segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Memórias de uma Gueixa


Nome: "Memórias de uma Gueixa"

Autor: Arthur Golden

Colecção: Grandes Narrativas

Nº de Páginas: 488

Editora: Editorial Presença


Sinopse: "Quioto, anos 30. Sayuri tem olhos cor de espelho e é uma das mais famosas gueixas do Japão. Acompanha cidadãos japoneses abastados, enverga deslumbrantes quimonos de seda mas tem de pagar pela sua própria liberdade até conhecer um danna que a sustente e pague todas as suas despesas. Na sua vida, tal como na de todas as gueixas, não há lugar para o amor, mas Sayuri apaixona-se... Um romance ímpar e contagiante que demorou dez anos a escrever."


Opinião: Confesso que antes de começar esta leitura possuía algumas ideias pré-concebidas, estando à espera de uma obra com uma linguagem mais antiquada ou moralista, mas a verdade é que me surpreendeu bastante pela positiva.

“Memórias de uma gueixa” relata a vida de Chiyo Sakamoto, que é enviada pelo pai para Quioto, juntamente com a irmã, Satsu, no momento em que percebe que irá perder a sua mulher num futuro próximo e que as filhas poderiam ter um futuro mais risonho se partissem.

Ao chegar a Quioto as duas irmãs são separadas e enviadas para locais diferentes. Sendo que Chiyo acaba por ser criada numa Okiya, que é o local onde as gueixas habitam enquanto exercerem essa função. Neste local conhece algumas das pessoas mais importantes da sua vida, mas também algumas que pior lhe farão. A oka-san (palavra japonesa para mãe) e a Avó que são particularmente severas para com ela e que a tratam quase como se fosse uma escrava; Hatsumomo, uma das gueixas que habita nesta Okiya e que é das mais importantes e belas gueixas desta época, que parece nutrir um ódio inexplicável por Chyio e que a importuna ao longo de grande parte da obra; Abóbora, que é uma menina da sua idade e que à partida esperava-se que se tornassem grandes amigas e se auxiliassem, mas que na verdade acaba por não acontecer, muito devido a Hatsumomo e a Tia, que foi quase como uma mãe para Chyio e que foi importante na sua caminhada enquanto criança e gueixa, embora um pouco severa, sentia-se que nutria bonitos sentimentos por ela.

Gostei bastante da estória, desde os primeiros momentos em que a pequena Sakamoto é enviada para um mundo completamente diferente, como em todo o seu crescimento e luta por ser uma gueixa de sucesso. Senti uma grande ligação com ela não só porque se trata de uma estória escrita na primeira pessoa e onde acompanhamos o crescimento desta menina, mas também por todos os contratempos que atravessou ao longo da sua vida e porque Arthur Golden descreve-nos bem os sentimentos de Chyio (ou depois de se tornar gueixa Sayuiri).

Toda a narrativa é bastante visual, polvilhada de imagens lindíssimas de quimonos, obis, ornamentos de cabelo, danças, meios de transporte da altura, as ruas de Quioto, entre tantos outros exemplos. Tendo-me sido inicialmente difícil visualizar tudo o que era descrito, o que me valeu foi o que me lembrava do filme, que vi parte dele em tempos, e umas pesquisas pela internet. O mais incrível desta introdução ao mundo japonês é que não é de modo algum maçudo, muito pelo contrário, extremamente interessante e real.

Os pontos positivos que aponto é toda esta informação que conseguimos obter sobre esta cultura fantástica, retratando este mundo de forma deveras fascinante e que quase nos teletransporta para lá, graças às suas incríveis descrições. A forma como o autor descreve esta personagem deliciosa e aos seus dilemas, tal como a incursão de algumas palavras japonesas, que me agradaram especialmente.

O ponto negativo, para mim, centra-se na tradução dada ao livro, pois por várias vezes senti que a narrativa não estava tão fluida quanto seria de se esperar e algumas vezes tive de reler a mesma frase, de modo a perceber o intuito da mesma.

Foi, desta forma, um livro bastante interessante e que aconselho vivamente, pois é fascinante conhecer a comunidade japonesa e um pouco mais do mundo das gueixas, que me surpreendeu, pois tinha algumas ideias pré-concebidas, que se mostraram erradas.

Por curiosidade, gueixa consiste em dois kanji (caracteres japoneses)  (gei) e  (sha), que significam "arte" e "pessoa" ou "praticante", respectivamente.


Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

11 comentários:

  1. É uma história lindíssima, tão polvilhada de belas descrições como o filme o é de belas imagens.

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  2. Tenho cá em casa este livro para ler recentemente. Já ouvi falar tão bem dele que já está na minha próxima pilha de livros.

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  3. Vítor, concordo contigo, fiquei completamente maravilhada com as descrições. Sendo dos pontos mais positivos que retenho da obra.
    Em relação ao filme espero vê-lo entretanto, pois nunca o vi completo e não me recordo de muita coisa...

    Landa, sendo assim, espero que gostes tanto quanto aconteceu comigo. Acredito que ficarás rendida ao mundo e às descrições do autor. :)

    Beijinhos para ambos.

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  4. Também tenho por cá em casa este livro.
    Confesso que o livro sempre me deixou com um bichinho mas nunca foi o suficiente para agarrar nele e ler...

    Acabei mais tarde por ver o filme com a minha mãe, já que ela tinha lido o livro e queria ver o filme. Gostei do filme... Aquelas roupas, rituais e danças... Tudo muito colorido e bonito.

    Acho que agora se for ler o livro não vai ser tão surpreendente por aquilo que mencionei em cima mas quem sabe.. Talvez um dia agarre nele e pimba. lol. :)

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  5. Leila, eu também vi partes do filme, mas na verdade lembro-me de pouca coisa e acabei por ser surpreendida e de gostar bastante da obra. Já para não falar que os livros são sempre bastante diferentes dos filmes e por isso acaba sempre por ser uma experiência nova. Contudo, compreendo-te, já saberias como terminaria...

    Lol. Espero que sim e que te surpreenda pela positiva.

    Beijinhos. :)

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  6. Olá Rita
    Tenho muita pena de nunca ter lido este livro, contudo fui ver o filme e adorei, imagino que o livro deva ser deslumbrante.
    Quem sabe não o leio ainda, já não o vejo à venda com tanta facilidade como na altura em que saiu o filme.
    Tens a resposta ao livro de Musso lá no Blogue.
    Beijinhos.
    Boa leitura;)!

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  7. É realmente deslumbrante, mais não seja pelas imagens que nos transmite. Se o leres, espero que gostes tanto quanto do filme. :)

    Adquiri o meu volume na FdL de Lisboa, este ano, mas também não o costumo ver muitas vezes à venda...

    Obrigada! Irei lá dar um salto.

    Beijinhos e boas leituras. :)

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  8. Este livro é lindo!!

    Quem não leu tem que ler ;)

    Bjs*

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  9. Sei que é um dos teus livros preferidos e depois de terminado, consigo perceber porque achas isso. É daqueles livros que perduram na nossa memória, pela melhor das razões. :)

    Concordo, é um livro que deve ser lido, nem que seja uma vez na vida. :P

    Beijinhos.

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  10. gostava de ter lido este livro mas há uns anos vi o filme (acho que nem sabia ainda da existência do livro, já não me recordo bem) que já não faz sentido ver o filme, depois ao ler a imaginação já está influenciada pelo filme :/

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  11. Por acaso não me importo de ler depois de ver o filme, porque considero sempre uma experiência diferente, mas compreendo o teu ponto de vista é sempre melhor ler e depois ver o filme, porque como afirmas não condiciona a nossa imaginação.

    Beijinhos e boas leituras. :)

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