Nome: “A Filha da Minha Melhor Amiga”
Autora: Dorothy Koomson
Nº de Páginas: 448
Editora: Porto Editora
Sinopse: “A forte relação de amizade entre Kamryn Matika e Adele
Brannon, companheiras desde os tempos de faculdade, é destruída num instante de
traição que marcará as suas vidas para sempre.
Anos depois desse incidente,
Kamryn é uma mulher com uma carreira de sucesso, que vive sem ligações pessoais
complexas, protegendo-se de todas as desilusões. Mas eis que, no dia do seu
aniversário, Adele a contacta... A amiga de Kamryn está a morrer e implora-lhe
que adote a sua filha, Tegan, fruto da sua ilícita relação de uma noite com
Nate.
Terá ela outra escolha? Será o perdão possível? O que estará Kamryn disposta a fazer pela amiga que lhe partiu o coração? Uma viagem dolorosa e comovente de auto-conhecimento, uma leitura de cortar a respiração.”
Terá ela outra escolha? Será o perdão possível? O que estará Kamryn disposta a fazer pela amiga que lhe partiu o coração? Uma viagem dolorosa e comovente de auto-conhecimento, uma leitura de cortar a respiração.”
Opinião: Kamryn no dia do seu 32º aniversário recebe um postal da
sua amiga Adele, com quem não mantém contacto há vários anos. Neste postal informa-a
que se encontra num hospital, bastante doente. Apesar de tudo o que se passou
entre ambas, Kamryn dirige-se ao hospital e o que presencia vai contra tudo o
que pensara. A pessoa que em tempos foi a sua melhor amiga encontra-se com
leucemia e a morrer, completamente diferente da mulher que conheceu. Num último
pedido antes de falecer, Adele pede a Kamryn que cuide da sua filha Tegan.
Apesar da traição que gira ao volta destas duas amigas, Kamryn adora Tegan e o
que inicialmente poderia ser uma loucura, adoptar uma criança, tornar-se-á num
amor incondicional.
Sempre ouvi opiniões fantásticas
sobre esta obra, que foi a estreia da escritora em Portugal, logo a expectativa
e vontade de embrenhar nas suas páginas era enorme. Tive a possibilidade de ler
esta obra através de uma troca, fica aqui o meu agradecimento pelo empréstimo.
Nesta história somos confrontados
com diversas realidades. Kamryn e Adele eram melhores amigas até há poucos
anos, quando a primeira descobre que a amiga a traiu e que dessa traição Tegan
foi concebida. Sentindo-se traída e destroçada porque numa mesma noite perde a
melhor amiga, o noivo que amava de todo o coração e esta menina amorosa, de
quem sempre gostou, Kamryn que tinha batalhado tanto para acreditar nos outros,
especialmente nos homens, começa a encarar-se de modo ainda mais depreciativo
do que sucedia até então, desistindo do amor. Quando descobre que a amiga está
doente e toma conta desta menina, acaba por descobrir uma faceta que nunca
pensou que tivesse, o de ser mãe. Encara tudo o que é preciso dar para poder
ter e sustentar uma criança. Ela que sempre deu muito valor ao trabalho, descobre
que existem acontecimentos muito mais importantes na vida, colocando a família
à frente de qualquer promoção que pudesse existir.
Esta obra é sobre amizade, o
quanto investimos nesta relação, que muitas vezes pensamos e desejamos ser para
sempre, mas que a vida por vezes não permite que tal suceda. Centra-se na
capacidade de perdoar o outro e no bem que tal acto faz tanto para o outro,
como para nós mesmos, que deixamos de nos sentir perseguidos por aquela dor. É
também uma obra de amor, o amor que uma mãe sente por um filho, mas também o
amor entre um homem e uma mulher. Nesta obra é-nos demonstrado que o amor é
algo que floresce e embora Tegan tenha tido a sua mãe, que amava e sempre a
amará, que nunca poderá ser substituída, tem ao seu lado uma mulher que se
torna a sua segunda mãe, porque lhe dá todo o amor do mundo, a sustentabilidade
e o carinho que tanto necessita para enfrentar as barreiras que se lhe colocam
no caminho. Por fim, são abordados dois temas bastante sensíveis, a morte e os
maus-tratos infantis. Confesso que me tocou bastante os maus-tratos que Tegan
sofreu por parte dos avós. Pensamos sempre nas crianças como alguém a defender,
a perseverar e as cenas descritas no livro tocaram-me bastante, até porque são
fruto de alguém que deveria dar a esta pequena menina todo o amor do mundo.
Quando li a minha obra de estreia
com a autora, “Amor e Chocolate”, havia presenciado que me sentia bastante
retratada pela personagem principal e nesta obra sucedeu o mesmo, penso que
temos alguns pontos em comum, o que me fez gostar ainda mais deste volume.
Kamryn, Ryn como é chamada por
Tegan, sempre teve uma auto-estima baixa, refugiando-se numa faceta gélida, de
modo a encobrir os seus sentimentos. Na escola não tinha muitos amigos e era
alvo de chacota por parte dos colegas. Quando se torna uma mulher todas as
inseguranças, medos, a tornam numa mulher com medo de se entregar a alguém,
esperando sempre o pior do sexo oposto. Mostrou ser uma mulher forte,
determinada, carinhosa, que é capaz de tudo pelo próximo. Ao passo que com os
homens mostrava sempre o seu lado gélido, não deixando ninguém perfurar o seu
escudo, com Tegan mostra a mulher fantástica que é, sendo deste modo que
conhece Luke, que no primeiro momento antipatizam um com o outro, mas que
depois ele percebe a mulher fantástica que é Ryn, sucedendo o mesmo com esta.
Relativamente à personagem Luke,
no princípio causou-me alguma desconfiança, confesso. Tratava imensamente bem
Tegan, muito carinhoso, atencioso e amável, contudo com Ryn era bastante
depreciativo, centrando-se no seu aspecto físico e não na mulher fantástica que
é efectivamente. Depois de a conhecer e de perceber quão injusto foi, vive com
Ryn momentos tremendamente carinhosos. Houve momentos que me deixaram mesmo
sensibilizada. Por fim, achei-o demasiado inseguro, porém o seu passado
condicionou tal comportamento e tornou-o ainda mais real.
Numa escrita deliciosa, ternurenta,
humorística e emocionante, Dorothy presenteia-nos com uma história de amor
paternal, de amor entre um homem e uma mulher possível, personagens imensamente
bem caracterizadas e mensagens soberbas. Esta será uma autora que seguirei
atentamente, pois tem o condão de nos chegar ao coração.
Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)
Também gostei tanto deste livro :D
ResponderEliminarOlá Inês. :)
EliminarEsta obra é mesmo uma ternura. Fiquei cheia de vontade de ler mais desta incrível escritora.
Beijinhos e boas leituras
Tenho este livro na minha estante já a algum tempo, pelos vistos tenho de repensar na minha lista de próximas leituras lol
ResponderEliminarbjs
http://palavrassoltas-carol.blogspot.pt/
Olá Carol, sê bem-vinda. :)
EliminarPenso que fazes muito bem, é uma obra cheia de ternura, com mensagens muito bonitas.
Obrigada pela visita. Beijinhos e boas leituras*
Também gostei muito deste livro :)
ResponderEliminarDela li este, Pedaços de Ternura (que foi o que menos gostei), Um Erro inocente (lindo, lindo, lindo *.*) e tenho na estante O Outro Amor da Vida Dele :)
Olá Catarina. :)
EliminarAcredito, este livro é mesmo uma ternura. :)
Tenho muita curiosidade de ler "Um Erro inocente" e o último que referes parece ser bastante interessante. Tenho de experimentar.
Beijinhos e boas leituras*
já me disseram que é :) vai ser a minha próxima leitura ;)
Eliminarobrigada, igualmente
Depois lerei a tua opinião. :)
EliminarObrigada.
Olá!
ResponderEliminarEu estou a ler esse livro... Quer dizer já comecei a ler a bué e depois fiz uma pausa até agora. Vou para ai a meio mais coisa menos coisa. Sem dúvida que é um livro interessante e a cena dos maus tratos que Tegan sofreu por parte dos avós também me fizeram impressão. Ryn na altura queria só fazer uma visita mas quando vê o estado da criança não desiste e tira de lá.
Tenho de ver se acabo de o ler mas hoje em dia a leitura não me tem puxado como antes. Enfim...
Beijinhos
Lit@
Olá Leila. :)
EliminarAcredito, o tempo nem sempre é muito para podermos dedicar à leitura, mas espero que acabes por gostar tanto quanto eu. Essa cena foi retratada de modo bastante forte, pelo que não me deixou indiferente. Os maus-tratos sejam afligidos a quem for, animais, idosos, crianças causam-me sempre tristeza e a autora retratou os da Tegan de uma forma, que me fez mesmo confusão...
Todos temos alturas em que a leitura não nos puxa assim tanto. Verás que daqui a uns tempos, esse sentimento passa. Por vezes acontece-me o mesmo.
Beijinhos.