Nome: “Shiver – Um Amor Impossível”
Autora: Maggie Stiefvater
Nº de Páginas: 440
Editora: Editorial Presença
Sinopse: “Sam e Grace são dois adolescentes que vivem um amor
sublime e aparentemente impossível. Todos os anos, quando chega a Primavera,
Sam, abandona a sua vida de lobisomem e recupera a forma humana, aproximando-se
de Grace, mas sempre que regressa o Inverno, vê-se obrigado a voltar à floresta
e a viver com a sua alcateia. Quando olha pela janela de sua casa, na orla da
floresta, Grace repara sempre num lobo que a fita com os seus misteriosos olhos
amarelos e sabe que é ele, Sam, o seu salvador. E Sam observa a sua amada de
longe, ansiando pelo retorno da Primavera. Conseguirá o seu amor, cada vez mais
intenso, vencer os muitos obstáculos que ameaçam separá-los para sempre? Uma
história cheia de aventuras e descobertas, mágica, original, que desafia a
mente e enternece o coração.”
Opinião: “Shiver – Um Amor Impossível” de Maggie Stiefvater, início
da trilogia “Os Lobos de Mercy Falls”, considerado um dos melhores livros
juvenis de 2009, é considerado um bestseller
internacional, tendo inclusive ganho inúmeros prémios nos últimos anos.
Grace é uma jovem de 11 anos
quando é atacada por uma alcateia de lobos, contudo um dos lobos não a ataca
como os restantes e acaba por a ajudar. Nos anos seguintes esta jovem tenta ao
máximo contactar com o seu lobo, vivendo sempre desejosa de o poder reencontrar
e voltar a embrenhar nos seus expressivos olhos amarelos. Momentos mais tarde
descobre que o seu lobo de olhos amarelos é na verdade Sam, que a ama de longe,
tal como ela sempre o fez. Contudo, um amor que poderia ser para “sempre”, pode
encontrar-se condenado a terminar mais cedo do que este casal poderia esperar.
Não é difícil compreender todo o
sucesso que esta obra teve, pois fiquei bastante agarrada à história e às
nossas personagens principais, já para não falar na originalidade e na escrita
da autora.
Esta obra é-nos contada na
primeira pessoa a duas vozes, Grace de 17 anos e Sam de 18 anos, onde nos são
apresentados os momentos em que se contactam pela primeira vez desde o acidente
e depois mais tarde quando Sam se transforma em humano e se relacionam. Foi um
prazer enorme poder conhecer ambas as personagens e poder vivenciar o amor
existente entre ambos, que, para mim, que não acredito em amor à primeira
vista, fiquei sensibilizada com ambos e a torcer para que o amor fosse mais
forte, que pudessem ser felizes, independentemente do que a vida lhes colocasse
como entrave.
Ambas as personagens são bastante
especiais, mas a que me agradou e cativou mais foi, sem dúvida, Sam. Grace é
uma menina inteligente, que teve de crescer bastante rápido, pois os pais são
eternos adolescentes, que não ligam muito à filha e que a deixam encarregue da
maioria das obrigações de casa. Sam, por sua vez, teve um passado muito triste,
que o levou até a comunidade de lobisomens da localidade, portador de uma personalidade
algo frágil, por tudo o que viveu em menino, por possuir uma auto-estima baixa,
contudo sendo um artista nato, deveras inteligente. O facto de ambos terem um
passado algo triste, transmite-nos que ambos se transformam no porto de abrigo
um do outro, auxiliando-se e moldando-se, quase como se tivessem sido feitos um
para o outro.
Stiefvater apresenta-nos uma
mitologia sobre os lobisomens interessantíssima e muito longe daquilo que já li
sobre o tema. Quando se fala de lobisomens pensamos instantaneamente em
monstros enormes, de dentes e garras desmedidas, contudo nesta obra são
simplesmente lobos normais, que, para o comum dos observadores, não provocaria
qualquer estranheza. Outro ponto interessante é que não se transformam por
livre e espontânea vontade ou devido às fases da lua, mas sim, devido à
temperatura. Quando as temperaturas baixam significativamente transformam-se em
lobos, até ao verão seguinte. É esta a realidade durante alguns anos, até que
passam a transformar-se cada vez mais tarde, no pico do verão ou devido a
temperaturas muito elevadas, até que um dia não conseguem mais transformar-se,
ficando para sempre na condição de lobo.
Numa escrita fluída, algo mágica,
Maggie apresenta-nos o poder do amor, que quando é sincero e verdadeiro, vence qualquer
barreira, e da amizade, que poderá sofrer alterações ao longo dos anos, mas que
ainda assim sobrevive, se for sincera.
Uma obra muito bonita e especial,
do início de uma trilogia que seguirei atentamente. A continuação, “Shiver – Um
Amor Adiado”, já se encontra traduzido pela Editorial Presença.
Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)
Ois rita,
ResponderEliminarBolas mais uma excelente critica e que me deixa bastante curioso (perdoa mas os corvos são mesmo assim lol), a ver se depois logo falamos o que devo ler que tens ai na estante, ainda em li o que me emprestaste, ai tanta coisa para ler.
Boa critica ;)
Olá Paulo. :)
EliminarObrigada. Embora seja uma obra destinada a um público mais juvenil, encontra-se original e as personagens bastante bem caracterizadas. Sabendo que gostas de um bom romance, acredito que irás gostar desta obra, ainda para mais com a originalidade do mundo fantástico. :) Depois dizes-me quais queres que te empreste, em Setembro. :)
Beijinhos*
Eu não sou muito fã de livros com lobisomens que são lobos normais, para mim eles têm de ser horríveis e mortíferos. No entanto, o toque dado que a autora deu à razão da transformação parece-me bastante original. Não pode dizer que esteja ansiosa por ler este livro, mas quando tiver oportunidade de o fazer não a deixar passar.
ResponderEliminarOlá Addle. :)
EliminarTambém é assim que os imagino e compreendo o facto de não gostares, é um pouco como os vampiros que recentemente os tornam algo que não são. Pelo menos no meu ponto de vista têm de ser realmente maus. Contudo, achei a ideia da autora bastante interessante e original, como afirmas. :) Penso que fazes bem, é bom para passar alguns momentos na sua companhia.
Beijinhos e boas leituras.