segunda-feira, 23 de julho de 2012

A Mulher do Viajante no Tempo




Nome: “A Mulher do Viajante no Tempo”

Autora: Audrey Niffenegger

Nº de Páginas: 453

Editora: Editorial Presença

Sinopse: Audrey Niffenegger estreia-se na ficção com um primeiro romance absolutamente prodigioso. Revelando uma concepção inovadora do fenómeno da viagem temporal, cria um enredo intrigante e arrebatador, que alia com magistralidade a riqueza emocional a um apurado sentido do suspense. Este livro é, antes de mais, uma celebração do poder do amor sobre a tirania inflexível do tempo. Para Henry, essa inexorabilidade assume contornos estranhamente inusitados: ele é prisioneiro do tempo, mas não como o comum dos mortais. Cronos preparou-lhe uma armadilha caprichosa que o faz viajar a seu bel-prazer, para uma data e um local inesperados, onde aparece completamente desprovido de roupa ou de outros bens materiais. A Clare, sua mulher e seu grande amor, resta o papel de Penélope, de uma Penélope eternamente reiterada a cada nova partida de Henry para onde ela não pode segui-lo. Quando Clare e Henry se encontram pela primeira vez, ela é uma jovem estudante de artes plásticas de vinte anos e ele um intrépido bibliotecário de vinte e oito. Clare já o conhecia desde os seis anos… Henry acabava de a conhecer… Estranho?! Poderia parecer, não fosse a mestria de Audrey para tecer os fios do tempo com uma espantosa clareza. Intenso e fascinante, "A Mulher do Viajante no Tempo" é um livro inesquecível pela qualidade das reflexões que provoca, pela sensibilidade com que nos retrata a luta pela sobrevivência do amor no oceano alteroso do tempo. Na orla desse oceano, perscrutando o horizonte, ficará sempre Clare, à espera de um regresso anunciado…

Opinião: “A Mulher do Viajante no Tempo”, obra de estreia da escritora e artista plástica Audrey Niffenegger, apresenta-nos essencialmente uma história de amor intemporal, tendo como protagonistas um casal muito especial, com uma particularidade interessantíssima. Confesso que o livro já me tinha chamado à atenção pela capa e pela premissa, que se mostrava cativadora, contudo as opiniões diversas deixaram-me algo relutante.

Quando iniciei esta leitura, tenho de admitir que me fez alguma confusão as mudanças temporais e o conceito da obra. Henry é um homem de 28 anos quando conhece Clare de 20, contudo ela conhece-o desde criança e esperou durante 2 anos para poder voltar a estar com ele. Confuso? Poderia ser, contudo à medida que vamos avançando na história compreendemos o porquê de tal facto suceder. Como Henry viaja no tempo, somente quando tiver a idade em que visitava Clare é que se lembrará dos acontecimentos. 
Clare conhece Henry desde os seus 6 anos, quando este a visitou com 36 anos, no Prado perto de sua casa. A partir deste momento as visitas passam a ser frequentes, durante o resto da infância e adolescência de Clare, o que a leva a conhecer este homem, que se tornará o homem da sua vida.

Gostei bastante da ideia da obra, do facto de Henry poder viajar no tempo e de esta singularidade ser devida a uma doença, que embora o tenha auxiliado numa certa altura da sua vida, acaba por ser desconfortável e algo que Henry gostaria de deixar de parte, por suceder em ocasiões pouco propícias. 

Para a concretização desta obra, louvo o trabalho de pesquisa da autora, o modo como tentou explicar, de modo bastante bem conseguido, o porquê de Henry conseguir viajar no tempo. Achei bastante interessante e gratificante conseguir compreender a história através das duas vozes que dão corpo a esta narrativa, Clare e Henry, e tentar encaixar as peças do quebra-cabeças que se gera e que à medida que a narrativa avança, nos fazem sentir que no fim tudo fez sentido.

Numa obra descritiva, sem se tornar maçuda, Niffenegger apresenta-nos uma história de amor bastante bonita, que sentimos que poderia realmente existir. Foi um prazer poder acompanhar os nossos dois protagonistas ao longo da sua vida, conhecer os seus passados, presentes e futuros, os seus desentendimentos e momentos felizes.

Relativamente às personagens gostei de conhecer a história de vida de Henry, que teve de aprender a viver com a doença que possui, o que lhe deu e o que lhe tirou ao longo da sua existência. Contudo, o que me fez gostar dele, residiu no modo como se alterou ao longo do tempo. De um homem sem vontade de viver, que não tinha ninguém que pudesse partilhar os seus dias, até ao homem que conhece Clare e que se torna muito melhor com ela do seu lado. Clare que sempre amou Henry, desde adolescente, encontra-se igualmente bem retratada, de modo que sentimos toda a sua angústia quando Henry não se encontra presente e quando sofre algumas perdas ao longo da obra.

A escrita da autora é, sem dúvida, o ponto forte da obra. Com um tema destes e os saltos temporais constantes, só uma grande escritora conseguia engendrar esta história, de modo que nos parecesse exequível e que no fim sucedesse o que mencionei anteriormente, que todos os momentos que inicialmente nos faziam alguma confusão, tivessem a sua razão de ser e que fizessem sentido. O facto de em cada capítulo termos as idades das personagens auxiliou a que o leitor compreendesse, contudo o trabalho da escritora encontra-se louvável.

Esta obra foi realmente uma surpresa, pelo modo soberbo como a história foi contada, como a autora nos conseguiu prender à história e sentir que estas personagens poderiam realmente existir, até à bonita história de amor patente na mesma.

Avaliação: 4.5/5 (Gostei Bastante!)

8 comentários:

  1. Eu já vi o filme, mas nem fazia ideia que era originalmente um livro.

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    1. Olá Addle. :)

      Gostaste do filme? :) Tenho alguma curiosidade de ver a adaptação, embora pelo que tenho lido parece que a adaptação poderia estar melhor.

      Beijinhos e boas leituras.

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  2. Passatempo no blogue: oprazerdaleitura94.blogspot.com

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    1. Olá Inês. :)

      Obrigada pela chamada de atenção. Irei participar.

      Beijinhos e boas leituras.

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  3. Outro livro que tenho imensa curiosidade em ler! :D
    Excelente review :)

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    1. Olá Maria. :)

      Oh obrigada pelo elogio. :) Tenho a certeza que irás gostar de o ler. Tem vários aspectos dos quais gostas. :D

      Beijinhos e boas leituras.

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  4. Estou com este livro há anos debaixo de olho mas confesso que os saltos no tempo me fazem alguma alguma confusão.

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    1. Olá Jojo. :)

      Compreendo o teu receio e realmente no início da obra os saltos temporais fazem-nos bastante confusão e achamos estranha a ideia de tal suceder, mas penso que é uma questão de tempo para ficarmos agarrados à trama. Se um dia experimentares, espero que gostes. :)

      Beijinhos e boas leituras.

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