja para a Luísa ler primeiro :D
Parece-me que só não leva nada pelo forma abrupta que os raptores são capturados e pouco desenvolvidos certo ?
Muito bem, excelente comentário, embora com alguns spoilers, mas por vezes as coisas são previsíveis e a forma como se chega até lá é que torna tudo muito bonito (estou a ver que vou deitar uma ou outra lagrimazita :D ).
PS: No resumo tens escrito opinião ;)
Olá Paulo. :)
EliminarPessoalmente gostei mesmo muito e lamento ter-me deixado levar e ter contido alguns spoilers, mas há certos livros em que queremos falar sobre tanta coisa que acabamos invariavelmente por mencionar mais aspectos do que os que deveríamos. Sendo assim, vou colocar na opinião que poderá conter spoilers, obrigada pela chamada de atenção. :)
Ok, quando for para Lisboa já o levo. :D
Pelo menos eu considerei isso, pelo menos no modo como são capturados. No desenvolvimento não peca assim tanto, até porque quase desde o início sabemos quem são...
Eu não consegui conter uma lágrima ou outra. :P
Nem tinha reparado, obrigada. :) Como escrevo sempre primeiro a opinião e só depois vou buscar as outras informações, escapou-me.
Beijinhos
Olá Rita,
ResponderEliminarParabéns pela magnífica opinião! Conseguiste destacar tudo o que me comoveu neste livro. Adorei a Milla e a sua decisão triste mas compreensível no final assim como aquele "abrir de porta" ( não sei estás a ver a que me estou a referir) no final dos finais. Acho que deitei uma lágrima aí!
Beijinho*
Olá Jojo. :)
EliminarObrigada pelas simpáticas palavras. Fico contente por ter conseguido transparecer tudo o que senti ao ler esta obra tão especial.
A Milla é uma personagem incrível e está tão bem retratada que me sensibilizou bastante. :) Concordo contigo, foi uma decisão dolorosa, triste e nem consigo imaginar o que ela haverá sentido, contudo foi, na minha opinião, a decisão mais sensata e de uma coragem enorme. Adorei também o "abrir porta", tinha alguma expectativa que isso pudesse acontecer, mas fiquei bastante feliz por ambos. :) Também acho que deitei uma lagrimita nesse momento.
Beijinhos*