Nome: “A Dama das Camélias”
Autor: Alexandre Dumas
Nº de Páginas: 208
Editora: book.it
Sinopse: “Margarida Gautier é a mais famosa e cobiçada cortesã
parisiense, Armand Duval, um jovem aristocrata com um futuro promissor. A
história de amor destas duas personagens, vivida, contra os preconceitos da
época, na Paris do século XIX, foi inspirada na própria paixão do autor pela
cortesã Marie Duplessis, que para além de Dumas foi amante de Franz Liszt e de
outros homens notáveis antes de morrer de tuberculose, aos 23 anos. A
Dama das Camélias é, pois, uma elegia e um cântico ao amor que deu
origem, não só à adaptação teatral feita pelo próprio Dumas, como a uma das
mais famosas óperas de Verdi - La Traviata - e a dezenas de
adaptações para filmes e telefilmes. De Sarah Bernhardt a Greta Garbo, a
trágica Dama das Camélias já assumiu mil belos rostos para simbolizar essa
dádiva universal que é o amor.”
Opinião: Alexandre Dumas nasceu em Paris, sendo filho ilegítimo do
escritor com o mesmo nome e de uma costureira. Tal como havia sucedido com o
pai, Dumas tornou-se um importante escritor francês, sendo autor de diversos
livros e peças de teatro. Apesar do seu nascimento ilegítimo, aos sete anos o
seu pai reconheceu-o legalmente e assegurou que tivesse uma boa educação,
acabando por o retirar à sua mãe. A agonia desta mãe por ficar sem o seu único
filho, foi por diversas vezes inspiração para Dumas nas suas obras, sendo que
na sua peça de 1858, “O Filho Natural”, defendeu que se porventura alguém
tivesse um filho ilegítimo teria a obrigação de assumir o filho e casar com a
mulher. A sua ilegitimidade levou a que fosse por diversas vezes hostilizado
pelos seus colegas dos colégios internos por onde passou, aspecto que se veio a
reflectir na sua forma de ser e também nas suas obras.
Em 1844, Dumas mudou-se para
Saint-Germain-en-Laye para viver com o pai, onde conheceu Marie Duplessis, uma
jovem cortesã, que levou à criação da obra “A Dama das Camélias”, que se tornou a base da Ópera La Traviata
de Giuseppe Verdi. Autor de doze romances e de diversas peças, Dumas publicou
em 1867 um livro semiautobiográfico, “L’affaire
Celemenceau”, considerado por muitos como uma das suas melhores obras. Em
1874 foi admitido na Académie Française
e em 1894 venceu a Légion d’Honneur.
Alexandre faleceu um ano depois em Yvelines.
Em “A Dama das Camélias”,
encontramo-nos em Paris, no século XIX, e Margarida Gautier é uma famosa
cortesã por quem Armand Duval, um jovem aristocrata, se interessa, acabando por
se tornar seu amante. A história inicia-se quando o nosso narrador recebe uma
visita de Duval que retomou a Paris após a morte da famosa cortesã, procurando
um bem da sua amada. Aquando da sua morte todos os seus bens foram vendidos e o
nosso narrador adquiriu uma obra que Duval ofereceu a Margarida, pelo que este
último ao ter conhecimento desta compra o procura com o intuito de a rever,
acabando por lhe contar a sua história.
Esta é a história onde Dumas
expõe o seu amor pela jovem Marie Duplessis, que acaba por perder para a
tuberculose com apenas 23 anos. Neste volume, o escritor presenteia-nos com
diversas mensagens, desde a força e beleza do amor, à hipocrisia da sociedade e à dor dilacerante de perder alguém que se ama.
Embora não acredite em amor à
primeira vista, como aquele que nos é apresentado nesta narrativa, é inegável a
beleza desta história de amor, verdadeira e repleta de ternura, contendo uma
força enorme, sendo capaz de ultrapassar todas as barreiras.
Dumas além de exaltar e eternizar
o seu amor, demonstra igualmente a hipocrisia da sociedade francesa, que
defendia liberdade de direitos para todos, mas que, ainda assim, condenou o
amor vivido entre estes dois jovens, simplesmente por Margarida ser uma
cortesã, não percebendo que por detrás dessa profissão se encontrava uma
mulher integra, sendo uma sociedade com inúmeros preconceitos e ideias pré-concebidas. Nesta obra é também visível o oportunismo e a mesquinhez das pessoas, em que se percebe que quando Margarida é uma importante cortesã todos a adoravam e desejavam estar com ela, contudo com a mesma começa a definhar, perde até os seus amigos mais próximos.
Numa escrita repleta de
romantismo, característica do século XIX, onde se enaltece o amor, a dor da perda
de alguém que se ama, sendo polvilhada igualmente por um toque de ironia, o escritor eterniza a sua
história de amor, que nos toca com a sua beleza e tragédia, deixando-nos uma
marca de tristeza e saudade pela perda de um amor sincero e espontâneo. Nestas
páginas demonstra que o amor pode ser sentido sinceramente por todos e que
nunca é tarde para se começar de novo e para a redenção.
Frases a Reter: “A criança é pequena e encerra o homem; o cérebro é
estreito e abriga o pensamento; o olho é um ponto e abrange léguas.”
Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)
Também gostei deste livro, não tanto da parte romântica (não faz muito o meu género), mas da crítica subjacente: aquilo era só gente oportunista, mesquinha e boçal...No fundo exactamente como hoje. Gosto especialmente da parte do início, do leilão...acho que é onde se nota mais o tom crítico. É curioso que apesar da má vida Margarida acaba por ser a mais nobre de todas as personagens...
ResponderEliminarcumps
Olá Sara. :)
EliminarConcordo contigo, Dumas quis não só demonstrar o seu amor por esta mulher, mas igualmente expor o tipo de pessoas que o rodeavam, sendo, como referes, oportunistas e mesquinhos, só ligando às pessoas quando estas tinham algo para lhes dar em troca. É incrível que quando Margarida estava no seu melhor todos queriam estar com ela, mas quando ficou doente ninguém moveu uma palha para a ajudar. Apesar da sua profissão, Margaria era, sem dúvida, das pessoas mais integras da obra...
Cumprimentos. :)
Fiquei curiosa! Tenho de ler este!! *-*
ResponderEliminarOlá Carolina. :)
EliminarFico contente por te ter deixado curiosa e acredito que poderás gostar.
Beijinhos*
Olá Rita!
ResponderEliminarJá li este há bastante tempo, quando andava no 8º ano, por aí. Foi numa altura que andava fascinada pela história e decidi apresentá-lo em Português.
Foi dos primeiros clássicos que li, depois de O Monte dos Vendavais, e fiquei com uma ideia bastante boa sobre ele. Excelente opinião, mais uma vez =) Gostei bastante da pesquisa no início.
Bjs e boas leituras!
Olá Maria :)
EliminarÉ uma história muito bonita, além da mensagem social que tem patente, por isso penso que foi uma óptima escolha. :) Acredito, penso que este é um bom clássico para se aprender a gostar de obras deste género. Obrigada pelo elogio :D, também gostei de aprender um pouco mais sobre o escritor, pois não sabia muitas coisas que vim a descobrir ao longo da pesquisa...
Beijinhos e boas leituras*
Já tinha visto este livro vendido no Continente, mas estive sempre relutante em comprá-lo. No entanto, agora que li a tua opinião, fiquei muito curiosa para o ler. E, ainda melhor, até não é muito caro :)
ResponderEliminarOlá Addle. :)
EliminarObrigada, fico contente por te ter chamado à atenção para esta obra, que penso que poderás gostar. Encontra-se realmente a um preço muito tentador, nesta editora, pelo que penso que não te arrependerás. :) Se a vieres efectivamente a ler, depois verei a tua opinião.
Beijinhos e boas leituras*