Nome: “A Mulher do Viajante no Tempo”
Autora: Audrey Niffenegger
Nº de Páginas: 453
Editora: Editorial Presença
Sinopse: “Audrey
Niffenegger estreia-se na ficção com um primeiro romance absolutamente
prodigioso. Revelando uma concepção inovadora do fenómeno da viagem temporal,
cria um enredo intrigante e arrebatador, que alia com magistralidade a riqueza
emocional a um apurado sentido do suspense. Este livro é, antes de mais, uma
celebração do poder do amor sobre a tirania inflexível do tempo. Para Henry,
essa inexorabilidade assume contornos estranhamente inusitados: ele é
prisioneiro do tempo, mas não como o comum dos mortais. Cronos preparou-lhe uma
armadilha caprichosa que o faz viajar a seu bel-prazer, para uma data e um
local inesperados, onde aparece completamente desprovido de roupa ou de outros
bens materiais. A Clare, sua mulher e seu grande amor, resta o papel de Penélope,
de uma Penélope eternamente reiterada a cada nova partida de Henry para onde
ela não pode segui-lo. Quando Clare e Henry se encontram pela primeira vez, ela
é uma jovem estudante de artes plásticas de vinte anos e ele um intrépido
bibliotecário de vinte e oito. Clare já o conhecia desde os seis anos… Henry
acabava de a conhecer… Estranho?! Poderia parecer, não fosse a mestria de
Audrey para tecer os fios do tempo com uma espantosa clareza. Intenso e
fascinante, "A Mulher do Viajante no Tempo" é um livro inesquecível
pela qualidade das reflexões que provoca, pela sensibilidade com que nos
retrata a luta pela sobrevivência do amor no oceano alteroso do tempo. Na orla
desse oceano, perscrutando o horizonte, ficará sempre Clare, à espera de um
regresso anunciado…”
Opinião: “A Mulher do Viajante no Tempo”, obra de estreia da
escritora e artista plástica Audrey Niffenegger, apresenta-nos essencialmente
uma história de amor intemporal, tendo como protagonistas um casal muito
especial, com uma particularidade interessantíssima. Confesso que o livro já me
tinha chamado à atenção pela capa e pela premissa, que se mostrava cativadora,
contudo as opiniões diversas deixaram-me algo relutante.
Quando iniciei esta leitura,
tenho de admitir que me fez alguma confusão as mudanças temporais e o conceito
da obra. Henry é um homem de 28 anos quando conhece Clare de 20, contudo ela
conhece-o desde criança e esperou durante 2 anos para poder voltar a estar com
ele. Confuso? Poderia ser, contudo à medida que vamos avançando na história
compreendemos o porquê de tal facto suceder. Como Henry viaja no tempo, somente
quando tiver a idade em que visitava Clare é que se lembrará dos
acontecimentos.
Clare conhece Henry desde os seus 6 anos, quando este a visitou com 36 anos, no Prado perto de sua casa. A partir deste momento as visitas passam a ser frequentes, durante o resto da infância e adolescência de Clare, o que a leva a conhecer este homem, que se tornará o homem da sua vida.
Clare conhece Henry desde os seus 6 anos, quando este a visitou com 36 anos, no Prado perto de sua casa. A partir deste momento as visitas passam a ser frequentes, durante o resto da infância e adolescência de Clare, o que a leva a conhecer este homem, que se tornará o homem da sua vida.
Gostei bastante da ideia da obra,
do facto de Henry poder viajar no tempo e de esta singularidade ser devida a
uma doença, que embora o tenha auxiliado numa certa altura da sua vida, acaba
por ser desconfortável e algo que Henry gostaria de deixar de parte, por
suceder em ocasiões pouco propícias.
Para a concretização desta obra, louvo o trabalho de pesquisa da autora,
o modo como tentou explicar, de modo bastante bem conseguido, o porquê de Henry
conseguir viajar no tempo. Achei bastante interessante e gratificante conseguir
compreender a história através das duas vozes que dão corpo a esta narrativa,
Clare e Henry, e tentar encaixar as peças do quebra-cabeças que se gera e que à
medida que a narrativa avança, nos fazem sentir que no fim tudo fez sentido.
Relativamente às personagens
gostei de conhecer a história de vida de Henry, que teve de aprender a viver com
a doença que possui, o que lhe deu e o que lhe tirou ao longo da sua existência.
Contudo, o que me fez gostar dele, residiu no modo como se alterou ao longo do
tempo. De um homem sem vontade de viver, que não tinha ninguém que pudesse
partilhar os seus dias, até ao homem que conhece Clare e que se torna muito melhor
com ela do seu lado. Clare que sempre amou Henry, desde adolescente,
encontra-se igualmente bem retratada, de modo que sentimos toda a sua angústia
quando Henry não se encontra presente e quando sofre algumas perdas ao longo da
obra.
A escrita da autora é, sem
dúvida, o ponto forte da obra. Com um tema destes e os saltos temporais
constantes, só uma grande escritora conseguia engendrar esta história, de modo
que nos parecesse exequível e que no fim sucedesse o que mencionei
anteriormente, que todos os momentos que inicialmente nos faziam alguma
confusão, tivessem a sua razão de ser e que fizessem sentido. O facto de em
cada capítulo termos as idades das personagens auxiliou a que o leitor compreendesse,
contudo o trabalho da escritora encontra-se louvável.
Esta obra foi realmente uma
surpresa, pelo modo soberbo como a história foi contada, como a autora nos
conseguiu prender à história e sentir que estas personagens poderiam realmente
existir, até à bonita história de amor patente na mesma.
Avaliação: 4.5/5 (Gostei Bastante!)
Eu já vi o filme, mas nem fazia ideia que era originalmente um livro.
ResponderEliminarOlá Addle. :)
EliminarGostaste do filme? :) Tenho alguma curiosidade de ver a adaptação, embora pelo que tenho lido parece que a adaptação poderia estar melhor.
Beijinhos e boas leituras.
Passatempo no blogue: oprazerdaleitura94.blogspot.com
ResponderEliminarOlá Inês. :)
EliminarObrigada pela chamada de atenção. Irei participar.
Beijinhos e boas leituras.
Outro livro que tenho imensa curiosidade em ler! :D
ResponderEliminarExcelente review :)
Olá Maria. :)
EliminarOh obrigada pelo elogio. :) Tenho a certeza que irás gostar de o ler. Tem vários aspectos dos quais gostas. :D
Beijinhos e boas leituras.
Estou com este livro há anos debaixo de olho mas confesso que os saltos no tempo me fazem alguma alguma confusão.
ResponderEliminarOlá Jojo. :)
EliminarCompreendo o teu receio e realmente no início da obra os saltos temporais fazem-nos bastante confusão e achamos estranha a ideia de tal suceder, mas penso que é uma questão de tempo para ficarmos agarrados à trama. Se um dia experimentares, espero que gostes. :)
Beijinhos e boas leituras.