quinta-feira, 19 de julho de 2012

O Deus das Moscas




Nome: “O Deus das Moscas”

Autor: William Golding

Nº de Páginas: 258

Editora: Dom Quixote

Sinopse: Publicado originalmente em 1954, O Deus das Moscas de William Golding é um dos mais perturbadores e aclamados romances da actualidade.
Um avião despenha-se numa ilha deserta, e os únicos sobreviventes são um grupo de rapazes. Inicialmente, desfrutando da liberdade total e festejando a ausência de adultos, unem forças, cooperando na procura de alimentos, na construção de abrigos e na manutenção de sinais de fogo. A supervisioná-los está Ralph, um jovem ponderado, e o seu amigo gorducho e esperto, Piggy. Apesar de Ralph tentar impor a ordem e delegar responsabilidades, muitos dos rapazes preferem celebrar a ausência de adultos nadando, brincando ou caçando a grande população de porcos selvagens que habita a ilha. O mais feroz adversário de Ralph é Jack, o líder dos caçadores, que consegue arrastar consigo a maioria dos rapazes. No entanto, à medida que o tempo passa, o frágil sentido de ordem desmorona-se. Os seus medos alcançam um significado sinistro e primitivo, até Ralph descobrir que ele e Piggy se tornaram nos alvos de caça dos restantes rapazes, embriagados pela sensação aparente de poder.”

Opinião: William Golding, Prémio Nobel da Literatura em 1983, escreveu a sua primeira obra em 1954, “O Deus das Moscas”, que se tornou desde o primeiro momento um sucesso e que ainda nos dias de correm é uma das suas obras mais aclamadas.

Tendo em consideração todas as opiniões que tinha acompanhado sobre esta obra, que inclusive me levaram a adquirir a mesma, foi com grande expectativa e curiosidade que iniciei esta leitura.

Com a Inglaterra a enfrentar uma guerra nuclear são enviadas várias pessoas de avião para outro local, de modo a conseguir escapar ao flagelo, contudo o pior acontece e o avião onde viajam despenha-se e os únicos sobreviventes são várias crianças, tendo as mais velhas 12 anos. Inicialmente tudo corre como esperado. Um grupo de crianças, sem a protecção parental, que usufruem da sua liberdade, elegendo um chefe que, com a ajuda de um rapaz diferente, mas muito inteligente, tenta chamar à razão o grupo e tomar decisões para a sustentabilidade do mesmo. Contudo um dos elementos do grupo deseja igualmente ter esse cargo de poder, o que leva a desentendimentos e mais tarde a que se formem dois grupos distintos.

Confesso que inicialmente me custou um pouco embrenhar na história, por ser retratada por pré-adolescentes e alguns mesmo crianças, que se expressavam e agiam como crianças que eram. Contudo, à medida que fui avançado na história fiquei rendida por todas as mensagens patentes na obra.

É uma obra em certa medida arrepiante e até assustadora, por utilizar como personagens crianças. A imagem que temos das crianças e aquilo que desejamos sempre que elas tenham é alegria, conforto e essencialmente segurança. Nesta ilha estes meninos vêem-se confrontados com uma realidade extrema, de medo e desespero, que os leva a tomarem decisões que poderão para sempre redefinir o que são e atormenta-los para sempre.

Demonstra essencialmente o que é viver em sociedade, o que se tem de dar e ceder para que a relação seja positiva e sustentável. É visível também que quando nos encontramos num ambiente diferente, a linha entre a inocência e as trevas é muito ténue. Neste caso específico, estas crianças, que ainda não tinham a sua personalidade definida, vêem-se num local desconhecido e hostil, que as atemoriza e sem terem uma figura parental que os guie, o que as leva a terem de sobreviver por si mesmas.

Esta obra fez-me reflectir até que ponto um acto por muito horrível que seja aos olhos da sociedade, não é justificável quando a pessoa que o comete se encontra inserida num ambiente desconhecido, onde o medo e o desespero são uma realidade.

Uma grande obra literária, que todos deveriam ler em alguma altura da sua vida. Fez-me reflectir bastante sobre os mais variados temas, misturando duas áreas que me são especiais, a psicologia e a sociologia. Sem dúvida, que aconselho e recomendo a sua leitura.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

6 comentários:

  1. Não sei se sabes, mas William Golding teve muitas dificuldades para publicar este manuscrito. Eu li-o à pouco tempo, e concordo com a maioria dos teus comentários; mas pareceu-me uma distopia que poderia classificar-se como literatura juvenil.

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    1. Olá Offuscatio. :)

      Desconhecia que tinha sofrido tantas dificuldades, mas acredito tendo em conta a altura em que foi publicado. Concordo contigo, que pode ser classificada como literatura juvenil, até pela idade das personagens, que torna fácil a compreensão dos acontecimentos por parte deles, e que poderia realmente ser uma distopia.

      Beijinhos e boas leituras.

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  2. Quem e o deus das moscas ?? Nao percebi

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  3. Interessante observação. Ainda não li a obra. Ajudou-me bastante a ter uma vaga ideia sobre o que o livro trata. Agradeço, tenha uma excelente vida.

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