sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Shiver – Um Amor Impossível


Nome: “Shiver – Um Amor Impossível”

Autora: Maggie Stiefvater

Nº de Páginas: 440

Editora: Editorial Presença

Sinopse: “Sam e Grace são dois adolescentes que vivem um amor sublime e aparentemente impossível. Todos os anos, quando chega a Primavera, Sam, abandona a sua vida de lobisomem e recupera a forma humana, aproximando-se de Grace, mas sempre que regressa o Inverno, vê-se obrigado a voltar à floresta e a viver com a sua alcateia. Quando olha pela janela de sua casa, na orla da floresta, Grace repara sempre num lobo que a fita com os seus misteriosos olhos amarelos e sabe que é ele, Sam, o seu salvador. E Sam observa a sua amada de longe, ansiando pelo retorno da Primavera. Conseguirá o seu amor, cada vez mais intenso, vencer os muitos obstáculos que ameaçam separá-los para sempre? Uma história cheia de aventuras e descobertas, mágica, original, que desafia a mente e enternece o coração.”

Opinião: “Shiver – Um Amor Impossível” de Maggie Stiefvater, início da trilogia “Os Lobos de Mercy Falls”, considerado um dos melhores livros juvenis de 2009, é considerado um bestseller internacional, tendo inclusive ganho inúmeros prémios nos últimos anos.

Grace é uma jovem de 11 anos quando é atacada por uma alcateia de lobos, contudo um dos lobos não a ataca como os restantes e acaba por a ajudar. Nos anos seguintes esta jovem tenta ao máximo contactar com o seu lobo, vivendo sempre desejosa de o poder reencontrar e voltar a embrenhar nos seus expressivos olhos amarelos. Momentos mais tarde descobre que o seu lobo de olhos amarelos é na verdade Sam, que a ama de longe, tal como ela sempre o fez. Contudo, um amor que poderia ser para “sempre”, pode encontrar-se condenado a terminar mais cedo do que este casal poderia esperar.

Não é difícil compreender todo o sucesso que esta obra teve, pois fiquei bastante agarrada à história e às nossas personagens principais, já para não falar na originalidade e na escrita da autora.

Esta obra é-nos contada na primeira pessoa a duas vozes, Grace de 17 anos e Sam de 18 anos, onde nos são apresentados os momentos em que se contactam pela primeira vez desde o acidente e depois mais tarde quando Sam se transforma em humano e se relacionam. Foi um prazer enorme poder conhecer ambas as personagens e poder vivenciar o amor existente entre ambos, que, para mim, que não acredito em amor à primeira vista, fiquei sensibilizada com ambos e a torcer para que o amor fosse mais forte, que pudessem ser felizes, independentemente do que a vida lhes colocasse como entrave.

Ambas as personagens são bastante especiais, mas a que me agradou e cativou mais foi, sem dúvida, Sam. Grace é uma menina inteligente, que teve de crescer bastante rápido, pois os pais são eternos adolescentes, que não ligam muito à filha e que a deixam encarregue da maioria das obrigações de casa. Sam, por sua vez, teve um passado muito triste, que o levou até a comunidade de lobisomens da localidade, portador de uma personalidade algo frágil, por tudo o que viveu em menino, por possuir uma auto-estima baixa, contudo sendo um artista nato, deveras inteligente. O facto de ambos terem um passado algo triste, transmite-nos que ambos se transformam no porto de abrigo um do outro, auxiliando-se e moldando-se, quase como se tivessem sido feitos um para o outro.

Stiefvater apresenta-nos uma mitologia sobre os lobisomens interessantíssima e muito longe daquilo que já li sobre o tema. Quando se fala de lobisomens pensamos instantaneamente em monstros enormes, de dentes e garras desmedidas, contudo nesta obra são simplesmente lobos normais, que, para o comum dos observadores, não provocaria qualquer estranheza. Outro ponto interessante é que não se transformam por livre e espontânea vontade ou devido às fases da lua, mas sim, devido à temperatura. Quando as temperaturas baixam significativamente transformam-se em lobos, até ao verão seguinte. É esta a realidade durante alguns anos, até que passam a transformar-se cada vez mais tarde, no pico do verão ou devido a temperaturas muito elevadas, até que um dia não conseguem mais transformar-se, ficando para sempre na condição de lobo.

Numa escrita fluída, algo mágica, Maggie apresenta-nos o poder do amor, que quando é sincero e verdadeiro, vence qualquer barreira, e da amizade, que poderá sofrer alterações ao longo dos anos, mas que ainda assim sobrevive, se for sincera.

Uma obra muito bonita e especial, do início de uma trilogia que seguirei atentamente. A continuação, “Shiver – Um Amor Adiado”, já se encontra traduzido pela Editorial Presença.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

4 comentários:

  1. Ois rita,

    Bolas mais uma excelente critica e que me deixa bastante curioso (perdoa mas os corvos são mesmo assim lol), a ver se depois logo falamos o que devo ler que tens ai na estante, ainda em li o que me emprestaste, ai tanta coisa para ler.

    Boa critica ;)

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    1. Olá Paulo. :)

      Obrigada. Embora seja uma obra destinada a um público mais juvenil, encontra-se original e as personagens bastante bem caracterizadas. Sabendo que gostas de um bom romance, acredito que irás gostar desta obra, ainda para mais com a originalidade do mundo fantástico. :) Depois dizes-me quais queres que te empreste, em Setembro. :)

      Beijinhos*

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  2. Eu não sou muito fã de livros com lobisomens que são lobos normais, para mim eles têm de ser horríveis e mortíferos. No entanto, o toque dado que a autora deu à razão da transformação parece-me bastante original. Não pode dizer que esteja ansiosa por ler este livro, mas quando tiver oportunidade de o fazer não a deixar passar.

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    1. Olá Addle. :)

      Também é assim que os imagino e compreendo o facto de não gostares, é um pouco como os vampiros que recentemente os tornam algo que não são. Pelo menos no meu ponto de vista têm de ser realmente maus. Contudo, achei a ideia da autora bastante interessante e original, como afirmas. :) Penso que fazes bem, é bom para passar alguns momentos na sua companhia.

      Beijinhos e boas leituras.

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