O Despertar da Magia

Nome: “O Despertar da Magia”

Autor: George R. R. Martin

Nº de Páginas: 416

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “Quarto volume de As Crónicas de Gelo e Fogo, a saga de fantasia mais vendida, elogiada e premiada dos últimos 50 anos, e a única obra de fantasia a conseguir o primeiro lugar do Top do New York Times.

Esta é uma saga de grande fôlego, que vai buscar à realidade medieval a textura e o pormenor que conferem dimensão e crueza a um universo de fantasia tão bem construído que faz empalidecer a Terra Média de Tolkien. Martin é um especialista na manipulação das expectativas dos leitores e, profundo conhecedor do género, não deixa de estender sucessivas armadilhas com as quais desarma os tropos que o leitor pensa reconhecer a cada página. O épico de fantasia que toda a Fantasia Épica gostava de ser.”

Opinião: “O Despertar da Magia”, segunda parte no original da obra “A Clash of Kings”, é o desenrolar da batalha entre as diferentes casas, que havíamos presenciado os seus preparativos no anterior volume.

Neste volume são várias as mudanças ocorridas nas personagens, especialmente Theon, Tyrion e Jon. Tyrion na obra anterior foi dos jogadores mais inteligentes em campo e neste volume foi essencial para o desenrolar dos acontecimentos. Como Mão do Rei e tentando ao máximo emendar os erros cometidos pelo sobrinho, acaba por ser despreciado pelo povo, que o culpa pela pobreza que atravessam e pelas cedências que têm de fazer. Contudo, ao ser confrontado com a investida de Stannis, acaba por ser preponderante para o desenvolvimento dos acontecimentos. Tyrion é, sem dúvida, uma pessoa muito inteligente e perspicaz, nos seus actos como Mão compreendemos isso, mas como estratega e lutador não desilude. Theon com a sua sede de poder e de mostrar aos outros que pode alcançar o que quiser, acaba por perder mais, do que ganhar, nesta obra. Jon na sua demanda fora da Muralha irá rumar contra os selvagens, o que mudará para sempre a pessoa que é.

Arya continua a trabalhar como empregada, contudo encontra um aliado que lhe confere 3 desejos. Depois de concretizados os desejos, o seu aliado desaparece, mas não sem antes lhe dar algo, que lhe permitirá encontrá-lo futuramente. Danny continua a tentar encontrar um modo de rumar para o Trono de Ferro e Catelyn voltará para junto do pai, onde confrontará Jaime Lannister.

Se havia gostado muito do anterior volume, este não desiludiu de forma alguma. As personagens Tyrion e Arya continuam a fascinar-me, mas neste volume também Jon, com o qual nunca me consegui sentir verdadeiramente ligada, se mostra deveras fascinante, tendo-se demonstrado as melhores personagens desta obra.

Tyrion é um estratega fantástico, deveras inteligente e neste volume tivemos a possibilidade de ver uma nova vertente dele, o seu lado de lutador. Os momentos vivenciados por ele foram de cortar a respiração, de tal modo bem descritos, que nos faziam suster a respiração a cada momento, sempre desejosos de saber um pouco mais e de torcer para que tudo corresse de feição, que não sofresse demasiadas mazelas. Tive pena que o final para ele tenha sido um pouco desagradável porque efectivamente não o merecia, mas numa guerra muito se pode perder.

Arya continua a desenvolver-se de um modo soberbo, nunca deixando de me surpreender de volume para volume. O facto de ter tido um aliado neste volume, que lhe conferiu três desejos, modificou todo o rumo tanto da vida dela, como daqueles que habitavam o castelo.  Fiquei com a sensação que iriam encontrar-se novamente e que ele poderia ser decisivo para a sua vida e desenvolvimentos futuros. O modo como termina a sua POV deixou-me deveras curiosa por saber o que lhe iria suceder e aos seus amigos.

Jon foi das personagens que mais modificações sofre neste volume. Descobrimos que as ligações com os lobos poderão possuir contornos diferentes do esperado inicialmente e o destino deste jovem rapaz altera-se completamente no final deste volume, quando a sua vida é colocada em jogo.

Das restantes personagens gostaria de destacar Bran, que neste volume começamos a conhecer melhor os poderes que possui e o rumo que será obrigado a seguir. Esta foi uma das personagens pelas quais sofri mais, sempre desejosa de saber como iriam terminar os acontecimentos para ele. Bran, tenho de confessar, era das personagens que embora gostasse, não me diziam muito e, tal como sucedeu com Jon, sofreu uma grande alteração neste volume, por me fazer ansiar para que tudo corresse bem e por me deixar expectante por perceber mais sobre os estranhos poderes que parece possuir.

Numa escrita soberba, com descrições de cortar a respiração, que nos transportam para o ambiente criado por uma mente brilhante, George Martin leva-nos rumo a batalhas, magia, traições e muito mais. Uma grande continuação de uma saga inesquecível.

Avaliação: 4.5/5 (Gostei Bastante!)