sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O Exorcista



Nome: “O Exorcista”

Autor: William Peter Blatty

Nº de Páginas: 344

Editora: Edições Gailivro

Sinopse: “Publicado pela primeira vez em 1971, O Exorcista tornou-se não só um fenómeno literário como um dos livros mais assustadores e controversos alguma vez escritos. A história centra-se em Regan, a filha de doze anos de Chris MacNeil, uma ocupada actriz que reside em Washington D.C. A criança aparenta estar possuída por um demónio ancestral e cabe a dois padres a dura tarefa de o exorcizar, arriscando a sanidade e a própria vida. O Exorcista transcendeu as páginas escritas e saltou para o grande ecrã, onde se tornou uma referência incontornável do cinema. Mas se pensa que o filme é assustador, leia o livro. Até porque o filme nem chega a aflorar a ponta do iceberg! Propositadamente crua e profana, O Exorcista é uma obra com a capacidade de nos chocar, levando-nos a esquecer que "é apenas uma história".”

Opinião: William Peter Blatty escritor e roteirista, nascido em Nova Iorque e formado na Universidade de Georgetown, possuiu inúmeras profissões até em 1960 publicar a sua primeira obra “Wich Way to Mecca, Jack?”, um relato humorístico do tempo que passou no Líbano, como elemento da US Information Agency. Em 1971 é lançada, pela primeira vez, a obra que marcou a sua carreira como escritor, “O Exorcista”, que segundo alguns boatos terá sido baseado num exorcismo real, com o qual o escritor teve contacto. Este livro permaneceu 57 semanas no top de vendas do New York Times, 17 delas no número 1. Em 1973 transforma este volume num guião, que se tornou num dos mais famosos filmes de terror de sempre.

Regan McNeil é uma menina de 11 anos, normal, cheia de alegria e vitalidade, até ao dia em que começam a ocorrer estranhos acontecimentos com ela. O que inicialmente parecia ser somente uma tentativa de chamar à atenção e mais tarde todo o género de patologias físicas e psíquicas, demonstra ser afinal uma possessão demoníaca. A mãe desta menina, Chris uma famosa actriz, depois de todos os exames se mostrarem inconclusivos recorre à ajuda de um jesuíta local, o padre Damien Karrasm, que é também psiquiatra. Inicialmente analisa a menina sobre o ponto de vista da ciência, embora Chris lhe destaque que tudo foi analisado e tentado, chegando à mesma conclusão, que só poderá ser algo para além da ciência e da racionalidade. Juntamente com um importante padre, Merrin, Damien irá tentar expulsar este estranho ser de Regan, o que poderá colocar em causa as suas próprias vidas e sanidade mental.

As opiniões que acompanhei sobre esta obra eram todas bastante positivas, o que me levou a lê-la pouco depois de a ter adquirido e com alguma expectativa. Confesso que este género literário é dos que conheço pior, até porque, mesmo no que aos filmes diz respeito, não é o meu género de eleição, embora goste de ver ou ler, por vezes, algo deste género.

“O Exorcista” é, como a premissa subentende, um livro arrepiante, que nos deixa a pensar onde termina a imaginação e começa a realidade. O facto de ser encabeçado por uma menina torna o livro ainda mais angustiante e assustador porque a única coisa que desejamos a crianças desta idade é segurança, alegria e que a sua vida seja o mais saudável possível.

Quando temos um filho e ele adoece, sentimo-nos impotentes e desgastados por não podermos fazer nada para o remediar, mas e quando é algo que nem médicos e terapeutas podem solucionar? William descreve muito bem esta impotência e desgaste de Chris, que tenta ao máximo ajudar a sua filha, através de todos os médicos possíveis, em todas as áreas imagináveis, sem conseguir encontrar uma solução. Ela, que nunca acreditou em Deus, vê-se obrigada a recorrer à sua última oportunidade, um jesuíta, de modo a que o mesmo tente a única solução que ela não experimentou, um exorcismo. Quase no final da obra somos apresentados a uma mãe, que perdeu toda a sua vitalidade e força de viver, porque nada pode fazer para ajudar a sua menina e porque não sabe quem se apoderou do corpinho da sua Regan.

As descrições deste livro são soberbas, especialmente nos momentos de possessão, que tornam o livro arrepiante e bastante real. Quando admito que à medida que o lemos não sabemos onde começa a termina a imaginação e a realidade, centra-se neste facto. Embora eu goste de pensar que não acredito neste género de coisas, a verdade é que me arrepiou ler esta obra e as vivências destas pessoas.

Relativamente às personagens, penso que se encontram bastante reais, embora sejam um pouco apagadas pelo ser que se encontra dentro de Regan, como se pode prever. Chris, como salientei anteriormente, transmite deveras bem a dor e impotência de uma mãe, que infelizmente, nada pode fazer para ajudar a sua menina. Damien demonstra o questionamento que muitos de nós sentimos ao longo da vida sobre a religião, Deus e o Demónio. Como Agnóstica que sou, vivo um pouco nesse limiar, onde não creio nem descreio em Deus e nesse aspecto revi-me um pouco nesta personagem. Este estranho ser que vive em Regan encontra-se muito bem retratado. Os seus objectivos, o seu passado e os seus actos encontram-se de tal modo bem descritos que nos levam a crer que estes acontecimentos poderiam realmente ter acontecido.

Numa escrita soberba, com descrições fantásticas e personagens reais, William Petter Blatty apresenta-nos uma obra de terror inesquecível, que irá agradar certamente aos amantes deste género.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

6 comentários:

  1. Eu já tentei ver o filme, mas nem consegui chegar à primeira meia hora, por isso acho que também não seria capaz de ler o livro. Mas a verdade é que não sou muito fã deste tipo de livros.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Addle. :)

      Nunca vi o filme, mas se já me arrepiei tanto a ler, imagino que o mesmo acontecerá no filme. Estive a ver algumas imagens e parece que está bastante fidedigno, ainda para mais o guião foi escrito pelo autor. Hei-de ver e de certeza que vou ficar com pele de galinha. :P Também não é um género que leia muito e que aprecie muito no cinema, mas às vezes até gosto de ver. :)

      Beijinhos e boas leituras*

      Eliminar
  2. Ois,

    Já tinha visto o filme, que me tinha marcado imenso ao ver a tua descrição e nota atribuída e sabendo que estava em promoção na FNAC lá acabei por comprar o livro...

    Agora devias ler a Infeção, pois fiquei curioso com a sinopse lol.

    Por vezes é bom mudarmos os generos literários, é o que vou tentar fazer ;)

    BJS

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Paulo. :)

      Nunca vi o filme mas, como referi à Addle, já vi algumas imagens e são realmente arrepiantes. Penso que fizeste bem. Para quem gosta deste género de livros, é uma grande aposta.

      Lol. Estava a pensar em lê-lo entretanto. Não sei se ainda este mês, mas num futuro próximo. :) As opiniões são muito boas e foi-me sugerido pelo Miguel, pelo que tenho uma coisa que estamos perante um livro muito bom. Realmente a sinopse promete.

      Também tento fazê-lo. Fantasia é o que leio mais, mas vou sempre tentando intercalar com outro género. Tento também ir lendo mais dentro dos géneros que pior conheço. Neste momento penso que seja o caso de Terror, FC e Policial.

      Beijinhos

      Eliminar
  3. Sempre tive muita curiosidade com este livro e as opiniões que vejo são sempre positivas (ou quase sempre). Vou ter que ler, estou a ver! :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Filipa. :)

      As opiniões são realmente fantásticas e foram elas que me levaram a ler o livro. Se gostas deste género penso que fazes muito bem. É o melhor, dos poucos que li, dentro do género. :)

      Beijinhos e boas leituras*

      Eliminar