domingo, 29 de setembro de 2013

O Sorriso das Mulheres


Nome. “O Sorriso das Mulheres”

Autor: Nicolas Barreau

Nº de Páginas: 292

Editora: Quinta Essência

Sinopse: “Para Aurélie Bredin, as coincidências não existem. Jovem, sensível e atraente, é a proprietária de um pequeno e romântico restaurante, Le Temps des Cerises, situado no coração de Paris, a dois passos do Boulevard Saint-Germain. Naquele pequeno restaurante forrado a madeira, com toalhas aos quadradinhos vermelhos e brancos, o seu pai conquistou o coração da sua mãe graças ao menu d’amour. E foi ali, rodeada pelo aroma do chocolate e da canela, que Aurélie cresceu e onde encontra consolo nos momentos difíceis da sua vida. Mas agora, magoada pelo abandono de Claude, nem sequer a calidez acolhedora da cozinha é capaz de consolá-la.
Uma tarde, mais triste que nunca, Aurélie refugia-se numa livraria. Um romance, O Sorriso das Mulheres, chama a sua atenção. Quando o folheia, descobre que a protagonista é inspirada nela e que Le Temps des Cerises é um dos cenários principais. Graças a esta prenda inesperada, volta a sentir-se animada. Decide entrar em contacto com o autor, Robert Miller, para lhe agradecer. Mas isso não é fácil. Qualquer tentativa de conhecer o escritor – um misterioso e esquivo inglês – morre na secretária de André Chabanais, o editor que publicou o romance. Porém, Aurélie não desiste e quando um dia surge efectivamente uma carta do autor na sua caixa de correio, acaba por daí resultar um encontro bem diferente daquele que tinha imaginado…”

Opinião: Nicolas Barreau, filho de mãe alemã e pai francês, nasceu em 1980, em Paris, e formou-se em Literaturas Românticas e História na Sorbonne. Inicialmente trabalhou numa livraria da Ribe Gauche na sua terra natal, até que momentos mais tarde decidiu dedicar-se à escrita. O escritor, que acredita no destino e que tem um gosto especial pela culinária, define-se como sendo tímido, reservado, não apreciando aparecer em público. Os seus três primeiros volumes foram publicados inicialmente por uma pequena editora alemã e rapidamente se tornaram um sucesso, especialmente “O Sorriso das Mulheres”.

“O Sorriso das Mulheres”, que foi publicado inicialmente em 2010 e no ano passado em Portugal, apresenta-nos uma jovem, Aurélie Bredin, que é proprietária de um pequeno e acolhedor restaurante, “Le Temps des Cerises”, no centro de Paris. Quando o seu namorado Claude a deixa de um momento para o outro, Aurélie que sempre encontrou refúgio na sua cozinha, não consegue deixar de se sentir angustiada. É neste estado de espírito que esta jovem entra numa livraria e, apesar de não apreciar muito ler, acaba por adquirir um livro que lhe chama a atenção, “O Sorriso das Mulheres”. Quando chega a casa devora o livro numa só noite e qual não é o seu espanto quando percebe que a heroína da história foi inspirada em si mesma. Com esta estranha coincidência e sentindo que aquele livro a salvou, decide conhecer o escritor, Robert Miller, e para esse efeito contacta o editor que publicou o romance, André Chabanais, contudo a missão demonstra-se praticamente impossível. Portadora de uma persistência inabalável, Aurélie não desistirá facilmente de encontrar o autor, porém nem tudo correrá como ela desejará.

Após ter acompanhado algumas opiniões que mencionavam que esta era uma obra perfeita para descontrair, não exigindo muito do leitor e conseguindo arrancar-lhe sorrisos com alguma facilidade, fiquei bastante curiosa com a mesma e a verdade é que a obra não desiludiu. É, sem dúvida, uma obra simples, óptima para passar uma boa tarde na sua companhia, contendo algumas mensagens.

Nesta obra é exposta a importância da leitura, a forma como uma obra é capaz de auxiliar o seu leitor de diversas formas, em diferentes estados de espírito. Sendo igualmente defendido que nem tudo o que parece ser à primeira vista o é verdadeiramente; que, por vezes, acalentamos alcançar algo com uma perseverança tal, que não percebemos que mesmo à nossa frente se encontra a felicidade e que embora a vida seja feita de altos e baixos se olharmos com atenção temos sempre uma ou outra razão para voltar a sorrir.

Através da perspectiva de Aurélie intercalada com a de André temos a possibilidade de conhecer estas duas personagens, que graças a uma obra se encontram e iniciam uma aventura em comum. Penso que as personagens não são particularmente inesquecíveis, mas não deixam de ser agradáveis e de nos proporcionar uma história ternurenta. Aurélie é uma jovem batalhadora, persistente e que dificilmente desiste daquilo em que acredita e do que ambiciona. Sem muita sorte ao amor, acaba por se refugiar num livro como forma de esquecer essa traição e toda a sua vida muda. É difícil não nos sentirmos ligados a esta personagem, mais não seja por este aspecto, a forma como é defendido que quando nos encontramos mais em baixo, a literatura se torna uma forma de escape e é capaz de nos ajudar das mais variadas formas. Quanto a André é um homem inteligente, trabalhador, que acabará por se apaixonar por Aurélie e que de tudo fará para que a mesma se interesse por ele e esqueça o esquivo escritor inglês por quem parece ter criado uma pequena obsessão.

Numa escrita simples e fluída, Nicolas Barreau apresenta-nos uma história óptima para descontrair, que nos transporta para as ruas e restaurantes de Paris, encontrando-se repleta de amor, ternura, algumas mentiras, perdão e recomeços. Efectivamente esta é uma história bastante previsível, desde o início que sabemos como as coisas se irão desenrolar e como a obra terminará, porém a verdade é que não nos deixa de agradar acompanhar a forma como estas personagens se conhecem e como os acontecimentos se desenvolvem a partir desse momento.

Em suma, “O Sorriso das Mulheres” mostrou ser uma obra previsível, mas ao mesmo tempo ternurenta, capaz de me arrancar alguns sorrisos, óptima para descontrair e passar uma tarde chuvosa na sua companhia.


Avaliação: 3/5 (Gostei!)

2 comentários:

  1. Olá,

    Já tinha lido um comentário a este livro e confesso que ainda foi mais duro com o mesmo, o que realmente é uma pena.

    Ainda assim vejo que teve aspetos que te agradaram :)

    Bjs

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    1. Olá :)

      Também vi algumas opiniões negativas, mas como não tinha grandes expectativas e sabendo que era um livro muito simples, até me agradou. É previsível e não é memorável, mas soube-me bem lê-lo. :)

      Beijinhos

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