terça-feira, 25 de setembro de 2012

Esmeralda Cor-de-Rosa


Nome: “Esmeralda Cor-de-Rosa”

Autor: Carlos Reys

Nº de Páginas: 194

Editora: Papiro Editora

Sinopse: “Quem tem ideais na vida terá, certamente, um ou mais mentores que como faróis, lhe indicarão rumos certos de rota e escolhos a evitar. Raramente o mentor será um modelo de conduta tão abrangente que se ajuste a todas as facetas da vida. Assim podemos ter mentores no campo da vida familiar, da vocação profissional, da vida artística, da vida amorosa e até na vida religiosa. O autor, Carlos Reys, adaptou um mentor ficcional, Guilherme Esteves, que o terá inspirado para a vida e que ele escolheu como personagem condutor de uma saga de pessoas que preenchem o tempo que vai do após a Primeira Guerra Mundial até aos nossos dias e cujas existências vão colorir uma cidade portuguesa, banhada por um rio que é fonte de sustento e de evasão de um Portugal oprimido até à libertação do 25 de Abril de 1974.Não sendo um livro histórico o retrato das personagens que o habitam é pelas suas características uma referência da sociedade média de Portugal do século XX.”

Opinião: Carlos Reys, conhecido artista plástico, licenciado em Design Industrial, trabalha na Indústria de Moldes para Plásticas. Leitor compulsivo, lança em 2011 a sua obra de estreia, “Esmeralda Cor-de-Rosa”, através da Papiro Editora.

Esta obra não é simples de resumir, nem tão pouco de definir. Trata-se de uma obra repleta de histórias de Portugal, desde a primeira guerra mundial, ao 25 de Abril e mesmo à actualidade. É um relato bastante real de todos estes momentos que marcaram o mundo e o nosso país em específico, apresentando-nos personagens com histórias interessantes e autênticas.

Confesso que não tinha expectativas quando iniciei esta leitura, pois a obra era-me desconhecida até então. Contudo, foi uma surpresa agradável e até considerei o livro algo enriquecedor. Gostei dos momentos descritos referentemente à 1ª Guerra Mundial; antes do 25 de Abril, em que o ambiente conspiratório e de receio eram bastante palpáveis e o após 25 de Abril em que tudo muda; transpondo-nos para a actualidade com uma mensagem.

Todas as personagens que nos são apresentadas, ao longo das páginas deste volume, têm a sua história de vida, repleta de lutas, amor e perda. A personagem principal deste volume acaba por ser, no meu ponto de vista, Guilherme Esteves, pois as duas raparigas com maior destaque nestas páginas possuem uma ligação com ele. Tenho de admitir que não concordo plenamente com o título elegido para esta obra, pois as duas personagens femininas que têm ligação com Esteves possuem igual importância. Sara e Esmeralda Cor-de-Rosa são duas pessoas muito diferentes, que viveram no mesmo tempo, mas que ainda assim escolheram futuros completamente opostos e acaba por ser em roda destas duas personagens que toda esta trama se desenrola.

Gostaria de ter presenciado um maior desenvolvimento de todas as personagens, tal como um pouco das suas histórias. O ambiente histórico encontra-se muito bem contextualizado, quase como se nos tivesse a ser narrado por alguém que viveu em primeira mão aqueles momentos, contudo penso que as personagens teriam outro impacto no leitor, se tivessem sido desenvolvidas de modo mais aprofundado, tal como a sua história de vida em alguns casos.

Numa escrita fluída e cativante, Carlos Reys apresenta-nos histórias de portugueses, com todas as vitórias, tristezas e perdas inerentes à vida. Mostra-nos que todos nós temos um alicerce, pelo qual nos regemos. Possuindo também a mensagem que nunca é tarde para cumprir um desejo ou para satisfazer uma necessidade.

Em suma, “Esmeralda Cor-de-Rosa” foi uma obra cheia de histórias entrelaçadas, que se mostrou interessante e com algumas surpresas agradáveis.

Avaliação: 3/5 (Gostei!)

11 comentários:

  1. Olá Rita,
    gostei bastante da tua opinião acerca deste livro. :D e despertou-me o interesse. Gostei do facto de apresentar factos históricos.
    Beijinhos e boas leituras**

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  2. Reparei agora no livro que estás a ler e fiquei apaixonada!
    Vou esperar pela tua opinião, mas de certeza que vai ser a minha próxima aquisição!
    beijinhos**

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    1. Olá Carolina. :)

      Obrigada pelo elogio. Gostei dos factos históricos e penso que nesse aspecto o livro se torna algo enriquecedor, até porque são alturas da história que me suscitam interesse. :)

      Quanto ao "Rebeldes", ainda não li muito, mas parece-me interessante. :) Vamos ver se não demoro muito tempo a terminá-lo.

      Beijinhos e boas leituras*

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  3. Ois Rita,

    Ai tanto para ler e comentar :D

    Gosto deste tipo de livros, ficamos sempre a saber algo mais sobre o nosso passado, parece interessante ;)

    BJS

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    1. Olá Paulo. :)

      Tenho andado meio desaparecida do blogue e lido pouquinho, por isso até não é muito coisa. :P

      Pessoalmente gostei, até porque como afirmas nos permite conhecer um pouco mais da nossa História. Sendo que estas informações nos são dadas na contextualização da história das nossas personagens, não sendo nada maçudo. Se quiseres ler, eu empresto. :)

      Beijinhos

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  4. um comentário digno desse nome e do livro que o suscita. Nada menos verdadeiro do que o comentário que se limita ao elogio fácil ou desdém infundado. Este leitor e comentador merece a minha estima. Eu mesma tive a oportunidade de apresentar este livro, no Casino da Fig da Foz. Este Carlos Reys, que conhecia apenas como artista plástico, surpreendeu-me mesmo. Trabalho oficinal, paciente, de construir personagens com história. O título foi uma opção do autor, com a beleza visual que as palavras suscitam. Eu também lhe daria outro... se... eu tivesse escrito o livro. Mas não escrevi! alice marques

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    1. Boa noite Alice. Obrigada pela sua visita e comentário.

      Obrigada pelas palavras. Como admiti na minha opinião, não sabia o que iria encontrar com esta leitura, mas a verdade é, que tal como sucedeu consigo, me vi surpreendida pela positiva.

      Concordo consigo, a capa e o título são chamativos, contudo estranhei a escolha e fiquei algo curiosa com a mesma. :)

      Cumprimentos.

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  5. Levei "Esmeralda Cor-de-Rosa" como minha companhia de férias. Cedo me apercebi,porém, que este livro merecia uma atenção que o tempo ligeiro das férias não proporcionava.
    Acabei de o ler há poucos dias. O retrato social, que percorre um largo período da nossa história, só poderia ter saído das mãos sensíveis de Carlos Reyes, dos seus olhos de pintor.Mas é a consciência da fragilidade do ser humano que mais me toca e que o autor tão bem descreve já quase no final "Como uma vida inicia e tão, por vezes, rapidamente termina.(...)A consciência de ser alguém,a indiferença dos outros com que por vezes se é confrontado, o sofrimento, a paixão, a tolerância, sentimentos humanos, afinal, que estabelecem o ser que a Natureza coloca no planeta e deixa à deriva na busca de se concretizar, umas vezes altruísta, humanizado,outras vezes egoísta, desumanizado".

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    1. Boa noite Soares Roque, seja bem-vindo. :)

      Agrada-me saber que apreciou tanto esta pequena obra. Sem dúvida, que o que mais me agradou neste livro foi a viagem que nos proporciona desde a primeira guerra mundial até ao 24 de Abril. Pessoalmente gostaria de ter visto as suas personagens um pouco mais desenvolvidos, mas concordo plenamente consigo quando menciona que a fragilidade do Homem se encontra bastante real nesta obra.

      Cumprimentos e boas leituras.

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