quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Leitura Conjunta - "Jane Eyre" de Charlotte Brontë (1ª Parte)

Embora houvesse terminado a leitura no prazo estipulado, só hoje tive disponibilidade de passar para o papel o que achei desta primeira fase da leitura conjunta. Antes de mais ressalvo que esta minha opinião contém spoilers do livro e algumas opiniões minhas relativamente aos momentos presenciados. Podem também ler a opinião da p7, no seu blogue Bookeater/Booklover

Jane vive com os tios, desde que perdeu os seus pais. Mr. Reed, irmão da mãe de Jane, ao falecer, incute a esposa a tomar conta da sua sobrinha e a dar-lhe um bom futuro. Contudo, as coisas acabam por não ser assim tão fáceis como o tio poderia prever, pois o seu filho mais velho é hostil para com Jane, agredindo-a e ofendendo-a, sendo que a sua mulher não gosta igualmente dela, tratando-a quase como se fosse uma criada pertinente e respondona.
Penso que muito do facto de não gostar da sobrinha, reside na sua maneira de ser, porque embora tenha somente 10 anos, expressa-se e possui perspectivas de um adulto, já para não falar que é tímida, calada e reservada, aspectos que não parecem agradar à tia. Ao ser tratada desta forma, Jane acaba por se tornar indignada para com injustiças, o que veio “vincar” a sua personalidade, que pessoalmente considero forte, para sempre.

Durante um episódio passado com o primo, Jane é acusada de ser mentirosa por parte da tia, que a envia para Lowood, uma instituição que acolhe raparigas órfãs e que lhes dá uma educação severa, onde existem horários estipulados para as mais elementares tarefas, onde as estudantes sofrem várias privações, tanto alimentares, como mesmo em termos de vestuário.

Ao chegar à instituição conhece na hora do recreio uma menina, Helen Burns, e tornam-se desde logo amigas, amizade tão pura e especial que nos toca, mesmo sendo bastante diferentes entre si. Helen possui alguns problemas de concentração e de aprendizagem, contrariamente ao que acontece com Jane, só conseguindo estar atenta durante determinada fracção de tempo ou num assunto que lhe chame verdadeiramente à atenção, mas por outro lado muito crente e devota a Deus, pensando que todas as provações que esta Entidade coloca no seu caminho são com um propósito e que deve sempre encarar os problemas como justos e portadores de uma mensagem que tem de ser apreendida para poder prosperar.

Um dos momentos mais sentidos desta primeira parte reside igualmente entre estas duas meninas, quando Lowood é assolada por uma epidemia de febre tifóide, muito devido às condições da instituição, onde o alimento era escasso e durante o Inverno passavam tanto frio que os seus pés ficavam em ferida, sendo que certa vez, até nos é dado a conhecer que não puderam lavar-se de manhã porque o frio durante a noite fora de tal forma que a congelara, muitas são as alunas que, infelizmente, perecem, sendo uma delas Helen.
Deste episódio nem todos os aspectos são negativos, pois esta epidemia causa polvoroso entre pessoas caridosas, que ao constatarem as condições em que estas meninas viviam, investem na mesma e melhoram-na.

Jane vive na instituição durante 8 anos, até ao momento em que a professora de quem mais gosta e que melhor a fez sentir, se casa. Tornando-se uma mulher inteligente, perspicaz, mas um pouco menos impulsiva, do que era menina. Portadora de uma curiosidade pelo mundo e pelo que o mesmo lhe possa oferecer grande, o que a leva a colocar um anúncio de modo a arranjar um emprego como preceptora.

Acaba por receber resposta da governanta Mrs. Fairfax, de Thornfield Hall, que requere os seus serviços para tomar conta de Adèle Varens, a pupila do dono da casa, que se encontra a maior parte do tempo fora. Embora a casa tenha alguns aspectos mais bizarros e que dão que pensar a Jane, acaba por se sentir em casa e de gostar de ensinar Adèle, que embora seja vaidosa e um pouco distraída, consegue melhorar significativamente graças a ela.

Momentos mais tarde quando Jane, ao ir colocar uma carta no correio, vê um homem a ser derrubado pelo seu cavalo e ao tentar ajudá-lo, percebe que tem um feitio peculiar e algo brusco. Quando chega a casa percebe que afinal o desconhecido é Mr. Rochester, o dono da mansão, que a inquere sobre os seus gostos e talentos.


Pessoalmente, estou a gostar bastante da leitura, está a ser bastante agradável. Tanto em termos de estória, que é bastante interessante, o percurso de Jane, o que a tornou naquilo que é actualmente e agora na nova casa e tudo o que a mesma parece esconder, mas também toda a personalidade da Jane, o facto de ser tímida, reservada e ao mesmo tempo sempre com uma resposta pronta e que sabe sempre o que dizer e quando o fazer. 

À medida que vou lendo, vou também recordando o que vi na série, embora não tenha visto o primeiro episódio, que devia ser representativo desta primeira parte que acabo de comentar, vai-me vindo à memória alguns episódios posteriores e por isso estou ansiosa por continuar a ler.

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