terça-feira, 23 de agosto de 2011

Leitura Conjunta - "Jane Eyre" de Charlotte Brontë (2ª Parte)

Mr. Rochester pede que Jane vá juntamente com Adèle à biblioteca vê-lo, para a pequena receber a sua tão aguardada prenda, sendo também um pretexto para poder falar mais profundamente com a preceptora. Desta conversa Mr. Rochester mostra-lhe um lado que até então não conhecia, explicando-lhe que os infortúnios porque atravessou são a justificação para se ter tornado alguém mais reservado e com maior receio de se ligar às outras pessoas. Desta conversa a relação entre ambos começa a estreitar-se e Rochester fica encantado com a frontalidade, simplicidade e talento de Jane.

Alguns dias mais tarde explica à mesma quem é na verdade Adèle, na qual lhe conta quem era a sua mãe e porque a acolheu ele. Ficamos, assim, a saber que supostamente Adèle é filha bastarda do dono da casa e que a mãe a deixou a seu cuidado. É também nesta altura que Jane começa a perceber que nutre sentimentos mais profundos pelo seu patrão, dizendo até que não lhe parece tão mal encarado como no início. Como ela diz e bem “a beleza está em quem a vê”.

Na noite em que percebe quão aprazível é para si a companhia de Rochester, ouve um riso fantasmagórico fora do quarto e ao sair do mesmo, de modo a ver o que se passava, sente um cheiro a fumo e salva o patrão de ser queimado vivo. Se já suspeitava que algo de muito errado se passava na mansão, isto só veio dar-lhe ainda mais certezas disso mesmo, começando a pensar que Grace Poole, a estranha costureira da casa, é a causadora de todos os males e sons que costuma ouvir pela casa. Começando a perguntar-se porque permanece nela, se é causadora de tais infortúnios.

No dia seguinte a tal acontecimento Jane encontra-se a pensar no olhar que Edward Rochester lhe lançara e no que o mesmo podia significar, quando descobre que ele partira para um local distante, onde acaba por ficar alguns meses. Quando retoma traz consigo vários amigos, que ocupam também eles a sua casa, durante algum tempo, onde os serões são uma constante, os jogos, as conversas e insinuações. Entre os convidados encontram-se as Ingram, que são pessoas arrogantes, tratando Adèle de forma bastante mesquinha e desprezando as pessoas com um estatuto menor que o delas. Sendo ainda que existem rumores que Mr. Rochester poderá casar com Miss Blanche Ingram.

Durante estas visitas chega a Thornfield um estranho, Mr. Mason, que deixa o patrão aflito e que durante a noite acaba por ser atacado pela pessoa que vive no terceiro andar da mansão. Quando Jane é chamada lá para ajudá-lo, não tenta perceber o que se passa. Compreendo que tivesse medo, depois do que a pessoa fez a Mason até eu teria receio, mas penso que tentaria de alguma forma perceber o que se passava, nem que fosse perguntando, visto que ela é tão frontal e curiosa.

Enquanto isto, é chamada a Gateshead pela tia, que está a morrer e diz querer vê-la uma última vez. Encontrando umas primas igualmente mimadas, embora em termos físicos bastante distintas, de tal modo que quase não as reconhece e um tia arrependida pelo mal que lhe fez e que lhe conta que tem um tio rico da parte do pai que a procurou, mas que foi informado que havia falecido na instituição de caridade durante o surto de Febre Amarela, em modo de vingança. Jane perdoa-lhe tal acto e até sente alguma pena pelo sofrimento envolvido na morte da tia.

Jane regressa então a Thornfield, onde se apercebe que sentiu realmente saudades da casa e das pessoas que nela habitam. Nesse momento Mr. Rochester pede-a em casamento e explica-lhe que só a fez pensar que se ia casar com Miss Ingram para lhe fazer ciúmes.

Mr. Rochester tenta a todo o custo dar-lhe presentes, vestidos caros, jóias, sem pensar que Jane é demasiado simples para esses luxos e que isso é o que ela menos deseja. Gostei bastante desta parte porque demonstra muito daquilo que ela é e comprova a quem pensasse o contrário, que aquilo que ela quer realmente é o amor da pessoa de quem gosta e que é demasiado independente para viver às custas de alguém, com isto em mente decide até escrever ao tio, de modo a explicar-lhe que vai casar.

Duas noites antes do casamento acontece algo estranho, que mais tarde Jane conta a Edward, alguém lhe entra no quarto, acordando-a. Quando tal acontece vê uma pessoa um tanto selvagem, com a cara um pouco desfigurada junto a si, vê-a abrir o guarda-vestidos, tirar o seu véu e desfazê-lo. Mais um acto cobarde de Rochester que poderia e deveria ter contado à pessoa que diz amar, o que se passava realmente e não fazê-la de tola. Acredito que a pudesse amar profundamente e que precisasse de sentir que o amor era correspondido, mas também acho que ela merecia melhor e que o simples facto de amor alguém, não justifica tudo, muito menos fazer essa mesma pessoa sofrer.

Esta fase termina com Jane a acordar para o dia do casamento. Confesso que já li mais do que a fase estipulava e aquilo que tinha ideia da série concretizou-se, mas vamos ver como correm as coisas.


Estou a gostar bastante desta leitura, gosto bastante da Jane, da sua frontalidade, simplicidade e dedicação. Acho o Mr. Rochester um homem interessante, misterioso, mas ao mesmo tempo um pouco estranho. Sei que o porquê de ele ser assim, mas as suas mudanças de humor, os seus desaparecimentos repentinos, fazem-me alguma diferença. Sei que Jane gosta dele mesmo tendo em conta estes factos e o amor é mesmo assim. Amar alguém não ligando a defeitos e qualidades, novamente ela tem razão o que é feio, bonitos no parece. Já para não falar que foi um homem que sofreu muito e que teve de lidar com tudo isso sozinho, o que certamente não foi fácil.

Gosto bastante de algumas alusões que a autora faz, quando compara o casal a uma árvore junto da mansão, por exemplo e que realmente parece a personificação de ambos. Considero a linguagem bastante fluida, ao contrário do que estava à espera inicialmente. Sendo tudo factores que me levam a dizer que está ser uma óptima leitura e uma surpresa agradável.


Podem também ler a opinião da p7, aqui...

2 comentários:

  1. O que eu gosto deste livro! É maravilhoso, realmente.

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  2. Olá Luh. :)

    Até ao momento estou a gostar bastante. É um livro que se lê bastante bem e que é deveras interessante. Espero terminá-lo ainda hoje... :)

    Beijinhos e obrigada pela visita. :)

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