Nome: "O Punhal do Soberano"
Autora: Robin Hobb
Páginas: 384
Colecção: Bang!
Editora: Saída de Emergência
Sinopse: "Fitz mal escapou com vida à sua primeira missão como assassino ao serviço do rei. Regressa a Torre do Cervo, enquanto recupera do veneno que o deixou às portas da morte, mas a convalescença é lenta e o rapaz afunda-se na amargura e dor. O seu único refúgio será a Manha, a antiga magia de comunhão com os animais, que deve manter em segredo a todo o custo. Enquanto recupera, o reino dos Seis Ducados atravessa tempos difíceis com os ataques sanguinários dos Navios Vermelhos. A guerra é inevitável e preparam-se frotas de combate para enfrentar o inimigo, mas o rei Sagaz não viverá por muito mais tempo. Sem os talentos de Fitz, o reino poderá não sobreviver. Estará o assassino real à altura das profecias do Bobo que indicam que o rapaz irá mudar o mundo?"
Opinião: “O Punhal do Soberano” é o segundo livro da Saga do Assassino e mais uma leitura viciante, que nos prende desde o primeiro momento.
Depois dos acontecimentos desencadeados no anterior volume, FitzCavalaria retoma a Torre de Cervo, ainda com sequelas das peripécias que atravessou. Contudo, ao voltar constata que várias foram as mudanças ocorridas no Reino, sendo necessário usar as suas capacidades para ajudar Torre de Cervo e os seus ocupantes.
Havia gostado do primeiro volume, contudo foi um livro com uma narrativa mais lenta, que nos custou, inicialmente, a interiorizar. Ao passo que neste, possuímos uma narrativa mais fluida e cheia de acção. Foi neste volume que percebi quantas saudades tinha de Fitz, que é um jovem com uma força incrível e que é sempre um prazer poder acompanhar as suas peripécias, dilemas, preocupações e até paixões.
É impossível não sentir apresso por Fitz. Por um lado, devido ao livro ser contado na primeira pessoa, o que só por si no faz ligar a este menino de uma forma mais profunda e por outro, devido à forma como autora descreve os acontecimentos, explorando as emoções de Fitz, desde as relações amorosas, às suas preocupações, até mesmo à sua luta física e psíquica. De tal forma, que em certa medida, parece que nos conseguimos ver retratados na obra, vivendo a mesma, como se fossemos parte integrante dela. Fitz é, desta forma, uma personagem que nos cria uma grande empatia, sendo extremamente cativante saber mais sobre ele e sobre a sua vida. Para além disto temos o prazer de vê-lo crescer e amadurecer-se como pessoa, como amante, lutador e de o acompanhar no aperfeiçoamento do Talento e da Manha, que foram dois ingredientes que tanto interesse suscitaram no anterior volume, já fazendo sentir saudades.
Vemos neste volume um desenvolvimento das relações que este menino possui com outras personagens. Tendo sido bom conhecer um pouco melhor certas personagens e as suas intenções.
Gostei bastante de ver a relação entre Fitz, Paciência, a viúva de Cavalaria, e Renda, a aia. Até porque o convívio entre eles conseguiu arrancar-me um sorriso de quando em vez e também por percebermos que a preocupação de Paciência, para com Fitz, é genuína e que o ama realmente, como se fosse filho dela.
A relação entre Veracidade e ele, torna-se cada vez mais forte e interessante de acompanhar. Constatamos um aperfeiçoamento do Talento por parte de Fitz e uma ligação forte entre ambos, sendo que esta traz algumas implicações e consequências para ambos.
Em relação às personagens, o Bobo é uma das que merece ser destacada por ser uma das minhas personagens preferidas, mas também por ser deveras misterioso e ao mesmo tempo engraçado e subtil. É uma personagem que me consegue arrancar alguns sorrisos, quando goza com Fitz ou com o curandeiro do Rei Sagaz, sendo uma personagem que adorei conhecer, pois adoro as suas brincadeiras, profecias e até loucuras. Tendo diálogos bastante cativantes, pois tanto nos fazem rir, como nos fazem ficar presos à narrativa, quando tentamos perceber o que pretende ele dizer nas entrelinhas.
Também gosto bastante de Breu e Castro, pois sempre foram essenciais para Fitz, tanto na sua infância, como também no seu crescimento. Se bem que não se sentiu tanto este papel activo do primeiro, mas mesmo assim continuam a ser ambos personagens importantes na vida deste menino e na formação da personalidade do mesmo, portadores de um enorme potencial.
Majestoso continua irritante como no anterior volume, sendo a personagem que menos gosto de toda a trama, por rebaixar o filho bastardo de Cavalaria e por ser um nariz empinado, que pensa que só ele é o dono da verdade. Contudo, tenho de “dar mão à palmatória” e admitir que é, sem dúvida, um grande vilão.
Aspectos positivos desta obra são toda a construção das personagens, que é um dos pontos fortes desta escritora; o facto de a trama ser mais fluida e também com mais acção, devido aos combates com os Forjados, comparativamente com o anterior volume e também o trabalho de tradução do Jorge Candeias, pois encontra-se realmente bem conseguida, até porque não havia sido ele a traduzir o anterior volume e não sentimos qualquer diferença de um tradutor para o outro.
Para mim, o aspecto negativo a fazer ressalvar é a divisão do volume na versão original em duas partes na versão portuguesa “O punhal do Soberano” e “Cortes dos Traidores”. Sei o porquê de tal divisão, mas não me impossibilitou de sentir um certo sentimento de vazio quando o terminei, pois os últimos capítulos desenrolam-se de forma rápida, como que a preparar terreno para algo maior. Contudo, é só mais um incentivo de pegar no seguinte volume o mais tardar.
Desta forma, é sem dúvida uma obra que aconselho sem qualquer reticência. Sendo uma saga incrível, que move a passos largos, para ser uma das minhas preferidas. Como George Martin afirma “Toda a fantasia devia ser assim”.
Avaliação: 4.5/5 (Adorei!)
Ai como te invejo por teres tanto pela frente neste universo dos 6 Ducados e tambem em Westeros.
ResponderEliminarÉ verdade que o proximo volume é muito bom, pois é o culmitar do 2º volume na versão original e quanto a mim o melhor.
Mas atenção que os seguintes são igualmente bons (3º do volume original).
Só por curiosidade encontro-me a ler o 1º volume da nova trilogia O Regresso do Assassino e foi tão bom voltar a saber novas deste universo.
Para mim uma das mais valias da Robin Hobb é a sua escrita, excelente mesmo e que faz com que seja uma das minha escritora favoritas
Fiacha
Está a ser uma viagem e tanto, portanto acredito nas tuas palavras. :)
ResponderEliminarJá me tinham dito isso, que se havia gostado deste, gostaria ainda mais do seguinte. Acredito que assim será. :)
Quanto à seguinte saga, ouvi dizer que não era tão boa como a que estou a ler de momento, mas fico contente que tivesses gostado de matar saudades do Fitz. :)
Também acho que sim, é que o nos faz ficar presos à narrativa e à personagem principal. Também é uma das minhas escritoras preferidas, sem dúvida!
Ois Rita,
ResponderEliminarPara já do que tenho lido em nada é inferior á trilogia que estás a ler, mas tambem ainda só li uns capitulos.
É verdade que a história não avança muito, mas ele tem reencontros muito interessantes, e claro ficamos a saber o que aconteceu a Fitz, pois a narrativa passa-se 15 anos depois do final da que estas a ler.
Eu estou a adorar, apenas não gostei de um spoilar que fizeram na sinopse do livro, mas tambem não te posso explicar LOL
Olá Paulo!
ResponderEliminarA pessoa que mo disse encontra-se a ler o segundo volume, mas ainda bem que estás a gostar, acredito que tal acontecerá também comigo. :)
Penso que será interessante, poder saber o que lhe aconteceu passados esses anos e como estão as relações dele, com as outras personagens.
Lol. Por isso é que eu nunca leio as sinopses das sagas. :P
Beijinhos.