quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Leitura Conjunta - "Jane Eyre" de Charlotte Brontë (3ª Parte)

A fase inicia-se com a preparação de Jane para o casamento e a ida para a igreja do casal. Vê-se desde o início do dia que Edward se encontra tremendamente nervoso e com uma vontade incessante de apressar o casamento. Se até ao momento não suspeitássemos que algo se passava, estas atitudes colocavam-nos logo com suspeitas.

No momento em que se estão a casar aparece um advogado juntamente com Mr. Mason que afirmam que o casamento não se pode realizar devido a Mr. Rochester já ser casado, com a irmã de Mason, Bertha. Na igreja Edward explica aos ouvintes o porquê de ter querido casar com Jane, mesmo tendo uma mulher em casa. Graças a este episódio ficamos a conhecer um pouco mais de Edward e o quanto ele passou ao longo dos anos. Novamente penso que o facto não justifica ter mentido à preceptora e querido ter uma vida de bigamia, mas não posso afirmar que não compreendo de todo a sua opção porque deve ter sofrido bastante e só ele sabe o que teve de atravessar praticamente sozinho.

Mr. Rochester como forma de refutar o que afirmava leva-os a visitar o terceiro piso onde se encontra aprisionada a mulher. Quando chegam ao quarto encontram Grace Poole junto ao lume a tomar conta de uma caçarola e uma mulher a rugir de pés e mãos no chão. Esta foi uma personagem que me deixou com alguma pena porque claramente não é culpa dela se ter tornado daquela forma, pois deveria ter tido um acompanhamento que não era possível ter naquele tempo.

Jane decide então partir da mansão, mas não sem antes perdoar Rochester pelo seu acto. Novamente sentimos o seu grande coração porque não sei se seria capaz de perdoar assim tão facilmente como ela fez. Olhando como leitora confesso que fiquei entre dois sentimentos contraditórios entre a pena pelo que tinha sofrido e passado ao longo dos anos e o “ódio” pelo que fez passar a Jane e por ter sido egoísta ao ponto de quase só pensar em si, quando escolheu esconder a mulher da preceptora.

Foge de Mr. Rochester e durante dois dias vê-se desamparada, sem ter abrigo ou o que comer, até que vai ter a casa dos Rivers que a acolhem e a ajudam na sua recuperação. As irmãs Rivers, Mary e Diana mostram-se ser cultas, generosas e extremamente simpáticas, o que leva Jane a gostar imediatamente delas, chegando a estudar alemão e desenho juntas. St. John, irmã de ambas, já é mais estranho, bastante inteligente, mas taciturno e calado. Existe uma rapariga na aldeia onde vive que gosta dele e penso que ambos poderiam chegar longe juntos, visto que ela tem dinheiro e influência e ele tem um grande coração e adora ajudar os outros, mas teimoso como é, decide tornar-se missionário e rumar à Índia, de modo a poder ganhar um lugar ao lado do Senhor, como ele mesmo afirma.

St. John arranja um emprego a Jane como professora da aldeia e confere-lhe uma casa. Numa das visitas que lhe faz descobre que afinal o seu nome verdadeiro é Jane Eyre através de uns papeis que usou para realizar um dos seus desenhos, descobrindo que é afinal sua prima e que o tio da Madeira ao falecer lhe deixou toda a sua fortuna. Jane iria, assim, adquirir 20 mil libras, mas decide em vez disso dividir o dinheiro pelos quatro, ficando, a cada um, 5 mil libras, por achar mais justo.

Ao aproximar-se a data de rumar à Índia St. John decide pedir Jane em casamento, embora de uma forma muito pouco romântica, dando-lhe a entender que seria a pessoa mais indicada para o ajudar no seu trabalho missionário. Jane resiste, mesmo tendo ele insistindo inúmeras vezes, dizendo-lhe que poderia ir com ele, mas nunca como esposa. O que tendo em conta o feitio do primo foi, sem dúvida, uma opinião bastante sensata.

Quando St. John parte para resolver uns problemas que tem pendentes, deixa Jane a pensar no seu pedido de casamento, mas a prima pressente que Mr. Rochester precisa dela e parte para Thornfield.

Quando chega é informada que Thornfield se encontra em ruínas e que Bertha faleceu no incêndio, que ela mesma ateou. Mr. Rochester encontra-se cego e sem uma mão devido a tentar salvá-la do mesmo. Ruma então para Ferndean onde é a nova casa dele, onde ao avistar o seu amado, sente pena por ver o seu espírito tão alegre e vivo, de momento apagado devido aos infortúnios que a  vida lhe proporcionou.

Casam-se e têm uma vida bastante feliz juntos, onde finalmente são como iguais e podem viver juntos sem recear nada nem ninguém. Felizmente momentos antes de terminar a obra ficamos a saber que Edward começa a voltar a ver e a poder ser mais autónomo.

Os momentos finais da obra são dedicados a St. John, onde ficamos a saber que faleceu pela sua missão e por Deus, que era o que ele tanto desejava.


Podem também ler a opinião da p7, no seguinte link: Leitura Conjunta - Jane Eyre, 3ª fase.

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