sábado, 1 de setembro de 2012

A Filha da Minha Melhor Amiga




Nome: “A Filha da Minha Melhor Amiga”

Autora: Dorothy Koomson

Nº de Páginas: 448

Editora: Porto Editora

Sinopse: “A forte relação de amizade entre Kamryn Matika e Adele Brannon, companheiras desde os tempos de faculdade, é destruída num instante de traição que marcará as suas vidas para sempre.
Anos depois desse incidente, Kamryn é uma mulher com uma carreira de sucesso, que vive sem ligações pessoais complexas, protegendo-se de todas as desilusões. Mas eis que, no dia do seu aniversário, Adele a contacta... A amiga de Kamryn está a morrer e implora-lhe que adote a sua filha, Tegan, fruto da sua ilícita relação de uma noite com Nate.
Terá ela outra escolha? Será o perdão possível? O que estará Kamryn disposta a fazer pela amiga que lhe partiu o coração? Uma viagem dolorosa e comovente de auto-conhecimento, uma leitura de cortar a respiração.”

Opinião: Kamryn no dia do seu 32º aniversário recebe um postal da sua amiga Adele, com quem não mantém contacto há vários anos. Neste postal informa-a que se encontra num hospital, bastante doente. Apesar de tudo o que se passou entre ambas, Kamryn dirige-se ao hospital e o que presencia vai contra tudo o que pensara. A pessoa que em tempos foi a sua melhor amiga encontra-se com leucemia e a morrer, completamente diferente da mulher que conheceu. Num último pedido antes de falecer, Adele pede a Kamryn que cuide da sua filha Tegan. Apesar da traição que gira ao volta destas duas amigas, Kamryn adora Tegan e o que inicialmente poderia ser uma loucura, adoptar uma criança, tornar-se-á num amor incondicional.

Sempre ouvi opiniões fantásticas sobre esta obra, que foi a estreia da escritora em Portugal, logo a expectativa e vontade de embrenhar nas suas páginas era enorme. Tive a possibilidade de ler esta obra através de uma troca, fica aqui o meu agradecimento pelo empréstimo.

Nesta história somos confrontados com diversas realidades. Kamryn e Adele eram melhores amigas até há poucos anos, quando a primeira descobre que a amiga a traiu e que dessa traição Tegan foi concebida. Sentindo-se traída e destroçada porque numa mesma noite perde a melhor amiga, o noivo que amava de todo o coração e esta menina amorosa, de quem sempre gostou, Kamryn que tinha batalhado tanto para acreditar nos outros, especialmente nos homens, começa a encarar-se de modo ainda mais depreciativo do que sucedia até então, desistindo do amor. Quando descobre que a amiga está doente e toma conta desta menina, acaba por descobrir uma faceta que nunca pensou que tivesse, o de ser mãe. Encara tudo o que é preciso dar para poder ter e sustentar uma criança. Ela que sempre deu muito valor ao trabalho, descobre que existem acontecimentos muito mais importantes na vida, colocando a família à frente de qualquer promoção que pudesse existir.

Esta obra é sobre amizade, o quanto investimos nesta relação, que muitas vezes pensamos e desejamos ser para sempre, mas que a vida por vezes não permite que tal suceda. Centra-se na capacidade de perdoar o outro e no bem que tal acto faz tanto para o outro, como para nós mesmos, que deixamos de nos sentir perseguidos por aquela dor. É também uma obra de amor, o amor que uma mãe sente por um filho, mas também o amor entre um homem e uma mulher. Nesta obra é-nos demonstrado que o amor é algo que floresce e embora Tegan tenha tido a sua mãe, que amava e sempre a amará, que nunca poderá ser substituída, tem ao seu lado uma mulher que se torna a sua segunda mãe, porque lhe dá todo o amor do mundo, a sustentabilidade e o carinho que tanto necessita para enfrentar as barreiras que se lhe colocam no caminho. Por fim, são abordados dois temas bastante sensíveis, a morte e os maus-tratos infantis. Confesso que me tocou bastante os maus-tratos que Tegan sofreu por parte dos avós. Pensamos sempre nas crianças como alguém a defender, a perseverar e as cenas descritas no livro tocaram-me bastante, até porque são fruto de alguém que deveria dar a esta pequena menina todo o amor do mundo.

Quando li a minha obra de estreia com a autora, “Amor e Chocolate”, havia presenciado que me sentia bastante retratada pela personagem principal e nesta obra sucedeu o mesmo, penso que temos alguns pontos em comum, o que me fez gostar ainda mais deste volume.

Kamryn, Ryn como é chamada por Tegan, sempre teve uma auto-estima baixa, refugiando-se numa faceta gélida, de modo a encobrir os seus sentimentos. Na escola não tinha muitos amigos e era alvo de chacota por parte dos colegas. Quando se torna uma mulher todas as inseguranças, medos, a tornam numa mulher com medo de se entregar a alguém, esperando sempre o pior do sexo oposto. Mostrou ser uma mulher forte, determinada, carinhosa, que é capaz de tudo pelo próximo. Ao passo que com os homens mostrava sempre o seu lado gélido, não deixando ninguém perfurar o seu escudo, com Tegan mostra a mulher fantástica que é, sendo deste modo que conhece Luke, que no primeiro momento antipatizam um com o outro, mas que depois ele percebe a mulher fantástica que é Ryn, sucedendo o mesmo com esta.

Relativamente à personagem Luke, no princípio causou-me alguma desconfiança, confesso. Tratava imensamente bem Tegan, muito carinhoso, atencioso e amável, contudo com Ryn era bastante depreciativo, centrando-se no seu aspecto físico e não na mulher fantástica que é efectivamente. Depois de a conhecer e de perceber quão injusto foi, vive com Ryn momentos tremendamente carinhosos. Houve momentos que me deixaram mesmo sensibilizada. Por fim, achei-o demasiado inseguro, porém o seu passado condicionou tal comportamento e tornou-o ainda mais real.

Numa escrita deliciosa, ternurenta, humorística e emocionante, Dorothy presenteia-nos com uma história de amor paternal, de amor entre um homem e uma mulher possível, personagens imensamente bem caracterizadas e mensagens soberbas. Esta será uma autora que seguirei atentamente, pois tem o condão de nos chegar ao coração.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

10 comentários:

  1. Respostas
    1. Olá Inês. :)

      Esta obra é mesmo uma ternura. Fiquei cheia de vontade de ler mais desta incrível escritora.

      Beijinhos e boas leituras

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  2. Tenho este livro na minha estante já a algum tempo, pelos vistos tenho de repensar na minha lista de próximas leituras lol
    bjs
    http://palavrassoltas-carol.blogspot.pt/

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    1. Olá Carol, sê bem-vinda. :)

      Penso que fazes muito bem, é uma obra cheia de ternura, com mensagens muito bonitas.

      Obrigada pela visita. Beijinhos e boas leituras*

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  3. Também gostei muito deste livro :)

    Dela li este, Pedaços de Ternura (que foi o que menos gostei), Um Erro inocente (lindo, lindo, lindo *.*) e tenho na estante O Outro Amor da Vida Dele :)

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    1. Olá Catarina. :)

      Acredito, este livro é mesmo uma ternura. :)

      Tenho muita curiosidade de ler "Um Erro inocente" e o último que referes parece ser bastante interessante. Tenho de experimentar.

      Beijinhos e boas leituras*

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    2. já me disseram que é :) vai ser a minha próxima leitura ;)

      obrigada, igualmente

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    3. Depois lerei a tua opinião. :)

      Obrigada.

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  4. Olá!

    Eu estou a ler esse livro... Quer dizer já comecei a ler a bué e depois fiz uma pausa até agora. Vou para ai a meio mais coisa menos coisa. Sem dúvida que é um livro interessante e a cena dos maus tratos que Tegan sofreu por parte dos avós também me fizeram impressão. Ryn na altura queria só fazer uma visita mas quando vê o estado da criança não desiste e tira de lá.
    Tenho de ver se acabo de o ler mas hoje em dia a leitura não me tem puxado como antes. Enfim...

    Beijinhos
    Lit@

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    1. Olá Leila. :)

      Acredito, o tempo nem sempre é muito para podermos dedicar à leitura, mas espero que acabes por gostar tanto quanto eu. Essa cena foi retratada de modo bastante forte, pelo que não me deixou indiferente. Os maus-tratos sejam afligidos a quem for, animais, idosos, crianças causam-me sempre tristeza e a autora retratou os da Tegan de uma forma, que me fez mesmo confusão...

      Todos temos alturas em que a leitura não nos puxa assim tanto. Verás que daqui a uns tempos, esse sentimento passa. Por vezes acontece-me o mesmo.

      Beijinhos.

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